DESINTERESSE PELA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL. Palavras-chave : Matemática, Desinteresse, Aprendizagem.



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Transcrição:

1 DESINTERESSE PELA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL KATIANE DE CASTRO BRITO MEIRELES 1 RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo principal investigar as causas que levaram os alunos da Ensino Fundamental da escola Estadual Rosa Teixeira de Castro, em São Raimundo Nonato/PI, a terem desinteresse e aversão pela aprendizagem matemática, isso porque foi observado um desinteresse por partes dos alunos durantes os trabalhos realizados. Diante disso foi realizada uma pesquisa bibliográfica e questionários, aplicados com os alunos, e entrevistas com seus respectivos professores, podemos apontar algumas das causas que podem ter levado o desinteresse pela matemática, estando essas relacionadas a vários fatores do ambiente em que vive o aluno, citadas nesta pesquisa. Palavras-chave : Matemática, Desinteresse, Aprendizagem. 1 Acadêmica do curso de licenciatura em matemática no Instituto Federal do Piauí, IFPI/ Campus São Raimundo Nonato/ PI do 8º período e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) 2012 e 2014.2. Email:Katiane_tati@hotmail.com

2 1. INTRODUÇÃO Sabemos da importância da matemática na vida do homem, e consequentemente no desenvolvimento da Ciência, sendo uma ferramenta facilitadora na resolução de muitos problemas desde o princípio quando o homem sentiu a necessidade contar seus animais, medir de suas terras, até a nossa atualidade, onde está presente em todas as áreas do conhecimento. Segundo Brasil(1998), a Matemática é importante na medida em que a sociedade necessita e se utiliza cada vez mais de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, que por sua vez são essenciais para a inserção das pessoas como cidadãos no mundo do trabalho, da cultura e das relações sociais. Porém muitos alunos tem uma resistência a matemática, e muitos não reconhecem sua importância no seu cotidiano e nem que ela pode influenciar sua qualidade de vida, e por não darem essa importância esses alunos acabam tendo dificuldades na aprendizagem e consequentemente notas baixas e até reprovações, e essa decepção com a matemática pode chegar a evasão escolar. A Matemática está presente na vida cotidiana de todo cidadão, por vezes de forma explícita e por vezes de forma sutil. No momento em que abrimos os olhos pela manhã e olhamos a hora no despertador, estamos "lendo" na linguagem matemática, exercitando nossa abstração e utilizando conhecimentos matemáticos que a humanidade levou séculos para construir. É quase impossível abrir uma página de jornal cuja compreensão não requeira certo conhecimento matemático e um domínio mínimo da linguagem que lhe é própria: porcentagens, gráficos ou tabelas são necessários na descrição e na análise de vários assuntos. Na sociedade atual, a Matemática é cada vez mais solicitada para descrever, modelar e resolver problemas nas diversas áreas da atividade humana. Um médico que interpreta um eletrocardiograma está utilizando um modelo matemático ao dar um diagnóstico, está utilizando o raciocínio matemático e empregando conhecimentos de estatística. Um pedreiro utiliza um método prático para construir ângulos retos que já era empregado pelos egípcios na época dos faraós. Uma costureira, ao cortar uma peça, criar um modelo, prática sua visão espacial e resolve problemas de geometria (DRUCH;2004: 4).

