PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO- DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS - JI-PARANÁ



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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JIPARANÁ Maio13

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 2 / 15 REVISÕES TE: Tipo de emissão A Preliminar C Para conhecimento E Para Construção G Conforme Construído B Para aprovação D Para cotação F Conforme Comprado H Cancelado TE Rev Descrição Exec. Verif. Aprov. Data C EMISSÃO INICIAL M.V.A.. M.C.. 3/5/213 Este documento contém informações confidenciais. O conteúdo deste documento é de propriedade integral da Fundamento MCP Consultoria Ambiental, este documento não pode ser reproduzido nem retransmitido a terceiros por quaisquer meios, nem podem ser utilizados para fins pessoais, particularmente para a execução do que está aqui representado sem a expressão autorização da Fundamento MCP.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 3 / 15 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 4 2. LEVANTAMENTO DE DADOS... 5 2.1. Base Cartográfica... 5 2.2. Aspectos Ambientais... 6 2.3. Aspectos Jurídicos Institucionais... 9 3. ESTUDOS DEMOGRÁFICOS... 11 4. CENÁRIO ATUAL E FUTURO... 16 4.1. Diagnostico da situação... 16 5. ESTUDOS HIDROLÓGICOS... 17 5.1. Climatologia... 17 5.2. Regime de Chuvas... 18 5.3. Bacias Hidrográficas... 28 5.4. Determinação dos Hidrogramas de Projeto... 31 5.5. Simulação hidrodinâmica... 33 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES... 41 7. ANEXOS... 42 I Registros Fotográficos II Hidrogramas de Projeto III Relatório das Simulações Hidrodinâmicas IV Planilhas de Cálculo de Microdrenagem Bacia do Pintado V Desenhos de Projetos VI Orçamentos

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 4 / 15 1. INTRODUÇÃO Este RELATÓRIO tem por finalidade apresentar o plano de drenagem urbana e manejo de águas pluviais para a cidade de JiParaná, localizada no município de mesmo nome, na região leste do estado de Rondônia. A cidade de JiParaná é cortada pela BR364, única rodovia federal em Rondônia, que corta o estado sentido sulnorte, ligando Mato Grosso à capital Porto Velho, distando cerca de 1.1km de Cuiabá e 384km da capital rondoniense. A população município é da ordem de 118 mil habitantes segundo o censo do IBGE de 21, sendo o segundo município mais populoso do estado. A figura 1.1 a seguir situa o município no contexto do estado de Rondônia. Figura 1.1: Estado de Rondônia e localização do município de JiParaná. Porto Velho JiParaná Fonte: Wikipedia

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 5 / 15 2. LEVANTAMENTO DE DADOS 2.1. Base Cartográfica A prefeitura de JiParaná conta, até a presente data com a Ortofotocartas que contem informações parciais de níveis ou de pontos cotados cobrindo o município. O princípio básico de produção de Ortofotocartas digitais consiste no processo de transformação da projeção central na imagem (fotografia aérea rasterizada) em projeção ortogonal ao plano, mediante meios e métodos essencialmente digitais. Os elementos básicos necessários para a geração de uma Ortofotocartas digital são: Imagem digital; pontos de controle, modelo digital do terreno e parâmetros da câmara. Podese utilizála tal qual um mapa, e vetores, símbolos e textos são sobrepostos à imagem para representar os diversos elementos do terreno como em uma carta convencional. Uma ortofoto digital consiste numa fotografia aérea digital ou digitalizada, que é posteriormente corrigida completamente de todas as distorções que podem ocorrer na imagem original tais como a não verticalidade da aeronave, a distorção radial devido às lentes da câmara e desvio posicional do terreno devido à topografia do mesmo. Com a eliminação de todas estas distorções obtémse uma imagem que representa o terreno a uma determinada escala, e que poderá ser usada para se fazerem medições de comprimentos, áreas e direções. Nos últimos anos têmse verificado um crescimento na aceitação das ortofotos e a sua inclusão nos sistemas de informação geográfica numa grande variedade de utilizações. Por se tratar de um mapa, a ortofotocarta é base confiável para o lançamento de cadastro de temas variados como a rede viária, uso do solo, redes elétricas e pesquisas socioeconômicas, análises ambientais e outros. Para o conhecimento de pontos topográficos georreferenciado, necessários ao desenvolvimento do projeto executivo, deverá ser elaborado uma base cartográfica confiável com a topografia da cidade, gerada a partir de levantamentos topoplanimétrico cadastral.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 6 / 15 2.2. Aspectos Ambientais 2.2.1. Clima O clima predominante é o clima equatorial, o mais chuvoso do Brasil, com a maior parte do ano quente e úmido, e aproximadamente 3 meses de seca. O outono e inverno não são estações marcantes. As temperaturas médias anuais variam entre 23,5 C a 25,5 C graus centígrados, podendo as máximas chegar a 38 e as mínimas podendo ser inferiores a 1 graus centígrados devido à ocorrência de friagens. A precipitação anual varia de 18 a 24 mm. 2.2.2. Hidrografia O sistema de drenagem natural da região é composto por diversos igarapés afluentes ao Rio JiParaná, dispostos tanto na margem direita quanto da esquerda, conforme quadro 2.2.2.1 a seguir. Quadro 2.2.2.1 Tributários ao Rio JiParaná Margem Direita Margem Esquerda Igarapé s/n 1 Igarapé s/n 4 Igarapé Riachuelo Igarapé F. Freitas Igarapé Pintado Igarapé Tucurané Igarapé Marobá Igarapé Piraíba Igarapé Dourado Igarapé s/n 3 Igarapé s/n 2 Igarapé 2 de Abril Igarapé Piraputanga Os dois principais e maiores rios que compõem a hidrografia do município de JiParaná, são o Urupá e o Machado, este possui um complexo hidrográfico que abrange uma superfície de aproximadamente 92,5 km², atravessando o estado no sentido sudestenorte, sendo o mais extenso do estado. Embora tenha 5 cachoeiras ao longo de seu percurso, em alguns trechos o rio apresentase navegável, atendendo ao escoamento dos produtos oriundos do extrativismo vegetal na região. Também existem diversos córregos e

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 7 / 15 riachos ao longo da cidade. O Rio Urupá deságua no Rio Machado e este deságua no Rio Madeira, importante afluente da margem direita do Rio Amazonas. A bacia do Rio Machado possui um regime hidrográfico peculiar, assim como muitos outros rios de regiões de clima tropical. No período da cheia, de dezembro a maio, áreas situadas próximas à margem costumam ser alagadas; no período de seca, trimestre de junho a agosto, o volume do rio diminui, onde é possível andar em algumas partes por cima de pedras que chegam até a superfície. A figura 2.2.2.1, a seguir apresenta a hidrografia do estado de Rondônia, com seus principais rios. Figura 2.2.2.1 Principais rios do estado de Rondônia. Fonte: Wikipedia

