Incentivos fiscais à reabilitação urbana e legislação relacionada Tatiana Cardoso Dia 18 de Setembro de 2013 Lisboa
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Introdução Como instrumento adicional de estímulo às operações de requalificação urbana, incentivando os particulares a uma intervenção mais activa no processo e ao estabelecimento de parcerias com as entidades públicas, o Governo entendeu oportuno consagrar um conjunto de benefícios fiscais.
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Foram introduzidas alterações no Estatuto dos Benefícios Fiscais, que consagram um conjunto de incentivos à reabilitação urbana (arts. 71º e 45º ) Tais incentivos têm como âmbito material geral: Prédios arrendados com rendas antigas que sejam objecto de acções de reabilitação; Prédios urbanos localizados em áreas de reabilitação urbana (ARU) que sejam objecto de acções de reabilitação A criação de áreas de reabilitação urbana (ARU) encontra-se prevista no Decreto- Lei nº 307/2009 de 23 de Outubro
Quais são os benefícios fiscais? Ficam isentos de IMI os prédios urbanos objecto de reabilitação urbanística pelo período de dois anos a contar do ano, inclusive, da emissão da respectiva licença camarária Art. 45º EBF Ficam isentos de IMT as aquisições de prédios urbanos destinados a reabilitação urbanística desde que, no prazo de dois anos a contar da data de aquisição, o adquirente inicie as respectivas obras Art. 112º nº1 al.b) CIMI Taxas de prédios urbanos:entre 0,5% a 0,8% Sem benefícios fiscais: Taxas de IMT variáveis consoante o valor de aquisição do prédio (podendo chegar a 6% taxa única)
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Art. 45º EBF Processo de reconhecimento das isenções Estas isenções ficam dependentes de reconhecimento pela câmara municipal da área da situação dos prédios, após a conclusão das obras e emissão da certificação do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana A câmara municipal deve comunicar, no prazo de 30 dias, ao serviço de finanças da área da situação dos prédios o reconhecimento referido no número anterior, competindo àquele serviço de finanças promover, no prazo de 15 dias, a anulação das liquidações do imposto municipal sobre imóveis e do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis e subsequentes restituições.
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas IRS Dedução à colecta de 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação, até ao limite de 500 Reabilitação de : a) Imóveis localizados em áreas de reabilitação urbana b) Imóveis arrendados objecto de ações de reabilitação Os encargos referidos supra devem ser devidamente comprovados e dependem de certificação prévia por parte do órgão de gestão da área de reabilitação ou da comissão arbitral municipal. Estas certificações devem ser remetidas à administração tributária.
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Mais Valias Auferidas por sujeitos passivos de IRS residentes em território português, são tributadas à taxa reduzida de 5%, quando estas sejam inteiramente decorrentes da alienação de imóveis reabilitados em ARU.
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Rendimentos Prediais Auferidos por sujeitos passivos de IRS residentes em território português, são tributados à taxa de 5% quando sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de: a) Imóveis situados em área de reabilitação urbana b) Imóveis arrendados passíveis de actualização faseada das rendas que sejam objecto de acções de reabilitação
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas IMI Os prédios urbanos objecto de ações de reabilitação são passíveis de isenção por um período de cinco anos, a contar do ano, inclusive, da conclusão da reabilitação, podendo ser renovada por um período adicional de cinco anos
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas IMT As aquisições de prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente são sujeitas a isenção na 1ª transmissão de imóvel reabilitado em ARU (**) (***)
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas IMI Artigo 112º nº 3 CIMI - As taxas previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1 são elevadas, anualmente, ao triplo nos casos de prédios urbanos que se encontrem devolutos há mais de um ano e elevadas, anualmente, ao triplo nos casos de prédios em ruínas, considerando-se devolutos ou em ruínas, os prédios como tal definidos em diploma próprio.
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Reabilitação no CIVA Sujeição à taxa reduzida (6%) Verba 2.19 da Lista I anexa ao CIVA As empreitadas de bens imóveis em que são donos da obra autarquias locais, empresas municipais cujo objecto consista na reabilitação e gestão urbanas detidas integralmente por organismos públicos, associações de municípios, empresas públicas responsáveis pela rede pública de escolas secundárias ou associações e corporações de bombeiros, desde que, em qualquer caso, as referidas obras sejam directamente contratadas com o empreiteiro. Verba 2.24 da Lista I anexa ao CIVA As empreitadas de reabilitação de imóveis que, independentemente da localização, sejam contratadas directamente pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), bem como as que sejam realizadas no âmbito de regimes especiais de apoio financeiro ou fiscal à reabilitação de edifícios ou ao abrigo de programas apoiados financeiramente pelo IHRU.
