BLOCO 02 DA SÉRIE ZAC POR DENTRO DA MP 808 PARTE I CUSTEIO SINDICAL ANÁLISE DAS EMENDAS À MEDIDA PROVISÓRIA 808/2017 SOBRE O CUSTEIO SINDICAL Emendas: 263, 425 e 721 Autor: Tipo de emenda: Artigo: Tema: Resumo emenda: da Deputado Roberto de Lucena, Deputado Rôney Nemer e Senador Otto Alencar, respectivamente Aditiva Art. 592-A (Emenda n. 721), as demais não mencionam número Contribuição Assistencial As emendas visam à inclusão de artigo na CLT para regulamentar a contribuição assistencial
CLT-LEI 13.467/2017 EMENDA Não havia previsão Art. A contribuição assistencial será aplicada pelos entes sindicais no custeio das atividades de representação da categoria econômica ou profissional, bem como no custeio das despesas sociais, assistenciais, de arrecadação, recolhimento e controle, em conformidade com o disposto em seus estatutos. 1º O valor da contribuição assistencial, a ser creditado em favor das entidades sindicais representativas, será fixado com base na autonomia coletiva da categoria, em assembleia. 2º A importância arrecadada dos trabalhadores será distribuída da seguinte forma: I - 70% (setenta por cento) para o Sindicato respectivo; II - 15% (quinze por cento) para a Federação correspondente; III - 10% (10 por cento) para a Confederação correspondente; IV - 5% (cinco por cento) para a Central Sindical que o sindicato está filiado; 3º A importância arrecadada dos representados por categoria econômica será distribuída da seguinte forma: I 80 % (oitenta por cento) para o Sindicato respectivo;
II - 15% (quinze por cento) para a Federação correspondente; III - 5% (cinco por cento) para a Confederação correspondente. Parágrafo único: A Central Sindical indicada pelo sindicato de acordo com a sua filiação, só terá direito ao percentual de contribuição assistencial quando estiver de acordo com as exigências da Lei 11.648 de 31 de março de 2008. PREVISÃO NORMATIVA: CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL Constituição Federal: não há previsão da contribuição assistencial. Consolidação das Leis do Trabalho (alterada pela Lei n. 13.467/2017): o fundamento de validade da contribuição assistencial está disposto no artigo 513. Medida Provisória n. 808/2017: A Medida Provisória n. 808/2017 não incluiu na CLT previsão da contribuição assistencial. Emendas 263, 425 e 721: regulamenta a contribuição assistencial. JURISPRUDÊNCIA: Tribunal Superior do Trabalho: Precedente Normativo 119 e Orientação
Jurisprudencial n. 17 da SDC, os quais dispõem que a contribuição assistencial deve ser cobrada apenas dos trabalhadores sindicalizados à entidade sindical. Supremo Tribunal Federal: reafirmou a sua jurisprudência quanto ao tema, ao decidir, por meio de repercussão geral no ARE 1018459, no mês de fevereiro de 2017, que é inconstitucional a instituição da contribuição assistencial aos empregados não filiados ao sindicato, por acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença normativa. FINALIDADE: Previsão atual (jurisprudência e doutrina): É uma contraprestação aos serviços prestados na negociação coletiva, além de servir como fonte financiadora dos projetos assistenciais das entidades sindicais. Medida Provisória n. 808/2017: A Medida Provisória n. 808/2017 não incluiu na CLT previsão da contribuição assistencial. Emendas 263, 425 e 721: a contribuição assistencial terá por finalidade o custeio das atividades de representação da categoria econômica ou profissional, bem como no custeio das despesas sociais, assistenciais, de arrecadação, recolhimento e controle.