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 8 / 15 2.2.3. Vegetação O Estado de Rondônia, por se localizar em uma are de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado apresenta grande diversidade de formação vegetal. Esta grande diversidade está também relacionada às características climáticas e condições geográficas da região. Segundo o IBGE o Bioma Amazônia ocupa 98,8% do estado. Figura 2.2.3.1 Mapa de Biomas do Brasil Fonte: IBGE/21 A formação predominante é a Floresta Ombrófila Aberta, que ocorre em praticamente todas as regiões do estado, seguida pela Floresta Ombrófila Densa, que se diferencia da aberta pela maior densidade e maior porte de indivíduos arbóreos. Em ambas ocorrem indivíduos arbóreos com cipós, bromélias e orquídeas e não há falta de umidade durante o ano.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 9 / 15 Ocorrem também Florestas Semideciduas (em que há falta de umidade num período do ano, ocasionando a perda das folhas em 2 a 5% das árvores no período seco), Savanas (Cerrado/formações campestres) e Florestas Aluviais (ocorrem nos terraços aluviais, com espécies adaptadas às variações do nível de água) também correspondem a porções significativas do território do estado. Notase também, a presença de formações vegetais raras, como é o caso das Campinaranas/Campinas de Areia Branca (um tipo de formação campestre decorrente da falta de nutriente mineral no solo), Floresta Aluvial de Pequeno Porto e Floresta Ombrófila Aberta com Bambu. A cobertura vegetal do município de JiParaná constituise, predominantemente de Floresta Ombrófila Aberta Submontana com áreas de Floresta Ombrófila Densa. 2.2.4. Solo O solo do município de JiParaná é constituído predominantemente de Latossolo Amarelo em suas áreas centrais e norte, ocorrendo Latossolos Vermelhos e VermelhoAmarelos a oeste, na porção sudoeste há ocorrência de Cambissolo e na porção leste, Argilossolo Ertróficos e Neossolos Litólicos. 2.2.5. Geologia A geologia do município de JiParaná constituise do Supergrupo Gnaisse Jamari nas áreas centrais e sul, onde também podem ocorrer manchas de Sedimentos Indiferenciados e do Grupo VulcanoSedimentar MutumparanáRoosevelt. Nas porções leste e oeste há predomínio da Suíte Intrusiva Serra da Providência e ao norte, Supergrupo Gnaisse Migmatito Jaru, este também com manchas de MutumparanáRoosevelt. Ao longo do Rio Machado são encontradas áreas de Depósito Coluvionares e Aluvionares. 2.3. Aspectos Jurídicos Institucionais Na elaboração de estudos e projetos para a municipalidade devem ser consultadas as peças jurídicas e normativas abaixo elencadas, de forma a contemplar as diretrizes legais, técnicas e ambientais vigentes: Lei nº 1.257/21 Estatuto das Cidades.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 1 / 15 Lei nº 11.445/27 Lei Nacional de Saneamento Básico. Lei nº 88/199 Lei Orgânica da Saúde Lei nº 11.124/25 Lei que Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. Lei nº 9.433/1997 Política Nacional de Recursos Hídricos. Resoluções nº 25 e 34, de 25 do Conselho das Cidades sobre participação e controle social na elaboração e acompanhamento do Plano Diretor do Município. Resolução CONAMA nº 37/22 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Resolução CONAMA nº 283/21 Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde. Resoluções e outras definições dos conselhos de saúde, de meio ambiente, de recursos hídricos que impactam a gestão dos serviços de saneamento básico. Lei nº 12.35/21 Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Além desses dispositivos, devem ser considerados, quando já formulados, os seguintes normativos de âmbito local e regional: Lei 1226 de 6 de maio de 23 Código de Posturas do Município; Lei 1227 de 6 de maio de 23 Código de Obras do Município; Lei 1113 de 19 de novembro de 21 Código AMBIENTAL DO MUNICÍP IO DE J I P ARANÁ; DECRETO 6419 Lei 191 Regulamenta a Lei Municipal nº 191; DECRETO 6948 Lei 1113 Regulamenta art 38 _Zona de Preservação; DECRETO 7685 Lei 1113 Regulamenta o Fundo Municipal de Desenvolvimento Ambiental; Lei 191 de 14 de julho de 21 Parque Ecológico Municipal de JiParaná; Lei 134 de 254 modifica o Fundo Municipal para o Desenvolvimento Ambiental FUMDAM; LEI Nº 2187 24 DE AGOSTO DE 211 Dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de JiParaná, revisa e atualiza o Plano Diretor do Município;

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 11 / 15 Lei Orgânica Municipal (LOM) de 28 de março de 199 e; Emendas a LOM de 1 a 14. 3. ESTUDOS DEMOGRÁFICOS Para definição da população, foi utilizada a base de dados do IBGE do Censo 21, disponibilizada no site www.ibge.gov.br. e as informações constantes no Plano Diretor de Saneamento do Município de JiParaná (PDS). Para projeção do crescimento populacional foi utilizado o método geométrico. A taxa de crescimento informada pelo IBGE para crescimento da população no decênio de 221,,88% ao ano. O PDS adotou a taxa de,926% ao ano. O quadro 3.1 apresentado abaixo foi retirado do PDS, Capítulo 4, tabela 12, onde é feita a projeção populacional para a totalidade da população de JiParaná até o ano de 241. Quadro 3.1 Projeção populacional de JiParaná. Ano Taxa de cresc. Populacional (%a.a.) População total (hab.) Ano Taxa de cresc. Populacional (%a.a.) População total (hab.) 21 censo IBGE 116.61 226,926 135.23 211,926 117.695 227,926 136.488 212,926 118.789 228,926 137.758 213,926 119.894 229,926 139.39 214,926 121.1 23,926 14.332 215,926 122.135 231,926 141.638 216,926 123.271 232,926 142.955 217,926 124.418 233,926 144.285 218,926 125.575 234,926 145.627 219,926 126.744 235,926 146.982 22,926 127.923 236,926 148.349 221,926 129.112 237,926 149.729 222,926 13.313 238,926 151.122 223,926 131.526 239,926 152.528 224,926 132.749 24,926 153.946 225,926 133.984 241,926 155.378 Fonte: Tabela 12, capítulo 4 Plano Diretor de Saneamento (PDS) Na projeção populacional elaborada para este trabalho, a partir da distribuição dos setores censitários na área de projeto, foram contabilizadas as populações por subbacia afluente

