História político-institucional da produção historiográfica brasileira ( )

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Transcrição:

1 FACULDADE DE HISTÓRIA DA UFG PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Linha de Pesquisa: Poder, Sertão e Identidades. Semestre 2013/02 (Segundas feiras: 14h 18h) Disciplina (60 h/a) História político-institucional da produção historiográfica brasileira (1920-1970) Professor Doutor João Alberto da Costa Pinto Ementa Os intelectuais e a historiografia como produtos histórico-institucionais, uma proposta metodológica. Intelectuais: percursos institucionais e práticas políticas de classe (Karl Mannheim e Russel Jacoby). Historiografia: visões de mundo, ideologias e classes sociais (Lucien Goldmann e João Bernardo). Temas clássicos da historiografia brasileira (1920-1970): Estado Nacional, Raças, Cultura Brasileira, Revolução Brasileira, Classes Sociais, Escravismo, Colônia, Império, República, Populismo, Nacionalismo, Capitalismo e Corporativismo. Intelectuais, percursos institucionais, práticas políticas de classe e produção historiográfica: Oliveira Viana (1920; 1930), Gilberto Freyre (1933; 1937; 1961), Sérgio Buarque de Holanda (1936); Caio Prado Júnior (1942; 1954; 1966); Celso Furtado (1959; 1962); Nelson Werneck Sodré (1964; 1967); Luiz Carlos Bresser-Pereira (1968). Hipóteses para um quadro ideológico de perspectivas político-institucionais na historiografia brasileira: perspectiva tecnocrática nacional-corporativista estatal (Oliveira Vianna e Caio Prado Júnior); perspectiva liberal-intervencionista tecnocrático-civil (Sérgio Buarque de Holanda); perspectiva tecnocrática nacional-desenvolvimentista (Celso Furtado); perspectiva corporativista nacional-popular (Nelson Werneck Sodré); perspectiva liberalintervencionista tecnocrático-militar (Gilberto Freyre); perspectiva nacionalista tecnocráticodesenvolvimentista (Bresser-Pereira). Roteiro temático das aulas 1. [Dia 02/09/2013] [04 h/a] Apresentação e discussão do programa de disciplina. 2. [Dias 09/09/2013] [04 h/a] Os intelectuais: percursos institucionais e práticas políticas de classe hipóteses explicativas. JACOBY, 2001, Intelectuais: da utopia à miopia, pp. 137-165.

2 MANNHEIM, 2001, O problema da intelligentsia : um estudo de seu papel no passado e no presente, pp. 69-139. 3. [Dias 16/09/2013 e 23/09/2013] [08 h/a] Historiografia: visões de mundo, ideologias e classes sociais no capitalismo. ALBERTO, 2013, O estado e o poder de classe dos gestores, pp. 191-214. BERNARDO, 2000, Estado Restrito, Estado Amplo e Corporativismo, pp. 11-33. GOLDMANN, 1967, A parte e o todo, pp. 9-21. GOLDMANN, 1973, Gênese e estrutura, pp. 09-20; O sujeito da criação cultural, pp. 75-97; Consciência real e consciência possível, consciência adequada e falsa consciência, pp. 99-106. LÖWY & NAÏR, 2008, Totalidade e gênese, pp. 23-30; O estruturalismo genético: marxismo e ciências humanas, pp. 31-58. 4. [Dia 30/09/2013 e 07/10/2013] [08 h/a] Oliveira Vianna e a perspectiva tecnocrática nacional-corporativista estatal (1) MEDEIROS, 1978, Oliveira Vianna, pp. 155-218. MUNAKATA, 1984, A legislação trabalhista no Brasil, (Leitura integral do livro) 5. [Dia 14/10/2013 e 21/10/2013] [08 h/a] Sérgio Buarque de Holanda e a perspectiva liberal-intervencionista tecnocrático-civil. HOLANDA, 1995, Raízes do Brasil, (Leitura integral do livro). BARBOSA, 1988, Verdes anos de Sérgio Buarque de Holanda: ensaio sobre a sua formação intelectual até Raízes do Brasil, pp. 27-54. LAHUERTA, 1997, Os intelectuais e os anos 20: moderno, modernista, modernização, pp. 93-114. 6. [Dia 28/10/2013 e 04/11/2013] [08 h/a] Caio Prado Júnior e a perspectiva tecnocrática nacional-corporativista estatal (2) PRADO JÚNIOR, 1987, Introdução, pp. 09-13; Sentido da colonização, pp. 19-32; Economia, pp. 119-129; Vida social e política, pp. 341-377. ALBERTO, 2013, A nação corporativista de Caio Prado Júnior, (Leitura integral do livro). 7. [Dia 11/11/2013] [04 h/a] Celso Furtado e a perspectiva tecnocrática nacional-desenvolvimentista. Texto: BIELSCHOWSKY, 1996, O pensamento desenvolvimentista [item 5.4 O setor público: o desenvolvimentismo nacionalista o pensamento de Celso Furtado ], pp. 127-179.

