A ENFERMAGEM NA SAÚDE DO IDOSO NA ATUALIDADE THE HEALTH OF THE ELDERLY IN NURSING TODAY



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14 Interbio v.8 n.2, Jul-Dez, 2014 - ISSN 1981-3775 A ENFERMAGEM NA SAÚDE DO IDOSO NA ATUALIDADE THE HEALTH OF THE ELDERLY IN NURSING TODAY ROCHA, Bruna Camila 1 ; PEREIRA, Thaís Josgrilberg 2 Resumo Devido ao constante aumento de idosos e a inversão da pirâmide populacional surge a necessidade de saber cada vez mais como proceder frente a esse público, oferecendo uma melhor qualidade de vida. Se tratando da saúde do idoso a enfermagem tem se mostrado apta e crescendo em seu conhecimento para atender as demandas dessa faixa etária. O objetivo dessa pesquisa foi descrever a atuação do enfermeiro frente à saúde do idoso, nas diversas realidades, na atualidade através de um estudo descritivo fazendo uso da pesquisa bibliográfica em que 38 artigos do ano de 1999 a 2013 foram analisados em seu conteúdo e utilizados na extração de informações essenciais. A pesquisa evidencia o reconhecimento do enfermeiro frente à saúde do idoso, pois esses profissionais têm se mostrado cada vez mais dedicados e capacitados a oferecer uma assistência qualificada. Palavras-chaves: idoso, enfermagem, saúde do idoso. Abstract Due to constant increase of elderly and the inversion of the population pyramid surge the need to know more and more how to proceed in this public, offering better quality of life. With respect to elderly health, nursing has been shown able and growing in your knowledge, to attend the demands of this age group. The aim of this study was to describe nurses' actions towards the health of the elderly, in various realities, nowadays through a descriptive study made use of literature search, in that 38 articles were analyzed of the year 1999-2013, they were used in extraction of essential information. The research highlights the nurses recognition in the health of the elderly. These professionals have become increasingly more dedicated and empowered to offer a qualified assistance. Keywords: elderly, nursing, health of the elderly. 1 Discente do curso de Enfermagem do Centro Universitário da Grande Dourados UNIGRAN, Dourados/MS. E-mail: bruna7quedas@hotmail.com; 2 Docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário da Grande Dourados- UNIGRAN, Dourados/ MS. E-mail: thata_josgrilberg@hotmail.com.

15 Introdução O processo de envelhecimento traz muitas mudanças e afeta o indivíduo de forma significante no seu convívio perante a sociedade, podendo trazer danos a sua vida social e psicológica. A sociedade muitas vezes exclui a ideia de que a pessoa idosa pode compartilhar muitas experiências e ajudar de várias formas, afinal ela já viveu muitas situações. O idoso precisa de atenção, compreensão e cuidado. Por muitos, o idoso é visto como um ser incapaz de realizar atividades normalmente feitas pela sociedade jovem, acarretando ao preconceito. De acordo com a Organização Mundial de Saúde o Brasil está envelhecendo. Projeções apontam que em 2025 o Brasil será o sexto país com maior número de idosos no mundo. Com isso temos a inversão da pirâmide populacional trazendo profundas transformações em relação à estrutura sócio-econômicopolítico-cultural na sociedade. Isso reflete diretamente no setor saúde, que irá carecer de auxílio e suporte de profissionais especializados (SAKANO; YOSHITOME, 2006). O rápido processo de envelhecimento da população no Brasil vem ganhando destaque, principalmente no que se refere as suas implicações sociais e em termos de saúde pública. Entre os anos de 1980 e 2000 houve um aumento da população total de 56%, sendo assim estima-se um crescimento da população idosa brasileira de mais de 100%. A faixa etária com 60 anos ou mais aumentará de 5% da população total, em 1960, para 14% em 2025 (FILHO; RAMOS, 1999). Se tratando de atenção à saúde da pessoa idosa, o alvo principal é promover a manutenção de um bom estado de saúde, para que essa pessoa alcance um máximo de vida ativa dentro do ambiente em que está inclusa, junto com sua família, sendo