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 12 / 15 ao Rio JiParaná, referentes a cidade de JiParaná. Através do critério da proporcionalidade de área, os setores censitários foram divididos dentro das subbacias de contribuição dos igarapés, e determinadas as populações residentes pertencentes a cada subbacia. O quadro 3.2 apresenta a distribuição e evolução populacional esperada para a margem direita e o quadro 3.3 para a margem esquerda por subbacia e bairros.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 13 / 15 Quadro 3.2 População da margem direita por subbacias de drenagem Bacia Bairro População por Bairro 213 (hab.) População por Bairro 22 (hab.) População por Bairro 23 (hab.) População por Bairro 24 (hab.) Margem Direita Igarapé Sem Nome 2 Igarapé Dourado Igarapé Maroba Igarapé Pintado Igarapé Riachuelo Igarapé Sem Nome 1 JK Alto Alegre Valparaíso Outros Setores Outros Setores Valparaíso São Francisco Nova Brasília Nossa Senhora de Fátima JK Alto Alegre Outros Setores São Francisco Valparaíso Nova Brasília São Francisco Duque de Caixias Jotão Nova Brasília Duque de Caixias Jotão Primavera Nova Brasília Cafezinho Conj. Mário Andreazza Riachuelo São Pedro Jardim Flórida Outros Setores Outros Setores São Pedro Riacheulo Cafezinho Jardim das Seringueiras Primavera 1.476 8.967 5.73 11.761 8.958 6.31 1.574 9.565 5.411 12.545 9.555 6.73 1.726 1.488 5.933 13.756 1.478 7.38 1.892 11.51 6.56 15.84 11.49 8.92 População total margem direita 42.544 45.38 49.761 54.566

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 14 / 15 Quadro 3.3 População da margem esquerda por subbacias de drenagem Bacia Bairro Popukação por Bairro 213 (hab.) Margem Esquerda Popukação por Bairro 22 (hab.) Popukação por Bairro 23 (hab.) Popukação por Bairro 24 (hab.) Igarapé 2 de Abril Igarapé Tucunaré Igarapé F. Freitas Igarapé Piraíba Igarapé Piraputanga Igarapé sem nome 3 Igarapé sem nome 4 Outros Setores Outros Setores Outros Setores Santiago São Bernardo Casa Preta Dom Bosco Dois de Abril Outros Setores Outros Setores Centro Dois de Abrik Jardim dos Migrantes Urupá União Dois de Abril São Bernardo Outros Setores Outros Setores Outros Setores Outros Setores São Bernardo Santiago Dois de Abril Jardim dos Migrantes Jardim Presidencial Dois de Abril Casa Preta Jardim dos Migrantes Urupá Jardim Presidencial Parque São Pedro Outros Setores Outros Setores Casa Preta Dom Bosco Dois de Abril Outros Setores Outros Setores Casa Preta Dom Bosco Santiago Jardim Presidencial Outros Setores Outros Setores Outros Setores 3.596 3.19 2.433 5.966 4.777 1.824 17.123 32.361 3.221 2.433 6.363 5.95 1.946 17.123 35.486 3.531 2.668 6.977 5.587 2.134 18.777 38.912 3.872 2.926 7.651 6.126 2.34 2.59 Popukação totak margem esquerda 65.739 68.542 75.16 82.417

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 16 / 15 4. CENÁRIO ATUAL E FUTURO Os cenários formulados nesta atividade possibilitaram a avaliação da eficiência das medidas de controle propostas, a otimização das soluções e o fornecimento dos elementos para o Programa de Drenagem desenvolvido no Plano Diretor. Em princípio, foram estudados os cenários descritos a seguir: Cenário Atual, no qual foi estudado o impacto da urbanização atual sobre o sistema de drenagem existente. As simulações deste cenário representaram na modelagem, as situações caracterizadas no diagnóstico; Cenário futuro tendencial, no qual foi estudado o impacto da urbanização futura sobre o sistema de drenagem existente. Este cenário representa a tendência de aumento dos prejuízos provocados pelas inundações considerandose a expansão da mancha urbana sem a implantação das medidas de controle propostas no Plano de Drenagem Urbana. 4.1. Diagnostico da situação Para os estudos desenvolvidos na etapa de Diagnóstico da situação atual, buscouse na visita técnica realizada no mês de abril caracterizar os principais canais de mesodrenagem do município de JiParaná, as respectivas áreas de influencia ou de contribuição dos escoamentos superficiais, a forma como a rede de microdrenagem se interliga com a rede principal, aspectos relacionados com as condições físicas das calhas atuais, como assoreamento, vegetação, obstruções, ocupações desordenadas das margens e a detecção de pontos críticos de inundações. Os aspectos da situação atual dos canais estão intimamente relacionados com os programas e ações de manutenção, de desassoreamento, limpeza e de conservação do sistema de mesodrenagem. Em virtude dos trabalhos de conservação dos canais se desenvolverem com pouca frequência de limpeza e de manutenção, verificamse situações de

