Fruticultura TERCEIRA AULA CITRUS Professor: Adriano de Almeida Franzon
PRAGAS
PRINCIPAIS PRAGAS E SEU CONTROLE As pragas dos citros são fatores limitantes à produção. Ocorrem desde a formação das mudas até a implantação e condução do pomar e podem comprometer o desenvolvimento e a produtividade das plantas ou mesmo inviabilizar economicamente a cultura.
Descrição e Biologia Mosca das Frutas (Ceratitis capitata) É uma praga de clima tropical e subtropical.a mosca adulta tem 4 a 5 mm de comprimento, 10 a 12 mm de envergadura, cor amarela, tórax preto e desenhos simétricos brancos na face superior. Asas com transparência rosada.após o acasalamento a fêmea espera a maturação dos ovos, ela procura um fruto que vai passar pelo período de maturação; após encontrar o melhor local no fruto introduz o ovipositor colocando de 1 a 10 ovos; o ovo tem 1 mm, de cor branca.o ovo fica nesse período de 1 a 6 dias até o nascimento das larvas.
As larvas se introduzem na polpa e faz galerias até o centro; a larva desenvolvida mede cerca de 8 mm, de cor branca amarelada e o período larval é de 9 a 13 dias.as larvas após isso abandonam o fruto e caem no solo, e aprofunda-se de 1 a 10 cm e se transforma em pupa, onde mede cerca de 5 mm e de cor marrom escura. O período pupal é de 10 a 12 dias, até 20 dias no verão.o ciclo completo é de 31 dias, a fêmea vive até 10 meses, e põe nesse período cerca de 800 ovos.
Prejuízos Podem destruir totalmente a polpa dos frutos; o número de moscas é grande e ficam pousadas nos frutos.
Cigarrinhas As cigarrinhas são insetos sugadores que se alimentam em um grande número de espécies de plantas. Só na cultura de citros existem aproximadamente de 60 a 70 espécies de cigarrinhas que podem ser observadas nas árvores e na vegetação espontânea.
Muitos desses insetos podem transmitir doenças em diversas culturas. Um exemplo é a clorose variegada dos citros (CVC) ou amarelinho - doença causada pela bactéria Xylella fastidiosa, que vive nos vasos do xilema da planta. Para a sua disseminação natural e inoculação em plantas, essa bactéria depende de insetos vetores, que são algumas espécies de cigarrinhas.
Com relação a preferência das cigarrinhas, as mais abundantes na natureza se alimentam em gramíneas. Algumas, como Bucephalogonia xanthophis, preferem plantas em viveiros e novos plantios. Outras espécies apresentam hábitos arbóreos e se alimentam de plantas cítricas maiores, como Dilobopterus costalimai, Oncometopia facialis, Acrogonia citrina, Homolodisca ignorota, Acrogonia virescens e Parathona gratiosa.
Sonesimia grossa
Acrogonia virescens
Ferrariana trivittata
Plesiommata corniculata
Macugonalia leucomelas
Homalodisca ignorata
Parathona gratiosa
Dilobopterus costalimai
Bucephalogonia xanthophis
Oncometopia facialis
Acrogonia citrina
Controle O controle deve ser mais rigoroso quando os novos plantios estão próximos a pomares em produção contaminados. O fato de um pomar estar isolado de outros não elimina a necessidade de controle do vetor, pois tem-se constatado a presença de plantas doentes em áreas de plantios relativamente isolados, mesmo com programas rigorosos de controle das cigarrinhas.
ÁCAROS ASSOCIADOS À CULTURA ÁCARO DA FALSA FERRUGEM Descrição Este ácaro tem aspecto vermiforme, assemelha-se a uma pequena vírgula, mede cerca de 0,15mm de comprimento e tem coloração amarelo-clara.
Sintomas Em função do ataque, as cascas dos frutos das laranjas doces tornam-se escurecidas, enquanto que as cascas dos limões, limas etc, tomam a coloração prateada. Nas folhas aparecem manchas escuras denominadas manchas de graxa. O ataque deste ácaro pode provocar o desfolhamento antecipado das plantas.
