XII ENCONTRO DE EXTENSÃO, DOCÊNCIA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA (EEDIC)

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Transcrição:

XII ENCONTRO DE EXTENSÃO, DOCÊNCIA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA (EEDIC) EFEITO DA LIBERAÇÃO MIOFASCIAL NA FLEXIBILIDADE DE QUADRIL EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA Francisco Iran da Silva Junior¹; Messias Bezerra de Oliveira¹; Kaio Breno Belizario de Oliveira¹; Rubens Vinícius Letieri² 1 Discente do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: iranedf@hotmail.com 1 Discente do Curso de Bacharelado em Educação Física Licenciatura pelo Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: messiasoliveira.edf@gmail.com 1 Discente do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: kaiobelizario12@gmail.com 2 Docente do curso de Educação Física do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: rubens.letieri@gmail.com RESUMO A flexibilidade é muito importante para a saúde do indivíduo, observando que ela é uma das capacidades físicas responsáveis por uma maior eficiência no movimento humano, dessa maneira, diversas formas de intervenção buscando a melhora da flexibilidade já vêm sendo estudadas. Nesse pressuposto, investigações sobre a eficiência de técnicas capazes de melhorar capacidades físicas, entre elas, a flexibilidade, são de grande relevância para profissionais da saúde. O objetivo desse estudo busca avaliar o efeito da liberação miofascial na flexibilidade de indivíduos praticantes de atividade física. O estudo caracteriza-se como descritivo, de abordagem quantitativa aplicada transversalmente. A amostra foi composta por 27 indivíduos sendo 16 homens (idade: 23 ± 4,77) e 11 mulheres (idade: 21 ± 3,49). A coleta de dados foi realizada no laboratório de cineantropometria do Centro Universitário Católica de Quixadá Únicatólica. Realizou-se avaliação da massa corporal e flexibilidade, de maneira aguda. A normalidade dos dados se deu pelo teste de Kolmogorov- Smirnov. Com análise descritiva dos dados, e ainda, foi realizado teste t de student para amostras pareadas, com significância de p 0,05. Após liberação percebeu-se que houve melhoria semelhante na flexibilidade da perna direita tanto para o sexo masculino (p=0,085) como para o feminino (p=0,002). Já na perna esquerda, o sexo feminino teve resultados significativos (p=0,005). Conclui-se que, a liberação miofascial se mostrou efetiva na melhora da flexibilidade tanto em homens quanto em mulheres. Palavras-chave Massagem. Fáscia Muscular. Amplitude do Movimento. INTRODUÇÃO A flexibilidade é muito importante para a saúde do indivíduo, observando que ela é uma das capacidades físicas responsáveis por uma maior eficiência no movimento humano, tornando-se fundamental para a realização de atividades diárias (SANTOS; RIBEIRO, 2016), portanto, a flexibilidade pode ser definida como uma total amplitude fisiológica passiva de algum movimento articular (BERTOLLA et al., 2007; BADARO; SILVA; BECHE, 2007). Nessa vertente, além de melhorar a eficiência do movimento, uma boa flexibilidade pode possibilitar ao indivíduo um aperfeiçoamento no desempenho muscular e uma melhora na postura, ajudando também na prevenção de possíveis patologias musculoesqueléticas (REID; MCNAIR, 2004; MIKKELSON et al., 2006). Por outro lado, Spirduso (1995), realçava que a perda dessa capacidade física prejudicaria a realização de

