Este agrupamento inclui várias espécies com características muito particulares. Esta ficha trata apenas do atum-rabilho.

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Transcrição:

de primeira maturação Atuns e similares Thunnus thynnus Este agrupamento inclui várias espécies com características muito particulares. Esta ficha trata apenas do atum-rabilho. Bluefin tuna Atum-rabilho, Rabil, Atum-vermelho Maio a Agosto. Pensa-se que uma parte da população do Atlântico Nordeste se reproduz entre os Açores e o Continente, assim como no Golfo de Cádis, mas as principais regiões de postura encontram-se no Mediterrâneo. 75-125 cm 70 cm em de s relevantes Grande migrador pelágico, i.e., desloca-se ao longo de grandes distâncias horizontais, ocupando sobretudo a camada superior do oceano (<100m profundidade). Vive tanto em mar aberto como junto à costa. Consome outros peixes pelágicos, lulas e crustáceos. Palangre de superfície e profundidade, cerco, isco-vivo (salto-e-vara), corrico e armações (almadravas). Algarve, Açores e Madeira. O stock está em declínio rápido, com s acima dos valores sustentáveis e em crescimento. A qualidade dos dados de pesca existentes tem decrescido. Quota de 306 toneladas. Os acordos de pesca para atuns e similares são discutidos na Comissão Internacional para a Conservação do Atuns do Atlântico (ICCAT) e na Comissão Atuneira do Oceano Índico (IOTC). Assim, parte das s portuguesas de atuns e similares provêm do Atlântico Sul e Índico. Em cabo Verde, 2 embarcações portuguesas de salto-e-vara foram autorizadas a operar em 2016. 487 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 85 milhões de Euros de preparados de atum. 9 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 68 milhões de Euros de preparados de atum. Em consome-se atum em conserva, fresco ou congelado (em postas) e, com a entrada recente dos restaurantes japoneses no país, na forma de sashimi e sushi. Sendo a pesca do atum global, existe pouca sazonalidade na oferta da maioria dos produtos. Nos Açores e Madeira, a pesca ao atum efectua-se excepto no Inverno e sobretudo no Verão. Historicamente, o atum foi um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento das comunidades piscatórias no Algarve. O atum, do em grandes quantidades, era salgado e misturado em cetárias (i.e., tanques apropriados) com outros peixes, crustáceos e moluscos esmagados, para a produção de um condimento muito apreciado, o garum. Este produto tinha grande durabilidade e era exportado para diversas partes do Mediterrâneo. Algumas artes de pesca ao atum m também outras espécies, como golfinhos, tubarões, tartarugas e aves marinhas. Para serem distinguidas pelo uso de métodos selectivos, algumas marcas de conservas de atum portuguesas obtiveram recentemente o selo "dolphin safe". A carne do voador, de cor branca e textura filamentosa e seca, dá-lhe a alcunha de "a galinha do mar", nos EUA. Recomenda-se um moderado para algumas espécies de atum (albacora, patudo, voador), um frequente para o bonito do sustentavelmente (existem selos a atestá-lo), e desaconselha-se o de rabilho. Caso não saiba qual é a espécie que está a adquirir, exija mais informação ao vendedor.

em de s relevantes Cantarilhos Helicolenus dactylopterus Helicolenus dactylopterus é a principal espécie desembarcada em com a designação de cantarilho. Outras espécies são erradamente comercializadas como cantarilho, nomeadamente o cantarilho-requeime (Pontinus kuhlii) e o rascasso-vermelho (Scorpaena scrofa). No entanto, representam uma percentagem reduzida do total desembarcado com esta designação (menos de 20%). Blackbelly rosefish Cantarilho-legítimo, Boca-negra, Cantarilho-do-Atlântico, Cantaril Outubro a Dezembro. Os machos emitem os seus gâmetas de Janeiro a Maio, mas as fêmeas armazenam-nos no seu corpo até ao Outono seguinte, altura em que os óvulos estão suficientemente maturos para serem fecundados. 30 cm - Bentopelágico (200-1000m), habita principalmente o talude continental, montes e canhões submarinos e zonas próximas de ilhas como as dos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Organismos pelágicos e bentónicos, como outros peixes, crustáceos, cefalópodes e equinodermes. É do com recurso ao palangre de fundo e arrasto de fundo. Apesar de ser uma espécie de alto valor económico, não é alvo pesca dirigida. Continente e Açores. O estado do stock é desconhecido, e as s por embarcações portuguesas têm vindo a diminuir nos últimos anos. tem acordos de do cantarilho com a Gronelândia, a Noruega, a NEAFC e a FO. Estas últimas são organizações responsáveis pelas pescas em águas internacionais no Nordeste do Atlântico e do Noroeste Atlântico, respectivamente... O cantarilho-legítimo é geralmente vendido fresco, encontrando-se também congelado (geralmente trata-se de outras espécies de cantarilho que não o legítimo, e que foram importadas). O cantarilho-legítimo, conhecido também como boca-negra nos Açores, é tradicionalmente servido frito e acompanhado com puré de batata doce. O de cantarilho-legítimo deve ser moderado. Esta recomendação justifica-se não só pelo desconhecimento actual do estado dos stocks desta espécie, mas também pela concentração de mercúrio (um metal pesado que afecta o cérebro) que apresentam, a qual ultrapassa o máximo recomendado pela União Europeia.