Prejuízos Os frutos escurecidos pelo ataque de P. oleivora ficam depreciados para o consumo in natura. Podem também ficar menores e murchos, características que afetam o processo de comercialização. Altas infestações determinam o definhamento progressivo da planta, comprometendo a vida útil do pomar. Em viveiros provocam o surgimento de manchas de graxas nas folhas.
A freqüência de amostragem deve ser semanal e pode ser quinzenal durante o período do ano em que as condições de temperatura e umidade são menos favoráveis. O controle deve ser efetuado quando 10% dos frutos amostrados no talhão apresentarem 30 ou mais ácaros.
As recomendações da CATI (1991) para a determinação do índice de infestação e nível de controle do ácaro da falsa ferrugem para a cultura paulista são baseadas no perfil do agricultor e tipo de mercado. Para a determinação do nível de infestação, quando apenas se considera a presença ou ausência do ácaro, deve-se examinar ao acaso três frutos ou seis folhas, localizadas na periferia da copa, fazendo duas leituras com lupa em cada estrutura amostrada. O índice de infestação é determinado anotando-se o número de frutos ou folha em que foi constatada a presença do ácaro.
O controle é recomendado quando: a) em 20% dos frutos ou folhas vistoriados for observada a presença do ácaro, se a produção for comercializada in natura; b) em 30% dos frutos ou folhas inspecionados for observada a presença do ácaro, se a produção for destinada a indústria.
ÁCARO DA LEPROSE Descrição São ácaros achatados de coloração avermelhada. As fêmeas apresentam manchas escuras, medem cerca de 0,3mm de comprimento; os machos são menores e não apresentam manchas. Sintomas Ao contrário de P. oleivora este ácaro distribui-se principalmente na parte interna da copa. Provoca o aparecimento de manchas marrons nas folhas, circundadas por um anel claro e, nos frutos ainda verdes, manchas pardacentas circundadas por halo amarelado. Nos ramos surgem lesões amareladas que vão se tornando salientes e corticosas.
ÁCAROS DE IMPORTÂNCIA SECUNDÁRIA No Brasil ocorrem outras espécies de ácaros em plantas cítricas. Flechtmann (1983) cita como pragas secundárias as seguintes: - Ácaro purpúreo Panonychus citri (McGregor, 1916) (Acarina-Tetranychidae) - Ácaro branco Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) (Acarina Tarsonemidae) - Ácaro das gemas Eriophyes sheldoni (Ewing, 1937) (Acarina Eriophydae) - Ácaro mexicano-tetranychus mexicanus(mcgregos,1950) (Acarina Teranychidae) - Ácaro texano Eutetranychus banksi (McGregor, 1944) (Acarina Tetranychidae) - Ácaro amarelo Lorryia formosa (Cooreman, 1958) (Acarina Tydeidae)
Alguns produtos indicados para controle de ácaros em citros. Nome técnico Dose (g i.a./100 I de água) Formulação e concentração (g i.a./kg ou I) Período de carência (dias) Classe tóxicológica Ácaro da falsa ferrugem Abameclim² 0,36 CE 18 7 I Bromopropilato 20,0 CE 500 21 III Enxofre³ 320,0 PM 800 Livre IV Oxido de lenbulatina 30,0 SC 500 14 III Quinometionato 25,0 PM 250 14 III Cihexatim4 25,0 PM 500 30 III Carbossulfam 10,0 CE 250 7 I Etiom 75,0 CE 500 15 I
Nome técnico Dose (g i.a./100 I de água) Formulação e concentração (g i.a./kg ou I) Período de carência (dias Classe tóxicológica Ácaro da leprose Hexitiazox5 1,5 PM 500 30 III Oxido de fembulatina 40,0 SC 500 14 III Cihexatim4 25,0 PM 500 30 III Fenpropatrim5 15,0 CE 300 28 III Bromopropilato 37,5 CE 500 21 III Quinometionato 30,0 PM 250 14 II
Nome técnico Dose (g i.a./100 I de água) Formulação e concentração (g i.a./kg ou I) Período de carência (dias Classe tóxicológica Acaro purpúreo Cihexatim4 25,0 PM 500 30 III Etlhion 100,0 CE 500 15 I Ácaro branco Enxofre³ 400,0 PM 800 Livre IV I: altamente tóxico; II: medianamente tóxico; III: pouco tóxico; IV: praticamente atóxico.
