EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA 8ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO-RS

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA 8ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO-RS Direito de petição. Requerimento cautelar de entrega de passaporte Processo-crime com condenação em 2ª Instância Medida cautelar. Garantia da Lei Penal. Circunstâncias e condições pessoais do condenado. Viagem a Etiópia comunicada ao TRF da 4ª Região Ausência de registro na agenda da FAO Possibilidade e probabilidade de pedido asilo político Representação para decretação de ofício Apelação criminal nº 5046512-94.2016.4.04.7000

RAFAEL COSTA MONTEIRO, BRASILEIRO DIVORCIADO, ADVOGADO, INSCRITO NA OAB/PR 26765, CPF/MF. 020.029299-47, vem em nome da SOCIEDADE BRASILEIRA, com fundamento nos artigos 5º, inciso XXXIV, a e 133, da Constituição Federal, c/c, o artigo 2º, do Código de Ética da OAB, apresentar REPRESENTAÇÃO para fins de APLICAÇÃO DE MEDIDA CAUTELAR (arts. 282, I, II e 2º do Código de Processo Penal) em face LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, condenado em segunda instância no âmbito do processo-crime em epígrafe, que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelas seguintes razões de fato e de direito a seguir aduzidas. PRELIMINARMENTE GRATUIDADE Solicita-se a gratuidade das custas judiciais em face do direito constitucional de exercício da cidadania, assegurado pelo art. 5º, XXXIV, a da Constituição.

DA LEGITIMIDADE DA REPRESENTAÇÃO O autor é advogado regularmente registrado na OABPR, e, nos termos da Constituição e da Lei nº 8.906 de 1994, é indispensável à administração da justiça, incluindo nisso a possibilidade de exercer direito de petição informando descumprimento de normas de ordem pública ou qualquer outro ato/vício ou providência processual pelas partes, pelo Ministério Público ou qualquer outro órgão público, ou até por juízes, desembargadores e ministros de Cortes Superiores, que comprometam a fiel e eficaz aplicação da Lei Penal e Processual, como também, é defensor da Constituição, do Estado Democrático de Direito e da paz social. Razão pela qual encontra-se legitimado para em nome da sociedade brasileira, representar para fins de provocar a decretação de ofício da medida cautelar requerida. I - DOS FATOS

Durante o julgamento televisionado a todo o país na histórica data de 24 de janeiro de 2018, do julgamento do recurso de apelação criminal do condenado, percebeu-se que durante a leitura do dispositivo e da proclamação do resultado do recurso, não foi determinado que o condenado, que goza de condições especiais como ex-presidente da República em seu trato com autoridades internacionais, entregasse seu passaporte ao juízo de 1º grau, ao revés, foi veiculado pela imprensa que os advogados do condenado, apenas e tão somente, informaram a esta Egrégia Turma que o condenado iria viajar a Etiópia, em evento da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), entre os dias 26 e 29 de janeiro de 2018, e que retornaria. Todavia o risco de que o condenado requeira asilo político no país de destino é grande e a probabilidade é alta, a uma, pela manutenção de seu discurso de golpe armado pelo judiciário com a ajuda de setores da mídia como a Rede Globo, de se igualar a Nelson Mandela e Tiradentes, demonstrando sua e a intenção de seu partido de incitarem a população e seus militantes à luta armada, de serem vítimas e de procurarem com isso o apoio internacional esquerdista. 2º-, Pelas viagens que fizera enquanto presidente da República em 2012 à região, em que visitou a África do Sul, Moçambique, Etiópia

e Índia, para o mesmo evento. E sua relação lá com as empresas envolvidas em atos de corrupção. 3ºPela não publicação na agenda da FAO da confirmação do encontro e participação do condenado. Portanto, esses são os fatos gravíssimos que nos levam a representar a esta Egrégia Turma, a provocação processual para que, de ofício, decrete esta Egrégia Turma a entrega do passaporte ao juízo de 1º grau, como medida preventiva, em face das circunstâncias peculiaridades do caso e das condições pessoais do condenado em segunda instância de ter sido presidente da República e de ter grande probabilidade de articulação com personagens e políticos esquerdistas de outros países, para a concessão de asilo político, escapando assim e frustrando toda a aplicação da Lei Penal e Processual Penal aos crimes confirmado em segunda instância. 4º - Em matéria publicada no site da Revista Veja de 24 de março de 2016 sob o título Lula tem plano secreto para evitar prisão: pedir asilo à Itália, o risco do mesmo não voltar para o nosso País é enorme, e se assim ocorrer, irá frustrar a EXECUÇÃO DA PENA.

II DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO REQUERIMENTO As medidas cautelares diversas da prisão são restrições ou obrigações que podem ser fixadas de forma isolada ou cumulativa em detrimento daquele a quem se imputa a prática de determinada infração penal, durante a fase de investigação policial, no curso do processo penal e mesmo por ocasião de sentença condenatória ou decisão de pronúncia, com vistas a permitir o êxito da investigação ou instrução criminal; a aplicação da lei penal, bem como evitar a prática de novas infrações penais ou a fuga do país. Pressuposto indispensável à imposição de qualquer das medidas arroladas nos arts. 319 e 320 é a existência de imputação relacionada à prática de delito, que pode ser doloso ou culposo, no caso a condenação do juízo de 1º grau foi majorada em 2ª instância, em 12 anos e 1 mês. Logo, dispostas, nos arts. 319 e 320 do CPP, tais configuram modalidades de medida cautelar pessoal, de natureza restritiva.

Isto é, dos arts. 319 e 6º e art. 282 do Código de Processo Penal, deflui a exegese de que a prisão preventiva quando há é exceção, em que a regra é a aplicação de medidas cautelares. Assim, em face do art. 320 do Código de Processo Penal, a retenção do passaporte do condenado em 2ª instância é medida cautelar em que deve ser deferida sua imposição, se e somente se, estiverem presentes os requisitos autorizadores, o que entendemos positivamente. Explica-se. Há indícios razoáveis e concretos de que o condenado em viagem a Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 26, onde participará, no dia seguinte, de evento sobre combate à fome no continente, aproveite a oportunidade para requerer ao país asilo político, possibilidade que exige a proporcionalidade da medida. Recorde-se que a viagem do ex-presidente Lula em março de 2013 à Etiópia para uma conferência coincidiu com o anúncio do financiamento de cerca de US$ 1 bilhão para a empreiteira Andrade Gutierrez construir quase 500 quilômetros de ferrovias num dos países mais miseráveis e corruptos do planeta. Lula foi à Etiópia com delegação brasileira, em novembro de 2012, para reafirmar seu compromisso de combate à fome na África. Entre os dias 16 e 23 de

novembro daquele ano o ex-presidente Lula visitou a África do Sul, Moçambique, Etiópia e Índia. Portanto, a possibilidade e a probabilidade do mesmo não retornar ao país é altíssima, conforme explicado infra. Não é tudo. Alguns sites na internet, afirmam ainda que o encontro informado pelo condenado e pelos seus advogados, não está confirmado na agenda da FAO. Razão então, da pertinência desta representação e do requerimento em caráter preventivo para assegurar a futura aplicação da Lei Penal e Processual Penal. III - DO PEDIDO E DOS REQUERIMENTOS Ex positis, requer o recebimento desta petição de representação, com os fundamentos já arrolados, para no mérito determinar que o condenado LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, seja proibido de ausentar-se do País, sendo comunicada pelo presidente desta Egrégia Turma às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território

nacional, intimando-se o CONDENADO para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. Ou alternativamente, que seja determinado o acompanhamento de uma equipe de policiais federais do condenado ao país de destino. Requer-se a intimação do Ministério Público Federal, uma vez presente interesse social na defesa da aplicação da Lei Penal e Processual Penal. Termos em que, Pede deferimento. CURITIBA, 25 DE JANEIRO DE 2018. RAFAEL COSTA MONTEIRO OAB/PR 26765