RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Documentos relacionados
RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Famalicão. Processo nº 9441/15.8T8VNF Insolvência de Maria da Conceição Marques Pereira Moreira

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.º155º do C.I.R.E.)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Comércio. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DE INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL. Armando Jorge Macedo Teixeira foi, por sentença de 11 de janeiro de 2019, declarado em situação de Insolvência.

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de. Direito do Tribunal Judicial da Comarca de. Aveiro Juízo de Comércio de Oliveira de. Azeméis

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Informações sobre o processo ;

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Famalicão. J3 V/Referência: Processo 1694/16.0T8VNF Data: Insolvência de Vasco Manuel Marques Melo e Fátima Laurinda Correia Ferreira de Melo

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Nova de Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Secção de Comércio. Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

1/22 REQUERIMENTO REFª: Nome: Deolinda Ribas

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155.º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

RELATÓRIO. O presente RELATÓRIO é elaborado nos termos do disposto no artigo 155º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas CIRE.

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

de Famalicão do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

Conde. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Esposende

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO...

Vila Nova de Famalicão. J2 V/Referência: Processo 5112/15.3T8VNF Data: Insolvência de Nuno Hélder Vilaça Gomes e Ana Patrícia Jorge Conceição

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Famalicão. J2 Processo 5536/14.3T8VNF Insolvência de Cristiana Lara Azevedo Gonçalves Pereira

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

V/Referência: Data: Insolvência de Sebastião Domingues Sampaio Alves e Maria de Fátima da Costa Oliveira Alves

Conde. do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA. (Elaborado nos termos do art.155º do C.I.R.E.)

Gondomar. 2º Juízo Cível V/Referência: Processo nº 4227/13.7TBGDM Data: Insolvência de José Damião Oliveira Silva e Carolina Manuela Pinheiro Silva

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Local do Porto. J2 Processo nº 5134/14.1TBVNG Insolvência de Francisco Germano da Silva e Maria Olinda Correia Botelho da Silva

I Violação do dever de apresentação à insolvência (alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE)

Transcrição:

2014 RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE) Tribunal da Comarca de Braga V. N. Famalicão Inst. Central 2.ª Sec. do Comércio J4 Processo n.º 1029/14.7T8VNF Deolinda Ribas Maria de Jesus Peixoto Ferreira 28-11-2014

Capítulo: INTRODUÇÃO ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE... 5 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE... 5 2.2. COMISSÃO DE CREDORES... 5 2.3. A ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA... 5 2.4. DATAS DO PROCESSO... 5 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª... 6 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS... 6 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS 6 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA... 7 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA... 8 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA... 8 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES... 9 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO... 12 7.1. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO... 12 7.2. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO... 13 7.3. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA... 15 7.4. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE... 16 8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)... 25 2

Capítulo: INTRODUÇÃO 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE)... 26 3

Capítulo: INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A devedora Maria de Jesus Peixoto Ferreira apresentou-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 23 de Outubro de 2014. Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo: a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º; b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor; c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis; d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo; e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo. Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem a administradora apresentar o seu relatório. A Administradora da insolvência 4

Capítulo: IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE 2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DA INSOLVENTE 2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSOLVENTE Nome Maria de Jesus Peixoto Ferreira NIF 193 037 670 Morada Rua da Estrada Velha, n.º 35, 1.º, Gualtar, 4710-045 Braga Estado Civil Viúva 2.2. COMISSÃO DE CREDORES Não nomeada 2.3. A ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA Deolinda Ribas NIF/NIPC: 175620113 Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 4710-358 Braga Telef: 253 609310 253 609330 917049565-962678733 E-mail: dribas@nadv.pt 2.4. DATAS DO PROCESSO Data e hora da prolação da sentença: 23-10-2014 pelas 12:00 horas Publicado no portal Citius 24 de Outubro 2014 Fixado em 30 dias o prazo para reclamação de créditos. Assembleia de Credores art.º 155.º CIRE: 10-12-2014 pelas 14:00 horas 5

Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontra. A devedora procedeu, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos: a) Certidão de óbito do marido; b) Recibo de vencimentos; c) Assentos de nascimento dos três filhos; d) Comprovativo de agregado familiar; e) Comprovativo de recebimento de abono de família; f) Relação de credores; g) Requerimento de protecção jurídica. 3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DA INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS A insolvente desempenha a função de operária especializada de 1.ª, na sociedade Bosch Car Multimedia Portugal, S. A., onde aufere o vencimento mensal bruto de 683,00. 6

Capítulo: ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª 3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à inf ormação colocada à disposição da Administradora de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por esta. Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência da devedora: 1. O agregado familiar da insolvente é composto por si própria e pelos seus três filhos, sendo que apenas um deles é maior de idade; 2. É viúva desde 10 de Fevereiro de 2013, não tendo, desde aí, auxílio no sustento dos seus filhos; 3. Em 4 de Dezembro de 2013, no âmbito da venda no processo executivo intentado pelo credor hipotecário, foi a sua casa adjudicada ao exequente; 4. A insolvente desempenha a função de operári a especializada de 1.ª, na sociedade Bosch Car Multimedia Portugal, S. A., onde aufere o vencimento mensal bruto de 683,00; 5. Despende mensalmente um valor não inferior a 500,00 para alimentação, educação, vestuário, saúde, electricidade, água e gás; 6. A título de renda da habitação onde actualmente se encontra, a devedora despende o valor mensal de 300,00. 7

Capítulo: CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA Verifica-se que a insolvente não dispõe de rendimentos que sequer lhe permitam fazer face às suas despesas mensais, pelo que se encontra totalmente impossibilitada de cumprir com as suas obrigações vencidas. 4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve a Administradora da insolvência efectuar uma análise do estado da contabilidade da devedora e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pela devedora. Contudo, o presente dispositivo não tem aplicação porquanto não sendo a insolvente comerciante, não está obrigado legalmente a ter contabilidade organizada. No que se refere à informação financeira prestada pel a devedora e que se encontra descrita em termos de activos e passivos, não obstante dos pedidos realizados, não foram entregues as declarações de IRS dos três últimos anos. 5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA Tendo em conta o supra referido, designadamente, a circunstância da insolvente não ser no momento comerciante, 8

Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES não se referenciou qualquer empresa de que aquela seja titular, não tendo, por isso, aplicabilidade o presente dispositivo. 6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência. Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores. Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património da devedora à data da declaração de insolvência, bem como os bens e direitos que el a adquira na pendência do processo. Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ 1 ], da conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resulta que, em rigor, a massa não abrange a totalidade dos bens do devedor susceptíveis de avaliação pecuniária, mas tão só os que forem penhoráveis e não excluídos por disposição especial em contrário, acrescidos dos que, não sendo embora penhoráveis, 1 Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, 4.ª ed., p. 236-237. 9

Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a impenhorabilidade não seja absoluta. São absolutamente impenhoráveis os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado ( ). Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes na casa onde reside a devedora por se tratar de bens essenciais para o quotidiano da insolvente e do seu agregado familiar. A signatária encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património da insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, não tendo sido possível localizar quaisquer bens. Verificou-se a existência de valores aprendidos no âmbito do processo executivo n.º 7644/11.3TBBRG da Comarca de Braga, Vila Nova de Famalicão, Unidade Central, Instância Central, 2.ª Secção de Execução, J1, não tendo ainda sido possível apurar qual o montante em causa. Tendo em conta que o valor da execução é de 3.267,46, verifica-se que os bens localizados na esfera patrimonial da Insolvente que são susceptíveis de apreensão têm um valor estimado em muito inferior aos 5.000,00 a que se refere o nº 7 do artº 232º do CIRE, pelo que se presume a insuficiência da massa. O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no sentido do encerramento. Assim, considerando que: 10

