SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA APLICADO AO GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÃO DE TRANSPORTE URBANO Edilene de Fátima Vetorato 1, Osvaldo Cesar Pinheiro de Almeida 2 1 Fatec, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: edilenefv@hotmail.com 2 Fatec, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: cesar@fatecbt.edu.br 1 INTRODUÇÃO A tecnologia de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) tem por objetivo analisar e difundir informações sobre áreas da Terra, coletando e armazenando dados, e os exibindo de maneira mais intuitiva aos usuários, por meio de imagens, informações e pontos georreferenciados em mapas. A tecnologia SIG agrega conhecimento de diferentes áreas do conhecimento, que usam a geolocalização como base de pesquisa e estudo, e possui como princípio a identificação da localização geográfica de um objeto (MARTIN, 1996). Dessa maneira, os SIGs podem ser identificados como sistemas compostos de hardwares, softwares, dados e pessoas que tem o objetivo de coletar dados, armazenar, analisar e propagar informações sobre áreas da Terra (CHISMAN, 1997). Para fazer a representação de elementos geográficos em um SIG é necessário que estejam definidos dois dados importantes: o dado espacial e o dado não espacial. O dado espacial providencia a referência de localização para o dado não espacial. Por exemplo: coordenadas (x/y) de localização de latitude/longitude, são atributos utilizados para determinar a referência de um local (MIRANDA, 2010). O dado não espacial representa a informação sobre algum objeto e/ou evento que se deseja destacar no SIG. Existem vários meios de se definir a localização de um objeto, usando meios como Triangulação GPRS (General Packet Radio Service - Serviço de Rádio de Pacote Geral), GeoLocalização por IP (Internet Protocol - Protocolo de Internet) e o GPS (Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global). Uma ferramenta que permite definir a localização de um ponto qualquer na Terra, a partir de um mapa, é o Google Maps API (Aplication Programming Interface - Interface de Programação de Aplicativos). Basicamente, essa ferramenta retorna uma interface gráfica integrada às informações georreferenciadas em mapas, possibilitando a geração de mapas temáticos. Os mapas temáticos permitem visualizar uma região de interesse e uma ilustração dos dados não espaciais, que pertencem à essa região.
Os SIGs são ferramentas que são aplicadas à um grande número de aplicações, de diversas áreas. De maneira geral, um SIG pode ser considerado uma ferramenta generalista e, por essa razão, pode ser aplicada à diversas áreas de estudo. Contudo, existem o grupo de SIGs que são conhecidos como SIG especialista, pois é um sistema de informação geográfica criada para uma única finalidade específica. Uma das áreas na qual o SIG pode ser bastante importante é a área de transporte urbano. Existe um grande número de informações dessa área que podem ser geolocalizadas e, com isso, são melhor compreendidas quando vinculadas aos mapas temáticos. O SIG como ferramenta de apoio ao gerenciamento do transporte urbano pode ser tanto um SIG generalista como especialista. O objetivo desse trabalho foi desenvolver um SIG especialista para tratar informações sobre o transporte público urbano e, assim, servir como ferramenta de apoio ao gerenciamento dessas informações. O SIG especialista desenvolvido é um sistema web (sua utilização é realizada via internet). A partir de sua implantação e uso pelo poder público, inserindo informações relativas ao transporte urbano, esse SIG também poderá servir como base de consulta dos cidadãos. Para isso, esse SIG fornece funcionalidades para dois grupos de interesse: o poder público (município) e os cidadãos (munícipes). Ao poder público será possível gerenciar um grande número de informações sobre o transporte, tanto de maneira analítico como por meio de mapas temáticos. Aos munícipes será permitido consultar informações sobre o transporte urbano, como localização de radares, áreas de estacionamento, entre outras, por meio de mapas temáticos. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O desenvolvimento do sistema iniciou com a definição das informações sobre transporte público que deveriam ser gerenciadas, como radares, áreas escolares, entre outras. Essas informações foram detalhadas e organizadas para que pudesse ser criado um modelo de base de dados. Esse modelo foi gerado usando a ferramenta MySQL WorkBench, que disponibiliza uma interface visual para definição dos dados que devem ser utilizados na implementação do sistema (ORACLE, 2012). A partir do modelo de dados foram geradas a base de dados e as tabelas necessárias para armazenar as informações do SIG. O gerenciamento dessa base de dados é realizada pelo sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD) MySQL.