- Usar sempre associado a óleo mineral (dose:250ml/100l água). Primeiro misturar o produto e o óleo, a seguir colocar a mistura no tanque de pulverização. Após sua diluição, o produto deve ser aplicado no mesmo dia. - Não aplicar em condições de temperatura superiores a 30ºC. Observar intervalo mínimo de 20 dias para pulverização com óleo mineral. - Não aplicar em mistura com óleo emulsionável. Não pulverizar na presença de brotação nova sob condições de alta temperatura e seca prolongada. - Não dever ser reaplicado num período de 12 meses.
COCHONILHAS São insetos pequenos que formam colônias e permanecem a maior parte do tempo fixados à superfície do caule, ramos, folhas, frutos e até raízes das plantas cítricas. As cochonilhas recobertas por escamas ou carapaças, devido ao aspecto distinto que cada espécie apresenta, são conhecidas por: cabeça-deprego, escama-vírgula, escama-farinha, pardinha e picuinha.
COCHONILHAS DE CARAPAÇA CABEÇA-DE-PREGO Descrição As fêmeas apresentam carapaça de forma circular, convexa e de cor violácea escura, medindo cerca de 2mm de diâmetro. As colônias são formadas geralmente na página inferior das folhas.
Sintomas Esta cochonilha deprecia os frutos para comércio in natura devido à dificuldade de remoção das escamas aderidas à casca. É acentuada a ocorrência em plantas em viveiros, pomares em formação e pomares domésticos. Controle Deve ser feito com pulverizações de óleo mineral mais inseticidas nas reboleiras de ataque.
Alguns produtos indicados para controle de cochonilhas. Nome técnico Dose (g i.a./100 I de água) Formulação e concentração (g i.a./kg ou I) Período de carência (dias) Classe tóxicológica Óleo mineral emulsionável³ 760-1600 CE 756 Livre IV Dimetoato 60 CE 400 3 I Diazinon 60 CE 600 14 II Metidation 40 CE 400 28 I Vamidotion 24 CE 300 30 II
ESCAMA-VÍRGULA Descrição Este coccídeo possui escama semelhante a virgula ou marisco. A escama da fêmea é curva e mede cerca de 3mm de comprimento, enquanto que a do macho é reta e menor. A coloração varia de marrom clara a marrom violácea.
Sintomas Os frutos infestados são depreciados para o mercado interno e imprestáveis para exportação, pois apresentam manchas verdes nas áreas onde as cochonilhas se fixam. As folhas ficam manchadas de amarelo e encarquilhadas. Quando o ataque é severo pode ocorrer a queda de frutos e folhas, bem como a morte de ramos mais novos. Controle Inseticidas indicados para controle desta praga encontram-se na acima.
ESCAMA-FARINHA As fêmeas apresentam a forma de concha alongada de coloração marrom. A escama do macho é como um pequeno casulo branco notando-se no dorso três carenas longitudinais. Os machos formam aglomerações, dando as plantas o aspecto de terem as partes atacadas pulverizadas de branco.
Sintomas São ectoparasitas, infestando folhas, frutos, ramos e tronco. Sugam a seiva debilitando a planta e inoculando toxinas, e prejudicam a qualidade dos frutos. Devido Pa secreção de uma substancia açucarada, propiciam o desenvolvimento de fungos (Capnodium sp.) causadores da fumagina, além de atrair formigas que contribuem para a sua multiplicação. Altas infestações no tronco ocasionam o fendilhamento longitudinal da casca podendo levar à morte quando o ataque for em plantas
Controle Nas folhas e frutos pode ser feita pulverização com óleo emulsionável. No tronco e nos ramos recomenda-se o pincelamento com a seguinte formula: 1,0 kg de enxofre molhável 3,0 kg de cal hidratada 0,5 kg de sal de cozinha 10,0 litros de água
PARDINHA O macho adulto é alado e a fêmea é revestida por uma carapaça quase circular, achatada e de coloração pardoamarelada clara, levemente avermelhada na parte central, com 2 a 3mm de diâmetro.
