AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE UMA FONTE NA SAPUCAIA.

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE UMA FONTE NA SAPUCAIA. Kelly Hamab Costa (1) Graduanda em Engenharia Sanitária e Ambiental e bolsista do PET Conexões de Saberes Socioambientais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. e-mail: kelly.hcosta@gmail.com David Lucas da Cruz Monteiro (2) Graduando em Engenharia Sanitária e Ambiental. e-mail: davidlcmonteiro@gmail.com Raul Oliveira Reis Lívio de Abreu (3) Graduando em Engenharia Sanitária e Ambiental. e-mail: raulliviodeabreu@gmail.com Roberta Monteiro Freire (4) Graduanda em Engenharia Sanitária e Ambiental. e-mail: roberta_freire04@hotmail.com Samuel Conceição de Matos (5) Graduando em Engenharia Sanitária e Ambiental. e-mail: samuelcmatos@hotmail.com Alessandra Cristina Silva Valentim (6) Professor Adjunto da UFRB. e-mail: alecrisvalentim@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho trata da análise de amostras de água coletadas em uma fonte comunitária na comunidade Sapucaia em Cruz das Almas, Bahia, objetivando encontrar possíveis problemas ocasionados por contaminantes hídricos. Durante 8 semanas foram analisados, de forma cumulativa, parâmetros como ph, condutividade, acidez, alcalinidade, dureza, cloro, cálcio, cor, ferro e sólidos totais e fixos, permitindo uma avaliação físico-química da água utilizada naquela região. Os resultados obtidos foram comparados com a legislação vigente permitindo uma conclusão parcial sobre a qualidade da água coletada e identificando assim sua inviabilidade para os diversos usos preponderantes. PALAVRAS-CHAVE: águas subterrâneas, padrões físico-químicos, comunidade rural. INTRODUÇÃO A água, bem indispensável à manutenção da vida no planeta Terra, pode apresentar grandes malefícios quando não tratada de maneira correta. Consumir uma água que não atende aos padrões mínimos de qualidade e potabilidade pode ser tão prejudicial quanto a sua própria escassez, o que demonstra a extrema importância de análises que permitam obter dados claros quanto à qualidade da água disponível em determinadas localidades. Como explica BACCI (2008), na nossa atual sociedade, a água é comumente vista como recurso hídrico e não mais simplesmente como um bem natural, plenamente disponível para a existência da nossa e de outras espécies. Passamos a usá-la indiscriminadamente, encontrando sempre novos usos, sem avaliar as consequências ambientais em relação à quantidade e qualidade da água. Neste trabalho, ao realizar as análises das amostras de água coletadas na comunidade da Sapucaia, na cidade de Cruz das Almas, buscou-se comparar os dados encontrados com os padrões estabelecidos pela legislação vigente. Deste modo entender, ainda que de forma superficial, a relação existente entre a comunidade e os usos da água ali disponível e com os resultados revelar os riscos aos quais a população daquela região está constantemente exposta. A partir dos dados obtidos e das comparações realizadas, é possível entender a importância crucial destas análises para a vida cotidiana dos habitantes da Sapucaia, o que claramente justifica a relevância que a realização deste trabalho possui para o bem-estar de toda uma comunidade. Além disso, o trabalho promoveu uma maior capacitação dos alunos enquanto futuros gestores de recursos hídricos, permitindo um maior contato com uma atividade prática de grande relevância profissional. 1