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 17 / 15 comprometimento das calhas na totalidade dos canais de mesodrenagem. O estado atual de funcionamento só não está mais prejudicado, pelo fato da Prefeitura empreender, a limpeza e desobstrução em pontos específicos de funcionamento do sistema. Um aspecto importante referese à ocupação das margens dos igarapés. O surgimento de áreas de alagamentos, como ocorrem nas principais subbacias do Igarapé 2 de Abril, Igarapé Pintado, são típicos de ausência de condições de escoamento superficiais e de drenos principais e secundários com bom funcionamento. Observase que a totalidade dos canais principais de mesodrenagem que compõem o sistema diretamente ligado à área urbanizada do município, apresentase em condições inadequadas de funcionamento. Isso contribuiu para o agravamento das condições de escoamento decorrentes de chuvas de pequena intensidade para alguns locais, com causas e problemas idênticos aos citados a seguir: Assoreamento dos talvegues; Obstruções devidas a pontes, bueiros, vigas e lixo; Excesso de vegetação no fundo e taludes, contribuindo para a retenção de lixo e diminuição da velocidade do fluxo no leito do canal; Ocupação da faixa de manutenção dos canais por famílias de baixa renda; A rede de microdrenagem existente, na sua quantidade reduzida, ocorre em logradouros onde a declividade é acentuada, tendo o escoamento superficial satisfatório. Quando a microdrenagem está localizada nas regiões baixas, provoca inundações pela dificuldade de escoamento no lançamento dos igarapés receptores. O sistema atual possuem aproximadamente cerca de 3km. 5. ESTUDOS HIDROLÓGICOS 5.1. Climatologia A região de estudo, de acordo com o sistema de classificação de Köppen, enquadrase na Classe A, com o tipo AM.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 18 / 15 Classe A CLIMA TROPICAL CHUVOSO (OU MEGATÉRMICO, SEM INVERNO) temperatura do mês mais frio acima de 18ºC Abundantes chuvas, sobretudo no Equador e nos declives das montanhas, decorrentes dos ventos alísios Temporadas de secas bem marcadas. Tipo Am Clima tropical chuvoso, de monção, com inverno seco e com menos de 6mm de chuvas no mês mais seco precipitação anual muito elevada devido as chuvas de monção, conservando a floresta. Intermediário entre os climas Af e Aw. A temperatura varia em torno de 18ºC (mínima) e 32ºC (máxima), sendo a temperatura média de 24ºC. A umidade relativa do ar é de aproximadamente 85%. O numero médio de horas de insolação anual é de 1.8hs (Heliógrafo Campbell) e a evaporação acusa uma altura total anual de 8mm. A precipitação pluviométrica anual, segundo o Departamento Nacional de Meteorologia do Ministério da Agricultura, em 31 anos de observação, é de 2.1mm, sendo a precipitação máxima anual registrada em 24 horas de 2mm, sendo de 18 o numero de dias de chuva ao ano. O trimestre mais chuvoso da região engloba os meses de janeiro, fevereiro e março, enquanto os mais secos são junho, julho e agosto. No presente estudo foram analisados: dados do Departamento Nacional de Meteorologia do Ministério da Agricultura, do Atlas Climatológico do Brasil publicação do Ministério da Agricultura e o Livro Chuvas Intensas no Brasil, do Eng.º Otto Pfafstetter. 5.2. Regime de Chuvas A escolha do local para determinação do regime de precipitação da área em estudo, recaiu no posto pluviográfico de JiParaná. Escolhido o posto de JiParaná, adotouse a equação de precipitação anual desenvolvida pelo trabalho a seguir apresentado: As chuvas constituemse na principal entrada de água em uma bacia hidrográfica. Sua quantificação, bem como o conhecimento da forma como se distribui temporal e espacialmente são essenciais em estudos relacionados à necessidade de irrigação,

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 19 / 15 disponibilidade de água para abastecimento doméstico e industrial, erosão do solo, controle de inundações, entre outros (DAMÉ, TEIXEIRA e TERRA; 28). Chuvas intensas, segundo Righetto (1998), são fenômenos metrológicos que provocam cheias nos sistemas de drenagem tais que as vazões de pico atingem valores próximos da capacidade máxima de tais sistemas. Ou como confirma Silva et al. (23), chuvas intensas, também denominadas chuvas extremas ou máximas, são aquelas que apresentam grande lâmina precipitada, durante pequeno intervalo de tempo. Segundo Cardoso et al. (1998), o conhecimento das características das precipitações intensas é fundamental para o planejamento de práticas de conservação do solo e da água, de manejo de bacias hidrográficas e para o dimensionamento de estruturas hidráulicas em geral. Geralmente tais precipitações são capazes de gerar grande quantidade de escoamento superficial. Cecílio et al. (29) afirma que as precipitações intensas podem causar grandes prejuízos em áreas agrícolas, como a inundação de terras cultivadas, a erosão do solo, a perda de nutrientes, o assoreamento e a poluição de corpos d água. Atualmente a melhor solução para a caracterização e estimativa desta variável é a utilização de curvas IntensidadeDuraçãoFrequência, as quais consistem em modelos matemáticos semiempíricos que preveem a intensidade precipitada por meio da duração e distribuição temporal. Eltz et al. (1992) afirmam que a análise de frequência é uma técnica estatística importante no estudo das chuvas, devido a grande variabilidade temporal e espacial das precipitações pluviais, as quais não podem ser previstas em bases puramente determinísticas. Para Tucci et al. (24), esses modelos constituem as principais características da chuva. Portanto as mesmas são estimativas que visam atender as características especificas da precipitação na localidade para qual o modelo é confeccionado, por meio de análises estatísticas, devido as chuvas intensas ajustase à distribuição de Gumbel. No entanto, segundo Cardoso, Ullmann e Bertol (1998) o conhecimento das características das chuvas é bastante escasso na maior parte do Brasil e, mesmo em regiões que apresentam satisfatória densidade de postos pluviométricos, os dados disponíveis são inadequados para uma utilização imediata, devido a tais dados apresentarem apenas intensidades em espaços de tempo maiores ou iguais a um dia. Para Pereira, Silveira e Silvino (27), uma provável causa para essa escassez é o fato do país apresentar uma

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 2 / 15 área muito grande, o que dificulta o registro de tais dados. Na elaboração de projetos na área de recursos hídricos em locais distantes dos grandes centros, tornase difícil devido a falta de estudos relacionados a esses registros. A dificuldade da geração dos modelos que descrevem a relação IDF, se resume na disponibilidade de dados pluviográfico e na baixa densidade desses registros no território brasileiro; além disso, a metodologia para sua obtenção exige um exaustivo trabalho de tabulação, análise e interpretação de grande quantidade de pluviogramas (CECÍLIO E PRUSKI, 23). Diversos trabalhos têm sido desenvolvidos com propostas de métodos mais eficientes para o ajuste estatístico de dados de precipitação máxima. Entretanto, existe uma defasagem entre a teoria e a prática, que dificulta a aplicação de novas técnicas (DAUD et al., 22). Porém, algumas metodologias foram desenvolvidas no Brasil para a obtenção de chuvas de menor duração a partir de dados pluviométricos, tais metodologias empregam coeficientes para transformar chuvas de um dia em chuvas de menor duração, sanando desta forma os problemas apontados por Silva et al. (1999), Martinez Júnior (1999) e Costa e Brito (1999), quanto ao pequeno período de observações disponível no que referese na estimativa dos parâmetros da equação de intensidadeduração e frequência da precipitação. Dentre essas metodologias destacase a da desagregação da chuva, sendo o uso desta bastante eficiente, pois tem sido aplicado em diversos estudos dentre os quais destacamse Matos Neto e Fraga (1983); Cardoso, Ullmann e Bertol (1998); Oliveira et al. (2); e Pereira, Silveira e Silvino (27). Devido à grande carência de informações relativas às equações de chuvas intensas, para todas as localidades do Estado de Rondônia, a alternativa para a realização de projetos de obras hidráulicas tem sido utilizar informações de localidades que sejam mais próximas e apresentam características similares ao da região na qual o projeto é realizado. Este procedimento, entretanto, pode levar a estimativas pouco confiáveis. Tendo em vista a importância que representa a definição das equações de chuva para dimensionamento de pequenas obras hidráulicas no Estado de Rondônia observouse a necessidade de estimar a função IDF para o município de JiParaná, o qual, segundo IBGE (21), possui 116.61 habitantes e uma área de 6.897 km², sendo o segundo município mais populoso do Estado de Rondônia. Além disso, este município tem como uma das bases