autônoma e apresentando independência social, física e psíquica (SANTOS et al., 2008). O cuidado gerontológico de enfermagem não é submetido apenas à cura, deve ser realizado valorizando o tratamento com as pessoas, o cuidado digno, interagindo e compartilhando para atingir o bem viver. Isto requer dos profissionais o impulso à compreensão abrangente com a definição das atuações e limitações da própria profissão, de maneira a oferecer não apenas o profissional e o cuidar, mas todo o contexto envolvido no processo (HAMMERSCHMIDT et al., 2007). Como vimos nos dados epidemiológicos, à população idosa vem aumentando e com isso a demanda de profissionais qualificados para o atendimento e suprimento das necessidades desse público. O enfermeiro tem um papel de destaque em meio a esses profissionais, com uma amplitude de ações que os cabem desenvolver visando a melhoria da qualidade de vida, a autonomia e independência desse público. O objetivo da presente pesquisa foi descrever a atuação do enfermeiro frente à saúde do idoso na atualidade. REVISÃO DE LITERATURA Envelhecer e o Idoso Para prestar uma assistência de qualidade a este grupo etário, é necessário que a enfermagem tenha conhecimento sobre senescência e senilidade e também sobre o histórico familiar e social do idoso, sabendo respeitar seus limites e enfatizar a capacidade para o autocuidado. Senescência é o conjunto de alterações funcionais, orgânicas e psicológicas, que resultam do processo de envelhecimento normal e a senilidade são as alterações resultantes de alguma afecção que acomete o idoso (SILVA, 2009). Envelhecer é um processo natural que compreende uma fase da vida do indivíduo em que acontecem muitas mudanças psicológicas, físicas e sociais que

16 atinge de maneira particular cada pessoa com sobrevida prolongada. É uma etapa, em que considerando sobre a própria existência, o idoso conclui que atingiu muitos objetivos, mas que também sofreu várias perdas, sendo a saúde destacada como um dos aspectos mais afetados (MENDES et al., 2005). Estima-se que em 2025 irá existir 1.2 bilhões de pessoas maiores de 60 anos, tornando o envelhecimento populacional um fenômeno de escala mundial. Os idosos com 80 anos ou mais formam o grupo etário que mais cresce e a maioria destes, em média 75%, vivem nos países desenvolvidos (SOUSA et al., 2003 apud OMS, 2001). A questão da longevidade e do envelhecimento já estava presente na história remota, como o buscar da fórmula da juventude eterna, ligada a plena felicidade e como a contínua preocupação do homem em todos os tempos. Essa questão vem trazendo um interesse social e científico maior, devido ao envelhecimento populacional que não para e vem ocorrendo mundialmente, inclusive no Brasil (ARAÚJO et al., 2006). No século XX, houve grande crescimento e avanço para a ciência que estuda o envelhecimento, aumentando o interesse em estudar, pesquisar e aprender esse processo. O crescimento do número de idosos no mundo resultou numa pressão passiva sobre o desenvolver nesse campo (TRENTINI, 2004). Para a abordagem de diversos contornos sobre o processo de envelhecimento faz-se necessário à participação de diversas disciplinas, tornando tal processo bastante complexo. Refere-se a um fenômeno que traz características diversas relacionado a cultura, ao tempo e o ao espaço e a travessa dos caminhos da vida social, cultural e individual. Assim, o envelhecer ultrapassa as mudanças biopsicossociais, com suas especificidades definidas pela cultura, posição de classe social, condições sócio econômicas e sanitárias do ser humano ou da comunidade (MOREIRA; NOGUEIRA, 2008). Mesmo existindo vários termos para chamar essa fase da vida, é necessário lembrar que a velhice é uma etapa de desenvoltura humana tão importante quanto às demais, merecendo muita dedicação e atenção da família, da sociedade, dos estudiosos sobre o assunto e também do Estado, por meio de planejamento e operacionalização das políticas públicas aos idosos (ARAÚJO et al., 2006). Em uma pesquisa feita por Moreira e Nogueira (2008, p.70) com quinze