AS INTERVENÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS ACOMPANHANTES DE IDOSOS NA ATENÇÃO HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

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AS INTERVENÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL JUNTO AOS ACOMPANHANTES DE IDOSOS NA ATENÇÃO HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Narjara Cinthya Nobre Oliveira (1); Giuliana Barbosa da Rocha (2). (1) Hospital Universitário Lauro Wanderley HULW /UFPB- narjaranobre@yahoo.com.br; (2) Universidade Federal da Paraíba UFPB- giulianarochass@hotmail.com INTRODUÇÃO O envelhecimento é o caminho que todos nós percorremos, salvo àqueles que prematuramente rompem a caminhada da vida. Envelhecer com saúde seria o ideal. No entanto, muitos problemas surgem em consequência do envelhecimento, impondo o atendimento por equipes multiprofissionais, contendo profissionais do Serviço Social, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Psicologia, Terapia Ocupacional, Educador Físico entre outros No Brasil com o crescimento da população idosa os órgãos federais estabeleceram leis, decretos, portarias entre outras para atender ao público citado, que passaram a ser vistos como sujeitos de direitos. Assim, no ano de 1994, foi instituída a Lei n.º 8.842/94 a, que contempla, efetivamente, os direitos dos idosos. Ainda nessa década, outro instrumento de defesa dos direitos dos idosos foi à regulamentação da Política Nacional de Saúde do Idoso PNSI b, sendo atualizada no ano de 2006 para a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa PNSPI, a qual sua finalidade primordial era recuperar, manter e promover a autonomia e independência dos indivíduos idosos, em consonância com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Tendo como base fundamental o Estatuto do Idoso, o qual prevê em seu Art. 3º: É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 2003, p.01) 1. Percebe-se que o papel da família é fundamental no cuidado do idoso, mas é preciso destacar que, embora o cuidado familiar seja um aspecto importante, não atinge todos os idosos. a Regulamentada pelo Decreto n.º 1.948/96, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso de 04/01/1994. b Regulamentada pela Portaria n.º 1.395/99, que dispõe sobre a Política Nacional de Saúde do Idoso de 10/12/1999. Atualizada pela Portaria nº 2.528/2006, de 19/10/2006- Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.

Portanto, segundo Caldas (2003), citado por Jede; Spuldaro (2009, p.414) 2, por mais que a legislação, as políticas públicas e até mesmo a sociedade defendem e acreditem que os idosos devem ser cuidados pela família, não se pode garantir que esta prestará um cuidado adequado e humanizado. Para tanto, são necessários programas e serviços socioassistenciais, com ações urgentes e imediatas, pois muitos idosos isolados, dependentes e abandonados necessitam de alternativas à assistência familiar de que não dispõem. De acordo com Sarti (2002) 3, deve-se observar também que a família funciona como um sistema de interação e é constituída por membros que têm entre si algum tipo de vínculo afetivo, de forma que uma mudança em um elemento será seguida por uma nova mudança nos outros elementos. Tal mudança acarretará numa alteração no sistema como um todo. Portanto, a família é sempre dinâmica e se encontra em constante processo de evolução e mudança. A família não é uma totalidade homogênea, mas um universo de relações diferenciadas, e as mudanças atingem de modo diverso cada uma destas relações e cada uma das partes das relações (Ibid, 2002, p. 39) 3. No que tange o conceito de família existem controvérsias sobre este, mas se destaca o seguinte conceito: A família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência de desenvolvimento e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. [...] propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. [...] absorvidos os valores éticos e humanitários, [...] constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais (FERRARI; KALOUSTIAN, 2000, p. 11) 5. Outro ponto importante enfatizado pelo Estatuto do Idoso refere-se ao que foi assegurado a pessoa idosa internada, ou seja, a observação o direito a acompanhante. Através desse direito os serviços de saúde devem proporcionar em casos de internação observar as condições adequadas para a permanência em tempo integral de um acompanhante, segundo o critério médico 2. Observase que, um exemplo disso, são situações de vários hospitais não oferecem uma estrutura física e recursos humanos adequados para a permanência do familiar nas unidades de internação. Dessa forma, percebe-se que nas instituições hospitalares dá-se uma ênfase por parte da maioria da equipe dos profissionais pelos números quantitativos, deixando de lado entender os indivíduos na sua forma integral, como sujeitos de direitos, dignidade, bem-estar e garantido principalmente à vida, essa população necessita de cuidados específicos e multidimensionais.

