VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BAIXA UMIDADE DO AR EM ALGUMAS LOCALIDADES: Centro e Sudeste do Brasil.



Documentos relacionados
PROGNÓSTICO DE ESTAÇÃO PARA A PRIMAVERA DE TRIMESTRE Outubro-Novembro-Dezembro.

Projeto Facilita. Queiroz foi levado para o Pinel porque estaria muito exaltado

Aquecimento Global, Mudanças Climáticas e impactos no Brasil Jose A. Marengo CPTEC/INPE

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO. (Fevereiro, Março e Abril de 2002).

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL (Setembro Outubro e Novembro de- 2003).

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

4. ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA Instituto Nacional de Meteorologia INMET Coordenação Geral de Agrometeorologia

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

PROGNÓSTICO TRIMESTRAL Agosto-Setembro-Outubro de Prognóstico Trimestral (Agosto-Setembro-Outubro de 2003).

GEOGRAFIA - RECUPERAÇÃO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO PADRÃO DE CHUVAS DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO NO ÂMBITO DOS ESTUDOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CONCEITOS INICIAIS. Professor: Emerson Galvani

BLOQUEIOS OCORRIDOS PRÓXIMOS À AMÉRICA DO SUL E SEUS EFEITOS NO LITORAL DE SANTA CATARINA

Colégio Santa Dorotéia

CAPÍTULO 8 O FENÔMENO EL NIÑO -LA NIÑA E SUA INFLUENCIA NA COSTA BRASILEIRA

Figura 18. Distâncias das estações em relação ao Inmet e Mapa hipsmétrico

Paraná. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Paraná (1991, 2000 e 2010)

Rio de Janeiro. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Rio de Janeiro (1991, 2000 e 2010)

INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM VASSOURAS - RJ

Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura

INMET/CPTEC-INPE INFOCLIMA, Ano 13, Número 07 INFOCLIMA. BOLETIM DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS Ano de julho de 2006 Número 07

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA AGRICULTURA ANALISE DA CULTURA DO ALGODOEIRO

São Paulo. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de São Paulo (1991, 2000 e 2010)

SITUAÇÃO DOS ODM NOS MUNICÍPIOS

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM ITAPERUNA - RJ

CLIMAS DO BRASIL MASSAS DE AR

Variação Temporal de Elementos Meteorológicos no Município de Pesqueira-PE

Santa Catarina. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de Santa Catarina (1991, 2000 e 2010)

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

Brasil é 2º em ranking de redução de mortalidade infantil 3

PROGNÓSTICO DE VERÃO

NARRATIVA DO MONITOR DAS SECAS DO MÊS DE JUNHO DE 2015

OS CLIMAS DO BRASIL Clima é o conjunto de variações do tempo de um determinado local da superfície terrestre.

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO, UM EXEMPLO DE INTERAÇÃO ENTRE A EACH-USP E O BAIRRO JARDIM KERALUX

ASPECTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS A EVENTOS EXTREMOS DE CHEIAS NO RIO ACRE RESUMO

Taxa de ocupação e. no consumo per capita. As cidades representam demandas. Conexão

ANÁLISE DE TENDENCIAS EM DADOS DIÁRIOS DE TEMPERATURAS MÁXIMAS E MÍNIMAS EM ESTAÇOES METEOROLÓGICAS DO ESTADO DA PARAÍBA

Relatório da Situação Atual e Previsão Hidrológica para o Sistema Cantareira

Geografia QUESTÕES de 01 a 06 INSTRUÇÕES: Questão 01 (Valor: 15 pontos)

Rio Grande do Sul. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Rio Grande do Sul (1991, 2000 e 2010)

Jus>fica>va. Obje>vos

NOTA TÉCNICA MANUTENÇÃO DA PRODUÇÃO DO SISTEMA CANTAREIRA PARA A POPULAÇÃO DA RMSP

Mudança do clima: Principais conclusões do 5º Relatório do IPCC

VARIABILIDADE CLIMÁTICA PREJUDICA A PRODUÇÃO DA FRUTEIRA DE CAROÇO NO MUNICÍPIO DE VIDEIRA SC.

