2007 INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO

Documentos relacionados
Estruturas Metálicas Uniderp Estruturas de Aço Prof. Willian de Araujo Rosa, M.Sc.

PONTES. Prof. Esp. Márcio Matos

Introdução ao estudo das Estruturas Metálicas

Sistemas Funiculares: Arcos e Cabos

formas funiculares: Sistemas Funiculares: Arcos e Cabos Estruturas flexíveis

PONTES. Prof. Esp. Márcio Matos

Tipologia das construções

Edifícios Altos. Edifícios de Andares múltiplos: Edifícios Altos. Divisão do Espaço do Edifício Residencial e Comercial

Arquitetura do Ferro. TH3 Teoria, História e Crítica da Arquitetura e Urbanismo III

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS

ESTRUTURAS METÁLICAS 1 Estruturas Metálicas e suas aplicações

MONTAGEM de MODELOS de PONTES

AULA 01: ASPECTOS GERAIS DAS ESTRUTURAS DE AÇO

Inserção de sistemas de construção industrializados de ciclo aberto estruturados em aço no mercado da construção civil residencial brasileira

Breve História das Construções. 2,5 milhões de anos: abrigos naturais; Uso de madeira, cipó, pele e osso de animais, galhos, gelo; Uso da pedra.

Pontes. Principais Tipos de Pontes. Conceituação. O uso do Aço na Arquitetura 1 Aluízio Fontana Margarido. Objetivo

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 07: Modelagem de Lajes

PERI Brasil. Museu do Amanhã. Helcio Moraes PERI Brasil Rio de Janeiro 2016 PERI Brasil Rio de Janeiro

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 09: Modelagem de Lajes

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 08: Modelagem de Lajes

Idade Moderna Idade Média Idade Moderna Idade Média

Alta (?) Tecnologia. Fundação Armando Alvares Penteado FAAP

Universidade Federal do Ceará. Mecânica para Engenharia Civil II. Profa. Tereza Denyse. Agosto/ 2010

ARQUITETURA E URBANISMO

PROF. DR. LORENZO A. RUSCHI E LUCHI

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 08: Modelagem de Pilares

Programa Analítico de Disciplina

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 07: Modelagem de Pilares

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 08: Modelagem de Pilares

A Arquitectura e a Segurança contra Incêndios:

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 3

Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia. Curso de Especialização em Estruturas TRABALHO FINAL

panorama da arquitetura internacional Euler Sandeville Junior

Reabilitação e Reforço de Estruturas

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 06: Modelagem de Pilares

Introdução aos Sistemas Estruturais

BOAS PRÁTICAS DE PROJETOS DE LAJES PLANAS

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 06: Modelagem de Pilares

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 03: Modelagem de Cabos

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 05: Modelagem de Vigas

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 03: Modelagem de Cabos

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 06: Modelagem de Vigas

Estação de Metrô Cidade Nova e Passarela sobre a Av. Presidente Vargas Rio de Janeiro

Introdução. Prof.: Raul Lobato

CURRÍCULO PROFISSIONAL

AUT-274 LUZ, ARQUITETURA E URBANISMO PROJETOS EXERCÍCIO 4 CAIXA DE LUZ

Seminário Ecocasa, QUERCUS - FLAD Novembro 05 arquitectura e energia

Perfis Metálicos: Métodos de Obtenção e Padronização

6º CONCURSO CBCA DE PROJETO EM AÇO PARA ESTUDANTES DE ARQUITETURA TEMA: BIBLIOTECA MEDIATECA PUBLICA

Coberturas com Estruturas em Cabos

Archidoodle. O livro de esboços do arquiteto. Steve Bowkett

Roteiro para o vídeo

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 09: Modelagem de Lajes

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 03: Modelagem de Cabos

Groupe igl CONSULTORIA E PROJETOS DE ENGENHARIA ESTRUTURAL

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 5

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 03: Modelagem de Cabos

REGISTOS E CUBAS. Descrição Aplicações Referências Instalação Informação ténica Dimensões ÍNDICE. Descrição

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 06: Modelagem de Vigas

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 03: Modelagem de Cabos

ESTRUTURAS DE PONTES

Unidades habitacionais de fachada única. Arq. Luiz Alberto Backheuser

The Brazilian cantilever method Foto - Cortesia do Eng. Narbal Marcellino ECV / UFSC - Florianópolis SC e do Prof. P. B.