FORMA DE INSTITUIÇÃO: Previsão atual (jurisprudência e doutrina): a contribuição assistencial é instituída por meio da negociação coletiva. Medida Provisória n. 808/2017: A Medida Provisória n. 808/2017 não incluiu na CLT previsão da contribuição assistencial. Emendas 263, 425 e 721: prevê que a contribuição assistencial será aplicada em conformidade com o disposto nos Estatutos Sociais das entidades sindicais. LIMITAÇÃO: Previsão atual (jurisprudência): somente pode ser cobrada dos associados à entidade sindical. Medida Provisória n. 808/2017: A Medida Provisória n. 808/2017 não incluiu na CLT previsão da contribuição assistencial VALOR Emendas 263, 425 e 721: apesar das justificativas das emendas mencionarem que a contribuição assistencial será descontada de todos os trabalhadores membros da categoria profissional e de todos os representados pelas categorias econômicas, a redação dada ao dispositivo não faz tal previsão expressa.
Previsão atual (jurisprudência e doutrina): o valor é instituído nas convenções coletivas e nos acordos coletivos de trabalho. Medida Provisória n. 808/2017: A Medida Provisória n. 808/2017 não incluiu na CLT previsão da contribuição assistencial. DISTRIBUIÇÃO: Emendas 263, 425 e 721: o valor da contribuição assistencial será fixado em assembleia, com base na autonomia coletiva da categoria. Assim, as regras da assembleia geral a serem seguidas são as previstas no Estatuto Social da entidade. As emendas não preveem limite de percentual do valor da contribuição assistencial. Previsão atual: não há previsão de distribuição dos valores arrecadados a título da contribuição assistencial para as federações, confederações e centrais sindicais. Medida Provisória n. 808/2017: A Medida Provisória n. 808/2017 não alterou dispositivos da CLT referentes à contribuição assistencial. Emendas 263, 425 e 721: prevê a distribuição dos valores da contribuição assistencial da seguinte forma: a) Trabalhadores: 70% ao sindicato respectivo; 15% para a Federação correspondente; 10% para a Confederação correspondente; 5% para a Central Sindical filiada;
b) Empregadores: 80% para o sindicato respectivo; 15% para a Federação correspondente; 5% para a Confederação correspondente. As centrais sindicais somente receberão os valores se forem reconhecidas pelo Ministério do Trabalho, cumprindo os requisitos da Lei n. 13.467/2017. EXTINÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL: Emendas 258, 424 e 722: verifica-se que o art. 7º da Lei n. 11.648/2008 dispõe que os arts. 578 a 610 da CLT, que tratam da contribuição sindical, vigorarão até que lei venha a disciplinar a contribuição negocial, vinculada ao exercício efetivo da negociação coletiva. Entretanto, as referidas emendas regulamentam a contribuição assistencial desvinculada da negociação coletiva, prevendo outras finalidades e forma de instituição. Assim, caso seja aprovada não ensejará na extinção da contribuição sindical. OBSERVAÇÕES: a) Apesar das justificativas das emendas mencionarem que a contribuição assistencial será descontada de todos os trabalhadores membros da categoria profissional e de todos os representados pelas categorias econômicas, a redação dada ao dispositivo não faz tal previsão expressa. Assim, não está expresso que a referida contribuição é devida por todos. b) As emendas em análise não trazem limite para o valor a ser instituído a título de
contribuição assistencial. c) Ressalte-se que o dispositivo que se pretende incluir na CLT prevê a distribuição dos valores recebidos a título da contribuição assistencial para a Federação e Confederação correspondentes e para a Central Sindical que o sindicato está filiado, o que nos parece que foi utilizado o critério de vinculação e não de filiação, como é o atual entendimento do Ministério do Trabalho no que tange à distribuição da contribuição sindical obrigatória. d) Além disso, não houve previsão de percentual destinado à Conta Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, como ocorre com a contribuição sindical. e) Salienta-se, ainda, que não há previsão da distribuição dos valores quando inexistente federação e/ou confederação, deixando aberto para que as entidades sindicais estipulem. f) Por fim, cumpre esclarecer que houve um equivoco na redação do dispositivo ora em comento, uma vez que prevê 1º, 2º e parágrafo único, quando na verdade deveria ser 3º. Brasília/DF, 23 de novembro de 2017.