em de s relevantes Carapau Trachurus trachurus Atlantic horse mackerel, European horse mackerel, Scad Joaquinzinho ou Jaquinzinho, Amália, Caneco, Charro, Chicharro, Chirelo, Fadista, Pencudo, Pipi, Salmonete saloio, Sorêlo Entre Dezembro e Abril, com pico em Fevereiro. 21 cm 15 cm Os cardumes de carapaus ocupam toda a coluna de água, até ao fundo. Ocorrem desde as zonas costeiras até ao talude continental, e fazem migrações consideráveis ao longo da costa. Consome sobretudo crustáceos, pequenos peixes e cefalópodes, deixando de se alimentar durante o período de desova. Arrasto de fundo e cerco; em menor percentagem, pesca-se carapau com anzóis e redes de emalhar, no talude continental, e com artes de xávega. Em toda a costa de Continental, sobretudo na região norte. A dimensão do stock é bastante menor do que há 50 anos. Desconhece-se se os desembarques actuais são sustentáveis, se bem que os seus valores tenham sido estáveis na última década. Recentemente, a Comissão Europeia pediu ao Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM/ICES) um estudo que leve ao estabelecimento de um plano de gestão plurianual para os três stocks europeus de carapau (Mar do Norte, Oeste e Sul). Norte e Oeste do Reino Unido, e parte norte do Golfo da Gasconha: 849 t; Costa Atlântica Ibérica ( Continental e Espanha): 55547 t; Açores: 3072 t; Madeira: 995 t. Na sua grande maioria, o carapau vende-se fresco e inteiro. Ao contrário do que muitos consumidores crêem, o de joaquinzinhos (entre 12 e 15cm) não resulta necessariamente de pesca ilegal, pois a lei em vigor permite que 5% das s de carapau sejam compostas por exemplares com tamanho abaixo do mínimo (15 cm). O de carapau pode ser frequente, mas recomenda-se a consulta de informação actualizada sobre o estado do stock.

em de s relevantes Cavala Scomber colias Anteriormente designada como Scomber japonicus, chegou-se recentemente à conclusão que as populações de Scomber japonicus no Oceano Atlântico constituem uma espécie distinta das populações do Oceano Pacífico, passando as primeiras a ter a designação de Scomber colias. Atlantic chub mackerel Cavala-legítima, cavalão (grande), judeu, manica (pequena), peixe-chuva, sereia (delgada). Fevereiro a Abril. 28 cm - A cavala é uma espécie pelágica que se encontra nas águas sobre a plataforma continental, preferindo profundidades entre os 0 e os 300 metros Crustáceos zooplânctonicos, lulas e peixes. Cerco (regiões do Alentejo e Algarve), xávega (regiões Norte, Centro e Lisboa), e por vezes com arrasto e artes fixas Região sul do Continente. Desconhecido mas provavelmente com níveis de pesca sustentáveis. não participa em nenhum acordo com países terceiros para a pesca da cavala. Não há limites de definidos para a pesca da cavala 3.1 milhões de Euros. 7.8 milhões de Euros. A cavala é encontrada à venda em fresca, congelada, e em conserva. Quando enlatada, pode ser encontrada conservada em azeite ou em molho de tomate com especiarias. A cavala comprada fresca ou congelada pode ser cozinhada de variadas formas. Na costa Alentejana, esta espécie tem sido, a par do carapau, o centro das atenções na Semana Gastronómica da Cavala e do Carapau organizada pela Câmara Municipal de Odemira em Setembro-Outubro. Qualquer que seja a forma sob a qual é consumida, é certo que a cavala contribui para a saúde cardiovascular por ser rica em ácidos gordos essenciais. O de cavala pode ser frequente.

em de s relevantes Cherne Polyprion americanus Atlantic wreckfish, Stone bass Cherne, cherne-legítimo, chernote Desconhecido. 75 cm - Os juvenis são pelágicos e vivem sob objectos flutuantes; os adultos são bentopelágicos, habitando grutas ou naufrágios, até aos 1000m de profundidade. Crustáceos, moluscos e outros peixes. Palangre de fundo e linha-de-mão. Açores, Continente e Madeira (por ordem decrescente de importância). O estado do stock é mal conhecido, tal como acontece noutros países. A comprová-lo a IUCN coloca-o na lista vermelha, na categoria "Data deficient". Desde 1988, as s portuguesas de cherne têm oscilado bastante e mostrado alguns sinais de fragilidade à exploração. De qualquer forma, a pescaria demersal e de profundidade dos Açores, que inclui o cherne, tem o selo "Friend of the Sea". Não existem TACs nem acordos específicos para esta espécie. Fresco ou congelado, em postas. O nome inglês do cherne ("wreckfish") provém do hábito dos juvenis encontrarem refúgio sob destroços ("wrecks") flutuantes, ao passo que os adultos preferem destroços afundados. O cherne tem grande longevidade, podendo ultrapassar os 80 anos. O de cherne deve ser moderado.

