O Trabalho do Assistente Social no Contexto Hospitalar em Porto Alegre: Uma Análise na Perspectiva do Trabalho em Equipe



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Transcrição:

1378 O Trabalho do Assistente Social no Contexto Hospitalar em Porto Alegre: Uma Análise na Perspectiva do Trabalho em Equipe V Mostra de Pesquisa da Pós- Graduação Cristiane Ferraz Quevedo de Mello 1, Idília Fernandes 2 (orientadora) 1 Mestranda da Faculdade de Serviço Social, PUCRS, 2 Professora Doutora da Faculdade de Serviço Social, PUCRS Introdução Resumo O Sistema Único de Saúde (SUS), regulamentado em 1990 pelas Leis Federais 8080/90 e 8.142/90, considerado importante conquista popular, apresenta muitos dos interesses conquistados pelo movimento sanitário. A garantia da saúde como direito social confirma esses interesses, respaldada, em debates internacionais de defesa de direitos humanos. A partir deste novo modelo a saúde apresenta novas características como o conceito ampliado de saúde, a garantia da saúde como direito social, a universalidade na atenção à saúde e a composição multiprofissional e interdisciplinar do atendimento em saúde. A saúde passa a ser vista com um espaço de atenção multidimensional. Desta forma o Assistente Social, como profissional inserido na divisão social e técnica do trabalho, inclui-se neste meio, implementando sua ação, tornando-se indispensável nas equipes de saúde. A consolidação do trabalho do Assistente Social na saúde pressupõe um conhecimento vasto sobre políticas públicas, em particular a do SUS, e como elas são garantidas à população. Desta forma, é exigido do profissional um conjunto de saberes que envolvem as instâncias da saúde: de prevenção a tratamento, rede de atenção, estruturação do atendimento e, teoricamente, a trajetória de conquistas sociais brasileiras, entre elas a Reforma Sanitária e a Constituição de 1988. É neste contexto que se constroem as ações e relações de trabalho e se concretizam as demandas postas para a intervenção do Assistente Social, buscando a defesa de um projeto

1379 profissional comprometido e na incessante defesa dos princípios estabelecidos no atual Código de Ética da profissão: liberdade, democracia, igualdade e equidade social. Apesar disso, ainda há uma visão da saúde como direito para alguns e não para todos. Segundo Nogueira e Mioto (2006, p.5) é direito de todo cidadão brasileiro ter acesso universal e igualitário aos serviços e ações de saúde, quebrando com uma desigualdade histórica, a qual classificava os brasileiros em cidadãos de primeira e segunda classe. Os de primeira classe eram os que integravam o mercado de trabalho, tendo acesso à medicina previdenciária. Os de segunda classe tinham suas necessidades de saúde atendidas unicamente através de um precário sistema constituído pelas Santas Casas de Misericórdia, pela boa vontade da classe médica e pelos raros serviços mantidos pelo Ministério e Secretarias Estaduais de Saúde. Diante destas situações é perceptível a necessidade imediata do trabalho interdisciplinar para a qualificação da atuação, tanto dos assistentes sociais, quando dos demais profissionais. Desta forma, conforme Barros e Suguihiro (2003, p.8) a interdisciplinaridade é um instrumento poderoso que permite intervir na realidade social, sobretudo porque diferentes campos do conhecimento se articulam, tendo o mesmo objeto de investigação: fenômenos da realidade. Com isso, é de grande relevância que se atinja um trabalho interdisciplinar, pois o atendimento aos usuários deve ser realizado de forma estruturada e organizada pela rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim sendo, pode-se diagnosticar entre os usuários e acolher demandas, prestando-lhes atenção digna, de qualidade e resolutiva, desde o primeiro nível de atenção à saúde. O Assistente Social em uma equipe interdisciplinar de saúde é o profissional que identifica as necessidades dos usuários e as condições sociais em que ele está inserido, numa perspectiva de totalidade, passando a interpretar junto à equipe aspectos relevantes no âmbito social. Com isso, o mesmo utiliza-se de seus conhecimentos teórico-prático para ser um propositor de novas modalidades de enfrentamento das situações. Então, o Assistente Social deve atuar visando sempre os interesses dos usuários, viabilizando o acesso às garantias dos direitos sociais, pois Barros e Suguihiro (2003, p.8) afirmam que o profissional que não for capaz de captar essa realidade como uma realidade que expressa a dimensão totalizante da vida social dos sujeitos e permanecer insensível ao seu sofrimento, está fadado a trabalhar com os fatos caóticos da realidade, sem qualquer possibilidade de intervir na reconstrução de vidas destruídas.