OBJETIVO Este trabalho buscou analisar a qualidade da água a partir de amostras coletadas em uma fonte comunitária presente no povoado da sapucaia em Cruz das Almas, Bahia, de modo a determinar sua qualidade levando-se em consideração parâmetros físico-químicos pré-estabelecidos pela legislação em vigor. A partir dos resultados obtidos, estabeleceu-se comparações com os padrões desejados para uma água utilizada em situações cotidianas de uma comunidade de forma a evitar seu uso indevido. MATERIAL E MÉTODOS As amostras de água analisadas foram coletadas numa fonte comunitária na comunidade da Sapucaia, situada na zona rural de Cruz das Almas, no recôncavo da Bahia. Os métodos utilizados para determinar os parâmetros físico-químicos de potabilidade da água foram: determinação do ph, condutividade, acidez, alcalinidade, dureza, cloro, cálcio, cor, ferro, sólidos totais e fixos. Todas estas análises foram realizadas nos Laboratórios de Qualidade da Água da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e todos os parâmetros analíticos já citados seguiram as recomendações Standards Methods. Ao total, foram coletadas 8 amostras de água, sendo que todos os índices seguiram uma ordem cronológica de análise, que foram iniciados em 18 de novembro de 2015 e finalizados em 03 de fevereiro de, feitas semanalmente, nas quartas-feiras, às dezessete horas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para este trabalho levou-se em consideração a resolução CONAMA 396/2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Nela, são apresentados Valores Máximos Permitidos (VMP) para cada um dos usos considerados como preponderantes. Todavia, de todos os parâmetros analisados, apresentados na tabela 1 abaixo, somente sólidos totais dissolvidos apresentam (VMP), os demais parâmetros são indicadores importantes, no entanto apenas sinalizam possível contaminação da água examinada. A água analisada em questão refere-se a que é captada em uma fonte comunitária pelos moradores da Sapucaia, em Cruz das Almas. Esta comunidade enfrenta condições precárias de abastecimento, e encontra nesta fonte a possibilidade de desenvolver diversas atividades. Como se refere a uma água proveniente de um sistema alternativo de abastecimento, levou-se em consideração a Portaria 2.914/2011 estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS), considerou-se para análise somente os parâmetros expostos na tabela 1, onde somente alguns destes apresentam (VMP) específicos, sendo eles: ph, dureza, cloro livre, ferro, cor e sólidos totais. Vale salientar que não foram considerados parâmetros microbiológicos da água. As características que foram analisadas se referem somente aos padrões físico-químicos, sendo estas, a, Ph, Acidez, Condutividade Elétrica, Dureza, Cálcio, Alcalinidade, Ferro, Cor, Cloro e Sólidos Totais. É possível verificar na Tabela 1 abaixo os valores utilizados para análise da qualidade da água desta comunidade. Expressão dos resultados Ambiente ( C) CONAMA 396/ 2008 Tabela 1: Parâmetros analisados e resultados obtidos. Portaria 2.914/ 2011 18 Nov. 2015 25 Nov. 20015 02 Dez. 20015 09 Dez. 2015 13 20 27 03 Fev. 29 33 29 29,5 29 25 29 27 da Água ( C) 26 28,5 27,5 27,5 27 28 28 26,5 da Água no Lab. ( C) 27,4 28 26,5 27,3 27,8 25,5 27 25,5 - (6,00 a ph 9,50) 5,70 5,35 5,74 5,57 5,75 5,40 5,90 5,97 Acidez (mg/l 33,617 25,467 34,635 22,411 25,467 44,822 42,785 de CaCO3) 1 5 8 4 5 8 4 2