em de s relevantes Choco Sepia officinalis Common cuttlefish Choco-vulgar, ciba, siba Podemos encontrar indivíduos adultos ao longo de todo o ano, mas a época de reprodução por excelência estende-se desde o início da Primavera e o fim do Verão, na Costa Ibérica Atlântica. 9-32 cm 10 cm Bentopelágico, vive junto a fundos arenosos e vasosos entre a praia e os 200 m de profundidade, sendo mais comum nas áreas costeiras até aos 100m. O choco procura zonas menos profundas e mais abrigadas para se reproduzir, sendo uma espécie comum dos nossos estuários. Crustáceos, peixes, moluscos, poliquetas e nemátodes. Redes de emalhar, redes de tresmalho e solheira, sobretudo na Ria de Aveiro e estuário do Sado. É também acessória da pesca de arrasto de fundo. O Choco -se ao longo de toda a costa portuguesa mas é especialmente importante na Ria de Aveiro e no Estuário do Sado. As estatísticas de desembarque mostram que a quantidade desembarcada de choco tem decrescido ligeiramente entre 2005 ( 1800 t) e 2009 (1228 t), embora o preço de venda se tenha mantido estável, na ordem dos 4eur/kg. As medidas de gestão associadas ao choco envolvem a limitação do esforço de pesca através do número de licenças e de redes autorizadas. Não existem quotas máximas de. O choco é geralmente comercializado fresco (mais comum no Verão) ou congelado. Tal como outras espécies de cefalópodes, este reproduz-se apenas uma vez durante o seu ciclo de vida que é de aproximadamente de dois anos. As receitas tradicionais portuguesas com choco são ricas e variadas, são exemplo disso, pratos como o choco grelhado, choco guisado, feijoada de choco ou ainda o tradicional choco frito à setubalense. Apesar do estado de conservação em desta espécie ser até certo ponto desconhecido, sabe-se que noutras regiões como no Mediterrâneo (Tunísia, Grécia e Itália) as s estão próximas da máxima sustentável. Por isso deve ter-se especial atenção à região de origem, em especial quando se está a comprar choco congelado. Devido ao seu ciclo de vida com uma única fase de reprodução antes de morrerem, todos os indivíduos dos, pequenos ou grandes, nunca se reproduziram antes. Por estas razões o seu deve ser moderado.

em de s relevantes Faneca Trisopterus luscus Bib, Pouting, Pout whiting, Pout Dezembro a Maio. A reprodução ocorre a pequena profundidade (50-70m). 18 cm 17 cm Bentopelágica, vive em pequenos cardumes sobre fundos arenosos e rochosos, sobretudo a menos de 100m de profundidade, podendo ocorrer até aos 250-300m. Sobretudo crustáceos, alimentando-se complementarmente de moluscos, peixes, anelídeos e equinodermes. Arrasto, redes de emalhar, linha-e-anzol e covos. Na pesca de arrasto ao camarão-branco-legítimo, as s de faneca atingem 20% em peso, e quase 80% dos indivíduos estão abaixo do tamanho mínimo de desembarque. Sobretudo no norte de Continental. Insuficientemente conhecido, mas a espécie tende a ser abundante em. Alguns estudos apontam para grandes oscilações na dimensão do stock. Não existem TACs nem acordos para esta espécie. A faneca é geralmente comercializada fresca e inteira. A carne da faneca deteriora-se rapidamente, pelo que a compra do peixe deve ser muito selectiva. Para os pescadores desportivos, a faneca é o "peixe-salvação", porque a sua abundância e fácil podem salvar uma pescaria não tão boa a outras espécies. Também tem o epíteto de "peixe-dedoentes", porque a sua carne branca, quando cozida, é de fácil digestão. O de faneca pode ser frequente.

em de s relevantes Goraz Pagellus bogaraveo Blackspot seabream Carapau (juvenis), Peixão (tamanho médio), Goraz (tamanho grande) Janeiro a Abril nos Açores, Fevereiro a Maio no norte do Continente. 25 cm (machos) e 35 cm (fêmeas) 25 cm Bentopelágico, vive junto a fundos arenosos e vasosos, até aos 700 m, geralmente formando cardumes. Os juvenis vivem junto da costa. Crustáceos, moluscos e pequenos peixes. No Continente: arrasto de fundo e pelágico, aparelhos de anzol e redes de emalhar. Nos Açores: linhade-mão e palangre de fundo Sobretudo nos Açores, onde é o principal alvo da pescaria demersal. O estatuto internacional de conservação do goraz é "Comercialmente Ameaçado", o que significa que é vulnerável à sobrepesca. A informação disponível em não é suficiente para aferir o estado do stock. Quotas de 507 t nos Açores e 37 t no Continente. Não existem acordos para esta espécie Fresco ou congelado em postas. Os gorazes nascem todos machos e tornam-se fêmeas já na fase adulta. Migram sazonalmente entre as águas do Continente (Outono - Inverno) e as do Reino Unido (Primavera - Verão). O de goraz deve ser moderado, recomendando-se ao consumidor que consulte as informações mais recentes sobre o estado do stock.