Estudo da ilha de calor urbana em cidade de porte médio na Região Equatorial

(Modelo de) Relatório: 1-Introdução. 2-Materiais e métodos. 3-Análise descritiva dos dados

Expansão Agrícola e Variabilidade Climática no Semi-Árido

CLIMATOLOGIA. Profª Margarida Barros. Geografia

LIGAÇÃO ENTRE O EL NIÑO E POSSÍVEIS PROCESSOS DE DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA

Francis Lacerda MUDANÇAS CLIMÁTICAS E IMPACTOS NO ARARIPE

ANÁLISE EXPLORATÓRIA DAS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS DA UMIDADE RELATIVA NO TRIANGULO MINEIRO

Fenômenos e mudanças climáticos

MOBILIDADE DOS EMPREENDEDORES E VARIAÇÕES NOS RENDIMENTOS

PROGRAMA DA DISCIPLINA

O COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E UMIDADE DO AR NA ÁREA URBANA DE IPORÁ-GO. Valdir Specian¹, Elis Dener Lima Alves²

A EXPANSÃO URBANA E A EVOLUÇÃO DO MICROLIMA DE MANAUS Diego Oliveira de Souza 1, Regina Célia dos Santos Alvalá 1

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO PADRÃO DE CHUVAS NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO NO ÂMBITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

F.13 Cobertura vacinal

Impacto do Fenômeno El Niño na Captação de Chuva no Semi-árido do Nordeste do Brasil

Boletim Novembro 2014

Introdução (análise do mês de agosto/2012)

Cesta básica tem alta moderada na maioria das capitais

VARIAÇÃO DIÁRIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM BELÉM-PA EM UM ANO DE EL NIÑO(1997) Dimitrie Nechet (1); Vanda Maria Sales de Andrade

A INSERÇÃO DOS NEGROS NOS MERCADOS DE TRABALHO METROPOLITANOS

Fenômeno El Niño influenciará clima nos próximos meses

Características Climáticas da Primavera

Diretoria de Pesquisas. Pesquisa de Orçamentos Familiares crianças, adolescentes e adultos no Brasil

BOLETIM CLIMÁTICO JANEIRO FEVEREIRO - MARÇO (2012) Estado do Rio Grande do Sul. Resp. Técnica: VERÃO COM PRECIPITAÇÃO ABAIXO DO PADRÃO CLIMATOLÓGICO

SOLUÇÕES FINANCEIRAS FRENTE AO ESTADO DE EMERGÊNCIA CLIMA 2013/2014

ÍNDICE K: ANÁLISE COMPARATIVA DOS PERIODOS CLIMATOLÓGICOS DE E

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

ÍNDICE DE CONFIANÇA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NO BRASIL. ICPN Outubro de 2015

QUAL O NÚMERO DE VEÍCULOS QUE CIRCULA EM SÃO PAULO?

Redução do preço de alimentos básicos continua pelo terceiro mês

CAPÍTULO 13 OS CLIMAS DO E DO MUNDOBRASIL

EVOLUÇÃO DOS CAUDAIS EXTREMOS EM CURSOS DE ÁGUA DO INTERIOR CENTRO E NORTE DE PORTUGAL ADÉLIA NUNES

RESULTADOS DE OUTUBRO DE 2013

Indenizações Pagas Quantidades

Notas sobre a população a propósito da evolução recente do número de nascimentos

RENDA, POBREZA E DESIGUALDADE NOTA CONJUNTURAL JANEIRO DE 2014 Nº28

Secas Extremas e Mudanças Climáticas: Mudanças Climáticas e os Impactos na Região Sudeste do Brasil