Capítulo: Cenários POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES 1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado; 2. Não havendo Plano de Pagamentos; O Administrador da Insolvência propõe que se delibere no sentido do encerramento por insuficiência de bens da massa insolvente 11

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.1. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO Das diligências efectuadas no sentido de averiguar a existência de bens no património do insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel, não foram localizados quaisquer bens. Foi possível verificar que, até ao ano de 2013, a insolvente detinha uma habitação própria que adquirira por via de crédito hipotecário: Fracção autónoma designada pela letra C, destinada a habitação, tipo T4, com garagem no rés -do-chão designada pelo n.º 2, 2.º andar direito, do prédio urbano sito na Rua Cónego Manuel Faria, n.º310, da freguesia de Braga (Sé), concelho de Braga, descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Braga sob o n.º 94 e inscrito na matriz predial urbana com o artigo 987. Devido ao incumprimento do contrato de crédito, foi intentada uma execução pelo credor hipotecário, tendo sido promovida a venda do imóvel nesse processo. Em 4 de Dezembro de 2013, foi realizado o título de adjudicação do imóvel ao credor hipotecário. 12

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.2. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão. O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE). Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina -se que a impenhorabilidade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas auferidas a título de aposentação ou qualquer outra regalia social) tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento (e o crédito exequendo não seja de alimentos), o montante equivalente ao salário mínimo nacional. Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso particular em que é requerida a exoneração do passivo restante, estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que advenham ao devedor constituem rendimento disponível, a ser afecto às finalidades previstas no art. 241º do C.I.R.E. (cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém 13

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO desse rendimento disponível e logo dessa afectação do património do devedor ao cumprimento das obrigações para com os seus credores o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo nacional. Uma diferença entre os dois regimes é de realçar, desde logo o facto da norma do C.I.R.E. não mencionar qualquer limite mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado. Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº 3, b), i) do C.I.R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem como limite mínimo o que seja razoavelmente necessário para garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado familiar. Ora, verifica-se que, in casu, a insolvente desempenha a função de operário especializado de 1.ª, na sociedade Bosch Car Multimedia Portugal, S. A., onde aufere o vencimento mensal bruto de 683,00. Face ao entendimento supra manifestado e ao valor aufe rido pela insolvente, considera-se não dever ser aprendido qualquer montante do salário auferido por aquela, pois que o mesmo é imprescindível para o respectivo sustento condigno. 14

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.3. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com carácter pleno ou limitado cfr. al. i) do art.º 36.º do CIRE. Nos presentes autos a sentença que decretou a insolvência não declarou aberto aquele incidente. Para o efeito, regista-se, desde já a inexistência de indícios que fossem do conhecimento do administrador e passíveis de determinar a qualificação da insolvência como culposa. Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afectadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos 10 dias subsequentes. 15

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 7.4. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE A insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235º e ss do CIRE. Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, a administradora da insolvência pronunciar-se sobre o requerimento. É possível delinear a seguinte factualidade com interesse para a emissão do presente parecer, face aos elementos documentais constantes do processo (petição inicial e informaç ões prestadas pelo Requerente, sentença que decretou a insolvência bem como a relação provisória de credores apresentada nos termos dos artºs 154.º e 155º CIRE): 1. O agregado familiar da insolvente é composto por si própria e pelos seus três filhos, sendo que apenas um deles é maior de idade; 2. É viúva desde 10 de Fevereiro de 2013, não tendo desde aí auxílio no sustento dos seus filhos; 3. Em 4 de Dezembro de 2013, no âmbito da venda no processo executivo intentado pelo credor hipotecário, foi a sua casa adjudicada ao exequente; 4. A insolvente desempenha a função de operário especializado de 1.ª, na sociedade Bosch Car Multimedia Portugal, S. A., onde aufere o vencimento mensal bruto de 683,00; 5. Despende mensalmente um valor não inferior a 500,00 para alimentação, educação, vestuário, saúde, electricidade, água e gás; 16