em de s relevantes Linguado Solea solea Em existem várias espécies de linguados, sendo o linguado-legítimo um dos principais representantes. Common sole, Dover sole Linguado-legítimo Inverno e princípio da Primavera. 25-35 cm 24 cm Bentónico, vive semi-enterrado em fundos arenosos e vasosos, sobretudo a menos de 150m de profundidade. As larvas e juvenis habitam os estuários. Anelídeos, crustáceos e moluscos. Redes de tresmalho e de emalhar, com elevada taxa de s acessórias (>50 espécies) e rejeições (25%). A pesca por arrasto também pequenas quantidades, com selectividade ainda menor. Em todo o Continente, sobretudo na região norte. Os indicadores existentes sobre o estado do stock são pouco fiáveis, havendo também bastante pescado não transaccionado em lota. O facto de várias espécies serem englobadas numa única categoria também dificulta a avaliação dos stocks. A situação é ainda mais preocupante por existirem evidências de sobre-exploração em áreas próximas, no Atlântico Nordeste. Não está estabelecido um TAC. Não existem acordos para esta espécie em particular e as s noutros países são pouco expressivas. O linguado é do maioritariamente no Inverno. É vendido tanto fresco e inteiro como congelado em postas. Ao longo das primeiras etapas da sua vida, o linguado sofre transformações sucessivas: o corpo torna-se cada vez mais plano e olho esquerdo migra para o lado direito. Uma parte da produção nacional de linguado-legítimo (~130 t) provém de aquacultura. O de linguado deve ser moderado, sendo dada preferência ao pescado nacional do pela frota artesanal.

em de s relevantes Lula Loligo vulgaris Em Continental, esta é a espécie de lula mais abundante e comercialmente mais importante. Nos Açores, a lula-riscada constitui a maior parte das s. Squid, Common squid Lula-comum, Calamar Ao longo de todo o ano, mas em especial no Outono e Inverno, formando grandes cardumes em zonas rochosas pouco profundas entre os 20 e os 70 m. Fêmeas: 17 cm; machos: 15 cm 10 cm Bentopelágica, nada junto aos fundos entre os 20 m e os 200 m de profundidade, sendo mais abundante nas águas costeiras até aos 100 m. Peixes, crustáceos e outros cefalópodes. Toneira, seja em versão artesanal (jaloeira) ou industrial ( jig ), de dia ou à noite (com luz artificial). As lulas também são espécies acessórias da pesca com arrasto de fundo, arrasto pelágico e redes de emalhar. O arrasto é responsável por 70% do total desembarcado da espécie. Em toda a costa continental, concentrando-se sobretudo ao largo da Figueira da Foz, Sesimbra e Algarve. Em 2016 as s m é d i a s de lula em foram de 400 t. As medidas de gestão associadas à pescaria dirigida de lula engloba a limitação do número de licenças e a atribuição de um tamanho mínimo de. Não existem quotas máximas de. As lulas são comercializadas frescas, congeladas ou em conservas. Tal como noutros cefalópodes, após a fase reprodutiva, todos os indivíduos morrem. O seu ciclo de vida compreende entre um e dois anos, desde o nascimento até à reprodução e morte. Tratando-se de espécies das fundamentalmente como acessórias da pescaria multi-específica de arrasto, e cujo estado de stock é em grande parte desconhecido, o de lula deve ser moderado. O facto de existir uma pescaria de pequena escala, artesanal e sazonal dirigida a este recurso podem ser uma alternativa a considerar. Deve-se portanto optar por escolher um produto fresco do de forma artesanal pelas comunidades locais.

em de s relevantes Polvo Octopus vulgaris A categoria comercial Polvo também engloba indivíduos do género Eledone, dos em pequenas quantidades pela frota de arrasto. Common octopus Polvo-comum, Poldro, Polvo-da-rocha, Poldra (quando pequeno) Reproduz-se ao longo de todo o ano, com picos de actividade na Primavera e no Outono. Fêmeas: 2,5 kg; machos: 1,5 Kg 750 g Bentónico, vive junto a fundos rochosos, arenosos e vasosos entre a praia e o limite da plataforma continental, embora seja mais comum nos primeiros 50 m Crustáceos, bivalves e peixes, podendo haver também canibalismo. Armadilhas, em especial covos e alcatruzes. É também uma espécie acessória da pesca de arrasto. Pode ainda ser do com linhas de mão, piteira, bicheiro, ou na caça submarina. Açores, Madeira e, sobretudo, Continente, onde existem comunidades dedicadas à pesca artesanal de polvo: Viana do Castelo, Peniche, Cascais, Santa Luzia e Fuzeta. Não existe uma avaliação regular do estado do stock. Pontualmente têm sido realizados estudos, por associações de produtores ou meios académicos, que indicam que o stock parece não estar sobreexplorado. Em alguns casos, a pescaria é considerada sustentável (ex. Estuário do Tejo). Saliente-se contudo que as pescarias artesanais são de difícil avaliação e a fuga à lota é frequente, com a consequente inexactidão nas estatísticas. As medidas de gestão envolvem o tamanho mínimo de e a limitação do esforço de pesca, através do número de licenças e das redes autorizadas. Não existem quotas máximas de. Podemos encontrar polvo do fresco e inteiro nos mercados durante todo o ano mas também congelado ou em conserva. O polvo comum é um alimento rico em proteína e com baixo teor de gorduras (à excepção das ovas ). E existem muitas receitas culinárias que o têm como ingrediente-base; as mais conhecidas são o polvo cozido, arroz de polvo, polvo à lagareiro ou ainda a salada de polvo. O de polvo está em algumas regiões associado a ocasiões festivas. Na época natalícia, o polvo cozido é um prato tradicional na consoada das regiões de Entre-Douro, Minho e Trás-os-Montes. O de polvo poderá ser frequente, optando sempre por adquirir polvo fresco com a garantia que passou na lota de primeira venda. E por isso o polvo pode ser um óptimo substituto do bacalhau à mesa no Natal.