Condutivida de (µs/cm) 495 455 654 408 339,82 337,46 408 Dureza Total (mg/l de CaCO3) - 500 28,896 22,704 22,704 24,768 20,64 16,512 Cálcio Total (mg/l de CaCO3) 6,192 4,128 8,256 6,192 1,032 3,096 Alcalinidade (mg/l CaCO3) de 2,3324 34,986 58,31 11,662 13,994 Cloro livre Branco 0,00 0,00 0,00 0,08 0,6 (mg/l) Cloro (mg/l) total - 5 Amostra 0,12 0,03 0,00 0,04 0,08 Branco 0,23 0,00 0,11 0,16 0,16 Amostra 0,04 0,13 0,00 0,09 0,12 Ferro (mg/l) - 0,3 0,00 0,00 0,00 0,00 Cor (uc) - 15 26,7 25,4 25,1 Sólidos Totais (mg/l) 1.000.000 1.000 272 464 330 Sólidos Totais Fixos (mg/l) 34 136 82 Como a comunidade da Sapucaia está localizada na cidade de Cruz das Almas, situada no Recôncavo da Bahia, apresenta um clima tropical com baixa variação de temperatura, como foi possível verificar através dos valores encontrados e expostos na tabela 1, acima. Das oito analises de temperatura coletadas foi possível estimar uma temperatura média, apresentada na tabela 2, abaixo. Tabela 2: s Médias. s Médias (ºC) Ambiente: 28,8ºC da Água: 27,4ºC ph, Acidez e Alcalinidade Tratando-se da análise do ph verificou-se que ele está abaixo do limite mínimo estabelecido pela Portaria 2.914/2011, como pode ser verificado nos valores apresentados na Tabela 1. Além disso, dois parâmetros que devem ser levados em consideração em relação ao ph são a acidez e a alcalinidade, que não apresentam (VMP) estabelecidos pela resolução CONAMA 396/2008, nem pela Portaria 2.914/2011. Para acidez foram encontrados valores superiores a 10 mg/l recomendado para águas superficiais, o que justifica a origem subterrânea e de acordo com o valor de ph tem-se acidez carbônica. Em relação a alcalinidade encontrada, esta é decorrente a presença de bicarbonatos no corpo hídrico. Condutividade elétrica A condutividade elétrica é um parâmetro que também não apresenta (VMP) para a resolução CONAMA 396/2008 e nem para a Portaria 2.914/2011. Porém é importante analisar este índice, pois serve como um indicador de desequilíbrio ambiental. Os resultados encontrados foram bem acima do índice correspondente a água de abastecimento, que é de 50 µs/cm. Isso indica, possivelmente uma forte contaminação por esgoto, resultado do crescimento desordenado e sem infraestrutura necessária da comunidade ao redor da fonte. Segundo a CETESB, em geral, níveis superiores a 100 µs/cm indicam ambientes impactados. O que fica nítido nas amostras coletadas, que apresentam valores entre 337,46 até 654 µs/cm, indicando forte probabilidade de contaminação. Dureza (Cálcio) 3

Levando em consideração parâmetros como a dureza e o cálcio deve-se considerar a relação que ambas apresentam. Pois, segundo Souza (2001), o cálcio influi diretamente em relação à classificação da água quanto a sua dureza, podendo ser esta temporária (quando o cálcio e magnésio encontram-se ligados aos bicarbonatos) ou permanente (quando o cálcio e magnésio encontram-se ligados aos sulfatos e outros compostos). Já a dureza é um parâmetro importante que apresenta (VMP) estabelecido pelo (MS) através da Portaria 2.914/2011, sendo ele apresentado na tabela 1, na página 3, assim como os valores encontrados nas análises realizadas. Tabela 3: Classificação das águas através da dureza. Água Dureza (mg/l em CaCO3) Moles ou brandas <50 Dureza moderada 50-150 Duras 150-300 Muito duras >300 Além disso, em relação aos valores encontrados e com base na tabela 3 de classificação das águas através da dureza, de acordo com Richter (2009), disponível acima, pode-se constatar que a mostra analisada se trata de uma água considerada mole, pois nenhum dos resultados encontrados ultrapassaram o valor de 50 (mg/l de CaCO3). E comparando com os resultados de alcalinidade, confirma-se a existência de uma Dureza temporária devido a presença de bicarbonatos. Cloro Tratando-se do cloro como parâmetro de análise, de acordo com a Portaria 2.914/2011, ele é utilizado como agente bactericida na etapa de desinfecção nas centrais de tratamento. Como estamos analisando o cloro em relação a uma fonte de água subterrânea que não passou pelo processo de desinfecção em uma central de