ANÁLISE DO CONSUMO DE EMBUTIDOS ASSOCIADOS À HIPERTENSÃO ARTERIAL EM MULHERES DE LIMOEIRO DO NORTE - CE

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Transcrição:

ANÁLISE DO CONSUMO DE EMBUTIDOS ASSOCIADOS À HIPERTENSÃO ARTERIAL EM MULHERES DE LIMOEIRO DO NORTE - CE Taianne Michelle Silva de Souza 1, Ranieli Darly Freire Vieira 1, Márcia Vannusa Vieira 1,Paula Viviane Santiago Santos 1, Tiago Freire Martins¹, Ana Erbênia Pereira Mendes 1 Graduandos de Nutrição do IFCE campus Limoeiro do Norte taiannesouza@hotmail.com 2 M.Sc. em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFC Professor do Ensino Tecnológico do IFCE - erbenia@ifce.edu.br Resumo: No passar dos anos é perceptível o aumento no número de indivíduos portadores de hipertensão arterial sistêmica, a qual é caracterizada por alterações do débito cardíaco e ou resistência vascular periférica. Muitos fatores influenciam para o surgimento da hipertensão arterial sistêmica, como por exemplo, o hábito alimentar, visto que a população está consumindo cada vez mais embutidos, que são ricos em sódio, sendo este um fator de risco para o desenvolvimento dessa doença crônica não transmissível. O presente estudo tem como objetivo analisar o consumo de embutidos associado ao surgimento de hipertensão arterial sistêmica, em um grupo de mulheres de Limoeiro do Norte CE. A pressão arterial foi classificada de acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2010. Para avaliar o consumo de embutidos foi utilizado um questionário de consumo alimentar, o qual foi analisado de acordo com preconizações do Ministério da Saúde, 2008. Das 77 mulheres avaliadas, 68,84% apresentavam pressão arterial normal, 18,18% apresentavam pressão arterial limítrofe e 12,98% apresentavam pressão arterial elevada. Quanto a freqüência do consumo de embutidos verificou-se que 50% consumia embutidos e tinham pressão arterial normal, e 21,74% consumiam embutidos e tinham pressão arterial elevada. Diante do baixo índice de indivíduos que têm pressão arterial elevada e consomem embutidos ressalta-se a necessidade de estudos mais aprofundados, utilizando o maior número de variáveis a fim de investigar as possíveis causas da hipertensão arterial no grupo estudado. Palavras chave: hipertensão arterial sistêmica, embutidos, sódio, habito alimentar 1.INTRODUÇÃO Segundo Leme et al (2009), uma alimentação saudável deve ser contínua para que proporcione um fator protetor durante as diversas fases da vida. Sabe-se que com o passar da idade o cuidado com a alimentação deve ser redobrada devido às distintas alterações fisiológicas do organismo. A energia e os nutrientes, os quais são de suma importância para o organismo realizar suas funções, quando são fornecidos em quantidade e qualidade por uma alimentação saudável e variada proporcionam o bem estar do indivíduo. Porém, quando essa alimentação é inadequada traz sérios riscos à saúde, estando associado à comorbidades como Diabetes Mellitus, câncer e hipertensão arterial sistêmica (HAS) (MONDINI & MONTEIRO, 1994). A HAS é caracterizada por alterações no débito cardíaco e ou resistência vascular periférica (COSTA E SILVA, 2005). A ingestão abusiva e contínua de sal é um fator de risco para a elevação da Pressão Arterial (PA), que representa maior probabilidade para o surgimento da HAS, a qual pelo seu caráter silencioso deve ser detectada e controlada precocemente. Hábitos de vida saudáveis como prática de atividade física, controle do peso, uma boa alimentação podem contribuir para a prevenção e tratamento dessa doença (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006). No Brasil, em 2003, cerca de 27,4% das mortes ocorreram em decorrência de doenças cardiovasculares. Entre os fatores de riscos atrelados a essa mortalidade destacam-se a HAS representando 40% das mortes por acidente vascular cerebral (AVC) e 25% daquelas por doença coronariana (infarto agudo do miocárdio - IAM) (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006). No passar dos anos é perceptível o aumento do consumo de sal pelos brasileiros, o qual é superior a 12g/dia per capita, o que está em desacordo com a recomendação, a qual é de 6g/dia per

capita para ser considerada uma alimentação saudável e segura. Observa-se também que 75% desse sódio consumido é decorrente do uso de produtos industrializados como: embutidos, conservas, enlatados e defumados (V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2006; CESARINO et al, 2004). O cloreto de sódio (NaCl), o sal comum, que é utilizado na cozinha, nos temperos e nos processamentos de alimentos, representa a principal fonte de sódio da dieta. No entanto, essa fonte de sódio deve ser controlada, devendo ocorrer algumas mudanças nos hábitos alimentares como: redução do sal na preparação dos alimentos, evitar o saleiro à mesa, diminuir o consumo de alimentos industrializados e aumentar o consumo de frutas, verduras e incluir a prática de exercício físico no intuito de diminuir a elevação da pressão arterial (COSTA E SILVA, 2005; SILVA et al, 2006; ZAITUNE et al, 2006). Assim sendo, este trabalho tem como objetivo geral a análise do consumo de embutidos associada à HAS em grupo de mulheres de Limoeiro do Norte CE, tendo em vista a necessidade de pesquisas na área, bem como fornecer dados para criação de políticas públicas pelos órgãos municipais. 