em de s relevantes Raia Raja clavata A categoria comercial "Raias" engloba várias espécies, existindo 16 registadas em Continental. Apenas sete espécies são frequentes e destas, a raia-lenga é uma das predominantes, perfazendo as suas s cerca de um terço do total. Thornback ray, Thornback skate Raia-lenga A época de reprodução estende-se por todo o ano, sendo o pico registado no Outono. 70 cm - Bentónica, vive sobre fundos arenosos e vasosos, sobretudo a menos de 250m de profundidade, embora possa ocorrer até aos 600m. Peixes, crustáceos e cefalópodes, estando a proporção de cada grupo dependente do habitat e do tamanho da raia. As raias constituem s acessórias da pesca com palangre, redes de emalhar, e arrasto de fundo. Pode haver alguma pesca dirigida, devido ao seu elevado valor. Sobretudo no Continente, de Sesimbra para norte. Se bem que, como um todo, as s de raias têm permanecido estáveis nos últimos anos, alguns dos stocks individuais decaíram marcadamente, enquanto outros aumentaram. Tal pode dever-se ao efeito da pesca ou a alterações do meio marinho, tanto naturais como artificiais. Não existe um plano nacional de gestão ou monitorização. A raia-lenga tem o estatuto global de "Quase Ameaçada", pela IUCN. Quota no Atlântico Nordeste (águas geridas pela UE): 1156 t. Quota em águas ao largo da Terra Nova (geridas pela FO): 746 t. As raias são comercializadas inteiras ou em postas, frescas ou congeladas, separadas ou em caldeirada de peixe. A seca artesanal também se pratica. Os ovos das raias (e alguns tubarões) são conhecidos por "bolsas de sereia". Pouco valorizadas até há cerca de duas décadas, as raias eram consumidas sobretudo pelas comunidades piscatórias, tornandose uma alternativa aos pratos típicos da época natalícia. Hoje em dia, as raias ocupam um lugar importante na gastronomia de várias regiões do país. O de raia-lenga deve ser moderado.

em de s relevantes Safio Conger conger Conger eel, European conger. Congro (geralmente designa indivíduos de maior tamanho) Mal conhecida. Crê-se que, por altura do verão, os safios adultos vão para o Mediterrâneo e para zonas profundas no Atlântico Nordeste, possivelmente entre Gibraltar e os Açores. Depois da desova os indivíduos morrem. 50-75 cm 58 cm (Continente e Madeira), 113 cm (Açores) Bentopelágico, o safio vive em fundos arenosos e rochosos (em fendas e buracos), desde a linha de costa até aos 600m de profundidade. À noite, caça tanto no fundo como na coluna de água. O safio consome outros peixes, cefalópodes (polvo, lula e choco) e crustáceos, consoante a sua disponibilidade. O canibalismo também é comum. Arrasto de fundo, linha-de-mão e palangre de fundo. É frequentemente uma acessória de pesca dirigida a outras espécies. Em todo o Continente e nos Açores. Não existe actualmente um modelo de avaliação do stock de safio. Dada a relativa estabilidade das s, considera-se que o manancial português está a ser explorado em níveis sustentáveis. Contudo, as características biológicas da espécie indicam que é pouco resistente à sobre-exploração. Nos Açores, a pesca demersal e de profundidade, que safio, tem o selo Friend of the Sea, como comprovativo da sua sustentabilidade. Não existe um modelo de gestão para esta espécie. Em águas não-nacionais (Espanha e Marrocos) são das pequenas quantidades, como s acessórias. O safio é vendido fresco ou congelado, inteiro ou em postas, isolado ou em caldeirada. Encontra-se à venda durante todo o ano. Quando comprado inteiro, um safio pode ser confeccionado em dois pratos: a metade da frente, mais grossa e com menos espinhas, serve para caldeiradas de peixe; a metade de trás, afilada e com mais espinhas, pode ser cortada em postas finas e frita. No folclore, o safio partilha a "toca" com o lavagante e com ele joga um jogo mortal: para uns, o lavagante alimenta o safio até ao dia em que o devora; para outros, o safio espera que o lavagante mude de carapaça para o atacar; numa terceira versão, retrata-se um conflito eterno, sem vencedor. O de safio pode ser frequente, devendo ter-se em atenção novos estudos sobre o estado do stock.