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO 6. A título de renda da habitação onde actualmente se encontra, a devedora despende o valor mensal de 300,00. 7. Os seus credores e respectivos créditos são os seguintes: Credor Fundamento Montante Data Constituição Data Vencimento AOF 4 SARL NIPC B158379 Contrato de crédito conta certa n.º 42602504049100 (crédito cedido pela Cofidis, S.A.) 1.214,15 11-03-2007 09-09-2010 AOF 4 SARL NIPC B158379 Juros vencidos após a data da declaração da insolvência 0,96 23-10-2014 23-10-2014 Banco Banif Mais, S.A. NIPC 500 280 312 Contrato de mútuo (sentença condenatória) 6.309,17 15-02-2013 30-08-2010 Caixa Geral de Depósitos, S.A. NIPC 500 960 046 Empréstimos n.º 00350668003869485 e 00350668003870885 40.586,64 22-04-2003 22-08-2010 Caixa Geral de Depósitos, S.A. NIPC 500 960 046 Empréstimo n.º 00350668005625684 6.295,36 23-04-2008 23-08-2010 EDP - Serviço Universal, S.A. NIPC 507 846 044 Facturação 781,76 24-02-2011 17-03-2011 Maria de Fátima Oliveira Cunha NIF 197 515 398 Contrato de arrendamento 2.716,74 02-11-2010 21-02-2013 Nos Comunicações, S.A. NIPC 502 604 751 Facturação 783,13 27-01-2011 15-02-2011 17

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO Paulo Fernando Correia Lopes e Maria Rosa da Silva Campos Crédito relacionado pela insolvente (processo n.º 7644/11.3TBBRG) 3.267,46 ND ND 8. Encontram-se pendentes contra a requerente os seguintes processos: a. Processo de execução n.º 3690/12.8TBBRG da Comarca de Braga, Vila Nova de Famalicão, Unidade Central, Instância Central, 2.ª Secção de Execução, J1; b. Processo de execução n.º 7644/11.3TBBRG da Comarca de Braga, Vila Nova de Famalicão, Unidade Central, Instância Central, 2.ª Secção de Execução, J1; c. Processo de execução n.º 8766/12.9TBBRG da Comarca de Braga, Vila Nova de Famalicão, Unidade Central, Instância Central, 2.ª Secção de Execução; 9. Apresentou-se à insolvência em 21 de Outubro de 2014, a qual foi decretada por sentença proferida no dia 23 do mesmo mês. *-* Isto dito: Dispõe o disposto no art.º 235 do CIRE, que se o devedor for uma pessoa singular, pode ser-lhe concedida a exoneração dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no encerramento deste. Os critérios de aplicação deste instituto estão previst os nos art.ºs 237.º segs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de 18

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO insolvência, cumprir-se-á dessa forma o requisito da alínea c) do art.º 237.º. Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º ( aplicáveis por força do art.º 237º., alínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo. Nada consta nos autos ou foi apurado pel a administradora de insolvência quanto a ter a devedora fornecido informações falsas a que se refere a alínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta exoneração do passivo restante (alínea c)). A aplicação do disposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238.º do CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações: o devedor não cumprir o dever de apresentação à insolvência, com prejuízo para os credores, ou se não existir esse dever, se se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa s singulares, não está a insolvente obrigada a apresentar-se à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo preceito, pelo que não se cuida de verificar a verificação em concreto da parte inicial da alínea d). 19

