Superior Tribunal de Justiça

Documentos relacionados
Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO MARTÔNIO PONTES DE VASCONCELOS

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Transcrição:

RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 26.141 - PA (2009/0099346-7) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : AMARILDO SOBRINHO DA SILVA (PRESO) ADVOGADO : ANTÔNIO COSTA PASSOS E OUTRO(S) RECORRIDO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ EMENTA RECURSO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. AUSÊNCIA DE DEFENSOR NO INTERROGATÓRIO. NULIDADE ABSOLUTA. ATO PRATICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 10.792/03. PRECEDENTE. PARECER DO MPF PELO PROVIMENTO DO RECURSO. RECURSO PROVIDO PARA ANULAR O INTERROGATÓRIO DO RÉU, REALIZADO SEM A PRESENÇA DO DEFENSOR, E TODOS OS ATOS DECISÓRIOS QUE LHE SÃO POSTERIORES, MANTIDA, TODAVIA, A SITUAÇÃO PROCESSUAL DO RECORRENTE. 1. Nos termos de consolidado entendimento nesta Corte Superior, após o advento da Lei 10.792/2003, ainda que o próprio réu tenha dispensado a entrevista prévia, a presença do defensor no interrogatório tornou-se formalidade essencial, corolária do princípio da ampla defesa e do devido processo legal. 2. Recurso provido, em consonância com o parecer ministerial, para anular o interrogatório do réu, realizado sem a presença de seu defensor, e todos os atos decisórios que lhe são posteriores, mantida, todavia, a situação processual do recorrente. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Felix Fischer. Brasília/DF, 04 de fevereiro de 2010 (Data do Julgamento). NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO MINISTRO RELATOR Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 1 de 7

RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 26.141 - PA (2009/0099346-7) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : AMARILDO SOBRINHO DA SILVA (PRESO) ADVOGADO : ANTÔNIO COSTA PASSOS E OUTRO(S) RECORRIDO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ RELATÓRIO 1. Cuida-se de Recurso em Habeas Corpus, interposto por AMARILDO SOBRINHO DA SILVA, em adversidade ao acórdão proferido pelo egrégio TJPA, que denegou a ordem em writ ali manejado, nos termos da seguinte ementa: HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. CRIME DE HOMICÍDIO. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE ABSOLUTA DO PROCESSO POR OFENSA AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA COM MANIFESTO PREJUÍZO AO PACIENTE. INEXISTÊNCIA. EFETIVO PREJUÍZO NÃO COMPROVADO. AÇÃO COM TRAMITAÇÃO REGULAR E COM SENTENÇA CONDENATÓRIA PROFERIDA. APLICAÇÃO DA SUMULA 523 DO STF. ALEGAÇÃO DE PRESENÇA DE QUALIDADES PESSOAIS IRRELEVÂNCIA. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. INOCORRÊNCIA. INSTRUÇÃO PROCESSUAL ENCERRADA. PACIENTE SENTENCIADO E CONDENADO A 15 ANOS DE RECLUSÃO. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE REQUISITOS AUTORIZADORES DA PRISÃO PREVENTIVA. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE CÓPIA DA DECISÃO QUE DECRETOU A PRISÃO PREVENTIVA DO COACTO. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. ORDEM DENEGADA. 1. Não se deve conhecer alegação de nulidade absoluta do processo por ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa quando não restarem comprovado qualquer prejuízo efetivo ao julgamento do paciente. Precedentes do STJ; 2. In casu, os demais atos processuais forma concluídos normalmente, tendo o processo seguido seu curso natural até o desfecho que culminou com sentença condenatória de 15 (quinze) anos de reclusão. Aplicação da súmula 523 do STF; 3. As qualidades pessoais do paciente não têm o condão de lhe garantir a liberdade, sobretudo se os requisitos da custódia cautelar Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 2 de 7

recomendarem a sua contrição. Precedentes do STJ; 4. Tendo sido a instrução criminal encerrada e a sentença condenatória proferida, fica superada a alegação de excesso de prazo na formação da culpa. Precedentes do STJ; 5. Não pode ser analizada à alegação de ausência dos requiesitos autorizadores da prisão preventiva, se o impetrante nã fez porva pré-constituída do alegado, juntando cópia do mencionado provimento jurisdicional. Precedentes do STJ; 6. Ordem denegada (fls. 77/78). 2. Infere-se dos autos que o paciente foi preso preventivamente em 21.01.06 e denunciado pela prática do crime previsto no art. 121, 2o., IV, do CPB, tendo sido condenado à pena de 15 anos de reclusão em regime fechado com trânsito em julgado em 18.02.08. 3. Irresignada a defesa impetrou o Habeas Corpus originário, tendo o mesmo sido denegado. 4. Daí o presente recurso, no qual se sustenta, em síntese, a nulidade do feito, porquanto realizado o interrogatório do acusado sem a presença do defensor nomeado, aduz ainda, a necessidade da concessão da liberdade provisória ante o excesso de prazo na formação da culpa. 5. O MPF, em parecer da lavra da ilustre Subprocuradora-Geral da República AUREA MARIA ETELVINA NOGUEIRA LUSTOSA PIERRE, manifestou-se pelo provimento do recurso (fls. 124/133). 6. É o que havia para relatar. Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 3 de 7

RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 26.141 - PA (2009/0099346-7) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : AMARILDO SOBRINHO DA SILVA (PRESO) ADVOGADO : ANTÔNIO COSTA PASSOS E OUTRO(S) RECORRIDO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ VOTO RECURSO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. AUSÊNCIA DE DEFENSOR NO INTERROGATÓRIO. NULIDADE ABSOLUTA. ATO PRATICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 10.792/03. PRECEDENTE. PARECER DO MPF PELO PROVIMENTO DO RECURSO. RECURSO PROVIDO PARA ANULAR O INTERROGATÓRIO DO RÉU, REALIZADO SEM A PRESENÇA DO DEFENSOR, E TODOS OS ATOS DECISÓRIOS QUE LHE SÃO POSTERIORES, MANTIDA, TODAVIA, A SITUAÇÃO PROCESSUAL DO RECORRENTE. 1. Nos termos de consolidado entendimento nesta Corte Superior, após o advento da Lei 10.792/2003, ainda que o próprio réu tenha dispensado a entrevista prévia, a presença do defensor no interrogatório tornou-se formalidade essencial, corolária do princípio da ampla defesa e do devido processo legal. 2. Recurso provido, em consonância com o parecer ministerial, para anular o interrogatório do réu, realizado sem a presença de seu defensor, e todos os atos decisórios que lhe são posteriores, mantida, todavia, a situação processual do recorrente. 1. Nos termos de consolidado entendimento nesta Corte Superior, após o advento da Lei 10.792/2003, ainda que o próprio réu tenha dispensado a entrevista prévia, a presença do defensor no interrogatório tornou-se formalidade essencial, corolária do princípio da ampla defesa e do devido processo legal. 2. Confiram-se os seguintes julgados: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE FURTO QUALIFICADO. AUSÊNCIA DE DEFENSOR NO INTERROGATÓRIO. NULIDADE ABSOLUTA. CERCEAMENTO DE DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 4 de 7

1. Após o advento da Lei n.º 10.792/2003, mesmo quando não existe prejuízo efetivo ao acusado, e ainda que o fato seja atribuível à atitude do próprio réu, a presença do defensor no interrogatório tornou-se de formalidade essencial, corolária do princípio da ampla defesa e do devido processo legal. 2. Dessa forma, uma vez realizado o interrogatório do réu sob a égide do mencionado regramento, resta evidenciada a nulidade, a qual, por ser de natureza absoluta, contamina todos os atos decisórios a partir de então. 3. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e desta Corte Superior. 4. Ordem concedida para anular o interrogatório do réu, realizado sem a presença de seu defensor, e todos os atos decisórios a partir de então. (HC 77.432/MS, Rel(a). Min(a). LAURITA VAZ, DJU 17.09.07). ² ² ² PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 155, 2º, INCISOS I E II, DO CP, E ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DA LEI Nº 10.826/2003. INTERROGATÓRIO. AUSÊNCIA DO DEFENSOR. NULIDADE ABSOLUTA. A realização do interrogatório do réu sem a presença do defensor, após a entrada em vigor da Lei nº 10.792/2003, constitui nulidade absoluta, porquanto, a inobservância das formalidades legais previstas nos artigos 185 a 188 do CPP fere o princípio da ampla defesa e do devido processo legal. (Precedente do STF e STJ). Habeas corpus concedido. (HC 73.179/DF, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJU 18.06.07). 3. Na hipótese, conforme salienta o acórdão, o réu não foi assistido por qualquer defensor em seu interrogatório e durante a audiência, ao constatar o vício, o douto Magistrado nomeou Defensor Público para atuar na defesa do recorrente apenas nos atos subsequentes à referida audiência (fls. 83). 4. Não é o caso, todavia, de soltura imediata do acusado. Diante do julgamento ora proferido, como na data do interrogatório o acusado encontrava-se preso preventivamente (fls. 55), determina-se que o Juízo de Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 5 de 7

Primeiro Grau se manifeste sobre a persistência dos requisitos que autorizaram a prisão cautelar do ora paciente. 5. Isso posto, em consonância com o parecer ministerial, dá-se provimento ao recurso, para anular o interrogatório do réu, realizado sem a presença de seu defensor, e todos os atos decisórios que lhe são posteriores, mantida, todavia, a situação processual do paciente. 6. É o voto. Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 6 de 7

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUINTA TURMA Número Registro: 2009/0099346-7 RHC 26141 / PA MATÉRIA CRIMINAL Números Origem: 200620002700 200830056203 EM MESA JULGADO: 04/02/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. ÁUREA M. E. N. LUSTOSA PIERRE Secretário Bel. LAURO ROCHA REIS RECORRENTE ADVOGADO RECORRIDO AUTUAÇÃO : AMARILDO SOBRINHO DA SILVA (PRESO) : ANTÔNIO COSTA PASSOS E OUTRO(S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra a vida - Homicídio Simples CERTIDÃO Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator." Os Srs. Ministros Jorge Mussi, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Felix Fischer. Brasília, 04 de fevereiro de 2010 LAURO ROCHA REIS Secretário Documento: 942315 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 01/03/2010 Página 7 de 7