3 Segundo Brasil (1998), a matemática contribui ainda para a formação do cidadão ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. Diante da importância da matemática no contexto escolar e social temos por objetivos através desta pesquisa, investigar as causas que levam muitos alunos do ensino fundamental da Escola Rosa Teixeira de Castro a terem desinteresse e aversão pela matemática, conhecer as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos na aprendizagem matemática e listar métodos e ações que possam ajudar professores e alunos na superação dessa dificuldade. Esta pesquisa se dividiu em quatro etapas, sendo que na primeira foi analisado, através de pesquisa bibliográfica autores que observarão a dificuldade de aprendizagem matemática e aversão a matemática, assim como alternativas de intervenções que podem ser utilizadas por professores, família e alunos para superar essas barreiras da aprendizagem matemática. Na segunda etapa para melhor fundamentar esta pesquisa foi aplicado um questionário com alunos do Ensino Fundamental envolvidos com o Programa Institucional de Incentivo a Docência (PIBID) da Escola Estadual Rosa Teixeira de Castro, devido ter sido observado uma certo desinteresse por parte dos alunos na aprendizagem matemática e em consequência disso muitas notas baixas na mesma. Com o questionário foi possível identificar algumas das causas que levam esses alunos a terem dificuldade de aprendizagem matemática, em consequência desinteresse e aversão pela mesma. Foram realizadas entrevistas com os dois professores desses alunos, procurando entender as causas na opinião deles que levam a esse desinteresse. Na terceira etapa foi feita algumas considerações finais com alternativas e ações que podem ajudar professores, família e alunos a superarem essa barreira da aprendizagem matemática no Ensino Fundamental. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Tatto(2004), a rejeição a matemática acontecia desde o principio da descoberta matemática, onde aqueles que não tinham sucesso com a mesma tinham a concepção de que matemática é difícil e que era para poucos, e isso acontecia com os discípulos de Pitágoras que eram desafiados a resolverem enigmas trancafiados em uma

4 cela por doze horas, e após esse tempo, quando não conseguiam decifrar eram zombados e humilhados, com isso esses discípulos foram se tornando inimigos da matemática. No questionário aplicado, os alunos relataram que não gostam de matemática porque os conteúdos que aprendem em sala de aula não são aplicados na sua vida, por isso não veem significados em aprendê-los. Outros relataram que sempre tiveram dificuldades em aprender matemática e por isso não gostam, já outros disseram que gostam e sempre foram bem em matemática. As primeiras experiências com a matemática pode influenciar nessa rejeição, porque se desde o início tem notas baixas, ele vai se sentir incapaz e desmotivado a aprender, outra causa citada e relatadas pelos alunos foi de não gostar do professor de matemática, e por isso também não gostam da disciplina, outros porque a matemática exige raciocínio lógico, e que preferem as disciplinas que precisam apenas de memorização para ir bem nas provas. Já os professores relataram como principais causas, a falta de interesse dos alunos e a falta de apoio dos pais. Tatto(2004) sugere algumas alternativas de intervenção que, principalmente, os professores podem tomar para que haja uma atitude de mudança quanto esta rejeição frente aos conhecimentos matemáticos como: fazer uma reflexão e uma auto avaliação da nossa prática pedagógica e estar sempre em formação contínua; conhecer a realidade socioeconômica dos alunos, a baixa escolaridade dos pais e o meio, podem ser fatores de influência e de decisão para a continuidade da escolaridade dos filhos; conhecer e entender os condicionamentos psíquicos, mecanismos de defesa, experiências negativas, persuasão do meio ditados inofensivos para não reforçá-los nos alunos; desafiar o aluno a superar o comum, propondo criatividade, arrojo e superação; detectar e combater as lacunas de aprendizagem existentes na turma e em particular, em cada aluno; adequar as estratégias, materiais e metodologias à realidade de cada turma e da comunidade em que estão inseridas; estabelecer conexões matemáticas entre os novos conceitos e os que já foram estudados, assim como com a História da Matemática; promover laços de afetividade entre o professor e o aluno que ajudarão o aluno a aproximar-se do professor de Matemática e consequentemente da Matemática, e fazer uma ligação com a matemática teórica e matemática prática. Felicetti (2010) relata ainda que a matemática vem sendo trabalhada de uma maneira muito descontextualizada, desarticulada do pensar, do fazer e compreender, de forma decorada, com problemas difíceis e sem utilidade para o mundo real, levando o