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 21 / 15 de sua economia a agricultura, sendo esta ocupação diretamente influenciada pelas chuvas intensas. Portanto, tal informação posteriormente pode ser empregada na otimização dos processos dessa atividade e ser aplicada no dimensionamento das obras hidráulicas de tal localidade. Material e Métodos Análise dos dados No trabalho foi utilizada a maior série histórica de chuva máxima de um dia do município de JiParaná, Figura 2, disponibilizada pela Agência Nacional de Águas (ANA). Essa série possui o período de dados compreendido entre os anos de 1975 e 1997. Foram excluídos destes dados os intervalos que apresentaram falhas de medição, ficando portando com 262 meses efetivos que foram utilizados nas análises estatísticas.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 22 / 15 Posteriormente obtevese desta série histórica a altura máxima de chuva de um dia para cada ano, constituindo, dessa forma, a série de chuvas máximas anuais. Após isto, os dados foram organizados em ordem decrescente, sendo calculados a média aritmética e o desviopadrão da amostra. Para que dessa maneira fosse possível analisar estatisticamente a probabilidade e o período de retorno das chuvas intensas, foi utilizada a distribuição de Gumbel, a qual se mostra mais eficiente em descrever o fenômeno das chuvas intensas, como Hershfield e Kohler (196) comprovaram, ao analisar os dados de milhares de estações pluviométricas nos Estados Unidos. A variável reduzida de Gumbel (y) foi obtida pela Equação 1, como preconizado por Gumbel (24). Onde: sx desviopadrão da série; xi valor de um elemento da amostra; xm média da amostra da série anual finita de n valores;

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 23 / 15 sy desviopadrão, valor tabelado; ym média da variável reduzida (y), a qual é tabelada em função do número de dados da amostra. O período de retorno (Tr), definido como o intervalo médio, em anos, em que um valor qualquer de chuva é igualado ou superado, pelo menos uma vez é estimado pela Equação 2. Sendo tal expressão função da base dos logaritmos neperianos (e). Os dados posteriormente foram plotados em um gráfico (Figura 3), que apresentasse as mesmas características do papel logprobabilístico, conhecido também como papel de Gumbel, ou seja, os pontos correspondentes às alturas máximas de chuva (p) ficaram na ordenada, em escala aritmética, e o período de retorno, em anos, correspondente na abscissa, em escala logarítmicaprobabilística. Após esta ação ajustouse uma reta, Equação 3, que compreendeu a amplitude dos dados analisados, pois a mesma apresentou um coeficiente de ajuste de 96%. Assim tornouse possível estimar para diversos períodos de retorno as precipitações máximas com duração

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 24 / 15 de um dia, podendo até mesmo extrapolar informações para períodos de retorno maiores do que os contidos no intervalo desses dados. Depois de obtidas as alturas das chuvas para os períodos de 2 a 1 anos, estimouse as prováveis intensidades máximas médias para todas as durações de chuva de 5 minutos a 24 horas, por meio da desagregação de chuva diária, sendo para tal procedimento utilizado os quocientes das relações médias a nível nacional obtidos por CETESB (1979), explicitado em Tucci et al. (24). Ao obter as informações de alturas máximas para os períodos e durações pretendidos, gerouse a equação IDF, para este município de Rondônia, por meio do estabelecimento das constantes K, a, b e c pelo método dos mínimos quadrados, para a equação IDF geral, Equação 4, que segundo Villela e Mattos (1975) é o modelo matemático mais utilizado para expressar a relação IDF da precipitação. Onde: im intensidade máxima média de precipitação, mm/h; K, a, b, c parâmetros relativos à localidade. Validação da Curva IDF Na verificação da eficiência da equação IDF proposta por este estudo, utilizouse o coeficiente de regressão (r²) de ajuste da função aos pontos e realizouse o teste de hipótese pareado com nível de significância (α) de,5 para comprovar se os dados medidos diferem estatisticamente dos dados estimados pela função, sendo estabelecida como hipótese nula (H) que tais dados sejam iguais e como hipótese alternativa (H1), que os mesmos diferem entre si. O critério de decisão foi baseado no valorp, pois a hipótese de nulidade seria rejeitada para valorp menor do que α. Ressaltase que em tais análises, houve a necessidade de transformar os dados para que os mesmos apresentassem

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 25 / 15 distribuição normal com nível de significância igual ao especificado acima, a fim de atender os critérios para a validade de tais processos. Resultados e Discussão Constatouse ao analisar os dados de precipitação máxima de um dia entre os anos de 1975 a 1997 do município de JiParaná (Figura 4), que os períodos que apresentaram maior magnitude de chuvas intensas foram 1991 e 1982, ambos com uma altura precipitada de 17 mm e 138 mm respectivamente, sendo a frequência de retorno destes fenômenos estimada em aproximadamente 31 e 8 anos, pela distribuição de Gumbel. No entanto Franca et al. (211), encontrou ao analisar uma região próxima a área estudada que a variabilidade interanual da precipitação pluvial que os anos de 1992 (2186,1 mm), 1995 (2136,2 mm), 21 (264,9 mm) e 1993 (253,8 mm) foram, nessa ordem, os mais chuvosos do período. A aleatoriedade de tais eventos pode estar associada a fenômenos metrológicos como, por exemplo, o El Niño, o qual é caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais do oceano Pacífico Equatorial (porção centro oeste) e pelo enfraquecimento dos ventos alísios de leste, provocando alterações climáticas e prejuízos financeiros em várias partes do Globo (AMORIN et al, 22). No entanto o ano de 1996 apresentou a menor precipitação extrema da série histórica,