PICUINHA Atualmente é considerada uma das principais pragas da citricultura paulista, em função dos danos que provoca e pelas dificuldades de controle.
COCHONILHAS DESPROVIDAS DE CARAPAÇAS Ocorre também, outro grupo de cochonilhas, denominado sem carapaça, no qual destacam-se pela importância as seguintes: cochonilha branca, cochonilha verde e cochonilha-de-placas.
COCHONILHA BRANCA Descrição A fêmea adulta é recoberta por uma secreção branca, pulverulenta, formando 17 apêndices de cada lado, dos quais os dois últimos são maiores. Tem corpo oval, de coloração pardo-avermelhada e mede de 3 a 5mm de comprimento.
COCHONILHA VERDE Descrição São coccídeos de forma oval, achatados e de consistência mole. Medem cerca de 5mm de comprimento e tem coloração verde-clara. As espécies diferenciam-se pela presença de pontuações escuras no dorso de C. hesperidium.
PULGÃO Descrição São insetos sugadores, pequenos, medindo 1,5 a 2mm de comprimento, com formato periforme, de coloração marrom na forma jovem e preta nos adultos. Vivem em colônias compostas por fêmeas ápteras. Quando as colônias tornam-se muito populosas, surgem formas aladas que irão colonizar outros órgãos ou plantas.
Prejuízos Sugam a seiva continuamente, causando o encarquilhamento das folhas e brotos novos, podendo ocasionar redução no desenvolvimento da planta. São vetores do vírus que ocasiona a doença denominada tristeza dos citros e, ainda, pelo excesso de líquido açucarado que excretam, ocasionam o desenvolvimento de fungos causadores de fumagina, que escurece as folhas e reduz a capacidade fotossintética das plantas.
Descrição BICHO-FURÃO O inseto adulto é um microlepidoptero acinzentado, com 17mm de envergadura. A postura é efetuada na superfície dos frutos. As larvas, inicialmente marromclaras, penetram em frutos verdes e maduros, construindo galerias internas e alimentando-se da polpa. Quando completamente desenvolvidas medem cerca de 18mm de comprimento, são brancoacinzentadas, com oito estrias longitudinais de pontuações negras dispostas simetricamente sob o corpo. O ciclo de vida completa-se entre 12 e 20 dias.
Bicho Furão
Prejuízos Segundo Pinto (1986), muitos frutos caem das plantas contendo a lagarta no seu interior. Essa queda deve-se especialmente a infecções secundárias, originadas por fungos e bactérias que penetram através da perfuração efetuada pela lagarta. Esses microrganismos promovem a decomposição da região do fruto próxima ao orifício de penetração da larva. Os nematóides do gênero Meloidogyne geralmente não completam o ciclo de vida em citros, o que é atribuído à impossibilidade de estabelecerem sítios de alimentação (Orion & Cohn, 1975). M. javanica tem sido a espécie mais freqüentemente encontrada associada a citros (Inserra et al., 1978), sendo que sua reprodução na cultura foi observada apenas na Califórnia.
No Brasil, as espécies de Meloidogyne não têm causado danos às plantas cítricas. Porém, M. javanica foi observada em diferentes porta-enxertos cítricos que têm como copa a laranjeira Hamlin (Citrus sinensis Osbeck) e a laranjeira Pera (C. sinensis)( Sharma & Genu, 1982a; 1982b). Em outros países produtores, as infecções também são raras e de limitada importância econômica (Inserra et al., 1978). A espécie Pratylenchus coffeae, constatada no estado de São Paulo, é de ocorrência bastante restrita. Neste capítulo será dada ênfase à espécie T. Semipenetrans, por ser considerada a mais disseminada e importante para a citricultura nacional.