5 aluno a ver a matemática como complexa e inacessível. Outro fator citado pela autora é a rotina e a improvisação, ou seja muitos professores por terem muita experiência acham que não é necessário um planejamento, mas esse planejamento evita mesmices e torna as aulas mais dinâmicas. Os professores envolvidos nessa pesquisa, relataram que a falta de utilização de materiais concretos, uso de material adequado, e o ensino tradicional de matemática levam os alunos a ficarem com medo da matemática, por parecer muito difícil, com disso tem-se ideia de que aprender matemática é decorar muitas fórmulas e repetir tudo que o professor escrever sem modificar nada, e sem aplicação no cotidiano, muito distante da sua realidade, fazendo o com que alunos não vejam significação no que aprende e com isso passa a ver a matemática como algo inútil na sua vida. No entanto essa prática de ensino não tem mostrado eficácia, isso porque os alunos memorizam as fórmulas mecanicamente e até reproduzem corretamente, fazendo com que o professor pense que aprenderam, mas em pouco tempo esquecem e não conseguem utilizar esse saber em outros contextos, sobre isso Selbach (2010), relata que ensinar matemática, em um conceito moderno, é saber substituir a avalanche de regras e técnicas sem lógica e relações e aumentar a participação do aluno na produção do conhecimento matemático, a ajudando-o a aprender a resolver problemas, discutir ideias, checar informações e ser desafiado de maneira intrigante e criativa. 3. ANÁLISE DE QUESTIONÁRIO Para melhor fundamentar essa pesquisa foi realizado um estudo cujos resultados estão apresentados neste artigo. Foi aplicado um questionário fechado de cinco questões, com os alunos do Ensino Fundamental da escola Estadual Rosa Teixeira de Castro, onde os mesmos são participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Cervo (2007), define questionário como um meio de obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche, e isso possibilita medir com mais exatidão o que se deseja. Tabela 1 Número de discentes que responderam ao questionário por série e por gênero SÉRIE ALUNAS ALUNOS TOTAL 6º ANO 14 13 27 7º ANO 13 13 26 8º ANO 16 16 32 9º ANO 13 15 28 TOTAL 56 57 113

6 Fonte - Questionário aplicado pela pesquisador. Tabela 2 Número de discentes por série e por gênero em porcentagem(%) que responderam pergunta : Você gosta de matemática? SIM NÃO UM POUCO SÉRIE ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS 6º ANO 71,4 76,9 21,4 7,6 7,1 15,3 7º ANO 46,1 38,4 23 30,7 30,4 30,7 8º ANO 18,7 37,5 25 6,25 56,2 56,2 9º ANO 0 33,3 61,5 13,2 38,4 53,3 Fonte - Questionário aplicado pela pesquisador Após análise das respostas dos questionários, dos 113 discentes pesquisados, quando questionados se gostavam de matemática, obtivemos o resultados apresentados no gráfico abaixo. Gráfico 1- Você gosta de matemática? Sim Não Um pouco 38% 39% 23% Os que relataram gostar de matemática, atribuíram a isso a fato de entenderem quando o professor explica, e porque consideram importante o conhecimento matemático, os que relatam gostar pouco atribuem ao fato de às vezes entenderem e às vezes não, já os que disseram não gostar, atribuem o fato de entenderem quando o professor explica, e porque não veem importância para sua vida. Sobre o fato de o aluno gostar pouco ou não gostar de matemática, Brasil (1998), relata que muitos alunos têm a sensação de que a Matemática é uma matéria difícil e que seu estudo se resume em decorar uma série de fatos matemáticos, sem compreendê-los e sem perceber suas aplicações e que isso lhes será de pouca utilidade, levando-os a assumir atitudes bastante negativas, que se manifestam no desinteresse, na falta de empenho e mesmo na pouca preocupação diante de resultados insatisfatórios ou nos sentimentos de insegurança, bloqueio e até em certa convicção de que são