em de s relevantes Sardinha Sardina pilchardus European pilchard Petinga (sardinha pequena), Esquilhas (sardinha pequena em Sesimbra e Setúbal) Outubro a Abril. 14 cm 11 cm Pelágica (25-100m profundidade). Fito e zooplâncton. Quase exclusivamente cerco, pequenas s acessórias de outras pescarias Continente Actualmente indefinido: não são conhecidos os parâmetros essenciais que permitem definir o stock. Como medida de precaução em 2017 não se poderão pescar mais do que 11560 t de sardinha. A pesca da sardinha não está sujeita a TACs, e portanto não estão definidas quotas. 6977 t (13.3 milhões de Euros) 4081 t (9.3 milhões de Euros) de sardinha fresca e 10470, t (>50 milhões de Euros), em conserva, destinada sobretudo aos mercados francês, inglês e italiano. Fresca e em conserva (em azeite, óleo ou tomate). Devido ao mau tempo, o número de dias de pesca em Dezembro, Janeiro e Abril é menor, com consequente redução da disponibilidade de sardinha nos mercados. Há várias maneiras de confeccionar sardinhas. A mais comum e popular nos meses de Verão é assá-las, não na chama como é infelizmente muitas vezes feito, mas sim nas brasas. Isto garante que a sardinha fica bem assada por dentro e por fora. Pode comê-las em cima de uma boa fatia de pão grosso, permitindo assim que este absorva a gordura da sardinha com os saudáveis ácidos gordos ómega-3, e acompanhar com uma salada de tomate ou de pimentos assados (também na brasa!). Outras formas de preparar sardinhas incluem o Arroz de Sardinha de Condeixa, as Papas de Sardinha à Algarvia e as Costeletas de Sardinha do Minho. E para celebrar e experimentar este peixe tão importante para a cultura ribeirinha portuguesa, porque não participar na Festa do Mar e da Sardinha em Vila Praia de Âncora (em Junho), ou no Festival da Sardinha em Portimão (em Agosto)? O da sardinha em deve ser muito moderado. Apesar da sardinha ser um recurso muito importante para as comunidades piscatórias portuguesas e do elevado teor da sardinha em ácidos gordos importantes para a saúde, devido ao estado debilitado do stock o de ser muito moderado.

em de s relevantes Exportação (20016) Bacalhau Gadus morhua Existem outras espécies de bacalhau, que parecem não ser tão populares em, tais como o bacalhau-da-gronelândia (Gadus ogac), o bacalhau-do-ártico (Eleginus navaga), o bacalhau-do-pacífico (Gadus macrocephalus), e o bacalhau-polar (Boreogadus saida) Atlantic cod, cod, cod-fish, bacalao Bacalhau-do-Atlântico, fiel amigo Ao largo da costa europeia, o bacalhau reproduz-se desde o início de Janeiro nas águas mais a sul até Junho nas águas mais a norte. 48 cm 35 cm (varia consoante a zona) Bentopelágico, encontra-se até aos 500 metros de profundidade, vivendo nas águas frias do Atlântico Norte, desde a Terra Nova (Canadá) ao Mar do Norte (Escócia, Dinamarca, etc.) passando pelo Mar de Barents (Noruega, Islândia, Rússia, etc.). Crustáceos (krill, camarões e caranguejos) e outros peixes, como o capelim. É também conhecido pelo seu canibalismo. Arrasto, palangre de fundo, ou redes de emalhar. Antes de surgirem as redes de nylon, a pesca do bacalhau era feita à linha. Há outras artes de pesca que apanham o bacalhau como acessória. Não há bacalhau nas águas portuguesas, pois esta é uma espécie de águas mais frias. O bacalhau que chega ao mercado português é quase todo da Noruega, isto é, das áreas CIEM I e II. Há vários stocks de bacalhau no Atlântico. Perto do Canadá, os stocks de bacalhau estão gravemente sobre-explorados. O stock do Ártico, essencialmente migrador e mais pelágico, encontra-se em bom estado e é explorado sustentavelmente, segundo o CIEM. Parte desse stock tem até certificação do Marine Stewardship Council. Já o stock costeiro da Noruega, mais demersal e residente, está em pior situação, a ponto de o CIEM recomendar que em 2010 não seja pescado nenhum bacalhau. Área 1/2B: TAC de 26994 t, quota de 2638 t. Área 1N2AB: TAC de 26994 mil t, quota de 3216,2 t. 134 milhões de Euros em bacalhau fresco, mais de 132 milhões de Euros em bacalhau congelado, e 175 milhões de euros em bacalhau salgado (dos quais dois terços são bacalhau não seco). Simultaneamente, exportou quase 39 milhões de euros de bacalhau congelado e 52 milhões de Euros de bacalhau salgado (dos quais 13% era bacalhau não seco). 38 milhões de Euros de bacalhau congelado e 45 milhões de Euros de bacalhau salgado (dos quais 13% era bacalhau não seco). O bacalhau encontra-se à venda no nosso país maioritariamente sob a forma salgada e seca, a forma mais popular. No entanto, o bacalhau congelado já é bastante visível nas bancas dos supermercados, assim como o fresco. Apesar do bacalhau não existir nas águas portuguesas, é há mais de 100 anos um prato tradicional, tanto que temos 1001 maneiras de cozinhar o fiel amigo : bacalhau cozido com grão e couves, bacalhau à lagareiro, bacalhau à Brás, bacalhau à Zé do Pipo, arroz de bacalhau, bacalhau com broa, caldeirada de bacalhau, açorda de bacalhau... Mas porque é que um peixe que não existe nas nossas águas se tornou tão popular? Primeiro, porque quase não tem gordura, e portanto pode ser facilmente conservado. Em sal, aguenta-se tempo suficiente para ser transportado para, incluindo as localidades do interior, onde muito dificilmente chegava o peixe fresco. Segundo, porque dantes havia muito bacalhau, o que o tornava barato e permitia às pessoas mais pobres ter uma fonte de proteína, já que a carne era muito cara. Ficou assim também conhecido como a carne dos pobres. Se o bacalhau estiver rotulado como sendo do Ártico, poderá consumir normalmente e até com a consciência tranquila de quem apoia uma pescaria sustentável (desde que o bacalhau esteja assinalado com o rótulo azul do Marine Stewardship Council). O restante bacalhau rotulado como sendo de outras áreas, ou rotulado genericamente como sendo bacalhau do Noroeste ou do Nordeste não deverá ser consumido, para que não se contribua para a sua sobre-exploração.

