A AÇÃO DOCENTE NA (I)LEGÍTIMA INCLUSÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL

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Transcrição:

A AÇÃO DOCENTE NA (I)LEGÍTIMA INCLUSÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL Juliana. O. P ARAÚJO, Universidade Federal de Alfenas Claudia GOMES, Universidade Federal de Alfenas Eixo 20- Currículo, Inclusão e capacitação profissional FAPEMIG MG juaraujomg@hotmail.com categoria comunicação oral RESUMO Este estudo visa caracterizar as condições de formação e atuação docente alinhadas aos pressupostos da Educação Inclusiva. Para tanto, participaram do estudo 63 professores do Ensino Fundamental, sendo 7 atuantes em escolas do município de Alfenas/MG. A coleta de dados, foi feita através de questionários compostos por questões de caracterização sócio-demográfica, da formação inicial e continuada, assim como pressupostos curriculares e estratégias pedagógicas consideradas inclusivas. As análises quantitativas dos dados evidenciaram, que 71,4% dos professores, não recebem preparação; 55,6% dos participantes indicam não terem participado de palestras e nem de cursos sobre o processo de educação inclusiva, assim como 30% dos professores afirmaram que, quase sempre é a escola que propõe o projeto. Conclui-se que, por meio dos resultados obtidos, reflete os desafios curriculares, pedagógicos e relacionais das práticas docentes, não apenas a formação deve ser problematizada, mas, acima de tudo, devemos deflagrar qual é a concepção curricular que sustenta o entendimento dos processos políticos, pedagógicos e relacionais das escolas, para a partir disto, discutirmos quais os desafios e perspectivas possíveis para a construção de uma ação docente efetivamente integrada, com o desenvolvimento de metodologias colaborativas e participativas, e de fato vinculadas as ações educacionais inclusivas nas escolas públicas. Palavra-chave: Educação Inclusiva; Atuação Docente; Currículo. INTRODUÇÃO O tema sobre inclusão vem sendo uma das principais discussões na legislação educacional, nas instituições e na comunidade escolar, pois, sabe-se que, é direito de todos estarem incluídos na rede regular de ensino e mesmo que as instituições insiram os alunos com necessidades especiais e as Leis Internacionais e Nacionais respaldem o direito desses alunos, o que se tem

evidenciado nas escolas é uma garantia de acesso, que não favorece as condições de permanência e desenvolvimento dos alunos em questão. Dentre as principais causas deste distanciamento, podemos indicar a falta de formação docente para trabalhar com essa demanda de alunos. Segundo Carneiro, a rede regular de ensino, não conta sequer com um quadro regular de professor em número suficiente, quanto mais de outros profissionais para oferecer atendimento educacional especializado (CARNEIRO, 2007, p. 58). Apesar das legislações garantir a inclusão, é importante que os professores compreendam de fato como ocorre o cenário e qual a melhor proposta para haver a transformação, no sentido de incluir os excluídos. A legislação prevê, mas será que está realmente ocorrendo o preparo formativo e as alterações curriculares nas instituições? Com base no exposto, este estudo lançou como objetivo caracterizar as condições formativas e curriculares das instituições na Rede Municipal de Ensino de um município Sul Mineiro. Pressupostos Jurídicos da Educação Inclusiva Ao longo do tempo muitas mudanças aconteceram na legislação brasileira, assim, a inclusão foi e continua sendo implantada para garantir os direitos das crianças com necessidades educacionais especiais. Um grande marco nessa legislação, foi a Constituição Federativa do Brasil de 1988 (CF/88), que apresenta em seus objetivos fundamentais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art.3º inciso IV). Define ainda, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, e o exercício da cidadania. No seu artigo 206, inciso I, determina a igualdade de condições de acesso e permanência na escola. Garante como um dos princípios para o ensino e, como dever do Estado, a oferta de atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).