2.MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo transversal, quanti-qualitativo, descritivo e analítico. O estudo foi realizado com 77 indivíduos do sexo feminino, com média de idade de 38 anos, do Projeto Mulheres Mil do bairro Antonio Holanda de Almeida em Limoeiro do Norte CE, no período de junho de 2012. Após conhecerem os objetivos da pesquisa e a disponibilidade das mesmas em participar como voluntárias, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram incluídas na pesquisa todas as mulheres que estavam regularmente matriculadas no projeto, que freqüentavam assiduamente as aulas e compareceram no local, horário e datas previstas para realização da coleta de dados. Foram excluídas da pesquisa as que não se enquadravam no perfil citado acima. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário sobre o consumo de alimentos com papel positivo e negativo no desenvolvimento da hipertensão arterial. A PA foi aferida uma única vez, de cada um, e foi utilizado o esfigmomanômetro Aneróide Premium com estetoscópio, da marca accumed, e seguiu-se os seguintes critérios: foi realizada em ambiente calmo, o paciente estava relaxado, posteriormente colocou-se a braçadeira ao redor da parte superior do braço e fechou a válvula de deflação girando o parafuso no sentido horário. Através do método palpatório, foi localizado o pulso radical e inflou-se a braçadeira até desaparecer as pulsações, registrou-se esse valor de pressão. Colocou-se o estetoscópio sobre a artéria, na parte interna do cotovelo, inflou-se a braçadeira até 20/30 mmhg acima do valor de pressão determinado na etapa anterior. Avaliou-se a pressão, abrindo, bem devagar, o parafuso da válvula de deflação, acompanhouse a pulsação com o estetoscópio (QUINLESS E BLAUER, 1996). Após aferição da PA, os dados foram tabulados e classificados de acordo a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, (2010). E o padrão alimentar das mesmas foi analisado de acordo com preconizações do Ministério da Saúde, (2008). Tabela 1. Classificação da PA de acordo com SBHA (2010) Pressão Sistólica Pressão Diastólica Classificação < 120 < 80 ÓTIMA < 130 <85 NORMAL 130 139 85 89 LIMÍTROFE 140 159 90 99 HIP. EST. 1 160 179 100 109 HIP. EST. 2 180 110 HIP. EST. 3 140 90 HIP. SIS. ISSO 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram avaliados 77 indivíduos do sexo feminino, com média de idade de 38 anos, participantes do Projeto Mulheres Mil. Conforme mostrado na tabela 1, 31,16% apresentavam-se hipertensas ou limítrofes e 68,84% apresentavam pressão arterial normal. Tabela 1. Prevalência de hipertensão arterial em mulheres de Limoeiro do Norte, CE - 2012. Quantidade de indivíduos Percentual (%) Pressão arterial normal 54 68,84 Pressão arterial limítrofe 13 18,18 Pressão arterial elevada 10 12,98 TOTAL 77 100 Pode-se constatar na Tabela 2, que 50% dos indivíduos que apresentavam pressão arterial normal consumiam embutidos pelo menos uma vez na semana, enquanto que 21,74% dos indivíduos hipertensos e limítrofes faziam o consumo desse alimento nessa freqüência. O percentual de indivíduos que consomem embutidos e apresentam-se hipertensos não é tão elevado se comparados com outros trabalhos. Assim como o INTERSALT, um estudo epidemiológico, onde se pesquisou a relação da ingestão de sódio, o qual está presente em grande quantidade nos embutidos, com a pressão arterial, este estudo foi realizado com 10.000 indivíduos e verificou que o aumento da pressão arterial é devido ao excesso de sal na dieta (OLMOS; BENSEÑOR, 2001). Tabela 2. Relação entre o consumo alimentar de embutidos e pressão arterial em mulheres de Limoeiro do Norte CE. Quantidade de indivíduos Consumo de embutidos % n Pressão arterial normal 54 50 27 Pressão arterial limítrofe e elevada 23 21,74 5 É sabido que o elevado consumo de sódio é um fator de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares. Sendo assim o elevado consumo de embutidos, juntamente com o sal adicionado na preparação, parece causar danos à saúde, como elevação da pressão arterial, (MOLINA et al, 2003). No entanto, Molina et al (2003), diz que a elevação da pressão arterial ocasionado pelo consumo excessivo de sódio pode ser variável, tendo em vista que em alguns indivíduos a pressão arterial é elevada devido ao alto consumo de sódio, e outros indivíduos a pressão arterial tem quase ou nenhuma alteração. O presente estudo revela que a hipertensão arterial pode esta relacionado com outros fatores e não apenas a ingestão elevada de sódio, presente em grande quantidade nos embutidos, o que esta em acordo com o estudo de Pressuto et al (1998), que destaca que dos 70 indivíduos, 74,3% dos indivíduos relataram utilizar pequena quantidade de sal. O consumo alimentar de embutidos é bastante variado em ambas as populações de indivíduos normais, hipertensos e limítrofes. Possivelmente, as principais causas para o consumo de embutidos relatados durante a pesquisa ocorreram em função: a) recursos financeiros relativamente baixos comum na região de estudo, o que inviabiliza a compra e consumo de alimentos mais nutritivos e saudáveis; b) a falta de tempo necessária para preparação das refeições; c) privação de uma orientação nutricional adequada; d) cultura e tradições comuns da população; e) maus hábitos alimentares. Os hábitos alimentares inadequados constituem um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cônicas. Uma dieta adequada exerce papel fundamental na melhora e prevenção de inúmeras patologias. Em contrapartida, as principais causas para a elevação da pressão arterial podem ser: a) consumo de drogas lícitas; b) hábitos alimentares; c) sedentarismo e obesidade; d) depressão; e) situação familiar; f) condições de trabalho; g) aterosclerose; h) consumo excessivo de sal.