VENCENDO GRANDES VÃOS COM A ENGENHARIA. Marcelo Francisco Vimieiro da Silva 1

Estruturas de Aço - Dimensionamento Prático - 7ª Ed. Walter Pfeil Ed. LTC

TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO II. António Morgado André

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Departamento de Engenharia de Estruturas Curso de Especialização em Estruturas TRABALHO FINAL

Importância da geometria da. insolação para a arquitetura e o desenho urbano

Sistemas Reticulados

Sistemas Reticulados 23/10/2016. Pórticos. Professores Ruy Marcelo O. Pauletti & Leila Meneghetti Valverdes 2º Semestre 2016

SEMINÁRIO INTERNACIONAL ESTRUTURAS EM AÇO

Somos uma empresa dedicada à prestação de serviços na área de Engenharia Estrutural

110 o uso do aço na arquitetura

Mounir Khalil El Debs. concreto pré-moldado. fundamentos e aplicações

libeskindllovet MEMORIAL DESCRITIVO PASSARELA UFABC

INDUSTRIALIZAÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS E TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS

ESTRUTURAS MISTAS. Alexandre L. Vasconcellos Diretor Método Estruturas

EXERCÍCIO 2: EDIFÍCIO RESIDENCIAL EM ÁREA CENTRAL

Produtos para Construção Mecânica

MEMORIAL DESCRITIVO PROPRIETÁRIO...AUTARQUIA MUNICIPAL DE TURISMO - GRAMADOTUR

Resumo. Palavras-chave. Pontes; Dimensionamento Estrutural; Estruturas de Aço. Introdução

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE ARTES E ARQUITETURA - CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

UNIDADE EDUCATIVA DE USO COMUNITÁRIO

PONTES José J. Oliveira Pedro

Ecotech Architecture:

Metais. Centro Universitário de Formiga

Materiais Metálicos: INTRODUÇÃO Engenharia Civil

M ADEIRA. Projeto estrutural. Módulos. Montagem do tabuleiro. Construção do mastro. Fundação do mastro. Passarela pronta

ESTUDO PRELIMINAR NÚMERO DO LAUDO: ENDEREÇO: Rua Henrique Gomes da Silva, Cuiabá - MT

Clima e Arquitetura: Moderna e Contemporânea

MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS Aula 03: Modelagem de Cabos

Terminal Sacomã. Vereador Osvaldo Giannotti

Projeto FINEP O Ensino de Ciências para a Conservação dos Recursos Naturais e o Ambiente Construído. Justificativa

Primórdios. rdios ESTRUTURAS RETESADAS (TENSOESTRUTURAS) Evolução das Tensoestruturas: Tenda Negra do Oriente

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE ARTES E ARQUITETURA - CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

A VIDA COMO ELA NÃO DEVERIA SER FATOS REAIS DA MINHA VIDA PROFISSIONAL

ESTRUTURA LAGE VIGA PAREDE COLUNA DEVEM ESTAR DEVIDAMENTE CONECTADOS TRANSMITIR CARGAS NÃO ESTRUTURAL

fundamentos e aplicações

Transcrição:

Sobre o autor: ALUÍZIO FONTANA MARGARIDO é engenheiro civil pela escola politécnica da USP (1960), e doutor em engenharia pela mesma universidade (1972). Na USP, foi responsável pela disciplina de sistemas estruturais, na faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Desde 1995, é professor das disciplinas de sistemas estruturais (curso de arquitetura) e pontes (curso de engenharia civil), na universidade São Judas Tadeu. Também é consultor técnico da Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projeto, empresa da qual foi diretor durante 36 anos. É autor do livro Fundamentos de Estruturas. Ficha técnica desta edição: Produção: CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço Coordenação e revisão: Sidnei Palatnik Projeto Gráfico: Caetano Sevilla e Sidnei Palatnik Editoração Eletrônica: Caetano Sevilla São Paulo 2007 Fotos: Sidnei Palatnik (exceto quando indicado) Ficha Técnica da 1ª Edição Produção: Nexem Universidade Federal do Espírito Santo Coordenação: Tarcísio Bahia Projeto Gráfico: Ana Claudia Berwanger e Ricardo Gomes Gráficos: Ricardo Gomes e Leonardo Zamprogno Editoração Eletrônica: Ana Claudia Berwanger e Ricardo Gomes Vitória, 2002. 2007 INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualque meio, sem a prévia autorização desta Entidade. Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Informações do IBS/CBCA M327u Margarido, Aluízio Fontana O uso do aço na arquitetura / Aluízio Fontana Margarido Rio de Janeiro: IBS/CBCA, 2007. Formato Eletrônico Ilustrado Bibliografia ISBN 978-85-89819-14-5 1. Aço na construção 2. Propriedades do aço 3. Estruturas metálicas 4. Pontes 5. Estruturas treliçadas 6. Perfis de aço 7. Classificação dos aços CDU 624.014.2:72 1ª Edição 2002 2ª Edição 2007 Instituto Brasileiro de Siderurgia / Centro Brasileiro da Construção em Aço Av. Rio Branco, 181 / 28º Andar 20040-007 - Rio de Janeiro - RJ e-mail: cbca@ibs.org.br site: www.cbca-ibs.org.br

Apresentação O conteúdo original desta publicação foi composto a partir de apontamentos utilizados para um curso ministrado pelo Prof. Aluízio Fontana Margarido, como material de apoio a aula. Nesta edição estamos procedendo a uma revisão e ampliação deste conteúdo. Para mais informações sobre estruturas de aço, recomendamos consultar as referências bibliográficas, no final do capítulo 14. Centro dinâmico de serviços, capacitado para conduzir uma política de promoção do uso do aço na construção com foco exclusivamente técnico, o CBCA está seguro de que esta publicação enquadra-se no objetivo de contribuir para a difusão de competência técnica e empresarial do país. Índice Geral Cap. 1 - Histórico da Construção em Aço Cap. 2 - Propriedades dos Aços e sua Classificação Cap. 3 - Perfis Metálicos: Métodos de Obtenção e Padronização Cap. 4 - Meios de Ligação Cap. 5 - Representação Gráfica: Desenhos de Projeto e de Oficina Cap. 6 - Fabricação e Transporte Cap. 7 - Pré-Dimensionamento de Estruturas Cap. 8 - Detalhes de Projeto na Interface da Estrutura de Aço com Outros Materiais Cap. 9 - Montagem das Estruturas Metálicas Cap. 10 - Edifícios Altos Cap. 11 - Coberturas com Estruturas em Cabo Cap. 12 - Coberturas com Estruturas Treliçadas Cap. 13 - Exercícios de Pré-Dimensionamento de Edifícios Cap. 14 - Pontes Referências Bibliográficas

Histórico da Construção em Aço Posicionar os principais marcos no desenvolvimento do uso do aço como material estrutural no contexto geral das técnicas construtivas. 1779 1846 1848 1930 (WWW.VISITINGDC.COM/NEW-YORK) (GOLONDON.ABOUT.COM) (MICHAEL DAVIES) 1200 Marco Polo faz menção a pontes metálicas na China e na Índia. 1700 Inicia-se o moderno cálculo estrutural. 1779 Ironbridge, em Coalbrookdale, de Abraham Darby, considerada a primeira obra em estrutura metálica, ponte de ferro fundido, com 30 m de vão (Inglaterra). 1780 Grande difusão, até 1820, de pontes em arco de ferro fundido 1820 Início da laminação de trilhos. 1824 Josef Roebling produz cabos de aço e os utiliza na ponte do Niágara 1846 Britania Bridge, ponte de estrutura tubular de seção quadrada com vãos de 69, 138, 138 e 69 m (Inglaterra). 1848 Palm House, de Decimus Burton (Londres). 1851 Palácio de Cristal, de Joseph Paxton (Londres). 1855 Lambot, na França, constrói a primeira peça de cimento armado com aço. E faz um barco! 1861 Monier, jardineiro francês faz vasos de concreto armado 1867 Monier patenteia uma série de peças em concreto armado e é praticamente nesta data que nasce o concreto armado. 1870 Início da laminação de perfis. 1885 Home Insurance Building, em Chicago 1889 Galeria das Máquinas, em Paris (França). 1890 O aço substitui o ferro forjado e torna-se o principal material estrutural. 1900 Mailart projeta pontes de concreto incorporando às pontes um extraordinário senso estético 1 1904 É publicada a primeira norma de concreto armado na Alemanha. 1907 Cai a ponte de Quebec, e, em função do acidente, contribui muito para o desenvolvimento do cálculo estrutural. 1924 Freyssinet desenvolve o Concreto protendido utilizando cabos de aço de alto desempenho. 1926 Ponte Hercílio Luz, de 343 m, utilizando cadeia de barras (Florianópolis). 1930 Inaugurado o Chrysler Building, de William Van Alen, com 77 pavimentos 1931 Empire State Building, de Shreve, Lamb and Harmon Architects, com 102 pavimentos Ponte de aço em arco, em Kill, com 505 metros de vão A Associação Brasileira de Cimento Portland propõe o primeiro regulamento brasileiro para o cálculo do concreto armado.