Peixe-espada-preto Aphanopus carbo Black scabbardfish Espada-preta O seu ciclo de vida ainda é pouco conhecido, sendo que em a única área de reprodução que está documentada situa-se na Ilha da Madeira, onde a espécie desova, principalmente entre Outubro e Dezembro. 105 cm - Bentopelágico, vive na proximidade de ilhas isoladas e montes submarinos, entre os 200 m e os 1700 m. em de s relevantes A informação disponível sobre a dieta do peixe-espada-preto é limitada, sabendo-se apenas que se alimenta principalmente de peixes, lulas e crustáceos. Em -se com palangre de fundo, ao passo que no Atlântico Nordeste se utiliza o arrasto (Espanha e França). Madeira e Continental. A estrutura populacional do peixe-espada-preto em águas europeias é ainda desconhecida. Alguns estudos científicos apontam para a existência de diferentes stocks de peixe-espada-preto nos Açores, Madeira e Continente, mas o grupo de estudo do CIEM sobre a biologia e avaliação dos recursos de profundidade ainda os aglomera todos no stock europeu. TAC para zona IX: 2726 t. Fresco, inteiro ou em filetes, havendo também a possibilidade de o adquirir congelado. Esta espécie costuma ser servida ou grelhada (às postas) ou frita (em filetes). Na Madeira onde há uma maior tradição no deste peixe e existem algumas receitas bastante conhecidas, como o peixeespada-preto com banana e a sandes de peixe-espada-preto. Recomendamos que procure consumir o produto nacional, pois existe um grande contraste socioeconómico e ecológico entre a pescaria tradicional portuguesa ao peixe-espada-preto e as pescarias de arrasto no norte europeu. O deve ser moderado, já que esta pescaria também tamboris e tubarões de profundidade, as quais são consideradas espécies sensíveis. Estudos científicos verificaram que os níveis de chumbo e cádmio no peixe-espada-preto são inferiores aos limites estabelecidos pela União Europeia para humano. Portanto, em termos de saúde pública, não existe perigosidade toxicológica.

Pescada Merluccius merluccius Existem duas populações de pescada-branca no Atlântico Nordeste a do Norte e a do Sul, sendo a do Sul a que vive nas águas da costa atlântica ibérica (divisões CIEM VIIIc e IXa) e pescada pela frota Portuguesa. European hake Pescada, Pescadinha, Pescada-branca, Marmota O pico de reprodução ao longo da costa Portuguesa ocorre entre Fevereiro e Março, registando-se uma maior abundância de juvenis entre o Outono e o início da Primavera. 33 cm (machos) e 45 cm (fêmeas) 27 cm Bentopelágica, vive geralmente entre os 70 e os 370 m de profundidade, mas pode encontrar-se dos 30 até aos 1000 m. Durante a noite, migra do fundo marinho para a coluna de água. Os adultos alimentam-se sobretudo de outros peixes, como anchova, sardinha e arenque, assim como de lulas, enquanto os juvenis alimentam-se de pequenos crustáceos. A pescada-branca faz parte de uma pescaria mista, dirigida a várias espécies de peixes e crustáceos (carapau, tamboril, areeiro, cavala, lagostim, etc.). A frota é composta por arrasto, redes de emalhar e, em menor escala, palangre de fundo. As rejeições e s acessórias são significativas. A frota dirigida a espécies de peixe opera ao longo de toda a costa Portuguesa, a profundidades que em atingem 100 a 200m. A frota dirigida a crustáceos opera sobretudo na região Sudoeste e Sul, a profundidades maiores, de 100 a 750m. Sobre-explorada. Em 2006, a Comissão Europeia instituiu um plano plurianual de recuperação do stock, para repô-lo em níveis biologicamente seguros. A primeira avaliação deste plano de gestão será publicada em 2010, havendo já sinais de uma melhoria ligeira, mas ainda insuficiente, do stock. TAC 2016: 10674 ton (para todas as zonas de pesca: VIIIc Norte de Espanha, IX- Continental, X - de s relevantes Açores e CECAF 34.1.1 Marrocos). Quota para 3188 ton A maioria dos desembarques de pesca branca ocorre entre Maio e Outubro e é vendida fresca, inteira ou em postas, e congelada. P: Qual é a coisa qual é ela que antes de o ser já o era? R: A pescada. A "pescadinha-de-rabo-na-boca" é não só um prato tipicamente português mas também uma expressão popular, que designa metaforicamente um ciclo vicioso. Mas para que a expressão continue a ter significado, devemos moderar o, sobretudo da pequena pescadinha. Face ao estado debilitado do stock, recomenda-se que o seja moderado, sendo de evitar a pescada de pequeno tamanho, também conhecida como marmota ou pescadinha. Nos congelados, a oferta inclui pescadas proveniente do hemisfério sul, estando algumas certificadas pelo Marine Stewardship Council, em prova da sustentabilidade da pesca. Enquanto o stock português recupera, esta é uma opção a considerar.