Assim, demanda mais dos serviços de saúde, o que requer profissionais qualificados para cuidar dos idosos, não esquecendo respeitar as suas especificidades/particularidades. A hospitalização faz com que o sujeito abandone suas tarefas, ou seja, o indivíduo torna-se um paciente que depende de cuidados, ocupando lugar novo e estranho. Com isso, ocasionaram-se momento de crise, tanto para ele quanto para a família, devido os seguintes fatores: ambiente, doença, dores, medos e procedimentos. A família passa a enfrentar a realidade diferenciada do contexto anteriormente vivenciado, sofrendo uma mudança na dinâmica sociofamiliar. Cabe destacar a relação entre o idoso hospitalizado e a família, a qual tem interesse em permanecer junto ao doente no hospital, por diversos motivos: respeito, relações econômicas, sentimento de co-responsabilidade, oportunidade de aprender, obrigação, entre outros fatores. Percebe-se que, para exercer esse papel de acompanhante, o familiar e/ou cuidador assume responsabilidade do cuidado com relação ao idoso no ambiente hospitalar e vai além dele, estendendo-se para o ambiente domiciliar, com isso é importante que toda a equipe multiprofissional ajude os membros oferecendo um suporte para que na alta hospitalar eles recebam todas as orientações devidas para que possam dá continuidade ao tratamento no seu domicílio. No Brasil, apesar da literatura específica sobre o tema, o envelhecimento ganha a cada dia uma reflexão importante nas análises das expressões da questão social que permeiam o atual modo de produção, ou seja, o capitalismo. Diante do exposto surgiu esse relato sobre a atuação do assistente social na problemática da família com o idoso hospitalizado. Justificando-se também, a partir da prática profissional das assistentes sociais, preceptora e residente, do Hospital Universitário Lauro Wanderley- HULW/UFPB, a no período de março a setembro de 2016, que verificou, em suas práticas, nos acompanhamentos realizados com a pessoa idosa na Clínica Médica do referido hospital, apresentam-se como uma das expressões da questão social relacionado ao acesso a política de saúde, os conflitos familiares, a ausência de renda entre outras. Acredita-se que este estudo é de suma importância, pois estará contribuindo para facilitar a compreensão dos profissionais de saúde, com ênfase no Assistente Social, sobre o processo de acompanhamento familiar do idoso hospitalizado e suas repercussões na dinâmica familiar. METODOLOGIA O presente trabalho versa sobre um estudo descritivo com abordagem qualitativa, mais especificamente relato de experiência, sendo desenvolvido na Clínica Médica do Hospital

Universitário Lauro Wanderley (HULW)/Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a partir da experiência que a Residência Integrada Multiprofissional Saúde Hospitalar (RIMUSH) com ênfase em saúde do idoso, proporcionou à residente e à receptora no serviço citado anteriormente. Utilizou-se da observação, avaliação das práticas profissionais, os atendimentos individuais usuários e/ou familiares, atividades de grupo com os acompanhantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO A atuação do assistente social aos acompanhantes juntos as pessoas idosas ocorreu no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), vinculado a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), localizado no Campus I da UFPB, no bairro do Castelo Branco I, no Município de João Pessoa/PB, gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A clínica médica possui 02 (duas) profissionais do serviço social que trabalham 30 horas semanais, distribuídas no período da manhã e tarde, além da presença da residente de Serviço Social da RIMUSH. As intervenções das assistentes sociais estão voltadas para todos os seguimentos de usuários que necessitam do referido hospital, mas a experiência relatada nesse trabalho deu-se com os acompanhantes da população idosa, devido RIMUSH com ênfase em saúde do idoso. Com relação a esse relato de experiência ressalta-se mais especificamente o trabalho desenvolvido nos atendimentos individuais e o grupo com acompanhantes c, o qual foi realizado, nos meses de setembro e novembro/2016, nas seguintes datas 14 de setembro e 29 de novembro do ano de 2017, com a participação de 26 e 19 acompanhantes, respectivamente, conforme lista de assinatura arquivada na sala do Serviço Social. Foi realizado no hall da Clínica Médica, exibido inicialmente um vídeo sobre a carta dos usuários do SUS, com intuito de iniciar uma roda de conversa sobre o tema proposto, que tinha como objetivo principal trabalhar controle social, qualidade do serviço, acesso aos serviços na atenção hospitalar, direitos relacionados ao processo de internação, a autonomia dos acompanhantes, por meio da participação dessa população usuária do serviço na dinâmica hospitalar; na democratização das informações dadas durante as orientações e o acesso aos demais serviços disponíveis no âmbito hospitalar do HULW e na rede de atenção a saúde, assistência e previdência social 7. Utilizou-se desse espaço também para as demandas institucionais da EBSERH, tais como: as orientações pertinentes sobre a internação e as rotinas do c Sendo acompanhantes, quer dizer, não só os familiares e/ou e sim qualquer pessoa que cuida do idoso.

