Research focuses of equine infectious anemia by official veterinary service in Canhotinho municipality, state of Pernambuco, Biennium

Documentos relacionados
<> ANEXO NORMAS PARA A PREVENÇÃO E O CONTROLE DA ANEMIA INFECCIOSA EQÜINA - A.I.E. CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES

RAIVA DOS HERBÍVOROS NO BRASIL

Ocorrência do Mormo no Estado de São Paulo

Cenário atual e perspectivas da pecuária no MS Campo Grande 22/Setembro/2016

Guilherme H. F. Marques Diretor do Departamento de Saúde Animal/SDA/MAPA

Jean Berg Alves da Silva HIGIENE ANIMAL. Jean Berg Alves da Silva. Cronograma Referências Bibliográficas 09/03/2012

Nota Técnica nº 13 LEISHIMANIOSE VICERAL

SISTEMA BRASILEIRO DE SAUDE ANIMAL: Operacionalidade e Competências

Lamentável caso de Mormo, em Minas Gerais

FEBRE AFTOSA LEGISLAÇÕES RELACIONADAS AO TRÂNSITO DE ANIMAIS

Impactos do uso de Produtos Veterinários e de Alimentos para Animais na produção de alimentos seguros

Esplanada dos Ministérios, Edifício Principal, 2º andar Brasília-DF Tel. (061) NOTA TÉCNICA N.º 161 /2010 DEVEP/SVS/MS

Departamento de Saúde Animal. Avanços e Desafios do Programa Nacional de Febre Aftosa no Brasil

Lesões. Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa PNEFA. Ocorrência (2009)

INFORME TÉCNICO 001/2016

PORTARIA No- 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016

SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA

REALIZAÇÃO DE CURSO DE EMERGÊNCIA SANITÁRIA EM ENFERMIDADES VESICULARES PARA ATUALIZAÇÃO DO GRUPO ESPECIAL DE ATENÇÃO A SUSPEITA DE ENFERMIDADES

PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA A ERRADICAÇÃO DOS FOCOS DE FEBRE AFTOSA NOS MUNICÍPIOS DE ELDORADO, JAPORÃ E MUNDO NOVO

SP INTERLÁCTEA 2013 EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DO AGRONEGÓCIO DO LEITE

Assunto: Atualização da investigação de caso suspeito de sarampo em João Pessoa/PB - 22 de outubro de 2010

REQUISITOS E CERTIFICADOS ZOOSSANITÁRIOS PARA O INTERCÂMBIO DE ANIMAIS CAPRINOS ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL (REVOGA RES.

REQUISITOS E CERTIFICADOS ZOOSSANITÁRIOS PARA O INTERCÂMBIO DE ANIMAIS OVINOS ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL (REVOGA RES GMC Nº 66/94)

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Secretaria da Saúde

Seminário Internacional Pré-COSALFA. Assunção-Paraguai, 7 de maio de Tema III: Vacinação

Boletim Semanal da Dengue

Curso Preparatório. Concurso para Fiscal Agropecuário Estadual. Médico Veterinário SEAPA/RS. Previsão do edital: Agosto de 2013

Frequência de anemia infecciosa equina em equinos nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará durante o ano de 2010

RESSALVA. Atendendo solicitação do autor, o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 04/04/2016.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 24, DE 05 DE ABRIL DE 2004

PERFIL METABÓLICO E ENDÓCRINO DE EQUÍDEOS

Situação epidemiológica da tuberculose bovina no Estado de Mato Grosso

Vigilância Epidemiológica. Profa. Rachel Sindeaux

.Art. 1º Aprovar as Normas para o Controle e a Erradicação do Mormo..Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Estudo retrospectivo da anemia infecciosa equina na região médio-norte matogrossense, Brasil, *

OCORRÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À IDENTIFICAÇÃO DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA EM EQUÍDEOS DE TRAÇÃO

ORIENTAÇÕES REFERENTES A INSTRUÇÃO NORMATIVA N 25/2012 PRODUTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL (PRODUTOS CONTROLADOS)