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 26 / 15 sendo a mesma de 58,7 mm. Concordando desta forma com o estudo de Franca et al. (211), o qual ao analisar as precipitação de um município próximo a JiParaná, apontou tal ano como um dos períodos de menor precipitação observada para o período entre 1983 a 21. Portanto denotase a presença de algum fenômeno climático que interferiu de forma expressiva na chuva deste ano, como o La Niña, que, segundo Cunha et al. (21) provocou um período de estiagens prolongado na região sul do Brasil. A altura precipitada no ano de 199 representou pouco mais da metade da média para o período estudado, que foi de 1,56 mm, justificando dessa maneira o alto valor encontrado para o desvio padrão da série, 25,91. Esta alta dispersão dos dados de precipitação, indicada pelo desvio padrão, também foi mostrada por Mehl et al. (21), que ao caracterizar os padrões de chuvas ocorrentes em Santa Maria RS, observou desvios padrões acima de 3 em precipitações com duração de 1 min. Destacase ainda que o alto índice de precipitação observado nessa série histórica, exibida na Figura 4, é característico dos aspectos climáticas da região, pois segundo SEDAM (29), a média anual da precipitação pluvial no Estado de Rondônia varia entre 1.4 a 2.6 mm/ano. A equação confeccionada por este estudo, Equação 5, para estimar a intensidade das precipitações máximas utilizouse como base durações de 5, 1, 15, 2, 3, 6, 12, 48, 6, 72 e 1.44 min; e períodos de retorno do fenômeno de 2, 5, 1, 2, 1 anos. Logo a mesma apresentou uma grande faixa de aplicação, devido à amplitude dos intervalos, assim tal estimativa pode ser utilizada em várias obras hidráulicas. Na Figura 5 tornase possível observar que a equação proposta apresenta o comportamento típico para as curvas IDF, ou seja, a intensidade é indiretamente proporcional a duração, como constata Pereira et al. (27), para os estudiosos da área isso é uma conclusão normal observar que quanto menor for a duração da precipitação, maior é a intensidade média.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 27 / 15 Ressaltase, na Figura 5, que precipitações com durações de 5 min e períodos de retorno de 1 anos podem gerar intensidades de aproximadamente 291,7 mm/h e quando comparado a chuvas de mesma duração e Tr menores, como por exemplo 2 anos que possui uma intensidade de 134,18 mm/h, verificase uma relação diretamente proporcional entre a intensidade e o período de retorno, evidenciando dessa forma a diferença no uso do Tr para o dimensionamento de obras hidráulicas, que conforme o seu grau de complexidade, estas têm a magnitude do período de retorno aumentada, pois conforme Beijo et al. (25) projetos hidráulicos geralmente são concebidos considerando o custo mínimo, associado a um risco admissível de falha, requerendo a previsão de grandezas hidrológicas de grande magnitude, tais como máximas vazões ou precipitações que podem vir a ocorrer em certa localidade. Vale salientar que a Equação 5 apresentou um coeficiente de regressão de aproximadamente,993, indicando dessa forma que 99% da variação dos dados da intensidade são explicados pela variação da duração e período de retorno. Assim, o coeficiente de correlação (r) desta estimativa encontrase na faixa de aproximadamente 1,

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 28 / 15 demonstrando, segundo Levin (1977) citado por Elias et al. (29), que a relação de im é perfeitamente correlacionada de forma positiva com as outras duas variáveis. Ao que confere o teste de hipótese foi possível demonstrar que não existem evidências estatísticas que comprovem que os dados estimados pela equação difiram dos dados medidos, pois obtevese um valorp de,624, sendo este maior que o nível de significância estipulado para o teste, portanto rejeitouse a hipótese alternativa. Logo se observa que a extrapolação de dados para o período de 1 anos não causou distorções de grande magnitude que pudessem comprometer a estimativa desta equação, mesmo os dados disponíveis conterem Tr máximo de 31 anos. Assim sendo, podese afirmar com 99,995% de confiança que a Equação 5 é significativa para os dados utilizados, o que confirma a viabilidade do uso desta equação para os processos que a mesma se destina. Considerações Finais O estudo realizado confirma que a equação proposta para se estimar a intensidade das precipitações máximas é de grande aplicabilidade para o município, apresentando alto grau de correlação com as variáveis relacionadas, ou seja, com a duração e o período de retorno do fenômeno. Essa constatação foi realizada a partir de análises estatísticas e de comparações com dados da literatura, sendo possível verificar também o alto grau de confiabilidade da curva IDF proposta para JiParaná, o que demonstra sua grande utilidade como subsídio no dimensionamento de obras hidráulicas. Fonte: Revista Pesquisa & Criação Volume 1, Número 2, Julho/Dezembro de 211: 139 151. 5.3. Bacias Hidrográficas 5.3.1. Margem Direita do Rio JiParaná Igarapé s/n1 Drena a região dos bairros: Jardim das Seringueiras, Primavera, Riachuelo, São Pedro e Cafezinho. Drena uma área 3,75km²

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 29 / 15 Comprimento do Talvegue principal é de 3,2km Declividade média é de 1,2% Igarapé Riachuelo Drena a região dos bairros: Primavera, Riachuelo, São Pedro e Cafezinho. Drena uma área 3,51km² Comprimento do Talvegue principal é de 3,6km Declividade média é de 1,2% Igarapé Pintado Drena a região dos bairros: Duque de Caxias, Jotão, São Francisco, Nova Brasília e Cafezinho. Drena uma área 4,39km² Comprimento do Talvegue principal é de 3,6km Declividade média é de,8% Igarapé Marobá Drena a região dos bairros: São Francisco, Nova Brasília e Valparaiso. Drena uma área 1,81km² Comprimento do Talve gue principal é de 2,6km Declividade média é de 1,2% Igarapé Dourado Drena a região dos bairros: Nova Brasília, Valparaiso, Nossa Senhora de Fátima, JK e Alto Alegre. Drena uma área 3,1km² Comprimento do Talvegue principal é de 3,6km Declividade média é de 1,4% Igarapé s/n2 Drena a região dos bairros: Valparaiso e JK. Drena uma área 1,58km²

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 3 / 15 Comprimento do Talvegue principal é de 2,7km Declividade média é de 1,1% 5.3.2. Margem Esquerda do Rio JiParaná Igarapé 2 de Abril Drena a região dos bairros: São Bernardo, Santiago, Jardim Presidencial, Dois de Abril e Casa Preta. Drena uma área 23km² Comprimento do Talvegue principal é de 11,9km Declividade média é de,7% Igarapé s/n4 Drena a região dos bairros: Jardim Presidencial e Santiago Drena uma área 2,85km² Comprimento do Talvegue principal é de 2,3km Declividade média é de 1,2% Igarapé F. Freitas Drena a região do bairro: Jardim Presidencial Drena uma área,61km² Comprimento do Talvegue principal é de 1,5km Declividade média é de 1,4% Igarapé Tucurané Drena a região dos bairros: São Bernardo e Dois de Abril Drena uma área 3,82km² Comprimento do Talvegue principal é de 3,5km Declividade média é de,7% Igarapé Piraiba Drena a região dos bairros: Jardim dos Migrantes e Dois de Abril