referido serviço. Posteriormente, foi realizada a distribuição de folder sobre a carta dos usuários do SUS, confeccionada pela residente de serviço social. Um dos resultados dessa atividade foi à adesão dos usuários a procurar os profissionais do Serviço Social em busca de informações complementares referentes aos temas abordados no espaço do grupo de acompanhantes; ressaltamos também que os acompanhantes ficaram mais participativos no processo de internação hospitalar, contribuindo com os demais profissionais da equipe na assistência a pessoa idosa. Constatou-se neste relato que as transformações do conceito de família que ocorreram durante os anos e séculos, num processo sócio-histórico contínuo, ocorreram de forma distinta bem como foram elas influenciadas por idiossincrasias particulares de cada grupo, como crenças, valores, costumes etc. Em virtude dessas transformações sociais surgiram novos arranjos familiares, tais como: famílias dirigidas somente pelo pai ou pela mãe; mulheres como chefe de família; famílias formadas por casais homossexuais; entre outros. Apesar de todas essas modificações terem afetado os vínculos familiares e algumas vezes os terem debilitado, é importante destacar que, não importa qual tipo de família tenha surgido, ela continua tendo papel preponderante no que diz respeito ao acompanhamento do processo de hospitalização. Esses dois grupos realizados demostram que a atuação do profissional do Serviço Social deve ultrapassar as demandas institucionais imediatas, sendo necessário realizar um planejamento das ações que visem à emancipação dos usuários no que diz respeito ao fortalecimento de vínculos familiares; as políticas de saúde, no que tange seu acesso, qualidade dos serviços, continuidade do cuidado nos serviços de saúde e no retorno ao seu domicílio. CONCLUSÕES Tendo como princípio norteador o fato de que a família é uma peça importante no processo de hospitalização do idoso, e que é ela a base para a formação de toda a sociedade, esse artigo busca contribuir para uma reflexão mais aprofundada sobre essa questão, enfocando-a, prioritariamente, na busca de identificar as intervenções do serviço social junto aos acompanhantes de idosos na atenção hospitalar. Observou-se a importância da intervenção do Serviço Social junto aos acompanhantes dos idosos no processo de hospitalização, visto o fato do oferece-lhe o acompanhamento no processo de

internação do idoso, contribuindo no que tange os aspectos sociais econômicos; vínculo familiar entre outros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispões sobre o Estatuto do Idoso. 2 JEDE, Marina e SPULDARO, Mariana. Cuidado do idoso dependente no contexto familiar: uma revisão de literatura. RBCEH, Passo Fundo, v. 6, n. 3, p. 413-421, set./dez. 2009. 3 SARTI, C. A família e individualidade: um problema moderno. In: CARVALHO, MCB (Org.). A família contemporânea em debate. São Paulo: EDUC/Cortez, 2002. p. 39-49. 4 RIBEIRO, Maria Salete. A questão da família na atualidade. Florianópolis: Ioesc, 1999. 5 FERRARI, Mário; KALOUSTIAN, Silvio Manoug. Introdução. In: KALOUSTIAN, Sílvio Manoug (Org.). Família brasileira: a base de tudo. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000. p. 11-15. 6 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas,1994. 7 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.