movimentos e poderia aumentar a probabilidade de lesões nas articulações envolvidas. Concomitante, Farias Júnior e Barros (1998) enfatizam que não buscar melhorar a flexibilidade provocava problemas articulares e prejudicava a função muscular. Analisando a importância desse componente da aptidão física para a vida diária do indivíduo, observam-se alguns meios de avaliar essa flexibilidade e, também formas diferentes que buscam o aperfeiçoamento da mesma. Dessa forma, uma das estratégias utilizadas para contribuir com a melhora da flexibilidade é a liberação miofascial. Segundo Myers (2010), a fáscia é um tecido conjuntivo que envolve as fibras musculares e tem como função contribuir na transmissão de força entre os segmentos corporais. Perder a plasticidade da fáscia afeta a flexibilidade e a capacidade de movimento com boa amplitude (KAMKA; BONAR, 2012). Nesse sentido, essa técnica atua como uma mobilização da fáscia (MOURAD, 2005), ou seja, pode ser realizada através de uma terapia manual ou utilizando equipamentos para massagear o tecido em locais no corpo que podem tornar-se rígidos, prejudicando a flexibilidade. Diante do exposto, diversas formas de intervenção buscando a melhora da flexibilidade já vêm sendo estudadas, inclusive outras formas de massagem (COWEN et al., 2006). Nesse pressuposto, investigações sobre a eficiência de técnicas capazes de melhorar capacidades físicas, entre elas, a flexibilidade, são de grande relevância para profissionais da saúde. Portanto, o objetivo desse estudo busca avaliar o efeito da liberação miofascial na flexibilidade de indivíduos praticantes de atividade física. METODOLOGIA Caracterização da pesquisa O estudo caracteriza-se como descritivo, de abordagem quantitativa aplicada transversalmente (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). A amostra foi composta por 27 indivíduos sendo 16 homens (idade: 23 ± 4,77) e 11 mulheres (idade: 21 ± 3,49). A coleta de dados foi realizada no laboratório de cineantropometria do Centro Universitário Católica de Quixadá Unicatólica. Para a participação da pesquisa o indivíduo seguiu o seguinte critério de inclusão: i) ser praticante de alguma atividade física; ii) não praticar exercícios vigorosos 24 horas antes da coleta; iii) não ter qualquer restrição ósteo-musculo-articular para a realização dos testes. Os critérios de exclusão foram: i) ter praticado atividade física antes das coletas; ii) restrição quanto aos testes; iii) não comparecer ao laboratório no horário indicado. Todos os participantes foram informados sobre os procedimentos metodológicos e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) informando-os dos procedimentos e utilização das informações obtidas. Além disso, o estudo respeitou os procedimentos de intervenção e preceitos éticos para pesquisa em seres humanos preconizados pela resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Procedimentos Avaliação da massa corporal, estatura e índice de massa corporal (IMC) A avaliação destes componentes foi realizada utilizando-se de uma balança da marca Whelmy, com estadiômetro acoplado à balança (precisão de 100 gramas) e (estatura com 01 centímetro de comprimento). Todos os procedimentos foram de acordo com Anthropometric Standardization Reference Manual (LOHMAN; ROCHE; MARTORELL, 1988. O IMC foi calculado considerando IMC = (Kg/m²) = MC/ ES², onde: MC= massa corporal (kg); ES = estatura em metros. Liberação Miofascial Primeiramente, o indivíduo foi deitado em decúbito ventral e iniciou-se a liberação com a utilização de um rolo de espuma nos gastrocnêmicos, isquiotibiais, tensor da fáscia lata e glúteo máximo. Logo após, o indivíduo ficou em decúbito dorsal e finalizou-se a liberação no quadríceps e adutores. A liberação teve duração de 1 minuto e meio em cada grupo muscular. Avaliação da Flexibilidade Para a avaliação da flexibilidade foi solicitado que o indivíduo ficasse maca em decúbito dorsal, em seguida, foi colocado na perna direita e depois na esquerda, (primeiro em uma, depois na outra) acima do

maléolo, um flexímetro da marca Sanny. Após isso foi pedido que ele fizesse uma flexão de quadril mantendo o joelho em extensão. Na fase final do movimento o aparelho indicava o valor obtido em graus. Ademais, foi realizada a liberação miofascial, por conseguinte, novamente foram realizados os procedimentos descritos anteriormente. Análise Estatística Inicialmente, para analisar a normalidade dos dados foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Com isso, foi feita a análise descritiva dos dados, obtendo-se os valores de média, desvio-padrão, bem como foi realizado teste t de student para amostras pareadas, ou seja, para comprar as médias dos grupos. Com significância de p 0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados serão expostos e discutidos em função do objetivo do estudo, desse modo, após liberação percebeu-se que houve melhoria semelhante na flexibilidade da perna direita tanto para o sexo masculino (p=0,085) como para o feminino (p=0,002). Já na perna esquerda, o sexo feminino teve resultados significativos (p=0,005). Os dados podem ser observados com mais detalhes na Tabela 1. Tabela 1. Flexibilidade pré e pós-liberação Pré-liberação Pós-liberação M(DP) M(DP) Pós-liberação comparada pela pré-liberação Direita Esquerda Direita Esquerda Direita Esquerda Masculino 77,18(11,6) 81,56(10,2) 81,25(9,9) 80,00(8,1) P=0,085 P=0,552 Feminino 82,54(13,7) 80,00(12,6) 87,54(11,7) 89,27(11,3) P=0,002 P=0,005 O estudo procurou avaliar o efeito da liberação miofascial na flexibilidade de indivíduos e foi observado melhora nessa capacidade física tanto em homens quanto em mulheres. Técnicas para adquirir uma boa flexibilidade são estudadas há algum tempo. Entre elas, uma que vem sendo analisada é a liberação miofascial e alguns estudos vêm comprovando a eficácia dessa técnica. Com isso, Mohr, Long e Goad (2014), em seu estudo, verificaram melhora significativa da flexibilidade quando foi utilizada a técnica de liberação em conjunto com o tradicional alongamento estático. No entanto, alguns estudos elucidam o efeito que a liberação pode causar na flexibilidade, sem ser feita em conjunto com outros métodos e os resultados têm se mostrado significativos (BUSHELL; DAWSON; WEBSTER, 2015; MACDONALD et al., 2013). Em contrapartida, Skarabot, Beardsley e Stirn (2015) resolveram comparar o efeito do alongamento estático e da liberação miofascial em atletas e não obtiveram resultados significativos quando foi realizada apenas a liberação miofascial, contudo, obtiveram resultados significativos quando realizaram as duas técnicas em conjunto. CONCLUSÕES Conclui-se que, a liberação miofascial se mostrou efetiva na melhora da flexibilidade tanto em homens quanto em mulheres. Espera-se que esse estudo contribua para temática, no entanto, essa ainda há controvérsias acerca desse tema, com isso, se faz oportuno outros estudos analisando o efeito da liberação miofascial com rolo de espuma na flexibilidade de membros inferiores, para legitimação da eficiência do método.