em de s relevantes Robalo Dicentrarchus labrax Sea bass, European seabass Robalo-legítimo, robalete Em, a época de reprodução inicia-se em Janeiro e prolonga-se até ao fim de Abril. Fêmeas: 36-46 cm; machos: 31-41 cm 36 cm Bentopelágico e migrador, habita águas costeiras até aos 100 m de profundidade. Os juvenis são comuns em estuários, lagoas costeiras e ocasionalmente em rios Os adultos são essencialmente piscívoros, ao passo que os juvenis alimentam-se de crustáceos e moluscos. Redes de emalhar e xávega. Em particular, a rede de robalo é uma rede de emalhar fundeada, usada para a pescaria desta espécie, assim como de dourada, pargo e corvina. É do ao longo de toda a costa portuguesa. Em não existe uma avaliação do estado deste stock. As estatísticas oficiais mostram alguma estabilidade nas s de robalo selvagem, a média de s entre 2008 e 2016 foi de 662t, ligeiramente superior à média de s entre 2002 e 2008. Não existem quotas máximas de. O robalo é comercializado fresco ou congelado, podendo ser selvagem ou produzido em aquacultura. Cerca de 72% do robalo comercializado em tem origem na produção aquícula (em especial semi-extensiva) com uma produção média de 1354 t (entre 2004 e 2008). Nas primeiras fases de vida, os robalos selvagens habitam zonas costeira abrigadas, como estuários, e aí ficam até se tornarem adultos. Nessa altura, migram para zonas mais expostas e lá permanecem, regressando aos abrigos para se reproduzirem. O de robalo selvagem pode ser frequente. O robalo produzido em aquacultura pode ser uma boa opção, uma vez que retira alguma pressão sobre a população selvagem, mas o pescado sustentável deve ser preferido. Confira periodicamente as actualizações ao estado do stock.

em de s relevantes Gamba Parapenaeus longirostris Distribuição no Atlântico e Mediterrâneo: desde os EUA até Guiana Francesa e desde até Angola e toda a bacia Mediterrânica. Rose shrimp Gamba-branca; Camarão da costa Tem um ciclo de vida curto, caracterizado por elevadas taxas de crescimento e mortalidade, e duas épocas: no final da Primavera e Outono. 2,2 cm (fêmeas) (comprimento do cefalotórax) 2,4 cm (comprimento do cefalotórax) e 9,4 cm (comprimento total) Bentopelágica, em fundos arenosos e vasosos, distribuição dos 100 aos 400 m de profundidade Presas bentónicas, principalmente poliquetas, pequenos crustáceos e moluscos. É uma das espécies alvo da frota pesqueira de crustáceos que trabalha no lado Este do Oceano Atlântico. Sudoeste de (costa alentejana), Sul de (costa algarvia) O stock do Atlântico, tal como nas outras áreas, está sujeito a uma forte intensidade da pesca e é considerado como sobre explorado Não existem quotas máximas de. Tem um grande interesse culinário. Pode preparar-se cozido com um pouco de sal grosso ou descascado em saladas. Devido ao decréscimo acentuado de lagostim, a gamba passou a ser a principal espécie alvo da pesca de crustáceos. Face ao estado debilitado do stock e ao método de destrutivo, recomenda-se que o seja moderado.

de primeira maturação em de s relevantes Lagostim Nephrops norvegicus É a espécie descarregada nos portos portugueses com maior valor comercial atingindo valores superiores a 20 por Kg. Norway lobster Lagosta da Noruega As fêmeas têm ovos praticamente durante todo o ano. 3 cm (machos) e 2,8 cm (fêmeas) (comprimento do cefalotórax) 2 cm (comprimento do cefalotórax) e 7 cm (comprimento da carapaça) Bentónico, fundos vasosos onde escava galerias subterraneas de forma a poder proteger-se de predadores, entre os 200 e os 800 m. detritos, outros crustáceos e poliquetas A pescaria na costa alentejana e algarvia é exercida pela frota portuguesa multi espcífica de arrasto de crustáceos Sudoeste de (costa alentejana), Sul de (costa algarvia) A quantidade da tem diminuído dramaticamente nos últimos 30 e esta espécie passou a beneficiar de um plano de recuperação, aprovado em Dezembro de 2005 TAC 2016: 252 toneladas para É comercializado sobretudo fresco e congelado. É a espécie com maior valor comercial da frota de pesca portuguesa. Os indivíduos saem para procurar alimento durante a noite e a pesca é mais eficiente no início da manhã ou em noites de lua cheia. Face ao estado debilitado do stock e ao método de destrutivo, recomenda-se que o seja moderado.