3 8. [Dia 18/11/2013] [04 h/a] Nelson Werneck Sodré e a perspectiva corporativista nacional-popular. SODRÉ, 1978, Evolução Política: raízes históricas do nacionalismo brasileiro, pp. 163-183; Evolução Popular: quem é o Povo no Brasil?, pp. 185-227. PINTO, 2005, Historiografia, projeto teórico e práticas institucionais um estudo de caso: Nelson Werneck Sodré e o ISEB, pp. 245-264. PINTO, 2011b, O percurso intelectual de Nelson Werneck Sodré, historiador do Brasil (1911-1999), pp. 169-180. 9. [Dias 25/11/2013 e 02/12/2013] [08 h/a] Gilberto Freyre e a perspectiva liberal-intervencionista tecnocrático-militar. FREYRE, 2000, Prefácio, pp. 207-235; Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida, pp. 235-309. PINTO, 2006b, Gilberto Freyre: cultura e conflitos políticos em Pernambuco (1923-1945), pp. 69-83. ALBERTO, 2013, Gilberto Freyre, o IJNPS e o golpe militar de 1964, 28p. 10. [09/12/2013] [04 h/a] Bresser-Pereira e a perspectiva nacionalista tecnocrático-desenvolvimentista. BRESSER-PEREIRA, 1987 [1968], Desenvolvimento econômico substitutivo de importações, pp. 29-69; Desenvolvimento social e surgimento de novas classes, pp. 70-94. BRESSER-PEREIRA, 1982, Seis interpretações sobre o Brasil, pp. 269-306. Objetivos e procedimentos metodológicos 1) No roteiro que proponho, a historicidade das práticas ideológico-institucionais dos intelectuais produtores de historiografia serão aferidas sob os critérios teórico-metodológicos do universo conceitual de Karl Mannheim ( Sociologia do Conhecimento ; Perspectiva de Pensamento ; Determinação Social do Conhecimento, Intelligentsia e Classes Sociais ), e de João Bernardo ( Condições Gerais de Produção ; Estado Restrito ; Estado Amplo ; Lei do Valor ; Gestores ; Corporativismo, Democracia de mais-valia absoluta e Democracia de mais-valia relativa ). 2) O ponto mediador das leituras e interpretação de algumas das principais referências bibliográficas da produção historiográfica brasileira no período 1920-1970, frente às suas determinações institucionais, estará estruturado com o argumento teórico-metodológico de Lucien Goldmann ( Visões de Mundo, Máximo de Consciência Possível ; Consciência Real ; Estruturas Significativas ).

4 3) Os percursos biográficos institucionalizados e produção intelectual percebidos como elementos de síntese explicativa para uma tentativa de apreensão conceitual das realidades ideológicas da historiografia brasileira quando da processualidade organizatória dos fundamentos institucionais do capitalismo brasileiro (especialmente no período 1930-1964). 4) A intervenção pública dos intelectuais-historiadores como expressão síntese de visões de mundo na construção das práticas ideológicas de uma classe dominante em constituição histórica: os gestores-tecnocratas. Enfim, a produção teórica não apenas como produção para a formação de um campo de conhecimento específico (História e Historiografia), mas como produção social de projetos políticos de classe e expressão síntese da totalidade dos conflitos institucionais das classes sociais na organização do capitalismo brasileiro. 5) E como resultado geral desta minha proposta de trabalho, a sugestão de uma operacionalização historiográfica que demarque a visão de mundo tecnocrática como expressão ideo-política dos Gestores-tecnocratas como classe dominante na formação institucional do capitalismo brasileiro contemporâneo. Procedimentos de avaliação Para cada sessão (04 h/a) estão programados textos de leitura obrigatória. Em cada sessão os discentes farão uma apreciação sistemática das leituras efetuadas, tal procedimento constituir-se-á como termo de avaliação que será concluído com a apresentação de um artigo individual de 10 a 15 laudas que apresente de modo pormenorizado uma discussão sobre um dos tópicos sugeridos e desenvolvidos durante as aulas. O artigo deverá ser entregue no máximo até 31 de janeiro de 2014 e deverá ser remetido por e-mail ao seguinte endereço: joaoacpinto@yahoo.com.br Os textos indicados como PDF serão enviados aos alunos por e-mail. Bibliografia Básica* *Dependendo das discussões encaminhadas durante as aulas, outras referências bibliográficas poderão ser incorporadas. 1- ALBERTO, João. O estado e o poder de classe dos gestores. In Revista História & Perspectivas (UFU), Uberlândia, Volume 26, n 48, pp. 191-214, Janeiro-Julho de 2013 (PDF). 2- ALBERTO, João. A nação corporativista de Caio Prado Júnior. Goiânia: Editora Cânone, 2013. 3- ALBERTO, João. Gilberto Freyre, o IJNPS e o golpe militar de 1964. Goiânia, 28p. (versão em preparo) (PDF). 4- AMARAL, Azevedo. O Estado Autoritário e a Realidade Nacional (1938). Brasília: Editora da UNB, 1981. 5- BARBOSA, Francisco de Assis. Verdes anos de Sérgio Buarque de Holanda: ensaio sobre sua formação intelectual até Raízes do Brasil. In VÁRIOS... Sérgio Buarque de Holanda: vida e obra. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura / Arquivo do Estado / USP: Instituto de Estudos Brasileiros, 1988. 6- BERNARDO, João. Marx crítico de Marx (03 volumes). Porto: Afrontamento, 1977. 7- BERNARDO, João. Estado. A silenciosa multiplicação do poder. São Paulo: Escrituras, 1998. 8- BERNARDO, João. Transnacionalização do capital e fragmentação dos trabalhadores. São Paulo: Boitempo Editorial, 2000. 9- BERNARDO, João. Labirinto dos fascismos. Porto: Afrontamento, 2003.