7 incompetentes para aprendê-la, o que os leva a se afastar da Matemática em situações na vida futura. Quando questionados o porquê de não entenderem matemática relatam porque é difícil e complicada, porque o professor não explica de forma clara e explica rápido, porque não consegue se concentrar na aula, e nem estuda em casa, e porque não tem interesse, e outros não responderam nenhuma das alternativas, como mostra o gráfico abaixo. Gráfico 2 O porquê de não entender matemática? 2% 3% Difícil e complicada 9% 20% 66% O professor não explica de forma clara/ rápido Não consegue se concentar na aula não tem interesse 0utros Diante das causas citadas pelo alunos, fica um desafio ao de professor ser um facilitador e incentivador dessa aprendizagem, utilizando os métodos mais adequados para transmitir essa matéria que uma forma viva, atraente e clara para esse alunos, que por sua vez precisam que de um esforço intelectual para aprender matemática, e esse esforço só acontece quando eles veem sentido no que estão aprendendo. Sobre isso Markarian(2004), relata que bom desempenho em Matemática é considerado, em geral, como uma mostra de sabedoria e inteligência. Consideram-se as pessoas que têm facilidade com Matemática são vistas como gente especial, com algum dom extraordinário: o saber matemático goza de prestígio. Isso se deve, por um lado, ao fato de que as dificuldades da disciplina fazem com que quem a sabe ou a aprende com facilidade seja visto como diferente especialmente dotado; por outro lado, os jovens com particular facilidade para a Matemática, em geral, têm também facilidade para formar conceitos em outras disciplinas, para continuar a concatenação lógica de raciocínios.

8 Esse prestígio, por sua vez, gera em quem tem dificuldades uma aversão muito forte à Matemática. Passam a ignorar a beleza, a coerência e a ordenação da disciplina e a recusar qualquer tipo de formalização. É bastante comum que os estudantes com dificuldades sejam mais retraídos, sintam que não poderão ocupar papéis importantes em suas atividades ou obter ocupações de destaque e modernas. Tabela 3 Número de discentes por série e por gênero em porcentagem(%) que responderam pergunta : Você pede para o professor explicar novamente? SÉRIE SIM NÃO ÀS VEZES ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS 6º ANO 78,5 46,15 0 15,3 21,4 38,4 7º ANO 69,2 30,7 0 15,3 30,7 53,8 8º ANO 37,5 43,7 6,2 6,2 56,2 50 9º ANO 15,3 60 38,4 19,9 46,1 20 Fonte - Questionário aplicado pela pesquisadora Gráfico 3 Você pede para o professor explicar novamente? 8% 4% 48% Pedem para explicar novamente Pedem às vezes 40% Não pedem, porque tem vergonha Não pedem, porque tem medo do professor Analisando essas respostas podemos destacar três pontos importantes, a liberdade que o professor dá ao aluno de perguntar, a vergonha de perguntar e o medo do professor, e segundo Brasil (1998), é parte integrante do papel do professor, procurar identificar e interpretar, mediante observação, diálogo e instrumentos apropriados, sinais e indícios das competências desenvolvidas pelos alunos, o professor pode julgar se as capacidades indicadas nos objetivos estão se desenvolvendo a contento ou se é necessário reorganizar a atividade pedagógica para que isso aconteça, também faz parte de sua tarefa levar os alunos a ter consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para que possam reorganizar suas atitudes diante do processo de