1962 1973 Ponte de Maracaibo, com tabuleiro de concreto e vão 232 m (Venezuela). Edifíco Palácio do Desenvolvimento (Brasília). 1935 Verrazano Narrows, ponte suspensa com vão 1278 m Golden Gate, ponte suspensa com 1260 m de vão Ile d Orleans, ponte de 317 m (França). 1940 Ponte de Tacoma, ponte suspensa com vão de 840 m 1949 Primeira ponte de alumínio (Canadá). 1951 Cologne Muelheim II - ponte suspensa ortótropa com vão de 310 m (Alemanha). 1955 Cologne Rodenkirchen, ponte suspensa ortótropa com 372 m (Alemanha). 1958 Seagram Building Mies van der Rohe 1959 Palácio do Café- Drogadada (São Paulo) 1961 Edifício Avenida Central (Rio de Janeiro). 1964 1974 Saint Nazaire, ponte estaiada com vão de 394 m (França). 1966 Sears Tower, Chicago, com 110 pavimentos Escritório Central da CSN Volta Redonda - Rio de Janeiro. 1975 Ponte Bum Creek, 204 m de vão, ponte em arco (USA). Ponte Salazar, ponte suspensa ferroviária e rodoviária vão 997 m Severn Bridge, ponte ortótropa suspensa vão 972 m (Inglaterra). 1967 Friedrich Ebert ponte estaiada vão 276 m (Alemanha). Humber River, ponte de 1374 m (Inglaterra). 1977 Centro Pompidou, de Renzo Piano & Richard Rogers (Paris). 1979 Palácio de Congressos da Bahia. 1980 Hangar da Varig (Rio de Janeiro). 1969 1984 Manheim: Ponte suspensa vão 286 m (Alemanha). Sede do Banco Progresso (Belo Horizonte). 1971 1985 Inicia-se a oferta de uma grande gama de aços que apresentam tensões de escoamento 1700 kgf/m 2 à 2 7000 kgf/m. Hong Kong & Shanghai Bank, Norman Foster & Associados (China). Erskine Bridge, ponte estaiada com vão de 300 m (Escócia) Ópera de Arame (Curitiba). Ponte El Alamillo, de Santiago Calatrava, em Sevilla (Espanha). 1994 Kansai Airport, Renzo Piano (Japão). Estação Ferroviária de TGV Lyon - Satolas, de Santiago Calatrava (França). 1997 Museu Guggenheim, em Bilbao, de Frank Gehry (Espanha). Ernesto Tarnoczy É construída, pela primeira vez no mundo, uma ponte em balanços sucessivos, no rio do Peixe, executada pelo engenheiro brasileiro Emílio Baumgart. 1992 1998 Ponte Akashi Kaikyo, com 45 Km de extensão (Japão). 2004 Taipei 101, de C.Y.Lee, em estrutura de aço, com 101 pavimentos e 509 m de altura (Taiwan). 2004 1992 Estação Largo 13 de Maio. Centro Empresarial do Aço (São Paulo). Instituto Cultural Itaú (São Paulo). 1977