SISTEMA DE DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANIMAL AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL E DO GOVERNO DE RONDÔNIA NA PREVENÇÃO DA FEBRE AFTOSA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES RAIVA

NOTA TÉCNICA Nº 039 /2014 Grecs/GGTES/Anvisa

Defesa sanitária animal e ensino da medicina veterinária

Casos de FHD Óbitos e Taxa de letalidade

Programa de Capacitação de Agentes Fiscais SANTA MARIA: 14/08/2013

AVALIAÇÃO DA ROTINA DO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA. Palavras chaves: Isolamento, antimicrobianos, leite, resistência.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA - PORTARIA Nº 204 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 Prof.ª Natale Souza

Biosseguridade Nacional contra PEDv:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. GABINETE DO MINISTRO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 2, DE 29 DE JANEIRO DE 2007.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA Departamento de Inspeção de Produtos de Origem

Boletim eletrônico. Anemia Infecciosa Equina. Ano1-Nº2 30 de Dezembro de IDAF/DDSIA/SEAR (Dados de janeiro a outubro de 2010) INTRODUÇÃO

Vigilância da doença causada pelo zika vírus nos Estados Unidos

28/11/2012. Programa Nacional de Sanidade Suína (PNSS) Responsabilidades. Responsabilidades. Zona livre PSC. Lavagem

1.12 Nome do Supervisor de Campo: Nº de Inscrição no Conselho de Classe:

Audiência Pública 17/08/2015. Projeto de Lei 1.738/2011

BRASIL. Lesões. Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa - PNEFA. Ocorrência (2009) Prof. Dr. Fabio Gregori VPS-FMVZ-USP

Não Conformidade, Ação Corretiva e Ação Preventiva

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ATUAL

a) Requerimento dirigido ao Chefe da DFDSA, solicitando credenciamento ou renovação para comercializar aves vivas

Ministério Público do Estado de Mato Grosso Promotoria de Justiça de Água Boa

LEI MUNICIPAL Nº 2.124/2013, DE 19 DE SETEMBRO DE 2013.

Assunto: Atualização dos casos notificados de microcefalia no estado da Bahia.

NORMA INTERNA DIPOA/SDA Nº 01, DE 17 DE JUNHO DE 2015

Ministério da Saúde Plano Brasileiro de Preparação para uma Pandemia de Influenza

EDITAL N. º 34 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL

Situação epidemiológica da nova influenza A (H1N1) no Brasil, até semana epidemiológica 31 de 2009

CEMEQ/UNICENTRO Centro em Medicina Equina da UNICENTRO

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

4. O Chefe do SVA/UVAGRO divulgará em edital, na sede da Unidade, o horário regulamentar para recebimento e entrega de documentos.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 05 VÍRUS ZIKA SEMANA 15 MATO GROSSO DO SUL / 2016

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HEPATITE A NOTIFICADOS EM UM ESTADO NORDESTINO

Informe Técnico. Assunto: Informe sobre a situação do sarampo e ações desenvolvidas - Brasil, 2013.

MENINGITE E DOENÇA MENINGOCÓCICA. Profa. Maria Lucia Penna Disciplina de Epidemiologia IV

CARTILHA DE INSTRUÇÃO PARA ACESSO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO OU CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO

4º Seminário Nacional sobre Importação para Pesquisa

Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergência Veterinária

PORTARIA SDA Nº 48, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2006.

MUNICÍPIO PASSAGEM FRANCA DO PIAUÍ. 1.1 Caracterização física COORDENADA/DIVISÃO REGIONAL/LIMITE Latitude Longitude

SEMINÁRIO SUL-BRASILEIRO DE GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS

Evidências obtidas a partir das investigações de óbitos parte 2

FORM-IN - FORMULÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DE DOENÇAS (INICIAL) Versão:jun/03

Direcção de Serviços de Saúde e Protecção Animal

Orientações gerais RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

TÍTULO: OCORRÊNCIA DE LEISHMANIA SP DETECTADA POR PCR EM LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA PARTICULAR DE SP

Roteiro Testes sorológicos e moleculares no diagnóstico das doenças infecciosas: o que é necessário saber? Download da aula e links.