Com a intenção de compreender melhor os direitos do educando com necessidades educacionais especiais, faz-se necessário ressaltar o ECA Lei nº. 8.069/90, artigo 53, inciso V, o qual, destaca sobre o atendimento educacional especializado, que é proporcionado a pessoas que apresentam deficiência, o art. 54, inciso III, dessa mesma lei faz referência, trazendo: É dever do estado assegurar à criança e ao adolescente: atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. No âmbito internacional, o documento magno do debate, a Declaração de Salamanca (1994), afirma que as escolas regulares que se dizem inclusivas precisam criar meios para acabar com a discriminação, preconceitos e qualquer atitude que constranja os alunos com necessidades educacionais, pois esses alunos têm os mesmos direitos e necessitam ter acesso à escolas regulares. Nesse sentido, a atual Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, em seu art. 58, especifica educação especial como a modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Assim como em 2001, mediante ao decreto nº 3.956, o Brasil adere à Convenção de Guatemala (1999). Essa convenção tem por objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e garantir a sua total integração a sociedade. Sendo assim, este decreto reinterpreta a educação, na expectativa de promover a eliminação das barreiras que impeça seu acesso, trazendo para elas o direito à escolarização nas turmas comuns do ensino regular, e considerando que, se não for respeitado, este pode-se configurar discriminação com base na deficiência. Pode-se destacar ainda, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Dezembro de 2006, mas que no Brasil o Congresso Nacional aprovou por meio do Decreto Legislativo nº 186/2008, com intuito de atender as necessidades de cidadãos com deficiência no mundo; ao adotar esse conceito

político, a ONU muda os direitos dessas pessoas com deficiência, antes as leis definiam as pessoas com deficiência como pessoas que não eram capazes de realizar ato algum na sociedade e isso acabava marcando negativamente a vida desses cidadãos. Desta forma, o princípio orientador desta declaração é a necessidade de as escolas deveriam acomodar as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras (BRASIL, 1994, p. 3). O Decreto 6.571 de 2008, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Decreta em seu art.1 o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. Posto isso, o professor de AEE tem a função de elaborar recursos acessíveis pedagógicos, para romper as barreiras que impedem esse aluno a uma aprendizagem e participação ativa. As atividades do AEE devem estar relacionadas às atividades ministradas em sala de aula e oferecidas também a esses alunos no contra turno, na sala de recurso e com autorização da família, já que não é obrigatório a participação deles. Portanto, ao ser apresentado pareceres realizados por pesquisadores por meio das teóricas sobre os impactos das Leis, o intuito é salientar as divergências entre as Leis e as realidades que os professores estão enfrentando dentro das salas de aula. Foi o que por meio dessa pesquisa buscou verificar, e o grande destaque foi evidenciado que os problemas das escolas ainda persistem, especialmente nas escolas da rede pública, e que esses problemas não apareceram na atualidade, o divórcio entre a lei e a realidade, no Brasil, não é de hoje (CAMPOS, 2002, p. 27). A inclusão do professor na educação inclusiva: debates curriculares Nota-se claramente, que um dos maiores desafios para que realmente aconteça à inclusão nas escolas regulares, é encontrar professores preparados