COLHEITA A operação de colheita deve ser realizada com o uso de equipamentos apropriados e sob condições climáticas adequadas. O ponto ideal do fruto para o início da colheita depende do destino deste, que pode ser para o consumo in natura ou para a indústria de suco. Em ambas as situações são necessários cuidados para se obter produtos de boa qualidade.
PONTO DE COLHEITA Ao contrário dos frutos climatéricos, como a banana, a maçã e o abacate, os quais podem completar a maturação durante o armazenamento ou transporte, os frutos cítricos devem ser colhidos quando estiverem fisiologicamente desenvolvidos e maduros. A maturação caracteriza-se pelo aumento gradual de suco, decréscimo de teor de acidez, aumento dos sólidos solúveis e desenvolvimento da cor, aroma e sabor. Existem alguns métodos que indicam o estado de maturação dos frutos, a saber:
Coloração da casca. Normalmente as plantas sob clima mais ameno apresentam frutas com coloração da casca mais intensa do que aqueles conduzidas sob clima quente. Na colheita, e aconselhável que as laranjas apresentem pelo menos 50% da superfície da casca corada: os limões e limas ácidas devem apresentar cascas lisas e brilhantes e as tangerinas no mínimo 5% da superfície corada, com exceção da tangerina Murcote e Dancy que exigem maior percentagem de coloração.
Número de dias desde plena floração até a maturação. Variável em função dos fatores climáticos, do manejo e das cultivares; para as laranjas varia de sete a oito meses nas cultivares precoces e de 11 a 12 meses nas tardias. Quantidade de suco. Determinada a partir de amostras representativas coletadas no pomar (12 a 15 frutos); a extração do suco é feita utilizando-se espremedor manual ou centrífuga elétrica. O percentual de suco é calculado em relação ao peso total das frutas amostradas. É desejável teor de suco superior a 40% para as laranjas, 30% para os limões e limas ácidas e 35% para as tangerinas.
Relação acidez/sólidos solúveis. É o melhor método de medir o estado de maturação dos frutos; com o amadurecimento, a um decréscimo gradativo de ácidos e um acréscimo de açúcares. Os açúcares, ou sólidos solúveis, são determinados em refratômetros, e os resultados expressos em graus brix; a acidez é obtida pela titulação da amostra de suco com hidróxido de sódio 0,1 N. A relação acidez/sólidos solúveis (ratio) é obtida dividindo-se a percentagem de sólidos solúveis pela percentagem de acidez total. Essa relação pode variar de 6 a 20, sendo ideal a faixa compreendida entre 11 e 14.
CUIDADOS NA COLHEITA E NO TRANSPORTE Tanto os frutos para consumo in natura quanto aqueles destinados à indústria de suco, devem ser colhidos com o máximo cuidado. Injúrias na casca, favorecem o desenvolvimento de fungos, reduzem o período de armazenamento, e causam perda do óleo contido nela. Frutos batidos podem sofrer transformações físicoquímicas, que acarretam redução no período de armazenamento e na qualidade do suco.
Para que a operação de colheita se faça com menores danos aos frutos, recomendam-se as seguintes precauções: - colher os frutos em sacolas de lona com fundo aberto, preso por ganchos; - manter os colhedores com as unhas aparadas para evitar injúrias aos frutos; - manter as caixas de colheita limpas, sem a presença de materiais estranhos como areia ou pedregulhos; - evitar a coleta de frutos molhados ou orvalhados; - evitar a coleta de frutos, utilizando-se varas ou ganchos; - manter os frutos colhidos em local ventilado e sombreado.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA A COLHEITA: - Sacolas de lona, com fundo falso; - Caixas de madeira ou plástico, com capacidade para 25 a 40,8kg; - Tesouras com lâminas curtas, pontas arredondadas, e molas que as conservem aberta, especialmente para a colheita de tangerinas; - Caixões (bins) com capacidade para 400kg, quando as frutas são destinadas à indústria; - Escadas leves e resistentes.