Doutoranda: Carolina de Gouveia Mendes

AVANÇOS NO COMBATE À LEISHMANIOSE EM CAMPO GRANDE, MS. Senhoras e senhores deputados,

Vigilância de sarampo e rubéola

Situação epidemiológica da nova influenza A (H1N1) no Brasil, 2009

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 25, DE 15 DE ABRIL DE 2003

ORIENTAÇÕES REFERENTES À INSTRUÇÃO NORMATIVA N 25/2012 PRODUTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL (PRODUTOS CONTROLADOS)

SISTEMA DE CADASTRO E ANÁLISE DO EXAME DE BRUCELOSE

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO TUBERCULOSE

Parte I: Informações relativas à remessa enviada

ANEMIA INFECCIOSA EQUINA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E LABORATORIAIS

EFAPI EXPOSIÇÃO FEIRA AGROPECUÁRIA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE PONTA GROSSA

ESTUDO RETROSPECTIVO DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA NA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARÁ, BRASIL, *

Programa Analítico de Disciplina NUR300 Epidemiologia

Experiência de Avaliação das Capacidades Básicas e de implementação do RSI(2005) em Cabo Verde

IT INSTRUÇÃO DE TRABALHO COMBATE A FRAUDES DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL. Data de Vigência: 01/08/2016. Carla Fernanda Sandri Rafael Dal RI Segatto

NR-32 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Transcrição:

INVESTIGAÇÃO EM FOCOS DE ANE- MIA INFECIOSA EQUINA PELO SERVI- ÇO VETERINÁRIO OFICIAL NO MUNI- CÍPIO DE CANHOTINHO, ESTADO DE PERNAMBUCO, NO BIÊNIO 2012-2013 1 Médico Veterinário autônomo. 2 Fiscais Estaduais Agropecuários, ADAGRO. Doutorandos do Programa de Pós-graduação em Ciência Veterinária da UFR- PE. Email para correspondência: franciscodavid@adagro. pe.gov.br 3 Fiscal Estadual Agropecuária, Doutora em Ciência veterinária, Gerente Geral da ADA- GRO. 4 Professor adjunto, Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE. 5 Fiscal Estadual Agropecuário, Mestre em Ciência Animal nos Trópicos, UFRPE. Research focuses of equine infectious anemia by official veterinary service in Canhotinho municipality, state of Pernambuco, Biennium 2012-2013 Joab Félix Carvalho de MOURA 1 ; Paula Regina Barros de LIMA 2 ;; Fabrício dos Santos SIL- VA 5 ; Francisco David Nascimento SOUSA 2 ;Erivânia Camelo de ALMEIDA 3 ;José Wilton PI- NHEIRO JÚNIOR 4 PALAVRAS - CHAVE KEYWORDS INTRODUÇÃO agreste meridional, doença infecciosa, equino. southern agreste, infectious disease,equine. De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a Anemia Infecciosa Equina está enquadrada como doença de notificação obrigatória imediata ao serviço veterinário oficial, que no Brasil é composto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelos órgãos estaduais de Defesa Sanitária Animal. Visando o fortalecimento do complexo agropecuário destas espécies, foi instituído pelo MAPA o Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos, e por meio da Instrução Normativa n 45, de 15 de junho de 2004, aprovou normas para a prevenção e o controle da AIE em território brasileiro. Para atender condições epidemiológicas peculiares ao estado de Pernambuco, as ações são determinadas pela CECAIE-PE. Diante da importância dessa enfermidade na equideocultura nacional, objetivou-se com este trabalho relatar os casos de AIE ocorridos no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013 no município de Canhotinho/PE e descrever as respectivas ações implementadas pelo serviço veterinário oficial para que possam servir de subsídios numa avaliação posterior quanto à eficácia das medidas adotadas para o controle e o combate da doença no estado de Pernambuco. MATERIAL E MÉTODOS Natureza e número das notificações de casos suspeitos ou confirmados de AIE Foram utilizados dados oriundos de testes de diagnósticos realizados em laboratórios credenciados requisitados por veterinários da iniciativa privada; resultados laboratoriais decorrentes da vigilância epidemiológica em propriedades vínculo e resultados de testes cuja motivação inicial foi a suspeita clínica. 358