e com formações especializadas para trabalhar as diversidades, ou seja, encarar e assumir as dificuldades de incluir alunos que apresentam deficiência, possibilitando que o nível de desenvolvimento seja o mesmo, sem distinção, preconceito e discriminação, respeitando os direitos de cada um. Conforme Freitas (2006), espera-se que os professores desempenhem de forma adequada sua prática pedagógica e promovam de fato uma educação de qualidade, considerando a heterogeneidade do grupo. É fundamental também, que os professores reflitam suas ações em sala de aula, pois, serão essas ações que determinarão a interação dos alunos, e elas serão essenciais para romper com esse paradigma de exclusão, é necessário que toda prática seja centrada no alunado e os professores cada vez mais possam trocar conhecimentos e aperfeiçoarem suas formações e representações por meio dessas experiências. [...] Todo plano de formação deve servir para que os professores se tornem aptos ao ensino de toda demanda escolar. Dessa forma, seu conhecimento deve ultrapassar a aceitação de que a classe comum é, para os alunos com necessidades educacionais especiais, um mero espaço de socialização (MANTOAN, 2006, p. 60). O outro ponto que merece destaque, são os poucos docentes que atuam nessa área da educação e muitos tem receio de trabalhar com crianças que apresentam deficiência, alguns até mesmo pelo baixo salário. Além disso, os profissionais que estão na sala de aula não foram preparados para atuarem diretamente com inclusão, o que os levam a dificuldade de realizar esse tipo de atividade. Mantoan (2003) afirma que é importante resgatar a confiança dos professores e os instigarem a lidar e desenvolver todos os processos de aprendizagem com os alunos, sem exceções. Nesse sentido, a prática dos professores deve ser repensada para que possam facilitar a aprendizagem dos alunos e acima de tudo, possibilitar que eles desenvolvam suas habilidades. O educador ético é reflexivo, analisa os porquês da sua ação, por isso sabe o que faz, para que faz, por que o faz, para o que faz e analisa, seleciona e escolhe os meios de concretizar o seu fazer (MARTINS, 2006, p. 44-45). Assim sendo, as escolas não podem ser somente um lugar para acolher a diversidade, precisam saber lidar com elas e serem capazes de pensar em

maneiras de como aprimorar a prática dos professores, os tornando cada vez mais capacitados para levar os alunos a desenvolver habilidades e possibilidades de aprendizagens. Cabe às escolas inclusivas assegurar aos alunos uma educação de qualidade mediante currículos apropriados, isto é, as escolas precisam entender que o currículo não é apenas um documento que existe vários conteúdos a ser transmitido para os alunos, mas que se alicerça a valores, crenças e relações. O currículo é sempre o resultado de uma seleção: de um universo mais amplo de conhecimentos e saberes seleciona se aquela parte que vai constituir, precisamente, o currículo. (SILVA, 2007, p. 15 16). Entendemos então, que o currículo não pode ser considerado neutro, e sim, que é o principal para a organização dentro das instituições escolares, nas salas de aula e das práticas pedagógicas. Segundo Sacristan (2000), o currículo reflete em todas e quaisquer ações existentes dentro das instituições escolares e, é por meio dele que a socialização, a formação, segregação ou integração é realizada. Refletindo sobre o currículo existente e o caminho percorrido das escolas, é evidente que desde o início as instituições não pensavam em atender as desigualdades e nem eram um espaço atendia a todas as demandas, os modelos eram tradicionais, os professores eram o centro, e a única coisa que as escolas preocupavam era com o ensino, aprendizagem, avaliação, metodologia, planejamento, enfim, a maior preocupação era transmitir conteúdo e o professor aparecia mais que o aluno. A escola se organiza como uma agência centrada no professor, o qual transmite, segundo uma gradação lógica. (SAVIANI, 2000, p. 4). Segundo Sacristan (2000), o currículo tem como função socializar o ambiente escolar, e também de compreender a prática e o conteúdo do professor, sendo o principal para organizar a sala de aula, as práticas docentes e as relações sociais. Neste sentido, é importante ressaltar que, um bom currículo para educação inclusiva, é o currículo que pensa as disciplinas integradas. Moreira e Baumel (2001) afirmam que, o currículo precisa favorecer a todos em uma inclusão verdadeira e para isso, é essencial que seja repensado e adequado

