AVALIAÇÃO DA FREQÜÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE MICRORGANISMOS ISOLADOS DE UROCULTURAS REALIZADAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO



Documentos relacionados
Enfª Ms. Rosangela de Oliveira Serviço Estadual de Controle de Infecção/COVSAN/SVS/SES-MT

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA: SUA IMPORTÂNCIA PARA O CONTROLE DE INFECÇÃO

PROTOCOLO MÉDICO. Assunto: Infecção do Trato Urinário. Especialidade: Infectologia. Autor: Cláudio C Cotrim Neto-Médico Residente e Equipe Gipea

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

Incidência de bactérias causadoras de Infecções do Trato Urinário em um hospital de Ilha Solteira no ano de 2010

PREVALÊNCIA MICROBIANA EM DIVERSAS AMOSTRAS CLÍNICAS OBTIDAS DE PACIENTES DO CTI DE UM HOSPITAL MILITAR

Bactérias Multirresistentes: Como eu controlo?

Relatório do I Seminário Nacional da Rede de Monitoramento e Controle da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde

Infecções do Trato Urinário

PLANO DE AÇÃO Prevenção da Disseminação de Enterobactérias Resistentes a Carbapenens (ERC) no HIAE. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

Isolamento de microrganismos de cateter venoso central através do método de Maki e Sonicação

EXAMES MICROBIOLÓGICOS. Profa Dra Sandra Zeitoun

ESPECTRO AMPLIADO (ESBL)

SCIH PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO - ITU

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ASSOCIADA ÀSONDA VESICAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA

mulher Prof. Ricardo Muniz Ribeiro Professor Livre-Docente da Disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

Critérios rios Diagnósticos e Indicadores Infecção do Trato Urinário ITU Infecção Gastrointestinal IGI. Hospitais de Longa Permanência.

Aspectos Microbiológicos das IRAS (infecções relacionadas à assistência a saúde) Infecções hospitalares Infecções nosocomiais

PRECAUÇÕES E ISOLAMENTOS. (Falhas na adesão ás práticas de prevenção)

GUIA DE ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA PARA O ANO DE 2011

Urocultura. Introdução

EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES URINÁRIAS DE PACIENTES ATENDIDOS EM HOSPITAL PÚBLICO 1. RESUMO

INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO. Profa. Marinez Amabile Antoniolli Unochapecó Outubro, 2013

Hospital Universitário Pedro Ernesto Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Guia de Antibioticoterapia 2014

INFECCAO URINARIA. DR Fernando Vaz

FACULDADE ASSIS GURGACZ JULIANA FONGARO IDENTIFICAÇÃO MICROBIANA DE UROCULTURA

Resistência aos antimicrobianos em Salmonella spp.

Antimicrobianos: onde estamos e para onde vamos?

I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS

Prof. Dr. Jorge Luiz Nobre Rodrigues Dpto de Saúde Comunitária da UFC Faculdade de Medicina

INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA

Dra. Thaís Guimarães

ANTIBIÓTICOS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS INFECÇÕES NO RN

PERFIL DE SENSIBILIDADE APRESENTADO POR BACTÉRIAS ISOLADAS DE CULTURAS DE SECREÇÃO TRAQUEAL

Diretrizes Assistenciais PREVENÇÃO DA DOENÇA ESTREPTOCÓCICA NEONATAL

INFECÇÃO URINÁRIA EM MULHERES: REVISÃO DA LITERATURA URINARY INFECTION IN WOMEN: LITERATURE REVIEW

SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS DE BACTÉRIAS ISOLADAS EM CÃES COM OTITE EXTERNA


Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN

HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO - HUWC MATERNIDADE ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND - MEAC

Diagnóstico e Prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde/ITU- CR. Enfª Julliana Pinheiro

VÍVIAN CELITA BELEDELLI PESQUISA DE MICRORGANISMOS EM INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO DE PACIENTES ATENDIDOS NO HOSPITAL SANTA TEREZINHA DE ERECHIM - RS

