Doação de leite materno salva vidas de bebês nas UTIs Além do atendimento especializado que somente a UTI Neonatal pode oferecer aos bebês prematuros, o leite materno é fundamental para que se desenvolvam e, muitas vezes, sobrevivam porque contém imunoglobulina, substância que tem a função de proteger. É o caso da pequena Fernanda Dambros, de 1 ano e 6 meses, que precisou da doação do leite materno enquanto esteve internada durante 41 dias no Hospital de Clínicas, em Curitiba. Minha filha só está viva hoje porque recebeu a doação de leite materno enquanto estava na UTI, afirmou Sibele Fernanda Fagundes Dambros, mãe da Fernanda. Sibele teve complicações durante a gravidez e precisou fazer uma cesárea com apenas 29 semanas de gestação. Fernanda, por pesar apenas 1,330 quilo ao nascer, precisou de cuidados extras na UTI e a mãe não tinha leite para amamentá-la. De duas em duas horas, a recém-nascida recebia 2 mililitros de leite. O problema é que o número de doadoras ainda é muito pequeno. A doação é necessária para atender 100% dos bebês que estão nas UTIs neonatais do Estado, prematuros ou com problemas cardíacos. O bebê prematuro, ao receber um leite materno, mesmo que de doação, tem tudo que há de melhor para amenizar as consequências do parto precoce, como problemas de infecção e respiratórios, explica o pediatra José Carlos Amador. O leite materno vai proteger a criança de doenças próprias do ser humano, inclusive infecções no intestino, comuns quando se alimenta com o leite de vaca, destacou. ESTOQUES Se não fosse o leite doado à pequena Fernanda, ela não sobreviveria. A falta de leite materno nos bancos de leite se agrava nos meses de janeiro e fevereiro, devido, principalmente, ao período de férias. Assim como o sangue, o estoque de leite precisa ser reposto diariamente. Crianças como Fernanda, que nascem prematuramente, precisam desse leite para reduzir o risco de alergia e prevenir a baixa imunidade e a obesidade. O médico afirmou ainda que estudos comprovam que a criança que mama no peito é mais inteligente, raramente tem problemas de sobrepeso, cresce mais rápido e não tem problemas alérgicos. Um fator que contribui para o baixo índice de doação de leite materno, segundo Amador, é o mito de que pode faltar o alimento para o seu próprio filho. Quanto mais ela amamenta, mais leite produz e o seu filho recebe um leite muito mais rico em lipídio, o que é ótimo, afirma.
No Paraná, o Governo do Estado mantém Bancos de Leite Humano que buscam a doação nas residências das doadoras, como o Hospital Universitário de Londrina, o Hospital Universitário de Maringá e o Hospital Universitário de Cascavel. Basta a doadora ligar para o banco de leite e solicitar uma visita. As equipes dos Bancos de Leite vão até a residência e disponibilizam material esterilizado, gorro, máscara e dão orientações de como deve ser feita a coleta. A orientação às mães que residem em municípios onde não há Banco de Leite do Estado é procurar a Unidade de Saúde mais próxima para saber como podem fazer a doação. Na Capital, além da Unidade de Saúde, as mães devem procurar o Hospital de Clínicas e o Hospital Evangélico, que possuem Banco de Leite. OBJETIVO QUE ALIMENTA Jaqueline Gluck, 29 anos, teve seu primeiro filho há 2 meses e meio. Aos 11 dias de vida do pequeno Vítor, ela despertou o interesse de ser doadora de leite. Eu tinha muito leite e precisava esgotar para ele poder mamar. Quando eu via todo aquele leite indo pelo ralo, ficava com dó e percebi que eu podia fazer o bem a outras crianças também, conta. Vítor nasceu com 2,980 kg de parto normal um dos fatores que contribuem para a produção de leite da mãe. No parto normal, a mulher se sente disposta em apenas seis horas. Já na cesárea, ela sente dores fortes da cirurgia, o que atrapalha no momento da amamentação nos primeiros dias, afirma o pediatra José Carlos Amador. Mas, de acordo com o médico, o parto é apenas um dos fatores, pois o fato de ter leite ou não está ligado ao emocional da mulher e à alimentação e hidratação adequadas durante o período da amamentação. O sentimento de querer amamentar estimula a produção de leite. A mãe que dá à luz pensando em qual leite industrializado vai dar ao seu filho quando ela voltar a trabalhar já tem uma produção menor de leite, disse. Portanto, é preciso apenas pensar em querer amamentar seu filho e em mais nada, completou. Jaqueline conta que teve uma gravidez tranquila e hoje ela doa 1 litro de leite por semana ao Hospital das Clínicas de Curitiba. Ela lembra que também teve o receio de não ter leite suficiente para o seu filho ao fazer a doação. Isso é um mito porque quanto mais eu tiro leite para doar, mais eu tenho e o fato de poder ajudar a salvar vidas de outros bebês é muito recompensador, afirmou. Além disso, Jaqueline conta que ao se informar sobre os benefícios da amamentação, soube que o ato diminui a incidência do câncer de mama e ajuda a recuperar o peso anterior à gestação. É um esforço