9 aprendizagem, fazendo com que esses alunos percam a vergonha, o medo, e reconheçao como um amigo e facilitador nessa aprendizagem. Tabela 5 Número de discentes por série e por gênero em porcentagem(%) que responderam a pergunta: Você tem um bom rendimento nas provas? SÉRIE SIM NÃO ÀS VEZES ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS 6º ANO 7,1 23 21,4 15,3 71,4 61,5 7º ANO 7,6 15,3 7,6 23 84,6 61,5 8º ANO 31,2 37,5 0 0 68,7 62,5 9º ANO 7,6 33,3 23 13,3 69,2 53,3 Fonte - Questionário aplicado pela pesquisadora Quando foram questionados se tinham um bom rendimento nas provas os discentes, responderam que têm um bom rendimento, isso porque suas notas são boas, outros que às vezes têm um bom rendimento, porque tiram notas altas e baixas, e outros que não têm um bom rendimento porque sua notas são baixas, como mostra o gráfico abaixo. Gráfico 4 Você tem um bom rendimento nas provas? 13% 20% Tem bom rendimento nas provas Às vezes 67% Não tem bom rendimento nas provas Sendo a avaliação uma tarefa didática necessária para acompanhar passo a passo o processo de aprendizagem, Libâneo (1998), afirma que sua finalidade é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como do alunos, ou seja não deve-se utilizar a avaliação apenas para atribuir notas e classificar os alunos como capazes ou incapazes, porque agindo assim a matemática funcionará como um filtro social.

10 Tabela 6 Número de discentes por série e por gênero em porcentagem (%) que responderam a pergunta: Você estuda e faz as tarefas que o professor passa para casa? SÉRIE SIM NÃO SÓ QUANDO TEM PROVA ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS ALUNAS ALUNOS 6º ANO 92,8 69,2 0 23 7,1 7,6 7º ANO 46,1 23 23 61,5 30,7 15,3 8º ANO 37,5 56,2 31,2 12,5 31,2 31,2 9º ANO 38,3 46,6 46,1 33,3 15,3 20 Fonte - Questionário aplicado pela pesquisador. Nessa última pergunta observou se que os alunos tem dificuldade de resolverem sozinho as tarefas, mostrando que não tiveram uma aprendizagem significativa capaz de colocá-la em prática, sobre isso Selbach (2010) relatou que é importante que saiba que aprender não é a mesma coisa que decorar regras e procedimentos, e dessa forma, um estudante somente aprende quando pode atribuir significação ao que aprendeu e, portanto, torna-se capaz de fazer uso da aprendizagem para aprender outras coisas. Outro fator importante que é observado acerca da dificuldade citada acima, é a falta de acompanhamento desses alunos por parte dos responsáveis, isso devido não terem instrução suficiente para ajudar os filhos com as tarefas, por falta de tempo, ou até mesmo por achar que esse papel é único e exclusivo da escola, mas esse acompanhamento é de suma importância para um bom processo de ensinoaprendizagem desses alunos. Para melhor aprofundar a pesquisa foram realizadas duas entrevistas com os professores de matemática desses respectivos alunos, com o objetivo de saber na opinião deles como educadores desses alunos a causas das aprendizagem e da aversão a matemática, bem como as possíveis soluções. dificuldades de A primeira pergunta feita ao professor P1 foi sobre a importância da matemática, ele relatou que: Ela faz parte do meu dia a dia, é meu instrumento de trabalho, em tudo ela está, na economia, no tempo, na tecnologia, no espaço, no trânsito, etc.. Na segunda pergunta o professor relatou o seu ponto de vista sobre as causas que mais contribuem para aversão da matemática, relacionadas com os alunos, obtendo a seguinte resposta: Falta de estudo e cálculo da tabuada, comodismo, os alunos não dão valor aos cálculos, pouco raciocínio lógico da matemática, estuda só para passar de

