TRABALHOS TÉCNICOS INTERDEPENDÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS MISTURAS BETUMINOSAS TIPO C.B.U.Q.



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Transcrição:

01 / 07 SINOPSE O trabalho apresenta aspectos conceituais do comportamento das relações físicas envolvidas no sistema, e misturas tipo C.B.U.Q., levando em consideração as características físicas rotineiras determinadas á luz da especificação de serviço DNER ES P 22/77. 1 - GENERALIDADES Concreto betuminoso usinado a quente, é a mistura íntima entre um cimento asfáltico, agregado mineral graduado e material de enchimento (filler), executada sob rigoroso controle de dosagem, usinada, espalhada e comprimida a quente, numa massa densa e uniforme. 2 - CARACTERÍSTICAS 2.1 - COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA A especificação DNER ES P 22/71, define (03) três faixas. PENEIRAS PORCENTAGEM PASSANDO EM PESO A B C 2 50,8 100 - - 1 ½ 38,1 95-100 100-1 25,4 75-100 95-100 - ¾ 19,1 60-90 80-100 100 ½ 12,7 - - 85-100 3/8 9,5 35-65 45-80 75-100 4 4,8 25-50 28-60 50-85 10 2,0 20-40 20-45 30-75 40 0,42 10-30 10-32 15-40 80 0,18 5-20 8-20 8-30 200 0,074 1-8 3-8 5-10 Aplicação Camada de rolamento Ligação ou rolamento Rolamento NOTA: A curva granulométrica indicada no projeto, poderá apresentar as seguintes tolerâncias máximas: PENEIRAS % PASSANDO 3/8 1 ½ + ou 7 40 4 + ou 5 80 + ou 3 200 + ou 2

02 / 07 2.2 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS (MARSHALL) ESPECIFICADAS PARA A MISTURA Vv - Vazios RBV - Relação Betume / Vazios Totais Estabilidade Kg - Mínima - 75 golpes/face - 50 golpes/face - 1"/100 V.A.M. - Vazios do Agregado Mineral Rolamento 3 a 5 75 a 82 Camada Ligação 4 a 6 65 a 72 350 250 8 a 18 Função do diâmetro Máximo do agregado 2.3 - CONDIÇÕES DE TEMPERATURA - Para mistura - CAP apresentar viscosidade de 85 + ou - 10 SSF - Agregado: 10/15ºC acima do CAP - Para compactação - CAP apresentar viscosidade de 140 + ou - 15 SSF - Para rompimento - (Estabilidade e fluência) CP a 60ºC durante 30' em banho-maria 3 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ENVOLVIDAS NO SISTEMA LIGANTE / AGREGADO / MISTURA 3.1 - LIGANTE - Composição química - Consistência (penetração, viscosidade, IST) - Efeito do calor e do ar - Temperatura de mistura - Tempo de mistura 3.2 - AGREGADOS - fração graduada - do Filler (Superfície específica) - mineralógicas - Dureza - Tenacidade - Forma - Porosidade - Durabilidade - Diâmetro máximo 3.3 - MISTURA - Teor de ligante - Composição granulométrica - % Filler - Estabilidade - - Vazios - Relação Betume/Vazios - R.B.V. - Vazios do Agregado Mineral - V.A.M. - Grau de compactação

03 / 07 - Energia de compactação - Temperatura de compactação - Resistência à tração e/ou coesão 4 - INTERDEPENDÊNCIA As misturas betuminosas devem ser consideradas como estruturas formadas por um esqueleto pétreo, composto pelos agregados grossos, devidamente adensados numa argamassa de agregados miúdos, em que os vazios aí formados estão preenchidos em parte pelo mastique betuminoso (filler + betume) responsável pela coesão da mistura. A partir desta conceituação, podemos associar às misturas, comportamentos e características decorrentes de seus componentes ou da união destes. Com base nos parâmetros especificados, podemos relacionar: - Teor de Betume - Faixa Granulométrica - Estabilidade - - Vazios - R.B.V. - V.A.M. - Grau de Compactação 4.1 - TEOR DE LIGANTE O asfalto é o elemento cimentante que também atua como lubrificante, reduzindo o atrito entre as partículas do agregado. Esta redução se acentua com o aumento do número de partículas e com o aumento da espessura de película que a envolve; com o aumento do ligante, até um certo ponto (teor ótimo), há aumento da coesão. Na grande maioria dos materiais, o aumento da coesão é maior que a redução do atrito entre as partículas. Todas as características da mistura, com exceção da faixa granulométrica, são variáveis interdependentes do teor de ligante. O ponto ótimo, é selecionado em função da média entre: - Máxima estabilidade - Máxima densidade - % de vazios média - % R.B.V. média - - dentro da faixa Ocorrendo variação na composição granulométrica além dos limites específicos, ocorrerá variação também no teor de ligante e nas demais características. Podemos dizer que o teor de ligante é função primordial da composição granulométrica. O certo é que cada composição tem uma superfície específica; ocorrendo seu aumento ou diminuição, haverá variação no teor. A variação da superfície específica de uma mistura está ligada mais diretamente à qualidade do filler utilizado. Uma vez definido o teor de ligante, ocorrendo variação na % de Filler, ou na superfície, as demais características variam conforme o quadro seguinte:

04 / 07 Variação na % do S-ESP. do Filler Alteração nas características Teor de ligante Estabilidade * R.B.V. V.A.M. * Apresenta ponto de inflexão no teor ótimo QUADRO 1 Para mais Para menos 4.2 COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA A composição granulométrica é o principal fator de definição das características das misturas, as quais pro sua vez, dependem dos seguintes parâmetros: - Superfície específica dos agregados - % de Filler - Diâmetro máximo do agregado - Graduação granulométrica (existência ou não de patamares) - físicas dos vários agregados que compõem a mistura A variação da superfície específica ocorre na maioria das vezes quando se varia a porcentagem e/ou a procedência do Filler e, neste caso, temos as interdependências mostradas no Quadro nº1. Variação no diâmetro máximo é um fator que gera interdependência nas demais características. Numa analogia grosseira, podemos falar que partindo da areia asfalto usinada a quente, até a faixa A do CBUQ, há um crescente aumento no diâmetro máximo; e as respectivas correções nos demais diâmetros. Esta variação desencadeia várias interdependências. De imediato temos: - Quanto maior o diâmetro máximo, menor será a fração fina e vice-versa, decorre daí que os vazios do agregado mineral, a superfície específica, o teor de ligante são menores. Como base neste raciocínio, podemos ter as seguintes interdependências nas características físicas com a variação no diâmetro máximo: Variação no diâmetro máximo Para mais Para menos Estabilidade * R.B.V. V.A.M. * Esta interdependência tem um limite que é função do Método Marhall além de fatores diversos. QUADRO 2 4.3 - ESTABILIDADE É a carga, expressa em Kg ou Libras, que produz a ruptura diametral do corpo de prova semiconfinado. Em outras palavras, a estabilidade é a soma da resistência ao atrito interno com a coesão propiciada pelo ligante, principalmente do mastique (Filler + Betume).

05 / 07 Fatores procedentes dos agregados, tais como, curva granulométrica bem graduada, inexistência de patamares; fragmentos duros, tenazes e portanto arestas vivas; filler com superfície específica elevada, somadas a fatores procedentes do CAP, como, teor ótimo e consistência, incrementam sobremaneira o valor da estabilidade. Adiante, temos as interdependências que afetam a estabilidade: Estabilidade Teor em Filler Superfície específica Absorção d água/porosidade Agregados, duros, tenazes, arestas vivas e cúbicas Agregados esféricos Energia de compactação* Temperatura de compactação* Consistência do CAP* Temperatura de mistura* % R.B.V.* % V.A.M.* Grau de compactação * Até certo ponto QUADRO 3 Alto Alta Alta Uniforme Baixo Baixa Baixa 4.4 - FLUÊNCIA É a deformação diametral que o corpo-de-prova sofrem expressa em centésimos de polegadas, medida no limite da resistência a ruptura. Por ser decorrente de um comportamento de visco-elasticidade da mistura, sua ação se dá mais na fração argamassa e fillerizada das misturas. Por tanto, o teor de ligante, a fração arenosa e o filler, afetam sobremaneira seu valor. Abaixo temos as interdependências: Teor de ligante Fração arenosa Filler % R.B.V. Grau de compactação Consistência do CAP QUADRO 4 4.5 - VAZIOS É uma característica muito importante, quando devidamente definida. È a porta de entrada dos agentes intempéricos (ar e água) que degradam a película betuminosa. Enquanto bem definido, via curva granulométrica teor de betume, temperatura e energia de compactação, deixa as misturas com flexibilidade adequada.

06 / 07 São fatores de interdependência: Diâmetro máximo Teor de betume % Filler Energia de compactação Grau de compactação Estabilidade (não considerar extremos) Permeabilidade Forma de grãos QUADRO 5 Uniforme Cúbica Lamelar 4.6 - R.B.V. Relação entre os vazios cheios de betume e o volume total de vazios do agregado. Devido á grande diferença de coeficientes de dilatações volumétricas entre o asfalto e o agregado, o R.B.V. bem definido impede exsudação. Mantendo a mistura com índices dentro dos limites, asseguramos coesão e resistência sem corrermos riscos à deformação plástica ou fissuração. Podemos enumerar as interdependências: Teor de Betume Teor de Filler (finos) Forma dos grãos Energia de Compactação Grau de Compactação QUADRO 6 R.B.V. Lamelar Uniforme Cúbica 4.7 - V.A.M. - VAZIOS DO AGREGADO MINERAL É o volume de vazios de uma determinada mistura, após a compactação ou compressão. Apesar de existirem parâmetros especificados, erroneamente, permanecem à margem das características essenciais para definir, além da dosagem, se há ou não inadequação de granulometria de teor de ligante ou de energia de compactação. Podemos relacionar como interdependência: Teor de Filler (finos) * Energia de compactação * Estabilidade Forma de grãos Densidade de grãos QUADRO 7 V.A.M. Cúbica Descontínua Lamelar

07 / 07 4.8 - GRAU DE COMPACTAÇÃO É a relação determinada entre as densidades aparentes in situ e de laboratório de uma mistura. A temperatura e a energia de compactação são fatores que mais contribuem para ocorrer variações. Depois do teor de ligante e da granulometria, o grau de compactação é o interesse maior para mistura betuminosa. Podemos relacionar suas interdependências: Energia de compactação Temperatura de compactação Teor de ligante graduada % de finos Espessura da camada Pré-adensamento Velocidade de rolagem QUADRO 8 G.C. Ótimo Graúda Fora do ótimo Miúda A experiência tem demonstrado que cada 1% que se perde no grau de compactação das misturas betuminosas densas, perdem-se cerca de 10% da sua Estabilidade Marshall, de tal sorte que aos 95% de Grau de Compactação, obtém-se somente cerca de 50% do valor da estabilidade do projeto. ELABORADO POR: CRISTIANO COSTA MOREIRA IPIRANGA ASFALTOS SA BELO HORIZONTE MG TÉCNICO QUÍMICO ENGENHEIRO CIVIL BELO HORIZONTE, 03 DE NOVEMBRO DE 1992