manter tudo esterilizado e esgotar leite com a máxima higiene toda manhã e toda noite. Mas isso leva menos de cinco minutos e eu me coloco no lugar das mães que não têm como amamentar seus filhos, destacou. Eu recomendo que mais mães doem. É um ato simples, é um ato de amor, é um ato de salvar vidas, completou a mãe do pequeno Vítor. ONDE DOAR Maringá O Banco de Leite do Hospital Universitário de Maringá atende prematuros internados em UTI neonatal, que pesam entre 500 gramas e 1,5 quilo, da Santa Casa de Maringá, Hospital Paraná, Hospital Santa Rita e Hospital São Marcos, além das santas casas de Campo Mourão e Paranavaí. A média mensal de leite doado à unidade é de 300 litros/mês. As possíveis doadoras do Banco de Leite do HU de Maringá devem entrar em contato pelo telefone (44) 3011-9174. Também poderão ir até o banco para receber as orientações, mas, mesmo assim, é preciso marcar horário antes, no mesmo telefone. O HU fica na Avenida Mandacaru, 1590, Jardim Parque das Laranjeiras. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Londrina O Banco de Leite do Hospital Universitário de Londrina coleta aproximadamente 211 litros/mês para atender recém-nascidos da cidade e da região. O atendimento é feito nas UTIs Neonatais e nos domicílios, em casos especiais. O Banco de Leite de Londrina atende pelo telefone (43) 3371-2390. A unidade fica na Avenida Robert Koch, 60, na Vila Operária. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. Cascavel O Banco de Leite do Hospital Universitário de Cascavel coleta aproximadamente 230 litros/mês para atender 25 recém-nascidos por dia, mas recebe aproximadamente 200 litros/mês. No período de férias, a doação caiu para 170 litros/mês. São prematuros da cidade e de 25 municípios da região. O atendimento é feito nas UTIs Neonatais, nas unidades de cuidados intensivos e nos domicílios, em casos especiais. Em Cascavel, o telefone para contato é o (45) 3321-5243. O HU fica na Avenida Tancredo Neves, 3.224, Santo Onofre. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h40, e aos sábados e domingos das 8h às 12h. Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em: http:///www.facebook.com/governopr ewww.pr.gov.br Locais para doação em Bancos de Leite Humano do Paraná
Toledo: Hospital Bom Jesus - Banco de Leite Humano Dr. Jorge Nisiide. Rua Almirante Barroso, 2.193, Centro. Tel.: 45-2103-2013 - Fax: 45-2103-2077. Ponta Grossa: Hospital da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira Banco de Leite Humano do Hospital da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira. Rua Joaquim de Paula Xavier, 500, Vila Estrela. Tel.: 42-3026-9406 - Fax: 42-3026-9410 Apucarana: Hospital da Providência - Banco de Leite Humano do Hospital da Providência de Apucarana. Rua Rio Branco, 518, Centro. Tel.: 43-3420-1479 - Fax: 43-3420-1400 Curitiba: Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná UFPR - Banco de Leite Humano do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Rua General Carneiro, 181 P.Maternidade 4º andar, Centro. Tel.: 41-3360-1867 - Fax: 41-3264-4872 Hospital Universitário Evangélico de Curitiba - Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Alameda Augusto Stefeld, 1.908, Bigorrilho. Tel.: 41-3240-5117 Foz do Iguaçu: Hospital Ministro Costa Cavalcanti - Banco de Leite Humano de Foz do Iguaçú. Avenida Gramado, 763, Vila A. Tel.: 45-3576-8000 - Fax: 45-3576-8060 Londrina: Hospital Universitário de Londrina - Banco de Leite Humano Maria Lucilia Monti Magalhães. Avenida Robert Koch, 60, caixa postal 791, Vila Operária. Tel.: 43-3371-2390 - Fax: 43-3371-2204 Maringá: Hospital Universitário Regional de Maringá. Avenida Mandacarú, 1.590, Jardim Parque das Laranjeiras. Tel.: 44-2101-9174 - Fax: 44-2101-9137 Cascavel: Hospital Universitário Regional do Paraná - Banco de Leite Humano do Hospital Universitário do Oeste do Paraná. Avenida Tancredo Neves, 3.224, Santo Onofre. Tel.: 45-3321-5151 - Fax: 45-3321-5314
Guarapuava: Hospital São Vicente de Paulo - Banco de Leite Humano do Hospital São Vicente de Paulo. Rua Marechal Floriano Peixoto, 1.059 Prédio Centro. Telefone: 42-3035-8374