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 31 / 15 Drena uma área 1,15km² Comprimento do Talvegue principal é de 2,1km Declividade média é de 1,3% Igarapé s/n3 Drena a região do bairro: Dois de Abril Drena uma área 2,9km² Comprimento do Talvegue principal é de 2,5km Declividade média é de 1% Igarapé Piraputanga Drena a região dos bairros: Casa Preta, Parque São Pedro e Dom Bosco Drena uma área 1,95km² Comprimento do Talvegue principal é de 2km Declividade média é de 1,9% 5.4. Determinação dos Hidrogramas de Projeto Para determinação das vazões de projeto utilizouse o método do HIDROGRAMA TRIANGULAR, preconizado pelo UNITED STATES SOIL CONSERVATION SERVICE, que determina a descarga de pico para uma determinada bacia, através de construção de Hidrograma Sintético, obtido pela adição geométrica de Hidrogramas elementares triangulares, definidos em função de: Onde: descarga de pico, em m³/s A área da bacia, em km² Q cheia escoante, em mm, correspondente a fração caída considerada, para cada duração, e função do Runoff, obtido nos gráficos de HANDBOOK OF APPELIED

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 32 / 15 HIDROLOGY, DE Van Te Chow, caracterizados pelo tipo de solo e cobertura vegetal no trecho. TS tempo de subida de Hidrograma em horas, expresso pela formula: Onde: D duração da fração de chuva considerada em função do tempo de concentração da bacia, em horas. TC tempo de concentração da bacia, em horas, expresso pela formula adotada pelo CALIFORNIA HIGHWAY PUBLIC ROADS. Onde: L comprimento do Talvegue da bacia, em km H diferença de nível entre o ponto mais alto da bacia e o local de implantação da obra. Para a construção dos Hidrogramas elementares triangulares, tornouse o tempobase, ou duração de horas, dado pela expressão: Onde: TS tempo de subida já mencionado. Tendo sido utilizada a metodologia exposta para o cálculo das descargas de projeto de diversas bacias, seus resultados, com as correspondentes áreas das bacias e vazões de projeto são apresentados no quadro 5.4.1. Os hidrogramas de projeto das diversas bacias estudadas estão apresentados no Anexo II.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 33 / 15 Quadro 5.4.1 Mapa de vazões Bacias Igarapé s/n 1 Iparapé Riachuelo Igarapé Pintado Igarapé Marobá Igarapé Dourado Igarapé s/n 2 original (gr B) ponderado Tr=1 anos Tr=2 anos mata 2,23 5 3,75 3,2 38, 53,74 58,13 7,87 11,45 urbano 1,53 7 mata,61 5 3,51 3,6 42, 59,24 66,55 urbano 2,91 7 mata 1,7 5 4,39 3,6 3, 67,44 urbano 3,32 7 mata,49 5 1,81 2,6 3, 46,31 urbano 1,32 7 mata 1,1 5 3,1 3,6 49, 55,83 urbano 1,91 7 mata 2,25 5 4,1 2,7 3, 48,37 urbano 1,76 7 mata 8,13 5 Igarapé 2 de Abril I 9,39 6,5 54, 1,77 52,67 urbano 1,26 7 Igarapé s/n 4 mata 1,41 5 2,85 2,3 27,,7 6,11 urbano 1,44 7 Igarapé F. Freitas urbano,61,61 1,5 19,,49 7 7, 2,95 4,4 Igarapé Tucurané Tipologia Área por Tipol. (km²) Área Total (km²) L (km) mata 2,98 5 3,82 3,5 25, 1,17 urbano,84 7 Igarapé Piraíba urbano 1,69 1,69 2,1 28,,62 7 7, 7,94 1,69 mata 1,48 5 Igarapé s/n 3 2,84 2,5 24,,8 59,6 urbano 1,36 7 mata 14, 5 Igarapé 2 de Abril II 21,2 9, 62, 2,45 56,79 urbano 7,19 7 mata 14, 5 Igarapé 2 de Abril III 23, 11,9 66, 3,3 57,82 urbano 8,99 7 DH (m) Margem Direita Margem Esquerda Iguarapé Piraputanga urbano 1,95 1,95 2, 37,,53 7 7, 9,24 12,61 TC (min) CN 65,15 64,59 62,7 58,79 54,38 Vazões (m³/s) 12,25 16,68 13,67 5,94 8,54 12,52 6,8 5,8 6,53 33,94 35,39 18,54 8,21 11,79 8,7 12,89 18,1 9,94 8,61 9,44 46,53 48,4 5.5. Simulação hidrodinâmica Dentro da engenharia hidráulica, a modelação matemática já comprovou ser indispensável nos campos específicos da hidráulica fluvial e drenagem urbana, principalmente quando o estudo das situações transitórias do escoamento é necessário. Neste particular, o emprego dos modelos matemáticos associados a suportes informáticos que facilitam a entrada e manipulação de extensas quantidades de dados além da fácil obtenção de resultados, tem sido utilizados em todo o mundo com o objetivo de verificação e projeto de obras hidráulicas.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 34 / 15 O escoamento permanente e não permanente nos canais artificiais ou naturais tem como objetivo a análise do funcionamento dos mesmos nas condições onde as grandezas hidráulicas variam ao longo do tempo e no espaço em função de um dado conjunto de dados de geometria e condições de extremidade. Esta metodologia e largamente empregada no dimensionamento de redes de drenagem e esgotos, canais de irrigação e outras aplicações dentro da engenharia hidráulica. O escoamento em canais é definido como um problema unidimensional, no qual todas as características são associadas a dimensão de comprimento do conduto. Os aspectos relativos as particularidades das seções transversais são considerados na forma dos parâmetros hidro geométricos das mesmas, como área e forma da seção transversal, rugosidade das paredes, declividade do trecho representado e distancia entre as seções representativas. Estas seções, nos casos genéricos podem ser naturais, sem forma geométrica notável, ou artificial, assim definidas, por terem forma regular e resultarem de processo construtivo empregado para sua obtenção. O escoamento não permanente tem como característica a variação ao longo do tempo das condições de extremidade, que usualmente são Hidrogramas de enchentes, limnigramas, equipamentos hidráulicos associados a esquemas operacionais, estacoes de bombeamento e etc. Como produtos da analise do escoamento variado nos canais, podem ser obtidos os níveis de água para enchentes hipotéticas em função de diferentes condições operacionais da calha e dos efeitos introduzidos nas extremidades. 5.5.1. Simulação da Mesodrenagem Para o prédimensionamento dos principais dos igarapés foi utilizado o modelo SWMM 5. O modelo Storm Water Management Model SWMM foi desenvolvido pela EPA Environmental Protection Agency, é um modelo dinâmico que simula a quantidade e qualidade do escoamento superficial, especialmente em áreas urbanas. É amplamente utilizado em várias partes do mundo para planejamento, análise e projetos de sistemas de drenagem de águas pluviais.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 35 / 15 Na modelagem considerouse as seções de controle para Recorrência 1 anos, 2 anos, 5 anos e 1 anos a partir de estimativas de níveis calcadas em informações de campo na seção hidráulica da ponte existente (BR 364), devendo esses valores ser confirmados nos estudos hidrológicos para determinação de cheias no rio JiParaná, que serão desenvolvidos na fase da elaboração do Projeto Executivo. Os resultados dessas simulações estão apresentados no Anexo III. No quadro a seguir apresentamos o resumo das intervenções por subbacia de drenagem.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 36 / 15 Quadro 5.5.1.1 Resumo das intervenções de canalização. SubBacias Seção Base B (m) Altura H (m) Extensão (m) Margem Direita Igarapé s/n 1 1 3, 2, 1.2 2 6, 2, 1.55 1 3, 2, 9 Igarapé Riachuelo 2 6, 2, 1.7 3 6, 3, 9 Igarapé Pintado Igarapé Marobá Igarapé Dourado Igarapé s/n 2 1 1 1 1 6, 3, 3, 3, 2, 2, 2, 2, 8 75 1.5 8 2 2 2 2 6, 3, 6, 6, 3, 3, 2,5 2, 1.7 2.25 9 8 Margem Esquerda Igarapé s/n 4 1 3, 2, 8 2 6, 2, 1.6 Igarapé F. Freitas 1 2, 2, 8 Igarapé Tucurané 1 6, 2, 1. Igarapé Piraíba 1 3, 2, 1.9 Igarapé s/n 3 1 3, 2, 1.9 1 6, 3, 3.7 Igarapé 2 de Abril 2 8, 3, 5 3 1, 3, 2. 4 12, 3, 5 Iguarapé Piraputanga 1 2, 2, 75 2 3, 2, 75 5.5.2. Simulação da Microdrenagem Para os estudos de microdrenagem, foi desenvolvido o projeto para a bacia do Igarapé Pintado, dado a homogeneidade que ela guarda com o restante da região. A partir deste projeto foram extrapolados para as demais subbacias as necessidades de intervenções no sistema de microdrenagem.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 37 / 15 Na definição dos critérios para os projetos de drenagem e verificações hidráulicas, foram atendidos os critérios apresentados a seguir: Parâmetros hidrológicos Intensidade Pluviométrica (I = mm / h) Utilizada a equação da curva de Intensidade x Duração x Frequência (IDF) do posto pluviométrico de JiParaná. I = K x Tra / (tc + b)c I = 951,5419 x TR^,1985 / (tc+13,8681)^,7137 Onde: I = intensidade Pluviométrica (mm/h); TR = tempo de recorrência em anos; tc = tempo de concentração em minutos; K, a, b, c = parâmetros relativos à localidade. Tempo de Recorrência (Tr = anos) = 1 anos Coeficiente de Impermeabilização C Coeficiente de escoamento superficial run off adotados:. C=,4 para áreas com vegetação;. C=,6 para áreas impermeabilizadas. Parâmetros hidráulicos Lâmina d água Tipo de conduto Relação de enchimento Galerias e ramais circulares Y/D,85 Galerias retangulares fechadas Y/D,9 Limites de velocidades:. Galerias circulares fechadas:,8m/s v 5m/s;