Para o desenvolvimento do sistema foi utilizada a linguagem JAVA, que é uma linguagem orientada à objetos e possui uma série de recursos para o desenvolvimento de sistemas web, como o Servlet e JSP. Os Servlets e os JSPs funcionam de maneira similar, processando requisições via web e entregando páginas HTML como resposta à essas requisições. Enquanto os Servlets são implementados puramente em JAVA, os JSPs são scripts embutidos em páginas HTML (TEMPLE, 2004). Além disso, foi utilizado o framework do JAVA chamado Hibernate, que permite que a base de dados desenvolvida seja manipulada como uma base de dados orientada à objetos. O desenvolvimento do sistema utilizou o padrão conhecido como MVC (Model View Controller - Modelagem, Controle e Visualização), com o objetivo de melhorar o processo de desenvolvimento, separando a codificação do programa da formatação do layout de apresentação. Nesse modelo foram usados Servlet, JavaBeans e páginas JSP, onde os Servlets fazem o controle das requisições, os JavaBeans fazem a implementação da lógica da aplicação, e as páginas JSP fazem a apresentação do conteúdo final para a visualização (TEMPLE, 2004). Para gerar os mapas temáticos necessários foi utilizado o Google Maps API. Esse recurso possibilita manipular uma série de mapas georreferenciados, além de oferecer um grande número de funcionalidades para recuperação de informações geográficas e apresentação de informações (dados ou imagens) (GOOGLE MAPS API, 2013). Utilizando essas funcionalidades integradas aos JSPs no sistema JAVA web, foi possível fazer a geração dos mapas temáticos necessários para o sistema. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES O modelo de dados foi definido com a criação de três estruturas básicas: Fixo, Móvel, Região. Todas elas representam algum tipo de objeto que pode ser caracterizado no transporte urbano. Cada estrutura possui um conjunto de informações específicas, porém todas elas podem ser geolocalizadas (pela latitude e longitude). O Fixo representa informações como radar fixo e semáforo. O Móvel representa informações como radar móvel. E a região representa informações como áreas escolares e bolsões de estacionamento. Essas informações podem ser diretamente manipuladas no sistema pelo administrador, e ser consultada por qualquer pessoa que acesse o sistema web. A página inicial do SIG (ilustrada na Fig. 1), possui acesso direto às informações de parquímetros, radares, áreas escolares, bolsões de estacionamento e semáforos, a partir de um menu do lado esquerdo. Esse menu acessa os mapas temáticos
que são gerados no momento em que o usuário acessa o link. A funcionalidade de cadastrar pontos (novas informações) do menu superior é de acesso exclusivo do administrador do sistema, e precisa passar por uma prévia validação de usuário e senha. Figura 1. Ilustração da página inicial do SIG desenvolvido. O acesso sendo realizado pelo administrador possibilita que o usuário realize inserções de dados, incluindo novos parquímetros, radares, entre outros. Para isso o administrador deve realizar a autenticação de senha, escolher a opção de cadastrar pontos, e escolher o tipo de informação que irá cadastrar: Fixo, Móvel ou Região. Optando por um desses tipos será exibido um formulário para que o usuário entre com as informações específicas necessárias. Para o cadastro de um novo ponto fixo (ilustrado pela Fig. 2) é necessário informar a posição geográfica, o tipo, a descrição, a localização descritiva e um ponto de referência. Após preencher todos os dados e salvar, a informação sobre esse novo ponto já poderá ser consultado. Como exemplo foi cadastrado um ponto fixo representando um parquímetro. Acessando a página de exibição dos parquímetros (ilustrado pela Fig. 3), a partir do link parquímetros do menu do lado esquerdo, é possível verificar a localização ilustrada do parquímetro.
Figura 2. Ilustração da tela de cadastro de ponto Fixo. Figura 3. Ilustração do posicionamento do parquímetro cadastrado no sistema. O administrador do sistema pode visualizar as informações cadastradas tanto por meio dos mapas temáticos como analiticamente. No modo analítico é possível visualizar por meio de tabelas as principais informações de cada tipo de ponto cadastrado no sistema.
4 CONCLUSÕES O SIG especialista desenvolvido nesse trabalho facilidade a visualização geográfica das informações do transporte público urbano. O sistema gera de maneira simples uma série de mapas temáticos, que mostram elementos ou conceitos particulares, por meio de consultas específicas, relacionadas aos locais com parquímetros, radares móveis e fixos, semáforos, áreas escolares e bolsões. A partir desses mapas, o poder público pode gerenciar essas informações de maneira simples e rápida, e também oferecer aos cidadãos uma maneira rápida e fácil de acessar informações relevantes para o seu dia-a-dia. 5 REFERÊNCIAS CHISMAN, N. R. Exploring geographic information systems. New York: J. Wiley, 1997. 298 p. GOOGLE MAPS API, Google Maps JavaScript API v3, 2013. Disponível em: <https://developers.google.com/maps/documentation/javascript/examples/> Acesso em: 02 mai. 2013. MARTIN, D. Geographic information systems: socioeconomic applications. 2 nd ed. London, UK: Routledge, 1996. 210 p. MIRANDA, J.I. Fundamentos de Sistemas de Informações Geográficas. 2ª. ed. Brasília: Embrapa, 2010. 425 p. ORACLE, MySQL Workbench 5.2, 2012. Disponível em: <http://www.mysql.com/products/workbench/>. Acesso em: 30 ago. 2012. TEMPLE, A. et al. Programação Web com JSP, Servlets e J2EE. 2004. 381 p.