quando for necessário. No entanto, é difícil incluir alunos, quando se tem um currículo padronizado, que não é flexível, no sentido de incluí-los na participação, no processo de ensino-aprendizagem. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Participantes Foram selecionados para este estudo 63 professores do Ensino Fundamental. Com idade entre 24 e 55 anos. Sendo, 93,7% professoras e apenas 1,6% professor que atuam na rede regular de ensino e 6 professoras atuantes na educação inclusiva. Dos 63 professores participantes da pesquisa, 39,7 possui ensino superior completo; 41,3% indicam estar cursando o ensino superior; 4,8 possui ensino superior incompleto, os demais professores possuem graduação e curso de pós-graduação. Local da pesquisa A pesquisa foi realizada na cidade de Alfenas/MG, que é um município localizado no sul de Minas Gerais. Os questionários para a realização dessa pesquisa foram entregues para todas as escolas da cidade, porém, para o enfoque desse estudo, somente 7 escolas foram analisadas. Para a preservação das instituições, elas serão identificadas como escolas, A, B, C, D, E, F. Em questão, são instituições que estão situadas em bairros periféricos e Zona Rural, e que, atendem do pré ao 5º ano em horários matutino e vespertino, possui turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Recurso de coleta de dados Como recurso de coleta de dados da pesquisa, foi utilizado o questionário com o objetivo de levantar as concepções, conhecimentos, dúvidas e opiniões da comunidade escolar em estudo sobre a inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares. Os questionários que foram entregues para os professores abordaram sobre

formação e atuação profissional; conhecimentos sobre inclusão; preparação continuada e concordância com o processo de inclusão escolar. RESULTADOS E DISCUSSÕES As políticas educacionais são enfáticas quanto as proposta de educação inclusiva nas escolas regulares, no entanto, mesmo com o empenho político e legislativo a realidade escolar ainda é cercada de lacunas e desafios sobre a questão. A falta de formação profissional, apoio e até mesmo recursos físicos e didáticos nas instituições, são aspectos que estudos deflagram como insuficientes para a implementação das ações, e que foram assim interesse de investigação deste estudo, com resultados descritos a seguir. Tabela 1: Características em relação a capacitação dos professores Temática investigada Compreendemos que é preocupante o resultado do eixo de investigação sobre a temática da formação e preparação docente para a inclusão escolar. Os dados ilustrados na tabela acima, 55,6% dos participantes indicaram não ter participado de palestras e nem de cursos sobre o processo de educação inclusiva para os alunos com NEE, assim como, 71,4% dos professores apontaram que não recebem preparação específica para a atuação docente para estes alunos. Frequência Sim / Não Porcentagem Sim / Não Porcentagem válido Participou de curso ou palestra 23 35 36,5 55,6 100,0 Já atuou com Nee 20 41 31,7 67,2 100,0 Responsável ou competente 26 24 41,3 38,1 100,0 Tem apoio 12 35 19,0 55,6 100,0 Tem auxílio 9 33 14,3 52,4 100,0 Recebe preparação 13 45 20,6 71,4 100,0 Conhecimento das políticas 22 32 34,9 50,8 100,0 Conhecimento das estratégias 15 33 23,8 52,4 100,0 Tabela1. Porcentagem e frequência obtidas no item participação de curso ou palestra, tudo com significado do termo Educação Inclusiva. Entendemos que a elevação de respostas negativas, pode vir a justificar a compreensão e consideração que os professores assumem sobre o despreparo para acolher e trabalhar com alunos que apresentam NEE. Segundo Michels (2006), o que mais tem-se tornado motivo de fracasso das

escolas e dos alunos atualmente é a falta de formação e experiência para que os profissionais atuem na área. Esta inquietação é novamente deflagrada, ao levarmos em conta a porcentagem de apenas 41,3% dos professores que afirmam se considerarem responsáveis e competentes para atuarem com educação inclusiva. A outra parcela de respondentes de questão 38,1% responderam que não se sentem responsáveis pelo processo educacional destes alunos nas redes regulares de ensino. Vale lembrar que, quando questionamos se o professor se sente ou não responsável pela inclusão do aluno com NEE, em nenhum momento estamos desconsiderando que a responsabilidade por este processo é exclusiva deste profissional. Percebe-se que na atualidade há um grande desafio para a formação de professores e mais uma vez é evidenciado o motivo desse fracasso, ao levarmos em consideração as seguintes respostas: 52,4% professores entrevistados afirmaram que não receberam nenhum auxilio; 55,6% dos entrevistados apontam não terem apoio para trabalhar com NEE; apenas 34,9% dos professores tem conhecimento das políticas. Em nosso entendimento, estes dados somados àqueles que se vinculam à expressiva falta de formação e preparação profissional para a atuação na educação inclusiva é central para as problematizações e insucessos da proposta. Problematiza-se assim, como um professor sem formação, sem recursos e sem apoio teria possibilidade de alinhar-se aos pressupostos da educação inclusiva na realidade escolar? Neste sentido, Rodrigues (2008), chama a atenção para o fato de que se o professor não estiver em atitude positiva mediante a inclusão, de nada adianta seus conhecimentos e suas competências, os dados obtidos nos alarmam não apenas para a falta da formação efetiva, para preocupantemente, pela inexistência da busca da formação qualificada pelos docentes, afinal, trata-se de uma proposta que já é tema discutido nas instituições escolares a mais de uma década. Tabela 2: Características em relação ao projeto curricular da escola.