AGRADECIMENTOS Ao Centro Universitário Católica de Quixadá, e ao programa de iniciação científica, e ainda aos membros do Grupo de Pesquisa em Fisiologia do Exercício do curso de Educação Física. REFERÊNCIAS BADARO, A. F. V.; SILVA, A. H.; BECHE, D. Flexibilidade versus Alongamento: Esclarecendo as diferenças. Revista Saúde, vol. 33, n.1, p. 32-36, 2007. BERTOLLA, F.; BARONI, B. M.; LEAL JUNIOR, E. C. P.; OLTRAMARI, J. D. Efeitos de um programa de treinamento utilizando o método Pilates na flexibilidade de atletas juvenis de futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol.13, n.4, p. 222-226, 2007. BUSHELL, J. E.; DAWSON, S. M.; WEBSTER, M. M. Clinical Relevance of Foam Rolling on Hip Extension Angle in a Functional Lunge Position. Journal of Strength and Conditioning Research, vol.29, n.9, p. 2397-2403, 2015. COWEN, V. S.; BURKETT, L.; BREDIMUS, J.; EVANS, D. R.; LAMEY, S.; NEUHAUSER, T.; SHOJAEE, L. A comparative study of Thai massage and Swedish massage relative to physiological and psychological measures. Journal of Bodywork and Movement Therapies, vol. 10, n. 4, p. 266-275, 2006. FARIAS JÚNIOR, J. C.; BARROS, M. V. G. Flexibilidade e Aptidão Física Relacionada à Saúde. Revista Corporis, vol.3, n.3, 1998. KUMKA, M.; BONAR, J. Fascia: a morphological description and classification system based on a literature review. Journal of the Canadian Chiropractic Association, vol. 56, n. 3, p. 179-191, 2012. LOHMAN, T.G.; ROCHE, A.F.; MARTORELL, R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign, IL: Human Kinetic Books, 1988. MACDONALD, D. Z.; PENNEY, M. D.; MULLALEY, M. E.; CUCONATO, A. L.; DRAKE, C. D.; BEHM, D. G.; BUTTON, D. C. An acute bout of self myofascial release increases range of motion without a subsequent decrease in muscle activation or force. Journal of Strength and Conditioning Research, vol. 27, n. 3, p. 812-821, 2013. MIKKELSON, L.O.; NUPPONEN H.; KAPRIO J.; KAUTIAINEN H.; MIKKELSON M.; KUJALA U.M. Adolescent flexibility, endurance strength, and physical activity as predictors of adult tension neck, lowback pain, and knee injury: a 25-year follow up study.british Journal of Sports Medicine, vol. 40, p. 107-113, 2006. MOHR, A. R.; LONG, B. C.; GOAD, C. L. Effect of foam rolling and static stretching on passive hipflexion range of motion. Journal of Sport Rehabilitation, vol. 23, n. 4, p. 296 299, 2014. MOURAD, M. R. Terapia miofascial no tratamento de contusão por trauma direto do trato iliotibial em jogadores de futebol profissional de Osasco. Terapia Manual, vol.3, n.12, p. 431-437, 2005. MYERS, T. W. Trilhos anatômicos. 2ª ed. Elsevir, 2010. REID, D. A.; MCNAIR, P. J. Passive force, angle, and stiffness changes after stretching of hamstring muscles. Medicine and Science in Sports and Exercise. vol. 36, n. 11, p.1944-1948, 2004.

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