INFECÇÃO URINÁRIA. Denise Marques Mota FAMED 2011

Diretrizes Assistenciais

Impacto de novas instalações na incidência de infecção hospitalar. Filipe Macedo Enf.º GCL-PPCIRA (Hospital Vila Franca de Xira)

Declaração de Conflitos de Interesse. Médico assessor e sócio do Grupo Fleury

Resistência aos Antimicrobianos em Infecção do Trato Urinário Comunitária. Rubens Dias Instituto Biomédico, UNIRIO

BASTONETES GRAM NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES DA GLICOSE. Microbiologia Prof. Thiago Marconi Cardoso

Doente do sexo feminino, obesa, com 60 anos apresenta insuficiência venosa crónica, febre, sinais inflamatórios numa perna e não é diabética.

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ Curso de Graduação em Farmácia. Monisse Paula Casagrande

ROTINA DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ASSOCIADA A CATETERISMO VESICAL

Infecção Urinária e Gestação

Perfil das infecções do trato urinário nos Campos Gerais: Uma revisão da literatura.

DoctorClean Controle de Infecção Hospitalar

TEMA: URO-VAXON no tratamento da infecção recorrente do trato urinário em paciente portador de DM SUMÁRIO 1. RESUMO EXECUTIVO... 3

PROTOCOLO MÉDICO. Assunto: Infecção do sítio cirúrgico. Especialidade: Infectologia. Autor: Cláudio de Cerqueira Cotrim Neto e Equipe GIPEA

BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS MULTIRRESISTENTES

Microbiologia no controlo e prevenção de IACS. Valquíria Alves Viana do Castelo 2014

Tempo, Clima e Hospital: Sazonalidade e Determinantes das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS)

PERFIL DE SUSCETIBILIDADE ANTIMICROBIANA EM CEPAS DE ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE INFECÇÕES URINÁRIAS EM UM LABORATÓRIO PRIVADO DE GETÚLIO VARGAS

TERAPÊUTICA ANTIBIÓTICA EMPÍRICA DA FEBRE NEUTROPÉNICA

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM SERVIÇOS DE DIÁLISE

PRECAUÇÕES FRENTE ÀS BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES.

PROFILAXIA CIRÚRGICA. Valquíria Alves

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP Curso de Graduação em Enfermagem Autorização em 04/12/00 Parecer No. 1115/00

PERFIL BACTERIOLÓGICO DAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO CENTRO CIRÚRGICO E DO PÓS-OPERATÓRIO DO HOSPITAL GERAL DE PALMAS

Frequência e perfil de susceptibilidade a antibióticos de bactérias isoladas em uroculturas

Incidência bacteriana e perfil de resistência a antimicrobianos em pacientes pediátricos de um hospital público de Rondônia, Brasil

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Microbiologia Clínica

Como controlar a mastite por Prototheca spp.?

Gráfico 01: Número de EAS que notificaram mensalmente dados de IRAS no SONIH em 2013:

AVALIAÇÃO CLÍNICA E MICROBIOLÓGICA DE ÚLCERAS VENOSAS DE PACIENTES ATENDIDOS EM SALAS DE CURATIVOS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE GOIÂNIA (GO) *

Uso de antibióticos no tratamento das feridas. Dra Tâmea Pôssa

Mal formações do trato urinário. Luciana Cabral Matulevic

INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) 19/03/14 POR CONVENÇÃO: ITU INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO BAIXO (CISTITES) TRATO URINÁRIO ALTO (PIELONEFRITES)

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

ANOMALIAS DO TRATO URINÁRIO UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA HC - UFMG BELO HORIZONTE - BRASIL

INFORME TÉCNICO Nº 01/2007 ASSUNTO: CONTROLE DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES

Controle de bactéria multirresistente

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

Análise de risco em alimentos, com foco na área de resistência microbiana

Área de Atividade/Produto Classe de Ensaio/Descrição do Ensaio Norma e/ou Procedimento

COMUNICADO DE RISCO N 001/ GVIMS/GGTES/SSNVS/ANVISA

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves - Msc

Histórias de Sucesso no Controle da Infecção Hospitalar. Utilização da informática no controle da pneumonia hospitalar