11 ano, falta da família para o acompanhamento, salas as vezes cheias, pouco interesse dos alunos, uso de celular durante a aula e indisciplina. A terceira pergunta em relação aos fatores que mais contribuem para aversão da matemática, relacionadas aos professores de matemática, ele citou: Pouco uso de material concreto(geometria), uso de métodos mais simples, livros didáticos difíceis de trabalhar, pois os alunos não acompanham, muitas avaliações para pouco tempo e pouco aproveitamento, gostaria que as avaliações fosse vista, avaliadas e comentadas pela coordenação de área, não tenho aversão, trabalho porque gosto. Na quarta pergunta relacionou alguns métodos e ações que podem ser usadas para superar essa aversão a disciplina da matemática por parte dos alunos, como: Ter a matemática como disciplina importante no currículo, pois é a mais cobrada, havendo várias provas de âmbito Nacional, Estadual e Local; Ela precisa ser estudada e não só vista, somos culpados em passar os alunos se eles não estão preparados, falta interesse, vejo o Sistema Educacional preocupado na quantidade de aprovações, deixando a qualidade no segundo plano, somos escadas para o sucesso dos alunos. Na quinta pergunta o professor relacionou as ações e métodos que podem ser usadas para superar essa aversão à disciplina de matemática por parte dos professores, sendo: Atualização dos professores com especializações, treinamento, reunião com outros professores de área para troca de experiências, peço socorro, pois os alunos não deixam ministramos aulas com segurança. Foram realizadas as mesmas perguntas ao professor P2, na primeira o professor respondeu: Porque ela é essencial na vida de cada pessoa no sei dia a dia. Na segunda pergunta respondeu: Uma delas é a nossa cultura, o uso dos métodos tradicionais que fizeram a matemática ficar amedrontada pelos alunos. Na terceira pergunta o professor P2 respondeu que: São varias causas, mas vejo eles virem desde a alfabetização, professores desmotivados e falta de material adequado. Na quarta pergunta respondeu: mais dedicação do aluno. Na quinta pergunta respondeu: temos que mudar alguns métodos para que a matemática fique mais atraente, como por exemplo usar jogos de diversões,esporte, usando oficinas, ou mesmo jogos como o xadrez. Os relados dos professores nos faz entender que para se atingir uma aprendizagem significativa é necessário que os professores façam um diagnóstico de suas metodologias de ensino, para saber se estão atingindo seus objetivos e buscar sempre atualizar, mas o aluno também precisa querer aprender, ser acompanhado e

12 motivado, e essa também é uma responsabilidade dos pais, isso porque assim como os professores, eles têm um papel fundamental nesse processo de aprendizagem. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos entender através dessa pesquisa que as causas que levam o aluno a ter desinteresse e aversão pela matemática estão relacionadas a vários fatores do ambiente em que esses alunos vivem, como a família, escola, professor, etc.. A falta de acompanhamento e estímulo por parte dos pais, podem levar os alunos a se desinteressarem, uma vez que esses alunos não conseguem resolver as atividades sozinhos, ou seja, a família tem um papel muito importante no desenvolvimento e acompanhamento desse aluno, pois a escola não consegue atingir seu objetivo principal que é formar cidadãos, sem acompanhamento a aprendizagem se torna mais difícil. No entanto, o professor continua tendo o papel fundamental na aprendizagem matemática como agente de transformação social. Sendo um incentivador dessa aprendizagem, deve criar um diálogo com os alunos, procurando entender suas dificuldades e ajudá-los a superar, está sempre atualizado, procurando metodologias adequadas, onde o aluno consiga ver sentido no que está aprendendo de matemática, e como utilizá-los para solucionar problemas do cotidiano. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : Matemática /Secretaria de Educação Fundamental.. Brasília : MEC /SEF, 1998.148 p. 2. CERVO, Amado L.;BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6.ed.São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2007. 3. DRUCK, Suely(Org. geral); HELLMEISTER, Ana Catarina P.(Org.); Explorando o ensino da Matemática: artigos, vol.1. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2004. 240 p. 4. FELICETTI, Vera Lucia. Linguagem na construção matemática. Revista Educação por Escrito PUCRS, v.1, n.1, jun. 2010. Disponível em :< http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/porescrito/article/viewarticle/7121>.acesso em 10 de setembro de 2012. 5. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.(Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor). 6. SELBACH, Simone (supervisão geral).matemática e didática. Petrópolis,RJ: Vozes,2010,(coleção como bem ensinar)coordenação Celso Antunes, vários autores. 7. TATTO, Franciele; SCAPIN, Ivone José. Matemática: por que o nível elevado de rejeição? 2004. Disponível em:< http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/245/447>. Acesso 06 de setembro 2012.