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO No que se reporta aos demais requisitos desta alínea d), de preenchimento cumulativo, são os seguintes: que o devedor/requerente não se apresente à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência; que desse atraso resulte um prejuízo para os credores; que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria escrevem que para além da não apresentação à insolvência, a relevância deste comportamento do devedor, para efeito de indeferimento liminar, depende ainda, em qualquer destas hipóteses, de haver prejuí zo para os credores e de o devedor saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe «qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação económica». Está aqui em causa apurar se a não apresentação do devedor à insolvência se pode justificar por eles estarem razoavelmente convictos de a sua situação económica poder melhorar em termos de não se tornar necessária a declaração de insolvência [ ] Importa, pois, verificar se a apresentação do requerente à insolvência se verificou nos seis meses seg uintes à verificação desta situação e, em caso negativo, se desse facto advieram prejuízos para os credores. 20

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando -se assim dum prejuízo de outra ordem, projectado na esfera jurídica do credor em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissip ação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência). Entende-se que o simples acumular do montante de juros não integra o conceito de prejuízo a que se refere o art. 238, nº 1, al. d) do CIRE. [ ]. Com efeito, a mora resultante do atr aso no pagamento, em abstracto, contribui sempre para o avolumar da dívida, designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados, em especial quando estamos perante dívidas a instituições financeiras. Ora, sendo a insolvência uma situação de imposs ibilidade de cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE), lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e segs. do Cód. Civil), o que se traduz no au mento quantitativo do passivo do devedor. Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de prejuízo previsto na alínea d) do nº 1 do art. 238 do CIRE inclua no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito de capital, sob pena de se estar a esvaziar de sentido útil a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores). 21

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO É que se tivesse sido essa a finalidade da lei, bastaria ter estabelecido o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante quando o devedor se absti vesse de se apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à verificação dessa situação. Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis meses após a verificação da situação de insolvência) não é suficiente para se poder considerar preenchido o requisito aqui em análise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar -se um prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria comum a todas as situações de insolvência, o que não se mostra compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores como requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente. Tratando-se o prejuízo dos credores de um requisito autónomo deste indeferimento liminar, acrescerá o mesmo aos demais requisitos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já estão contidas num desses outros requisitos. Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta do devedor, devendo apurar-se se este se pautou pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua situação económica, só se justificando o indeferimento liminar caso se conclua pela negativa. Ao estabelecer, como pressuposto do indeferime nto liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei 22

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer. São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé, os quais, a verificarem-se na conduta do devedor, impedem que a este seja reconhecida a possibilidade, preenchidos os demais requisitos do preceito, de se libertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a sua reabilitação económica. Como tal, o que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem, dificultem ou diminuam a possibilidade de os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem. Face à matéria fáctica que atrás se considerou relevante, n ada foi apurado no sentido que aponte para que a insolvente não tenha adotado uma atitude de licitude, honestidade, transparência e boa-fé no que respeita à sua situação económica. Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer elemento que aponte no sentido da culpa do devedor na criação ou agravamento da situação de insolvência está também preenchida a alínea e) do art.º 238.º. Não consta, ainda, que a devedora tivesse sido condenado por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração 23

Capítulo: OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO da insolvência ou posteriormente a esta data alínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE. Por último, não resulta que o devedor tenha violado qualquer dos deveres de informação, apresentação ou colaboração previstos no CIRE alíneas i) e g) do artº 238.º Os pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchido s e não há elementos que levem a signatária a emitir parecer que pudesse concluir pelo indeferimento do pedido. Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido de terem mantido uma conduta contrária ao Direito, emite -se parecer no sentido que deve ser concedido à insolvente a possibilidade de após o período de cinco anos previsto no artº. 239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então não lhe seja possível saldar. 24

Capítulo: INVENTÁRIO (Art.s 153.º e 155º CIRE) 8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) VERBA N.º 1: Valor aprendido no âmbito do processo executivo n.º 7644/11.3TBBRG da Comarca de Braga, Vila Nova de Famalicão, Unidade Central, Instância Central, 2.ª Secção de Execução, J1 -- -------------------------------------------------------------- (Valor a determinar) 25

Capítulo: INVENTÁRIO (Art.s 153.º e 155º CIRE) 9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES (ART. 154º CIRE) Em anexo 26