Infecções do trato respiratório

MECANISMOS DE RESISTÊNCIA DA CANDIDA ALBICANS. Kely Raiany Araujo da Costa

Atualização do Congresso Americano de Oncologia Fabio Kater

Estabelecimentos de Saúde/Infec

MICROBIOLOGIA. Profa. Dra. Paula A. S. Bastos

Analysis of profile of the causing agents of urinary tract infection in carrying patients, attended in Metropolitan Hospital and Maternity-SP

TEMAS. Sepse grave e Choque Séptico Microrganismos produtores de KPC A problemática da Resistência Microbiana nas UTIs

ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE INFECÇÃO URINÁRIA EM GESTANTES: PERFIL DE RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS

Estimativa do número de casos no Brasil. A diminuição do Haemophylus influenzae com a vacinação. Os casos de doença meningocócica

Transcrição:

V EPCC Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 23 a 26 de outubro de 27 AVALIAÇÃO DA FREQÜÊNCIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE MICRORGANISMOS ISOLADOS DE UROCULTURAS REALIZADAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Luzia Néri Machado 1, Jucelaine Aparecida Deon 2, Cristane Guillande 4 Gislaine Fátima de Moura Costa 3, Nadir Rodrigues Marcondes 3 RESUMO: A ITU situa-se entre as infecções mais prevalentes no homem surgindo mais comumente por via ascendente sendo freqüentemente causadas por microrganismos do próprio paciente e, geralmente, devido a bactérias pertencentes a microbiota do trato intestinal. Na maioria das vezes essas infecções são causadas por um número limitado de espécies bacterianas. Foi realizado um estudo retrospectivo por meio de levantamento dos resultados de uroculturas realizadas, no período de julho de 23 a junho de 27, pelo Laboratório de Análises Clínicas- setor de microbiologia do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). As 149 culturas realizadas foram de pacientes internados, de ambos os sexos e com idade de a 6 anos ou mais. As culturas quantitativas foram realizadas e interpretadas segundo as orientações do CUMITECH-2A-98. As bactérias isoladas foram identificadas e realizado o Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos por disco difusão segundo NCCLS/ CLSI. Das 147 uroculturas 464 (44,3%) foram negativas e 583 (55,7%) positivas. Das positivas 556 (95,4%) e 27 (4,6%) apresentaram respectivamente um tipo e dois tipos de microrganismos. Nas culturas positivas foram encontradas 18 (17,7%) Cocos Gram Positivos (CGP), 429 (7,4%) enterobactérias, 6 (9,8%) bactérias não fermentadoras da glicose e 13 (2,1%) leveduras.não houve diferença significativa na freqüência de ITU entre os sexos.s. aureus apresentou (77,8%) das cepas resistentes á oxacilina. PALAVRAS-CHAVE: Urocultura; Infecção urinária; Bacteriúria 1 INTRODUÇÃO A infecção do trato urinário (ITU) é um termo geral que engloba tanto a colonização microbiana assintomática da urina quanto a infecção sintomática, com invasão microbiana e inflamação das estruturas do trato urinário. Na ausência de infecção, essas estruturas são banhadas por uma corrente comum de urina estéril. O desenvolvimento de uma ITU depende dos efeitos interativos de patogenicidade da cepa, do tamanho do inoculado, do local e dos mecanismos sistêmicos de defesa do hospedeiro ( HARRINSON et al., 1998) O processo infeccioso é causado por bactérias (microrganismos invasores mais comuns), leveduras, fungos e vírus, podendo afetar tanto os rins como a pelve renal, os ureteres, a bexiga e a uretra, bem como as estruturas adjacentes, incluindo fáscia perinéfrica, próstata e epidídimo ( LEITE, 2). 1 Discente do Curso de Pós- Graduação em Microbiologia Aplicada Unioeste-Cascavel-Pr 2 Discente do Curso de Farmácia Unioeste Cascavel-Pr 3 Docente de Microbiologia CCMF- Unioeste- Cascavel-Pr E-mail : nrmarcondes@uol.com.br 4 Discente do Curso de Ciências Biológicas FAG- Cascavel-Pr