sujeitos colaboradores tendo como objetivo a busca da compreensão da experiência subjetiva no processo de envelhecimento, compreendido em sua mútua constituição com a realidade sócio cultural, um dos participantes afirmou: Envelhecer, pra mim, é viver um dia após o outro e aproveitar bastante o momento, eu não penso isso. Eu vivo o meu momento, eu vivo o meu presente... Eu não penso no amanhã, que é pra não criar mais ruga ainda. Juro como eu não penso. Eu nunca paro pra pensar nisso, eu vivo o dia de hoje. Idoso é um indivíduo com sessenta anos ou mais segundo a Política Nacional do Idoso (PNI), Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, e o Estatuto do Idoso, Lei nº10.741, de outubro de 2003. Já a Organização Mundial da Saúde (2002) conceitua o idoso a partir da idade cronológica, sendo assim, a pessoa idosa é aquela com sessenta anos ou mais em países em desenvolvimento e com sessenta e cinco anos ou mais em países desenvolvidos (BRASIL, 2005). A pessoa idosa é um ser de relações que está constantemente em construção no conhecimento e no seu saber adquirido durante seu trajeto. Revela-se dinâmico, se identificando e cada vez mais e tendo seu espaço na sociedade como conquista (FRUMI; CELICH, 2006). O idoso apresenta condições específicas que o deixa mais vulnerável a perdas funcionais e emocionais, econômicas e sociais, estando predisposto a baixa autoestima, a presença de várias doenças, a depressão, a incapacidade para realizar determinadas atividades e a pobreza, o que

17 interfere na qualidade de vida. Isso aumenta a preocupação com essa parcela da população (MARIN et al., 2008). O que está em jogo diante da pessoa idosa é a capacidade de executar seus desígnios próprios, ou seja, sua autonomia. Qualquer pessoa idosa capaz de administrar sua própria vida e decidir onde, quando e como realizar suas atividades de lazer, de convivência social e de trabalho é considerado um indivíduo saudável (RAMOS, 2003). Quando o idoso aceita que envelhecer é um processo natural da vida do homem como de qualquer outro ser vivo, ele passa a adquirir melhor consciência do que está vivenciando. O idoso vai adaptar-se melhor a essa fase de vida quando seu espírito se encontra saudável e otimista, assim reconhecendo a velhice como uma fase de experiências acumuladas, de liberdade e maturidade para se assumirem, se libertarem de certas responsabilidades (FRUMI; CELICH, 2006). Em 24 de setembro de 2003 foi aprovado o Estatuto do idoso pelo congresso Nacional, logo após, no dia 01 de outubro foi sancionado pelo Presidente da República. Contém 118 artigos que regulamentam os direitos dos indivíduos com sessenta anos ou mais e define as medidas de proteção. Classifica crimes contra pessoas idosas definindo as punições, proíbe a discriminação em planos de saúde, determina o suprimento gratuito de medicações pelo poder público, afirma 50% de desconto nas atividades de lazer e culturais e o transporte público gratuito. Determina como crime o discriminar do idoso, bem como a apropriação ou o desvio de bens, pensão, proventos ou qualquer outra forma de rendimento do idoso (JUNGES, 2004). Sociedade Os idosos constituem a fração que mais aumenta na população brasileira. Entre os anos de 1991 e 2000, o número de habitantes com 60-69, 70-79 e 80+ cresceram 28, 42 e 62% respectivamente, revelando o crescimento de duas a quatro vezes mais do que o restante da população brasileira que fica com os outros 14% (COSTA; BARRETO, 2003). O idoso tem grande importância, como papel social, no significado do processo de envelhecimento, pois o mesmo é dependente da maneira de vida que os indivíduos tenham levado, assim como das condições que se encontram atualmente (MENDES et al., 2005). Os diversos problemas que atingem os idosos requerem urgentes respostas em múltiplas áreas. É dever das políticas públicas a garantia dos direitos fundamentais a renda, habitação, alimentação e também ações que sejam voltas às necessidades da população idosa, como assistência que seja especializada a saúde, centros de convivência, serviços de apoio