Ações de controle executadas pelo Serviço Veterinário Oficial Foram descritas detalhadamente as atividades executadas pelo serviço veterinário oficial diante das notificações de casos suspeitos ou confirmados de AIE, incluindo procedimentos e formulários utilizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO No período de execução deste trabalho (biênio 2012/2013) foram registrados 19 focos de AIE em uma população de 592 equídeos, entre os quais 75 (setenta e cinco) reagiram positivamente à prova sorológica de Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA), implicando numa prevalência média de 12,67%. Dos estabelecimentos rurais estudados 35,8% resultaram em foco para AIE e a prevalência média anual entre os animais foi de 6,37%. A distribuição espacial das propriedades envolvidas no estudo está evidenciada na figura 1. Os resultados são superiores aos identificados na Paraíba (2,86%), Rio Grande do Norte (1,29%) e Ceará (3,10%) por SILVA et al. (2010). Todavia, ALMEIDA et al. (2006), encontraram resultados similares no estado de Minas Gerais ao determinarem uma prevalência de 5,29% em animais de rebanho e 3,1% em animais de serviço. O número significativo de propriedades atendidas devido ao vínculo epidemiológico e os atendimentos por suspeita clínica refletem o trabalho bem conduzido pelo serviço veterinário oficial do estado de Pernambuco, ao realizar além da eliminação dos animais positivos, a vigilância em propriedades vizinhas aos focos, e também pela sensibilização dos produtores a partir das orientações técnicas prestadas. Com relação às atividades de Defesa Sanitária Animal frente a uma no tificação de AIE, foram descritas as seguintes ações: 1) Levantamento de informações sobre a propriedade no banco de dados-sia- PEC (dados cadastrais de produtores, propriedades, coordenadas geográficas, vias de acesso, trânsito de animais e vacinações); 2) Lavratura dos termos oficiais Interdição e proibição do trânsito de equídeos; 3) Identificação do animal soropositivo através da resenha contida no laudo laboratorial e isolamento para posterior sacrifício. 4) O FORM IN (Formulário de Investigação de Doenças - Inicial) é preenchido para registrar o primeiro atendimento do médico veterinário oficial no caso de suspeitas ou focos de doenças animais de notificação obrigatória, cujas informações seguem um fluxo documental na ADAGRO e servem de fonte para gerenciamento pelo MAPA. 5) Ainda na primeira visita do SVO na propriedade foco, faz-se um levantamento de todos os equídeos existentes para que sejam submetidos a coletas de sangue para realização de teste de diagnóstico por IDGA, assim como os animais de propriedades vizinhas ou que tiveram algum outro tipo de vínculo epidemiológico com o foco. 6) Após a eutanásia do animal positivo é lavrado um termo de sacrifício assinado pelo veterinário executor e testemunhas, não cabendo indenização ao proprietário do animal. Dos 75 equídeos positivos para AIE, 74 foram sacrificados pelo SVO e 1 animal morreu devido a progressão da doença antes mesmo da confirmação laboratorial. 7) A partir do segundo atendimento à propriedade foco, é preenchido o FORM 359