Comunicado113 Técnico

Manutenção das desigualdades nas condições de inserção

Produção de grãos na Bahia cresce 14,64%, apesar dos severos efeitos da seca no Estado

MONITORAMENTO DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE EM ÁREAS URBANAS UTILIZANDO GEOTECNOLOGIAS

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TEMPORAL DA TEMPERATURA DO AR NA CIDADE DE PORTO ALEGRE NO PERÍODO DE

Mudanças climáticas globais e recursos hídricos com enfoque para as bacias hidrográficas

Uma Síntese do Quarto Relatório do IPCC

Estado da motorização individual no Brasil Relatório Coordenação: Juciano Martins Rodrigues. Observatório das Metrópoles

CARACTERIZAÇÃO DE EXTREMOS CLIMÁTICOS UTILIZANDO O SOFTWARE RClimdex. ESTUDO DE CASO: SUDESTE DE GOIÁS.

Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 1º Ano Fatores climáticos. Prof. Claudimar Fontinele

Estudo de Caso : Configuração da Atmosfera na Ocorrência de Baixo Índice da Umidade Relativa do Ar no Centro-Oeste do Brasil

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

Sumário Executivo. Amanda Reis. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

DMet CTO / MN Centro Técnico Operacional de Manaus Divisão de Meteorologia

na região metropolitana do Rio de Janeiro

Transcrição:

VARIABILIDADE CLIMÁTICA DA BAIXA UMIDADE DO AR EM ALGUMAS LOCALIDADES: Centro e Sudeste do Brasil. Resumo Francisco de Assis Diniz adiniz@inmet.gov.br Ricardo Lauxe Reinke Estagiário Instituto Nacional de Meteorologia INMET Ministério da Agricultura, Pecuário e do Abastecimento MAPA Baixa umidade relativa do ar é uma situação que tem causado forte desconforto a população das Regiões Centro-Oeste e parte oeste da Sudeste Esse trabalho apresenta a variabilidade dos valores extremos mensais e as extremas anuais da baixa umidade do ar, para cinco localidades: Campo Grande-MS, Brasília-DF, Goiânia-GO, Franca-SP e Uberaba-MG, para um período de 44 anos, de 1961 a 04. Para verificar a possível variabilidade na diminuição dos valores extremos de umidade, foram considerados dois períodos: de 1961 a 1990, referente à última normal climatológica e de 1991 a 04. A variabilidade da baixa umidade do ar é mostrada através de gráficos médios mensais, em que no último período tem mostrado uma diminuição nos valores extremos de umidade do ar, para todas as localidades sendo mais extenso que períodos anteriores. Introdução Valores extremos da baixa umidade relativa do ar é o principal parâmetro meteorológico na condição climática que tem causado muitos transtornos e desconforto a população, durante o período de junho a setembro, nas maiores cidades interioranas das Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Segundo Marengo (01), desde a década de 1980 às evidencias científicas mostram ser mais fortalecidas acerca da possibilidade de mudança climática do clima global. De acordo com o IPCC, sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança Climática, o século XX experimentou um aumento de 0,6ºC na média da temperatura global e, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial OMM, em de 0, foi o segundo ano mais quente do planeta, seguido do ano de 1998, com um aumento de 0,48ºC na média da temperatura global, em relação à média global de 1961-1990. A mudança climática, em parte, mostra uma mudança na trajetória do comportamento climático em uma microrregião ou região do mundo. Essa mudança não deve ser temporal ou passageira, sim um processo que se verifique através dos dados climáticos de temperatura, umidade do ar, evapotranspiração e nos padrões de precipitação. A baixa umidade do ar favorece ao estímulo da combustão. Os combustíveis, tais como a grama e os pinheiros ganham e perdem a umidade rapidamente com mudanças na umidade relativa do ar. Quando a umidade do ar deixa cair, o desenvolvimento do fogo aumenta porque estes combustíveis finos se tornam mais secos. Os combustíveis pesados, em outra direção, respondem às mudanças da umidade relativa do ar mais lentamente. A influência na variação das condições da umidade no ambiente no crescimento e desenvolvimento de crianças recém nascidas foi estudado por (Blackfan and Yaglou, 197), em