A ITU situa-se entre as infecções mais prevalentes no homem surgindo mais comumente por via ascendente sendo freqüentemente causadas por microrganismos do próprio paciente e, geralmente, devido a bactérias pertencentes a microbiota do trato intestinal. Na maioria das vezes essas infecções são causadas por um número limitado de espécies bacterianas (FRANCISCO, 2). Segundo LENZ (1994), as infecções do trato urinário (ITU) podem ser classificadas segundo os critérios: de acordo com a patogênese, a localização anatômica, com o tipo de infecção, características da infecção e, local e ocorrência da infecção. De acordo com a patogênese são classificadas em não complicadas e complicadas. As não complicadas referem-se a bacteriúria sintomática que é caracterizada pela presença de 1 5 UFC/mL de urina, de uropatógenos, em amostra de urina colhida por micção espontânea (jato médio) e assintomática. Entre os fatores de risco para a ITU no paciente comprometido está a hospitalização, pois a infecção urinária é a forma mais comum de infecção hospitalar, tanto em enfermaria clínica ou cirúrgica, quanto em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O paciente cateterizado é o de maior risco (85% dos casos); outros fatores importantes para a instalação da infecção urinária são o sexo feminino, a idade acima de 5 anos e a doença sistêmica grave. O diagnóstico preciso e precoce da ITU objetiva controlar um foco infeccioso significativo, impedindo a ocorrência de bacteremia secundária, e evitar seqüelas renais. Quanto aos métodos diagnósticos para ITU, a cultura quantitativa da urina é o método padrão comparativo utilizado para a análise e incorporação de outros exames exploratórios, sendo que o número de UFC/mL significativo para o diagnóstico varia com o tipo de cultivo: rotina, vigilância e especial ( COMITECH 98). O conhecimento dos microrganismos isolados com maior freqüência e o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos em uma unidade hospitalar revela-se de extrema importância para o estabelecimento da terapia empírica inicial. Este trabalho teve com objetivo avaliar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos das bactérias isoladas de uroculturas realizadas em um hospital universitário. 2 MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo retrospectivo por meio de levantamento dos resultados de uroculturas realizadas, no período de julho de 23 a junho de 27, pelo Laboratório de Análises Clínicas- setor de microbiologia do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). As 149 culturas realizadas foram de pacientes internados, de ambos os sexos e com idade de a 6 anos ou mais. As culturas quantitativas foram realizadas e interpretadas segundo as orientações do CUMITECH-2A-98. As bactérias isoladas foram identificadas e realizado o Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos por disco difusão segundo NCCLS/ CLSI. Para os Cocos Gram Positivos (CGP) foram observados os resultados dos antimicrobianos azitromicina, ciprofloxacina, gentamicina, tetraciclina, oxacilina, nitrofurantoína e vancomicina. Para as bactérias não fermentadoras da glicose os antimicrobianos examinados foram: aztreonam, cefepima, ceftazidima, imipenem, ticarcilina/ácido clavulâmico e ampicilina/sulbactam (para Acinetobacter sp). Para enterobactérias os antimicrobianos examinados foram : aztreonam, cefepima, ceftazidima, amicacina, ciprofloxacina, imipenem e ampicilina/sulbactam e nitrofutantoina. Os resultados do teste foram expressos como Sensível (S), Intermediário (I) e Resistente ( R).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Das 147 uroculturas 464 (44,3%) foram negativas e 583 (55,7%) positivas. Das positivas 556 (95,4%) e 27 (4,6%) apresentaram respectivamente um tipo e dois tipos de microrganismos. Nas culturas positivas foram encontradas 18 (17,7%) Cocos Gram Positivos (CGP), 429 (7,4%) enterobactérias, 6 (9,8%) bactérias não fermentadoras da glicose e 13 (2,1%) leveduras, apresentado no Gráfico 1. A distribuição em relação ao sexo foi: CGP (5% para cada sexo), enterobactérias (feminino 52,7% e masculino 47,3%), não fermentadores (feminino 48,4% e 51,6% masculino). CGP NÃO FERMENTADOR ENTEROBACTÉRIAS LEVEDURAS Figura 1. Freqüência de grupos microbianos isolados de cultura de urina A freqüência de S. aureus nas culturas positivas foi de 3,1%. Em relação às leveduras, elas podem causar infecções principalmente em pacientes imunocomprometidos. Existem vários fatores de predisposição associados ao desenvolvimento de infecções por Candida spp, tais como utilização prolongada de antimicrobianos de amplo espectro, neoplasias e diabete, terapias imunossupressoras e outros eventos que alteram os mecanismos de defesa do hospedeiro. As infecções fúngicas do trato urinário em pacientes hospitalizados tem prevalência que varia de 6,5% a 2%. Portanto, o resultado obtido é inferior ao relatado na literatura (GIUDICE (1998),. Das enterobactérias os gêneros e espécies mais encontrados foram: E. coli (n158 36,8%), K. pneumoniae (n69 16,1%), E. aerogenes (n45 1,5%) e P. mirabilis (n42 9,8%).