MANEJO PÓS-COLHEITA O transporte dos frutos pode ser feita em caixa, à granel em vagões, caminhões ou navios. Na colheita, geralmente são usados sacos de colheita apropriados, dos quais os frutos passam para as caixas que serão transportadas para o armazém de acondicionamento ou descarregados a granel. Os frutos destinados à indústria, normalmente sofrem apenas uma lavagem, cuja finalidade é livrá-los de impurezas prejudiciais à indústria (pedras, galhos, areia, folhas, etc.).
Os frutos para consumo in natura sofrem, também, a lavagem, para limpá-los de resíduos aderidos à casca, cochonilhas e fumagina, com água aquecida (45ºC) e agitação constante promovida por palhetas na presença de detergentes especiais. Após a lavagem os frutos recebem o polimento, posteriormente são calibrados, classificados e embalados de acordo com seu destino (mercado interno ou externo), seguindo normas e padrões do Ministério da Agricultura, os frutos devem ser classificados em grupos, classes e tipos.
MERCADO & PERSPECTIVAS O Brasil, maior exportador mundial de suco de laranja, tem nas cotações da Bolsa de Nova York o principal balizador dos preços domésticos. O consumo interno da fruta não é desprezível, pelo contrário. Mas para cada laranja produzida para consumo in natura, produzem-se três para a indústria. Enquanto não se equilibrar essa proporção, a Bolsa de Nova York continuará apontando se o produtor colherá com lucro ou prejuízo.
Desde o final de 1996, o mercado esteve frouxo. As cotações do suco não alcançavam a média histórica. Os citricultores brasileiros amargavam prejuízos ou mal obtinham o suficiente para cobrir os custos de produção. Em fevereiro de 1998, iniciou-se uma virada nas cotações. A safra seria reduzida, anunciava-se, em aproximadamente 20%. Mais tarde, a estimativa foi revista e amais recente avaliação dá conta de uma colheita mais de 30% inferior à de 1997.
As razões da redução são várias. Fala-se em uma tendência natural a uma variação da produtividade, com uma safra boa alternando-se com outra ruim. Também se apontam condições climáticas desfavoráveis temperaturas muito elevadas e déficit hídrico na época da florada. Tratos culturais pouco rigorosos, sobretudo adubações insuficientes, são arrolados, justificados pelo desânimo dos produtores com os preços baixos. Finalmente atribui-se a quebra a doenças, como a CVC (amarelinho) e o cancro cítrico, e ao ataque de pragas.
O mercado foi mais agitado em agosto de 1998, com a divulgação das primeiras estimativas da safra norteamericana. As avaliações indicavam também uma redução da ordem de 10%, causada por condições climáticas desfavoráveis na florada. Em conseqüência disso, houve nova rodada de alta no mercado internacional. As projeções dão conta de um mercado em alta pelo menos até meados de 1999, em função da redução dos estoques internacionais.
A quebra da produção brasileira não afetou o mercado internacional de fruta in natura, porquanto nosso país não tem participação significativa nele. Ainda assim, as exportações espanholas aumentaram. Normalmente a Espanha supre 40% do mercado mundial de laranjas frescas. Talvez os bons preços da laranja se mantenham por algum tempo, mas o produtor deve manter-se alerta. A valorização do produto é a passageira e a atividade continua requerendo cada vez mais profissionalismo. O enfoque constante na redução de custos e no aumento da produtividade é exigência básica para permanecer nesse mercado a longo prazo.
COMERCIALIZAÇÃO: Pode se dar das seguintes maneiras: Produção própria da indústria; Fruta para indústria; Venda da fruta na planta ou no pé ; Fruta para galpão de embalagens e varejistas; Por consignação; Consórcio ou pool; Pelo produtor diretamente nos Ceasas; Feiras livres, supermercados, sacolões e ambulantes, etc.
Obrigado!