COM (Formulário de Investigação de Doenças Complementar) com o objetivo de elencar informações complementares, e quando da colheita de sangue, é utilizado também o FORM LAB (Formulário de Colheita de Amostras) para acompanhar os soros a serem testados pelo laboratório oficial. 8) Em posse de dois exames negativos consecutivos em intervalos de 30 a 60 dias, a propriedade é desinterditada. Caso detecte-se resultado positivo nesse intervalo reinicia-se todo o processo. Paralelamente às ações de saneamento foram realizadas palestras e orientações técnicas sobre a AIE abordando as principais medidas de controle da enfermidade. Uma vez que as condições edafoclimáticas do município de Canhotinho são propícias ao desenvolvimento dos vetores mecânicos da AIE e associado ao grande efetivo de equídeos nestas áreas e a não adoção de práticas de controle da doença por parte dos proprietários podem ter favorecido a disseminação da enfermidade dentre esses animais, condições que corroboram com ISSEL et al. (1990) ao afirmarem que o risco de transmissão aumenta, também, com a prevalência da doença na propriedade, a diversidade e abundância dos vetores e a distância entre os animais. Segundo CORRÊA & CORRÊA (1992) a morbidade da AIE varia de acordo com as condições ecológicas, população de insetos hematófagos e densidade demográfica de equídeos.embora diversos autores (FOIL, 1983; CUENCA et al., 2011) salientem que não haja predileção por espécie, idade ou raça, no presente estudo, os machos foram mais prevalentes, em número absoluto, que as fêmeas. E entre os resultados por espécies, os muares apresentaram prevalência maior do que os equinos, 26 e 11% respectivamente (Tabela 1). CONCLUSÃO As ações de defesa sanitária animal executadas pela UVL de Canhotinho estão em conformidade com as diretrizes do PNSE e em perfeito atendimento a IN N 45, de 15 de junho de 2004 quando da detecção de focos, e da Resolução da CECAIE para peculiaridades inerentes ao combate e profilaxia da AIE no estado de Pernambuco. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, V.M.A.; GONÇALVES, V.S.P.; MARTINS, M.F., HADDAD, J.P.A.; DIAS, R.A.; LEITE, R.C.; REIS, J.K.P. Anemia infecciosa: prevalência em equídeos de serviço em Minas Gerais. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 58: 141-148, 2006. CORRÊA, W.M.; CORRÊA, C.N.M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2. 304 Ed. Rio de Janeiro: MEDSI, Cap.76, p.695-698, 1992. 305p. CUENCA, J.C.; PRADO, E.S. Prevalencia de anemia infecciosa equine em el municipio de Santa Clara, Cuba. REDVET. Revista Eletrónica de Veterinaria, v. 12, n.1, 2011. Disponível em: <http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/ n010111/011105.pdf> Acesso em: 16 de janeiro de 2014. de 2014. FOIL, L. A mark-recapture method for measuring effects of spatial separation of 360

horses on tabanid (Diptera) movement between hosts. Journal of Medical Entomology, Lanhan, v.20, n.3, 319 p.301-305, 1983. ISSEL, C.J.; McMANUS, J.M.; HAGIUS, S.D.; FOIL, L.D.; ADAMS, W.V. JR; MONTE LARO, 330 R.C. Equine infectious anemia: prospects for control. Dev. Biol. Stand. 72: 49-57, 1990. SILVA, C.F.; PEQUENO, N.F.; CLEMENTINO, I.J.; AZEVEDO, S.S.; SILVA, A. Frequência de anemia infecciosa equina em equinos nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará durante o ano de 2010. Braz.J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 50, n. 1, p. 12-17, 2013. 361

Figura 1 Distribuição das propriedades focos identificadas no município de Canhotinho/PE, 2012-2013. Tabela 1. Resultado laboratorial para pesquisa de AIE, por sexo para as espécies equina, muar e asinina; no município de Canhotinho, PE, registrados no Serviço Veterinário Oficial no período de 2012 a 2013 Equídeos Equinos Muares Asininos TOTA 1 L Sexo Nº animais Resultado Laboratorial Negativos % Positivos % Machos 286 247 86,36 39 13,64 Fêmeas 239 220 92,05 19 7,95 Subtotal 525 467 88,95 58 11,05 Machos 30 20 66,67 10 33,33 Fêmeas 33 26 78,79 7 21,21 Subtotal 63 46 73,02 17 26,98 Machos 2 2 100 0 0 Fêmeas 2 2 100 0 0 Subtotal 4 4 100 0 0 Machos 318 269 84,59 49 15,41 Fêmeas 274 248 90,51 26 9,49 Total 592 517 87,33 75 12,67 362