domiciliar ao indivíduo idoso, universidades da terceira idade, programas de medicamentos, etc (VERAS; CALDAS, 2004). A sociedade a todo o momento sofre muitas modificações. A tecnologia avança, os meios de comunicação bombardeiam com dados e fatos, a vida é cada dia mais agitada e corrida, o tempo diminui e as condições econômicas ficam mais difíceis, principalmente à medida que o ser humano vive mais. Isso requer uma capacidade de se adaptar que nem sempre o idoso apresenta, fazendo com que esses indivíduos enfrentem vários problemas sociais (MENDES et al., 2005). Os idosos querem e podem continuar independentes e ativos por quanto tempo for possível, se o adequado apoio lhes for oferecido. O indivíduo idoso está sob risco não apenas porque envelheceu, mas em virtude do envelhecimento torná-lo em significativa medida mais vulnerável à incapacidade, resultado de condições adversas do meio social, físico e de questões afetivas. Assim sendo, o adequado apoio faz-se necessário e indispensável, tanto para o idoso, quanto para os que os cuidam (VERAS; CALDAS, 2004).

18 Analisando o idoso no trabalho, mesmo que de maneira informal, é notar que ele continua ocupando seu espaço no mercado de trabalho. Estudos vêm apontando o crescimento da população idosa trabalhadora. Deixando de 4,5% da população economicamente ativa brasileira em 1977 para o dobro vinte anos depois, com perspectiva de representação nos próximos seis anos 13% dos trabalhadores (D ALENCAR; CAMPOS, 2006). Com a necessidade da criação de condições que tornem real o objetivo indispensável de obter ganhos de saúde, nomeadamente em anos de vida com independência e melhoria das práticas profissionais na área de envelhecimento, o Ministério da Saúde aprovou o Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas, o qual é integrante do Plano Nacional de Saúde 2004-2010 e visa à manutenção da independência, qualidade de vida, autonomia e recuperação global dos idosos, principalmente em seu meio habitual de vida. Isso demanda dos serviços de saúde uma ação multidisciplinar, em articulação com a Rede de Cuidados Continuados de Saúde criada pela Lei nº. 281/2003 de 8 de Novembro (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004) Qualidade de Vida Historicamente, os aspectos básicos para se determinar a qualidade de vida eram apenas os materiais. Todavia, com o passar do tempo, aconteceu um avanço nesse conceito, considerando a realização e satisfação pessoal, opções de lazer, relacionamentos com qualidade, percepção de bem estar de modo geral e acesso a eventos culturais (BRUM et al., 2012). Hoje, a necessidade de ter uma vida saudável é chamada qualidade de vida, fazendo parte de uma filosofia de um viver alternativo almejando constantemente a melhoria de vida do indivíduo. Trata-se de um bem viver que vai recompensar quatro áreas no mínimo: profissional, social, afetiva e saúde (SOUZA, 2012). Até então, o termo qualidade de vida não tem uma definição consensual, sendo um assunto, na literatura, de grande discussão. Contudo, para a OMS, o termo faz referência à percepção do ser humano sobre sua condição de vida, incluso na sua cultura e nos seus sistemas de valores, em relação aos seus ideais, expectativas e padrões sociais (SALMELA et al., 2005). Qualidade de vida é um conceito pessoal de cada sujeito, mesmo com o consentimento de que vários itens a formam, sendo essa harmonia aliada a variáveis como longevidade, satisfação no trabalho, estado de saúde, lazer, salário, disposição, relação com a família, prazer e até mesmo a espiritualidade (BRUM et al., 2012). Na velhice, a qualidade de vida está ligada a questões de autonomia e independência. A dependência do idoso é resultado das mudanças biológicas e alterações nas exigências sociais. O bem estar da pessoa idosa é o efeito do equilíbrio entre várias dimensões, tendo em mente que é possível que muitos o atinjam, com ou sem a presença de enfermidades (PEREIRA et al., 2006). A preocupação com a qualidade de vida do idoso obteve uma maior importância nos últimos 30 anos. Isso porque o