10- BERNARDO, João. Democracia totalitária. Teoria e prática da empresa soberana. São Paulo: Editora Cortez, 2004. 11- BERNARDO, João. Economia dos Conflitos Sociais (2ª. Edição). São Paulo: Expressão Popular, 2009. 12- BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Desenvolvimento e crise no Brasil 1930-1967. Rio de Janeiro: Zahar, 1968. 13- BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Desenvolvimento e crise no Brasil 1930-1983. São Paulo: Brasiliense, 1987. 14- BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Seis interpretações sobre o Brasil. In Dados Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 25, n 03, pp. 269-306, 1982. 15- FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. In SANTIAGO, Silviano (Coordenador). Intérpretes do Brasil (volume dois). Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2000, pp. 203-727. 16- FREYRE, Gilberto. Uma política transnacional de cultura para o Brasil de hoje. In Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, 1960, 117p. 17- FREYRE, Gilberto. Brasis, Brasil, Brasília. Rio de Janeiro: Editora Record, 1968. 18- FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2000. 19- FURTADO, Celso. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009. 20- GOLDMANN, Lucien. Dialética e Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. 21- GOLDMANN, Lucien. Crítica e dogmatismo na cultura moderna. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1973. 22- HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 23- JACOBY, Russel. O fim da utopia. Política e cultura na era da apatia. Rio de Janeiro: Record, 2001. 24- LAHUERTA, Milton. Os intelectuais e os anos 20: moderno, modernista, modernização. In LORENZO, Helena Carvalho de & COSTA, Wilma Peres da. A década de 1920 e as origens do Brasil moderno. São Paulo: Editora da UNESP / FAPESP, 1997. 25- LÖWY, Michael & NAÏR, Sami. Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade. São Paulo: Boitempo, 2008. 26- MANNHEIM, Karl. Ideologia e utopia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1986. 27- MANNHEIM, Karl. Sociologia da cultura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001. 28- MARTINS, Carlos Estevam. A tecnocracia na História. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1975. 29- MEDEIROS, Jarbas. Ideologia Autoritária no Brasil 1930-1945. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1978. 30- MUNAKATA, Kazumi. A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984. 31- PINTO, João Alberto da Costa. Historiografia, projeto teórico e práticas institucionais um estudo de caso: Nelson Werneck Sodré e o ISEB. In MENDONÇA, Sônia Regina de (Org.). O Estado brasileiro: agências e agentes. Niterói, RJ, Editora da UFF / Vício de Leitura, 2005, pp. 245-264. 32- PINTO, João Alberto da Costa. O ISEB Por ele mesmo : práticas institucionais e modelos ideológicos. In MENDONÇA, Sônia Regina de (Org.). Estado e historiografia no Brasil. Niterói, RJ: Editora da UFF / FAPERJ, 2006a, pp. 323-342. 33- PINTO, João Alberto da Costa. Gilberto Freyre: cultura e conflitos políticos em Pernambuco (1923-1945). In Revista Plurais, Anápolis, GO, vol. 03, n 1-2, pp. 69-83, 2006b. 34- PINTO, João Alberto da Costa. Sobre a identidade do intelectual na sociedade capitalista. In Revista da UFG, n 10, Goiânia, junho de 2011a (PDF). 5

6 35- PINTO, João Alberto da Costa. O percurso intelectual de Nelson Werneck Sodré, historiador do Brasil (1911-1999). In Revista de História Actual, Vol. 09, Cádiz, Espanha, pp. 169-180, 2011b (PDF). 36- PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo (20ª. Edição). São Paulo: Brasiliense, 1987. 37- PRADO JÚNIOR, Caio. A revolução brasileira (2ª. Edição). São Paulo: Brasiliense, 1966. 38- SODRÉ, Nelson Werneck. Introdução à revolução brasileira (4ª. Edição). São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, 1978. 39- SODRÉ, Nelson Werneck. História da burguesia brasileira. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983. 40- WILLIAMS, Raymond. Cultura e materialismo. São Paulo, Editora da UNESP, 2011. Prof. Dr. João Alberto da Costa Pinto Programa de Pós Graduação em História da UFG Agosto de 2013.