Não foi encontrada a correlação direta entre o consumo de embutidos e aumento da pressão arterial dos indivíduos, tendo em vista que o percentual de consumo de embutidos é menor nos hipertensos que na população normal. As possíveis causas para redução do consumo de embutidos na população hipertensa são: a) maior suporte nutricional oferecido pelo médico e/ou nutricionista; b) reeducação alimentar, com menor consumo de alimentos ricos em sal; c) ingestão correta da medicação para controle da PA; d) maior incentivo a prática de atividade física para a população de risco. 3.CONCLUSÕES Tendo em vista que os resultados demonstrados não são condizentes com a teoria exposta na literatura acadêmica, pois o consumo de embutidos mostrou-se menor na população hipertensa, tornam-se necessários estudos mais aprofundados, utilizando maior número de variáveis como condições econômicas e IMC, a fim de investigar melhor as possíveis causas da hipertensão arterial no grupo estudado. 4. REFERÊNCIAS CESARINO, C. B.; CARDOSO, S. S.; MACHADO, M. R.; et al. Abordagem Educativa sobre restrição salina ao paciente hipertenso. Arq. Ciênc. Saúde, v.4, n.11, [S.l.],2004. COSTA, R. P.; SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares. In: CUPPARI, L. Nutrição Clinica no Adulto. 2.ed. Barueri, SP: Manole, 2005. p. 299 302. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rev. Da Sociedade Brasileira de hipertensão, v.9, n.4, [S.l.], 2006. LEME, P. A. F.; BARROS, A. F.; AQUINO, M. G. F.; CARVALHO, T. H. P. F. Alimentação, Condições de Saúde e Fatores de Risco para Adoecimento dos Funcionários da Universidade Estadual de Campinas. In: MENDES, R. T.; VILARTA, R.; GUTIERREZ, G. L. Qualidade de vida e cultura alimentar. Campinas, 2009. p. 15. MINISTÉRIO DA SAÚDE: Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Brasília, 2008. 64 p. MOLINA, M.C.B.; CUNHA,R.S.; et al. Hypertension and salt intake in na urban population. Rev. Saúde Pública. V. 37, n.6, [S.l.], 2003. MONDINI, L.; MONTEIRO, C. A. Mudanças no padrão de alimentação da população urbana brasileira (1962-1988). Rev Saúde Pública. 1994. OLMOS, R. D.; BENSEÑOR, I. M. Dietas e Hipertensão: Intersalt e estudo DASH. Rer. Bras. Hipertens. V.8, n.2, [S.I.], 2001. PESSUTO,J.; CARVALHO,E.C. Fatores de Risco em Indivíduos com Hipertensão Arterial. Rev. Latino-am. Enfermagem. v.6, n.1, Ribeirão Preto, 1998. QUINLESS, F. W.; BLAUER, R. E. Procedimentos Fundamentais. In: AMADIO I. Enfermagem Básica Teoria & Prática. 2.ed. São Paulo: Rideel, 1996. p. 16 18. SILVA, C. A., WANDERLEY, C.; ROCHA,E. et al. Hipertensão em uma unidade de saúde do SUS: orientação para o autocuidado. Rev. Baiana de Saúde Pública.v.30, n. 1, [S.l.], 2006.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Rio de Janeiro, 2010. 57 p. ZAITUNE, M. P. A.; BARROS, M. B. A.; CÉSAR, C.L. G. et al. Hipertensão Arterial em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle no município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. v.22, n.2, Rio de Janeiro, 2006.