Temática investigada Projeto curricular Desenvolvimento de projeto O projeto da escola é interdisciplinar Escola contribui com o desenvolvimento da aula Tabela1. Porcentagem e frequência obtidas no item de projeto curricular na escola, tudo com significado do termo Educação Inclusiva. Com base nas premissas políticas e teóricas deste estudo, compreendemos que a educação inclusiva, somente se efetivará com a reformulação da parceria entre professores especializados e capacitados, e das instituições e comunidade escolar; para tanto, é de suma importância que os professores obtenham novas possibilidades pedagógicas e materiais didáticos que favoreçam as aprendizagens e diversidades dentro das salas de aula, o que causa impacto efetivamente, a configuração e propostas curriculares das escolas. Neste sentido, com relação ao item projeto curricular, quando 71,4% dos participantes afirmaram que possuem conhecimento do projeto curricular da sua escola, entendemos que este é o primeiro passo para que possamos pensar reformulação e novas ações pedagógicas. Segundo Roldão (1999), o currículo tem uma natureza histórico social, apresenta suas finalidades, sequências que organiza o conjunto de aprendizagens e competências. No entanto, os dados mostram-se contraditórios quando é investigado a proposição do desenvolvimento do projeto pela escola e profissionais, dos entrevistados 30% dos professores afirmaram quase sempre é a escola que propõe o projeto, mesmo que 52,4% afirmam que os projetos da escola são interdisciplinares. Questionamo-nos, como é possível que ao mesmo tempo que a escola seja a proponente exclusiva do projeto pedagógico, ele possa ser considerado interdisciplinar? Frequência Sim / Não 45 3 34 1 33 3 47 2 Porcentagem Sim / Não 71,4 4,8 54,0 1,6 52,4 4,8 74,8 3,2 Porcentagem Válido 93,8 66,1 88,8 78,0 Ao falar de interdisciplinaridade primeiramente é necessário entender o porquê de se trabalhar em unidade no que diz respeito a prática docente, pois a interdisciplinaridade quando trabalhada coletivamente abre possibilidades de recriação teórica e não tem pretensão alguma de abrir novas disciplinas, mas sim de utilizar conhecimento de várias disciplinas como forma de complemento.

As disciplinas precisam dialogar entre elas, fazerem relações de conteúdos sendo conteúdos atuais ou não, interligando e relacionando os múltiplos conhecimentos. É válido ressaltar que a interdisciplinaridade não vem para que uma nova disciplina seja criada, mas sim complementar as disciplinas. Por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a interdisciplinaridade não elimina qualquer disciplina, pelo contrário acrescenta as disciplinas várias compreensões de fatores, fazendo com que as disciplinas se inter-relacionam e assim através de todas as linguagens possa juntas construir conhecimentos. Após a expressão destas informações, uma das sínteses problematizadas possíveis, seria a investigação de como professores, que se dividem na afirmação de reconhecimento do desenvolvimento do projeto curricular na escola, assim como a indefinição do conceito de interdisciplinaridade. A divergência novamente alarma a uma outra inconsistência: 74,8% dos professores afirmam que a escola contribui para o desenvolvimento da aula, ao mesmo tempo que a maioria dos professores já apontaram que não participam da construção do projeto pedagógico. Nos parece um pouco contraditório como a escola poderia contribuir se o projeto não é efetivamente realizado? Problematizações estas que, para serem respondidas, demandariam um novo estudo. No entanto, os dados ainda nos deixam dúvidas e novas inquietações de como os professores participantes da pesquisa compreendem o currículo e a derivação de suas ações, principalmente em temática como a educação inclusiva, que como discutido demanda uma reorganização da escola e de seus postulados. Mantoan (2006), relata que para haver uma cidadania verdadeira na escola, primeiro precisa haver a necessidade de pensar em um modelo de ensino para todos, abrindo espaço para o diálogo, criatividade, reorganizar a escola para que assim possa acontecer a mudança. De acordo com a resolução do CNE/CEB nº. 02 de 11.09.2001 em seu art. 15, institui [...] a organização e operacionalização dos currículos escolares são de competência e responsabilidade dos estabelecimentos de ensino.