1380 Com isso, a interdisciplinaridade na saúde se insere como estratégia de fortalecimento das atividades integradoras de ensino, pesquisa e extensão em saúde, na medida em que abre espaço para reflexão e troca de experiências valiosas para produção de conhecimentos e aprimoramento da qualidade da formação de profissionais e da assistência em saúde, perspectiva da humanização 1, integralidade 2 e resolutividade do atendimento. Diante disso pensou-se em realizar uma pesquisa que tem como objetivo geral: analisar o trabalho do Assistente Social da Rede Hospitalar de Porto Alegre, na perspectiva do trabalho em equipe. A fim de qualificar a atenção integral e humanizada do atendimento ao usuário. E como específicos: identificar, junto aos Assistentes Sociais como estes profissionais conceituam o trabalho em equipe nas quais estão inseridos; conhecer a percepção dos Assistentes Sociais e coordenadores das equipes em que estão inseridos com relação à contribuição de seu saber específico; identificar como os Assistentes Sociais e coordenadores de equipe entendem a contribuição do trabalho em equipe para a qualificação da atenção integral e humanizada do atendimento ao usuário e conhecer as propostas dos Assistentes Sociais e coordenadores para o trabalho em equipe. Metodologia O presente estudo é uma pesquisa de campo, do tipo qualitativa. Para Triviños (1987), a pesquisa qualitativa resulta das mudanças quantitativas que sofrem os fenômenos. Estes podem realizar a passagem do quantitativo para o qualitativo, e vice-versa. A pesquisa qualitativa parte do fenômeno social. O pesquisador tem um envolvimento com a problemática que está sendo investigada, o que subentende um compromisso ético e profissional. 1 A humanização dos serviços de saúde, da atenção aos usuários, do trabalho dos profissionais é discutida permanentemente. É necessário que se promova uma profunda discussão quanto à formação dos futuros profissionais de saúde, pois é necessário, além da formação técnica, imprescindível para a prestação de serviços de saúde, preparar estes futuros profissionais para um novo olhar sobre a produção do cuidado em saúde, onde o paciente não seja visto de forma fragmentada, negando sua subjetividade, ou seja, é necessário desenvolver a sensibilidade dos profissionais da saúde para conhecer melhor a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem a aceitação e a compreensão da doença (BACKES, 2004, f.23). 2 Conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.

1381 O método orientador da pesquisa é o dialético-crítico, pressupondo o conhecimento da realidade, de forma articulada às categorias da totalidade, historicidade, contradição e cotidiano. Para a coleta de dados com os profissionais, serão criados dois instrumentos norteadores de entrevista, um para os Assistentes Sociais e outro para os coordenadores das equipes. A entrevista será semi-estruturada, com perguntas abertas. Outra técnica que será utilizida será a realização de grupo focal que acontecerá em cada equipe pesquisada. Escolheu-se esta técnica por consistir em buscar informações não de um indivíduo, mas em um grupo já existente ou formado especificamente para um período destinado à coleta de dados, que se reúna em torno de um interesse relacionado ao tema da investigação. O estudo será realizado a partir de uma amostra intencional de seis (06) hospitais de Porto Alegre, em cada um será entrevistado um Assistente Social e o coordenador da equipe em que ele atua. Pensou-se pesquisar dois hospitais do Complexo Santa Casa, dois do Grupo Hospitalar Conceição, o Hospital das Clinicas de Porto Alegre e Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Para a análise dos dados utilizaremos a técnica de análise de conteúdo 3, na qual consiste segundo Berelson,...numa técnica de pesquisa para a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo evidente da comunicação...utilizada para investigar o conteúdo das comunicações a partir da classificação dos elementos da comunicação (1996). Resultados O projeto encontra-se em fase e elaboração, pretende-se que seja encaminhado para as Comissões de Ética até Setembro de 2010, para que se inicie a coleta de dados a partir de Março de 2011, para a obtenção dos resultados em outubro de 2011. Referências BACKES, Dirce Stein. A construção de um espaço dialógico- reflexivo com vistas à humanização do ambiente hospitalar. 2004. 43 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2003. BARROS, Mari Nilza Ferrari; SUGUIHIRO, Vera Lucia Tieko. A interdisciplinaridade como instrumento de inclusão social: desvelando realidades violentas. Revista Virtual Textos e Contextos, PUCRS, Porto 3 Berelson apud Marconi e Lakatos. In Couto, B.R.; Prates, J.C. Material produzido na disciplina de Seminário Integrado II, do curso de Pós-graduação-Doutorado em Serviço Social, PUCRS, 1998.

1382 Alegre, nº 2, 2003. Disponível em: <http://www.pucrs.br/textos/anteriores/ano2/interdisciplinaridade.pdf. Acesso em: 25 jan. 2008>. BRASIL. Lei 8080, de 19 de setembro de 1990. Brasilia, DF: Senado Federal, 1990. NOGUEIRA & MIOTO. Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. Desafios atuais do Sistema Único de Saúde SUS e as exigências para os Assistentes Sociais, 2006 TRIVIÑOS, Augusto N. S. - Introdução à pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo, Atlas, 1987.