abastecimento, o esperado seria a ausência deste componente químico, o que não ocorre na água da referida fonte, pois nela são encontrados valores que mesmo estando abaixo do (VMP), que é de 5 mg/l, indicam uma possível contaminação. Ferro De acordo a Portaria 2.914/2011, em seu anexo X, referente a tabela de padrão organoléptico de potabilidade, estabelece o VMP para o ferro como sendo inferior a 0,3. Os valores encontrados referentes ao teor de ferro da água coletada estão representados na tabela 1 e indicam que as mostras estão de acordo com o VMP de concentração de ferro estabelecido. Cor A cor é um importante padrão organoléptico de potabilidade, de acordo com a Portaria 2.914/2011, em seu anexo X, que apresenta um VMP, sendo este igual ou inferior a 15 uc. Os resultados obtidos estão expostos na Tabela 1. Os valores encontrados de cor aparente (uc) extrapolam o VMP estabelecido pela Portaria, indicando a contaminação da água analisada devido a quantidade de partículas de sólidos dissolvidos ou coloides presentes. Sólidos totais Segundo a Portaria 2.914/2011 a concentração de sólidos totais dissolvidos é considerada um parâmetro organoléptico de potabilidade, tendo um VMP de 1000 (mg/l). Já em relação a Resolução CONAMA 396/2008, fica estabelecido os seguintes índices em relação a concentração de sólidos totais dissolvidos, apresentado na Tabela 4, abaixo. 4

Tabela 4: Classificação Resolução CONAMA 396/2008 (Anexo I). Parâmetros Nº CAS Usos Preponderantes da Água LQP Praticáveis - LQP Consumo Humano Dessedentação de animais Irrigação Recreação Inorgânicos μg.l -1 Sólidos Totais Dissolvidos (STD) 1.000.000 2000 De acordo com os resultados encontrados é possível verificar que os valores obtidos de sólidos totais dissolvidos estão bem abaixo dos VMPs tanto da Resolução CONAMA 396/2008 como da Portaria 2.914/2011, apresentados na Tabela 1, na página 3. CONCLUSÃO Ao avaliar a qualidade da água proveniente de um sistema alternativo de abastecimento, sendo esta retirada de uma fonte comunitária que é utilizada pelos habitantes da zona rural, segundo os parâmetros estabelecidos pela legislação em vigor, foram constatados valores fora da margem estabelecida. Além disso, para alguns parâmetros que não são exigidos pela legislação, mas apresentam correlações importantes, foi possível confirmar os resultados encontrados. Portanto, a partir das avaliações dos parâmetros analisados, segundo a Resolução CONAMA 396/2008 e a Portaria 2.914/2011, verificou-se a possibilidade de contaminação, o que inviabiliza a utilização desta água para alguns usos preponderantes, principalmente usos de contato direto, que estão acontecendo na comunidade. REFERÊNCIAS BACCI, Denise de La Corte. Educação para a água. In: Scielo. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n63/v22n63a14.pdf> Acesso em: 4 jan. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011. Procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em: http://www.cecol.fsp.usp.br/dcms/fck/file/portaria%20pt-ms-gm-2914_12dez11.pdf. Acesso em 05 fev.. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. Resolução nº 396 de 03 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=562. Acesso em 05 fev.. CETESB-Companhia Tecnologia e Saneamento Ambiental. Água subterrânea e poços tubulares. 2.ed. São Paulo, cap. 10. 1974. RICHTER, Carlos A. Água: métodos e tecnologia de tratamento. São Paulo: Edgard Blücher. 2009. 1 ed. 352 p. SOUSA, Eduardo Ribeiro de. Noções Sobre Qualidade da Água: Parâmetros de Caracterização de uma Massa de Água. 2001. 29 f. Curso de Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, Instituto Superior Técnico, Lisboa, 2001. 5