que quando a umidade relativa do ar reduz para % é necessário um aumento de temperatura em torno de 27 graus Celsius, para manter o nível de temperatura do corpo. Metodologia Foram utilizados os valores mínimos extremos mensais do parâmetro da umidade relativa do ar, para um período de 44 anos, de 1961 a 04, da série do bando de dados do Sistema de Informações Meteorológicas SIM do INMET. Geralmente, os valores mínimos da umidade do ar ocorrem por volta das 1800UTC(às 00 horas, do horário de Brasília). A consideração destes valores extremos mensais vem no intuito de verificar as ocorrência e freqüência de extremos da umidade do ar, bem como sua variabilidade climática e temporal. Por isso, não foram considerados os valores mínimos diários da umidade relativa do ar. São elaborados os gráficos da média móvel de 0 anos, dos valores extremos mínimos anuais da umidade do ar. Também, são elaborados os gráficos com as médias dos valores mínimos extremos mensais da umidade do ar no período de 1961 a 1990, com o período de 1991 a 04 e comparadas à variação da baixa umidade do ar pelas curvas de cada gráfico. As localidades estudadas foram às cidades de Brasília-DF, Campo Grande-MS, Franca- SP, Goiânia-GO e Uberaba-MG que são os maiores centros urbanos das regiões com baixos índices de umidade relativa do ar. A climatologia no período mostrou que os meses mais secos do ano são agosto e setembro, em que os valores médios da umidade relativa do ar mínima extrema mensal são respectivamente de: (% e %) em Brasília-DF; de (% e 24%) em Franca-SP; de (22% e 24%) em Campo Grande-MS; de (% e %) em Goiânia-GO; e (24% e 26%) em Uberaba- MG. Resultados Os menores índices da umidade relativa do ar medidas (calculadas) nestas localidades no durante o período em estudo (4 anos) foram observadas nas seguintes datas: Brasília, % nos dias 07/08/02 e 04/09/04; Campo Grande-MS, 11% nos dias 02 e 06/09/04; Goiânia-GO, 11% nos dias 04 e 06/09/04; Franca-SP, 13% no dia 09 de setembro de 1981; e Uberaba-MG, % no dia 03 de outubro de 1994. Nos respectivos gráficos de números 01, 03, 0, 07 e 09 que foram calculados as médias móveis da umidade relativa do ar extrema mínima anual, mostram as variações do comportamento da umidade periodicamente. Para Brasília o gráfico é considerado três períodos: um período que vai de 1971 a 1979 em que a umidade do ar apresentou índices mínimos anuais (linha vermelha) abaixo do valor médio mínimo anual (azul); segundo período, que vai de 1980 a 1992, em que a umidade do ar apresentou índices mínimos anuais acima do valor médio mínimo anual; e o terceiro período, considerado o maior e mais critico, que vai de 1992 a 04, com índices de umidade do ar, em torno dos 12%, bem abaixo dos valor médio extremo anual. Para Campo Grande, o gráfico apresenta dois períodos distintos: um primeiro que compreende 197 a 1982, em que a umidade do ar se comportou com valores mínimos anuais (vermelho) bem acima do valor médio mínimo anual (azul). No período de 1986 a 1993, houve uma quebra nas informações, por isso, não podemos ter por melhor definição do comportamento