A operacionalização de um currículo inclusivo demanda estratégias e recursos que amparem o direito ao acesso, permanência e desenvolvimento de todos os alunos. A importância desses princípios está em garantir sua operacionalização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no papel, na legislação, na proposta, no currículo, e outra é estar ocorrendo na dinâmica interna da escola, no real, no concreto. (VEIGA, 1991, p. 82). CONCLUSÃO Considerando os objetivos da pesquisa de caracterizar as condições formativas e curriculares das instituições na Rede Municipal de Ensino, foi possível verificar que mais da metade dos professores indicam que não possuem formação para atuar na inclusão de alunos com NEE, não recebem algum tipo de apoio ou recursos para melhor atender essa demanda, e com relação ao projeto curricular das escolas, mais de 70% dos professores afirmaram que tem conhecimento e relação com o projeto curricular da escola. Nos parece um pouco contraditório como a escola poderia contribuir se o projeto não é efetivamente realizado? Além da formação, é necessário que os professores reflitam sobre as estratégias que podem utilizar para juntos desenvolverem possibilidades de acessibilidade para que consigam levar os alunos a alcançarem a aprendizagem, construindo uma organização curricular integrada, com mais autonomia, com o propósito de atender às necessidades dos alunos que apresentam NEE. Outro fator que merece ser destacado, é que não se pode afirmar se o currículo é inclusivo ou não, o que precisa ser considerado é o fato de o currículo ser um instrumento essencial para que as práticas pedagógicas sejam executadas dentro das salas de aula, para a organização didática do processo ensino aprendizagem, que é ele que vai ser o responsável por atender as necessidades e as diversidades dos alunos, por isso é importante ressaltar que quando necessário deve ser adaptado, reinterpretado e a equipe escolar precisa buscar o melhor caminho para levar os alunos a construírem seus conhecimentos.

Vale ressalta, que há uma necessidade de melhorar a adaptação nos ambientes, os alunos precisam ter mais recursos à sua disposição, os professores que estão envolvidos precisam, ser mais incentivados e preparados, para que assim os alunos possam também serem estimulados e juntos, buscarem um aperfeiçoamento na prática e no dia a dia da escola. Para que haja esse ensino de qualidade, é importante destacar que, o currículo é o responsável para esse processo, ele tem como função a organização e deve ser construído de acordo com a vivência das professoras em sala de aula, pensando em estratégias para que os resultados sejam concretizados, cabendo aos professores realizar adaptações nesse currículo para que se torne flexível e possa atender as particularidades dos educandos. Será na sala de aula, por meio do currículo e das ações flexíveis que a inclusão de alunos com NEE se efetivará. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (da) República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Ministério da Educação. Declaração de Salamanca, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e base da Educação Nacional LDB. Centro de documentação do Congresso Nacional. Brasília, DF, 1996. BRASIL. Decreto n.º 3.956, de 08 de outubro de 2001. Promulga a convenção interamericana para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm>. Acesso em: 18 jan. 2015..Conselho Nacional de Educação. Parecer 17/2001, de 3 de julho de 2001. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília, DF, 2001.

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