número de idosos cresceu bastante e a expansão da longevidade também, que começou a ser compartilhada por um número maior de pessoas vivendo em diversas sociedades. Além de tudo, os pesquisadores se viram mais sensibilizados para o estudo científico sobre o assunto, refletindo no aumento de publicações (TRENTINI, 2004). Materiais e Métodos Trata-se de um estudo bibliográfico de caráter descritivo fazendo o uso do método de revisão de literatura, onde a pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental no trabalho científico, pois influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida do embasamento teórico em que se norteará o trabalho constituído em levantamento, seleção,

19 fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa (AMARAL, 2007). A pesquisa fundamentou-se em informações presentes nos artigos científicos buscados na biblioteca do Centro Universitário da Grande Dourados Unigran, e artigos disponíveis para acesso via Internet, nas bases de dados da LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific electronic Library Online), Google Acadêmico, selecionados dos anos 1999 a 2013, com as palavras-chaves: idoso, enfermagem, saúde do idoso. Foram selecionados 38 artigos por corresponderem aos objetivos do presente estudo. Com a leitura dos artigos e observação foram selecionados aqueles que abordavam diferentes atuações do enfermeiro. Após a seleção, foi feito à análise do seu conteúdo e extração das informações essenciais. Discussão O ponto a ser discutido faz referência entre a enfermagem e a saúde do idoso, relatando a interação entre a profissão, com suas possíveis atuações, e essa faixa etária, ressaltando a importância da saúde do idoso e a busca de profissionais capacitados a atender essa demanda. Santos et al., (2008) afirma dentro da política de saúde a importância de profissionais aptos a estarem na linha de frente do cuidado a essa população, garantindo uma assistência qualificada, pois se tratando de atenção à saúde da pessoa idosa, o alvo principal é promover a manutenção de um bom estado de saúde, para que essa pessoa alcance uma qualidade de vida satisfatória. A enfermagem interage e articula com outras áreas a comunicação de ideias até a reciprocidade na integração de conceitos formuladores de um determinado conhecimento, sendo também na organização da pesquisa e do ensino que com ela pode se relacionar (CAMACHO, 2002). Veiga e Menezes (2008) completa dizendo que a enfermagem em relação à saúde do idoso se configura em uma área de conhecimento que é essencial ao conjunto de programas de saúde a população geral, estabelecendo desafios para esses profissionais irem além da abordagem clínico-curativa, para exercer a atuação com uma postura interdisciplinar e multiprofissional. Pavarini et al., (2005), levanta que enfermagem, assim como várias outras profissões têm procurado, em maior ou menor grau, se inserir no contexto interdisciplinar da gerontologia, batendo de frente com os dilemas e desafios que isso representa no contexto brasileiro atual. Mas em contrapartida relata que o movimento ainda está abaixo do necessário. O rápido aumento em nível da faixa etária que se convencionou chamar de terceira idade, e o prognóstico concedido pela ciência, especialmente no campo de geriatria, exigem dos profissionais da saúde uma maior capacitação para atender aos idosos. Com o crescimento da população idosa aparece à necessidade de falar sobre a gerontologia e o avanço da enfermagem gerontológica, dando prioridade ao cuidado a pessoa idosa, tendo em vista o autocuidado, a independência e a vida ativa. Entretanto está apontada também a outro extrato dos idosos doentes e fragilizados, dando o suporte necessário à família cuidadora, empenhando-se junto com a comunidade e profissionais na conquista de políticas e programas que possibilitem a assistência merecida, em qualquer condição e circunstância e à conservação da dignidade da vida social (FURTADO, 2009; SANTOS, 2000). A gerontologia é uma área de conhecimento específico sobre o envelhecimento, dentre as várias disciplinas que nela atuam, encontra-se a enfermagem, que articula e interage com outras áreas o compartilhar de ideias até a integração recíproca de conceitos que formulam um conhecimento determinado, bem como o organizar da pesquisa e do ensino que com ela pode se relacionar (CAMACHO, 2002). Hammerschmidt et al. (2007), complementa que o cuidado gerontológico de enfermagem