da umidade do ar. Mas considerado o segundo período de 1994 a 04, mostra um maior período de baixos índices anuais da umidade do ar, em torno dos 16%, em relação ao valor médio extremo anual, em que tende a subir entre 00 e 02 e cai novamente. Para Franca são considerados quatro períodos: o primeiro do início de 1961 a 1971 com baixos índices de umidade do ar anuis (vermelho) em relação ao valor médio mínimo anual (azul escuro); o segundo período de 1971 a 1980, com valores relativamente elevados de umidade do ar anuais em relação ao valor médio mínimo anual; terceiro período curto de 1983 a 1989, em que volta a se elevar um pouco à umidade do ar; e o quarto período, também, mais longo de 1990 a 04, com valores baixos de umidade do ar anuais, em torno de 18%, em relação ao valor médio mínimo anual e certa semelhante ao primeiro período. Para Goiânia, destaca-se em dois períodos: um que vai de 1978 a 1987, em que a umidade do ar apresenta valores mínimos anuais (vermelho) acima da linha do valor médio mínimo anual (azul); e o segundo período mais longo de 1987 a 04, considerado o maior e mais critico, em que a umidade do ar decresceu para valores em torno de %, com um ligeiro aumento entre 00 a 02 e volta a diminuir novamente. Para Uberaba são considerados três períodos bem distintos: um período de 1961 a 1978, em que os valores extremos mínimos da umidade do ar se comportaram em torno da média extrema anual; o segundo período de 19978 a 1990, com valores extremos mínimos da umidade da umidade do ar elevados; e o terceiro período de 1990 a 04, considerado o maior e mais critico, com baixos índices de umidade do ar anuais, em torno de 13%, abaixo do valor médio extremo anual.,0 26,0 BRASÍLIA-DF 22,0 18,0 14,0,0 196 1968 1971 1974 1977 1980 1983 1986 Gráfico 01 - Umidade Relativa do Ar extrema mínima anual, Brasília-DF, período de 1961 a 04: a) vermelho, média móvel extrema anual e b) azul, média mínima extrema anual. 1989 1992 199 1998 01 04 Nos respectivos gráficos de números 02, 06, 08 e são calculadas as médias extremas mínimas mensais da umidade relativa do ar e plotadas, para o período de 1961 a 1990, (período das normais climáticas) curva em azul e para o período de 1991 a 04, curva vermelha. São verificadas as variabilidades médias da umidade mínima mensal em cada localidades nos dois períodos.

Em Brasília, observa-se uma diminuição na média da umidade do ar mínima mensal em torno de (cinco) pontos percentuais (26% para 21%), durante o período da estiagem para o de transição com as chuvas (junho a outubro), no segundo período de 1991 a 04, conforme curva em vermelha no gráfico. Esta variabilidade na umidade do ar, nos mostrar, que realmente podemos concluir que valores críticos com baixos índices de umidade do ar vêm ocorrendo com maior freqüências em Brasília. Talvez, esta situação esteja relacionada com aumento demográfico e desmatamento, aumento na quantidade de automóveis e quantidade de asfalto. Campo Grande, também, houve uma diminuição na média da umidade do ar mínima mensal em torno de (cinco) pontos percentuais ( 29% para 24%) nos meses de junho a outubro, no período de 1991 a 04, em relação ao período de 1961 a 198. Os gráficos de Campo Grande não estão no trabalho. Não foram utilizados anos para essa localidade. Franca observou-se uma diminuição de 4 pontos percentuais (% para 26%) na média da umidade do ar mínima mensal, durante os meses de junho a outubro, de 1991 a 04, conforme a curva vermelha do gráfico, comparada com o período de 1961 a 1990. Goiânia foi à única localidade em que apresentou menor diferença na diminuição na média da umidade do ar mínima mensal, em torno de 2 (dois) pontos percentuais (24% para 22%), durante os meses de junho a outubro, no período de 1991 a 04, em relação ao período anterior. Apesar da pouca de diferença observa-se que nesta localidade em média apresenta ser mais seco que as outras cidades em estudo. Uberaba foi a localidade que apresentou maior diferença entre os dois períodos, uma diminuição de 8 (oito) pontos percentuais, na média da umidade do ar mínima mensal, durante os meses de junho a outubro, no período de 1991 a 04. É a localidade em que as curvas do gráfico dos apresentam maior distancia ao longo do ano, nos períodos em estudos. UMIDADE DO AR MÍNIMA EXTREMA MENSAL - BRASÍLIA MÉDIA MÍNIMA MENSAL DE 1961 A 1990 MÉDIA MÍNIMA MENSAL DE 1991 A 04 4 3 ABR Gráfico 02 Variação da Umidade Relativa do Ar.