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 38 / 15 Declividade longitudinal: Declividade adotada variável e estabelecida em função do critério de velocidade do item anterior não sendo preferencialmente inferior a,3m/m. Definição das Vazões No cálculo das vazões, será adotado o Método Racional modificado com a inclusão do critério de Fantolli, determinado pela seguinte equação: Q =,278 n i f A Onde: Q = deflúvio gerado em m 3 /s; n = coeficiente de distribuição: para A < 1 ha, n = 1; para A > 1 ha, n = A,15 ; i = intensidade de chuva em mm/h; A = área da bacia de contribuição em hectares; f = coeficiente de deflúvio (Fantoli). f = m (it) 1/3 Onde: t = tempo de concentração em minutos, sendo mínimo igual a 1 minutos; m =,725 C Onde: C = coeficiente de escoamento superficial. Dimensionamento Hidráulico Para o dimensionamento da capacidade de escoamento das galerias existentes e propostas será empregada a equação da continuidade, associada à fórmula de Manning, conforme abaixo: V = [(RH) 2/3 x I,5 ] / n

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 39 / 15 Q = V x S e R H = S / P Onde: V = Velocidade média do escoamento, em m/s; n = Coeficiente de rugosidade para galerias de concreto =,13 RH = Raio hidráulico em m; I = Declividade longitudinal em m/m; Q = Vazão, m³/s; S = Área da seção molhada em m²; P = Perímetro molhado em m. No quadro 5.5.2.1 a seguir apresentamos o resumo das intervenções de microdrenagem por subbacia.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PLUVIAIS JI PARANÁ 4 / 15 Quadro 5.5.2.1 Resumo das intervenções de microdrenagem. Bacias Extensão total de rede projetada (m) Extensão (m) por Diâmetro (mm) 4 5 6 8 1 12 15 Núm. de PVs (un) Margem Direita Igarapé s/n 1 14.729 5.614 2.474 2.123 2.29 97 859 399 274 Igarapé Riachuelo 26.413 1.67 4.436 3.87 4.17 1.739 1.541 715 491 Igarapé Pintado 32.163 12.259 5.42 4.636 5.1 2.118 1.876 87 598 Igarapé Marobá 12.638 4.817 2.123 1.822 1.965 832 737 342 235 Igarapé Dourado 19.975 7.614 3.355 2.879 3.16 1.315 1.165 54 371 Igarapé s/n 2 15.267 5.819 2.564 2.21 2.374 1.5 891 413 284 Total MD 121.184 46.19 2.354 17.468 18.844 7.979 7.69 3.279 2.253 Margem Esquerda Igarapé 2 de Abril S.1 13.892 5.295 2.333 2.2 2.16 915 81 376 258 Igarapé s/n 4 6.932 2.642 1.164 999 1.78 456 44 188 129 Igarapé F. Freitas 6.2 2.288 1.8 865 933 395 35 162 112 Igarapé Tucuraré 6.625 2.525 1.113 955 1.3 436 386 179 123 Igarapé Piraíba 12.144 4.629 2.4 1.75 1.888 8 78 329 226 Igarapé s/n 3 3.457 1.318 581 498 538 228 22 94 64 Igarapé 2 de Abril S.5 9.384 3.577 1.576 1.353 1.459 618 547 254 174 Igarapé 2 de Abril S.6 7.86 2.71 1.19 1.21 1.12 467 413 192 132 Igarapé 2 de Abril S.7 16.395 6.249 2.754 2.363 2.549 1.79 956 444 35 Iguarapé Piraputanga 13.666 5.29 2.295 1.97 2.125 9 797 37 254 Total ME 95.584 36.433 16.54 13.778 14.864 6.294 5.576 2.586 1.777 Total Geral 216.768 82.623 36.49 31.245 33.78 14.273 12.645 5.865 4.3