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Reabilitação no CIVA Verba 2.23 da Lista I anexa ao CIVA As empreitadas que tenham por objecto a reabilitação urbana, tal como definida em diploma específico, realizadas em imóveis ou em espaços públicos localizados em áreas de reabilitação urbana (áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística, zonas de intervenção das sociedades de reabilitação urbana e outras) delimitadas nos termos legais, ou no âmbito de operações de requalificação e reabilitação de reconhecido interesse público nacional
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Foi criado um conjunto de benefícios para Fundos de Investimento Imobiliário em reabilitação urbana desde que : Desde que operem de acordo com a legislação portuguesa Desde que constituídos entre 1/01/2008 e 31/12/2013; e Desde que pelo menos 75% dos seus activos sejam bens imóveis sujeitos a acções de reabilitação nas ARU. Os FII que respeitem estes requisitos ficam isentos de IRC
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Tributação dos rendimentos respeitantes a unidades de participação nos FII à taxa especial de 10%, em sede de IRS e IRC, quer seja por distribuição, quer seja por resgate Excluindo quando os titulares sejam: Entidades isentas quanto aos rendimentos de capitais ou entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português ao qual os rendimentos sejam imputáveis; Entidades que sejam residentes em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças; Entidades não residentes detidas, directa ou indirectamente, em mais de 25% por entidades residentes;
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Nova Lei das Rendas Mais-valias / Menos-valias O saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias resultantes da alienação de unidades de participação nos FII é tributado à taxa de 10% quando: os titulares sejam entidades não residentes a que não seja aplicável a isenção relativa às mais-valias realizadas por não residentes ou sujeitos passivos de IRS residentes em território português que obtenham os rendimentos fora do âmbito de uma actividade comercial, industrial ou agrícola e não optem pelo respectivo englobamento
Incentivos fiscais à Reabilitação Urbana e Entidades gestoras Nova Lei das Rendas São obrigadas a publicar o valor do rendimento distribuído, o valor do imposto retido aos titulares das unidades de participação, bem como a dedução que lhes corresponder Deixando de verificar-se os requisitos necessários para a aplicação do regime de benefício: Passa a aplicar-se o regime geral dos Fundos de Investimento Em consequência, os rendimentos dos FII que não tenham ainda sido pagos ou colocados à disposição dos respectivos titulares devem ser tributados autonomamente às taxas gerais previstas no regime geral, acrescendo os juros compensatórios correspondentes
Conclusões Extrema importância dada pelo Governo a este programa de requalificação urbana Programa direccionado a prédios localizados em áreas de reabilitação urbana Resumo dos Benefícios mais relevantes (Quadro): Imposto IMI Incentivos Isenção por um período de dois anos durante a realização Isenção por um período de cinco anos após a realização IVA Sujeição à taxa reduzida (6%) das empreitadas que tenham por objeto a reabilitação urbana
Conclusões Imposto IMT Incentivos Isenção nas aquisições de prédios urbanos destinados a reabilitação urbana, desde que, no prazo de dois anos a contar da data da aquisição, o adquirente inicie as respectivas obras Isenção nas aquisições de prédio urbano ou de fracção autónoma destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na 1ª transmissão onerosa do prédio reabilitado
Conclusões Imposto IRC/IRS Incentivos (1) Isenção IRC (2) Os rendimentos respeitantes a unidades de participação dos FII são, em regra, sujeitos a retenção na fonte à taxa de 10% (3) Tributação à taxa de 10% do saldo positivo entre as mais-valias e as menos-valias resultantes da alienação de unidades de participação em FII
Golden Visa REGIME ESPECIAL DE AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA COM DISPENSA DE VISTO COMO OBTER AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA EM PORTUGAL? ENTRADA E RESIDÊNCIA EM PORTUGAL FACILITADAS A CIDADÃO ESTRANGEIRO
Introdução Desde 28 de Janeiro de 2013 tem sido possível aos estrangeiros de países fora da União Europeia candidatarem-se a uma autorização de residência de investimento ("Autorização de Residência Por Investimento"), sem a necessidade de pedir um visto de residência. Este regime permite aos estrangeiros o investimento em Portugal e simultaneamente obter a autorização de residência no país, no âmbito de um processo simples e não burocrático.
Regime Em vez de um processo burocrático, Portugal criou, em Agosto de 2012, um processo simples para a aquisição da Autorização de Residência em Portugal e para viajar livremente pela União Europeia. Para obter uma Autorização de Investimento é necessário cumprir alguns requisitos específicos, por um período de duração mínimo de cinco anos a partir do momento em que a Autorização de Residência é garantida.
Golden Visa REQUISITOS: REALIZAÇÃO DE UM INVESTIMENTO EM PORTUGAL MANUTENÇÃO DA ACTIVIDADE DURANTE UM PERÍODO MÍNIMO DE 5 ANOS
Golden Visa INVESTIMENTO: TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL no montante igual ou superior a 1 milhão de euros; CRIAÇÃO DE 10 POSTOS DE TRABALHO (Inscrição dos trabalhadores junto da Segurança Social); AQUISIÇÃO DE BENS IMÓVEIS DE VALOR IGUAL OU SUPERIOR A 500 MIL EUROS
Golden Visa RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA Prazos mínimos de permanência: 7 dias consecutivos ou intercalares no 1º ano; 14 dias no seguinte e subsequentes períodos de dois anos.
Conclusões Regime extremamente atractivo Regime que concede igualdade de oportunidades a não residentes da UE, oferecendo todas as vantagens de um cidadão europeu Regime pouco burocrático
Tatiana Cardoso tcardoso@caiadoguerreiro.com Jorge Ribeiro Mendonça jmendonca@caiadoguerreiro.com