20 não é submetido apenas à cura, deve ser realizado valorizando o tratamento com as pessoas, o cuidado digno, interagindo e compartilhando para atingir o bem viver. O profissional de enfermagem em seu ambiente de trabalho, seja ele um ambiente hospitalar, um ESF, um CAPS, uma entidade filantrópica, etc., exerce a relação interpessoal, exercita a relação do agir voltado para o outro, o enfermeiro é o sujeito da ação para o outro, ele planeja, elabora e implementa a assistência, o cuidar (BRUM et al., 2005). Figueiredo et al. (2008) aponta a importância desse plano de assistência afirmando que o uso da Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) é uma necessidade mundial, visando à uniformização da comunicação entre profissionais e uma melhoria da qualidade da assistência oferecida, sendo possível assim facilitar, viabilizar e prestar de maneira adequada o cuidado ao idoso acamado em domicílio, por exemplo. Evidencia-se assim a importância do enfermeiro nesse meio. Segundo Santos (2006) o enfermeiro, fazendo uso de uma abordagem contextualizada e individual, ao cuidar da pessoa idosa, leva em consideração a multidimensionalidade do envelhecimento, da velhice e do idoso. Os termos qualidade de vida, humanização, individualização do cuidado e autocuidado, compõem o vocabulário dos profissionais de enfermagem gerontogeriátrica. O trabalho desse profissional se orienta para os cuidados específicos, o que exige o aumento do uso dos conhecimentos adquiridos, da criatividade e da capacidade de entender as relações que existe entre os idosos, sua família, sua comunidade e sociedade. Se tratando de trabalho do profissional, Oliveira e Tavares (2010) trazem a consulta de enfermagem com o idoso como atividade específica do enfermeiro para coleta de informações mais detalhadas, carência, necessidade de segurança, de apoio e de construir um relacionamento interpessoal. Isso demanda tempo com uma maior dedicação, ajuda, apoio, paciência e criatividade, além do enfermeiro conhecer mais sobre sua doença e medicação. Isso faz da enfermagem uma área fidedigna a oferecer ao idoso um cuidado humanizado e qualificado. Diogo (2000) nos mostra a importância da enfermagem na reabilitação geriátrica, sendo ela uma das faces da enfermagem geriátrica e gerontológica. A atuação do enfermeiro na equipe multidisciplinar centra-se no processo educativo com o idoso e seus familiares, tendo como objetivo a independência funcional, bem como a prevenção de complicações secundárias e sua adaptação juntamente com a família à nova realidade. O enfermeiro considera e respeita os diversos estágios da reabilitação em que o idoso pode se deparar. Victor et al. (2007) nessa mesma linha de pensamento mostrou através de seu estudo, que a enfermagem atua numa perspectiva de promoção de saúde podendo desenvolver ações eficazes, não apenas voltadas para condições físicas do idoso no grupo, mas também possibilitar que os mesmos construam novas maneiras de se cuidarem, no sentido de aderir hábitos saudáveis que vão refletir em seu estilo de vida. A enfermagem atua em um amplo campo relacionado à assistência ao idoso. Medeiros, Araújo e Barbosa (2008), mencionam a enfermagem na rede formal de apoio, sendo hospitais, clínicas, asilos, etc., na relação interpessoal profissional-ser cuidado e também na rede informal de apoio ao idoso, ou seja, cuidados domiciliares de familiares, de cooperativas solidárias, de organizações não governamentais, vizinhos, etc. Em todas essas redes de assistência o enfermeiro exerce funções direcionadas a atividade envolvendo o idoso, família e comunidade. O enfermeiro atuante em instituições de longa permanência para idosos é um dos trabalhadores envolvidos no contexto da multidisciplinaridade de tais instituições. O planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação do serviço de enfermagem é atividade privativa do