nº de cepas 2 15 1 5 Ampicilina Norfloxacin Nitrofurantoína Gentamicina Tetraciclina Oxacilina Vancomicina S ensível Intermediário R esistente Figura 2. Sensibilidade apresentado por cepas de S.aureus isolados de urina A figura 3 apresenta as porcentagens de sensibilidade aos antimicrobianos das enterobactérias mais isoladas. 1 Porcentagem de sensibilidade 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Aztreonam Ceftazidima Sulf/Trimet. Tetraciclina Imipenem Gentamicina Amp/sulb. E.coli K. pneumoniae Proteus sp Figura 3. Porcentagem de sensibilidade aos antimicrobianos apresentado por cepas de enterobactérias isoladas de urocultura Dos não fermentadores da glicose P. aeruginosa foi a espécie mais encontrada (35 58,3%) seguida de A. baumannii (22 36,7%). Bactérias não fermentadoras da glicose, embora ubíquas, não são achados comuns como agente causal de ITU em ambiente comunitário. Em ambiente hospitalar pode ocorrer a colonização pelas mesmas, principalmente em pacientes com cateter de alívio e imunodeprimidos ( ASSIS, 21).

A figura 4 apresenta o padrão de resistência das cepas isoladas. 9 Porcentagem de Resistência 8 7 6 5 4 3 2 1 A. baumannii P. aeruginosa Aztreonam Ceftazidima Sulf/Trim. Tic/ác. Clav Imipenem Norfloxacin Figura 4. Resistência apresentada por cepas de A. baumannii e P. aeruginosa isoladas de uroculturas A multiresistência apresentada por bactérias não fermentadoras da glicose é um fato comum quando as cepas são isoladas em ambiente hospitalar. 4 CONCLUSÕES Não existe diferença significativa na freqüência de ITU quando foi analisado o sexo dos pacientes. Como o esperado, as enterobactérias tiveram maior incidência (7,4%) e destas a mais freqüente foi Escherichia coli com 36,8% dos casos. É observada, também, a nítida sensibilidade (1%) das bactérias ao imipenem, REFERÊNCIAS ASSIS, A.M.L.; HONORIO, L.C.; SANTOS, I.B.; SANTOS, L.F. Padrão de resistência de amostras de Pseudomonas aeruginosa isoladas em laboratórios clínicos de João Pessoa. News Lab, n. 48, out./nov. 21. FRANCISCO, W., 2. Infecções do trato urinário. Disponível em: www.fleury.com.br/mednews/11/mdconttcb11/htm. Acesso em: 17 fev. 22. GIUDICE, M.C.; SAKAGAMI, E.T.; MENDES, C.M.F. Avaliação do exame de urina em uroculturas positivas para leveduras e determinação do MIC para drogas antifúngicas. Laes e Haes, v. 5, n. 115, out./nov. 1998. HARRINSON, T.R.; FAUCI, A.S.; BROUNWALD, E. et al.. Medicina interna. 14ª dição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. LEITE, H.P., 2. Infecção urinária. Disponível em: www.nossasaude.com/urinaria.html. Acesso em: 24 fev. 22. LENZ, L.L. Infecção urinária. 1ª edição, São Paulo: BYK, 1994.