21 enfermeiro de acordo com a Lei 7498/86, que regulamenta o exercício profissional. Sendo assim, onde houver trabalhadores de enfermagem de nível médio/técnico e os demais profissionais que realizam o cuidado, deve haver um enfermeiro para a liderança e direcionamento desses trabalhadores. Todavia é importante frisar que isso ainda não é uma realidade na maioria desse tipo de instituições (SANTOS et al., 2008). Pestana e Caldas (2009) abordam e enfermeiro na neuropsiquiatria geriátrica, tornando-o essencial para um idoso com demência por exemplo. A busca por estratégias para uma minimização e um manejo a situação de cuidado pode agregar o conhecimento e a experiência da enfermagem como uma grande contribuição na gerontologia, bem como na neuropsiquiatria geriátrica, focando visualizar e operacionalizar novos modelos de cuidados na assistência à saúde do idoso. O enfermeiro em sua prática de assistir os seres humanos em sua totalidade se mostra aptos a atuar na identificação de problemas e estabelecer assistências necessárias. Lima e Tocantins (2009) frisa que o enfermeiro é atuante não só na técnica, mas também nas ações não técnicas onde quer que ele se encontre, referente à compreensão e ao atendimento diante das necessidades que são sentidas e vividas pelo cliente, não somente aquelas pré-estabelecidas pelo olhar profissional. A assistência relacionada às necessidades de saúde exige a atenção ao dia a dia do idoso, conhecendo sua maneira de pensar e de ser, ou ainda melhor, reconsiderando e redescobrindo prioridades para o planejamento das ações de enfermagem. Conclusão A partir dessa pesquisa conseguimos visualizar o Brasil envelhecendo e a inversão da pirâmide populacional, pois envelhecer é um processo inevitável e todos estão caminhando para lá. O idoso ainda sofre o preconceito como um sujeito improdutivo na sociedade, mas sua política evoluiu bastante. Sendo assim é inevitável que esse público ganhe destaque cada dia mais e que a necessidade da atenção à saúde juntamente com profissionais qualificados também cresça. Apesar de ainda não ser abundante, a enfermagem tem buscado se inserir cada vez mais no contexto da saúde do idoso encarando todos os desafios que a realidade brasileira nos traz. Atualmente o enfermeiro é presente em todos os sentidos quando se trata a esse público, justamente pelo crescimento da busca de estar apto a oferecer uma assistência qualificada, respeitando e se atentando a suas particularidades. Apesar da enfermagem já ter evoluído bastante, a tendência é o crescimento de profissionais atuantes nessa área para o suprimento das demandas que também vem aumentando, visando oferecer o bem estar e uma qualidade de vida satisfatória a essa faixa etária de destaque. Referências Bibliográficas AMARAL, J. F. J. Como Fazer Uma Pesquisa Bibliográfica. Fortaleza, janeiro de 2007. Disponível em http://200.17.137.109:8081/xiscanoe/courses- 1/mentoring/tutoring/Como%20fazer%20pesquisa%2 0bibliografica. Pdf. Acesso em 04 de maio de 2014. ARAÚJO, L. F.; COUTINHO, M. P. L.; SANTOS, M. F. S. O idoso nas instituições gerontológicas: um estudo na perspectiva das representações sociais. Rev. Psicologia & Sociedade; 18 (2): 89-98; mai./ago. 2006. BRASIL. Organização Pan-Americana da Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília-DF, 2005. BRUM, L. M. et al. Qualidade de vida dos professores da área de ciências em escola pública no Rio Grande do Sul. Trab. Educ. Saúde,Rio de Janeiro, v.10 n.1,p.125-145,mar./jun.2012. CAMACHO, A. C. L. F. A gerontologia e a interdisciplinaridade: aspectos relevantes para enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem 2002 março-abril; 10(2):229-33. COSTA, M. F. L.; BARRETO, S. M. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento. Epidemiol. Serv. Saúde, dez. 2003, vol.12, no.4, p.189-201.

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