34 FRANCA-SP 26 22 18 14 196 1967 1969 1971 1973 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 00 02 04 Gráfico 0 - Umidade Relativa do Ar extrema mínima anual, Franca-SP, período de 1961 a 04: a) vermelho, média móvel extrema anual e b) azul, média mínima extrema anual.,0,0 0 4 3 EXTREMA MÍNIMA MENSAL DA UMIDADE DO AR - FRANCA AZUL - MÉDIA MENSAL DE 1961 A 1990 VERMELHO - MÉDIA MENSAL DE 1991 A 04 ABR Gráfico 06 Variação da Umidade Relativa do Ar. GOIÂNIA-GO,0,0,0,0 196 1967 1969 1971 1973 197 1977 1979 1981 1983 198 1987 1989 1991 1993 199 1997 1999 01 03 Gráfico 07 - Umidade Relativa do Ar extrema mínima anual, Goiânia-GO: 1961/04

4 3 EXTREMA MÍNIMA MENSAL DA UMIDADE DO AR - GOIÂNIA AZUL - MÉDIA MENSAL DE 1961 A 1990 VERMELHO - MÉDIA MENSAL DE 1991 A 04 ABR Gráfico 08 Variação da Umidade Relativa do Ar. 3 3 UBERABA-MG 196 196 1968 1968 1971 1971 1974 1974 1977 1977 1980 1980 1983 1983 1986 1986 1989 1989 1992 1992 199 199 1998 1998 01 01 04 04 Gráfico 07 - Umidade Relativa do Ar extrema mínima anual, Uberaba-MG, período de 1961 a 04: a) vermelho, média móvel extrema anual; e b) azul, média mínima extrema anual. 0 4 3 EXTREMA MÍNIMA MENSAL DA UMIDADE DO AR - UBERABA AZUL - MÉDIA MENSAL DE 1961 A 1990 VERMELHO - MÉDIA MÍNIMA MENSAL DE 1991 A 04 Abril Gráfico Variação da Umidade Relativa do Ar.

CONCLUSÕES: Apesar do estudo ser a partir dos anos de 1960, em todas as localidades apresenta umidade relativa do ar médias mínimas extremas mensais, um decréscimo no período de 1991 a 04. Essa situação na diminuição da umidade do ar, mais precisamente no período seco, deve esta relacionada com a variabilidade climática e com o aquecimento global que o planeta vem passando nas três últimas décadas. Contudo, um dos indicativos da mudança climática é a maior freqüência dos eventos extremos e conforme mostram os gráficos das médias mínimas extremas mensais, uma alta variabilidade da umidade do ar no segundo período. Talvez, não se possa relacionar a variabilidade nos valores extremos mensais médios dos baixos índices da umidade do ar, que estamos passando, com a existência periódica de uma variabilidade atmosférica ou da climatologia estatística, pelo fato da maior freqüência de valores extremos de umidade do ar são medidos(calculados) na última década e, não existente anteriormente. Em termos de microclima, não se podem descartar o aumento demográfico nas cidades, aumento dos automóveis e o desmatamento que influenciam também, a contribuir para essa variabilidade da umidade do ar. Contudo, precisamos monitorar a freqüência sobre a persistência dos valores extremos da baixa umidade do ar, para se concluir sobre a relação com as possíveis mudanças climáticas ou não. Bibiografia Varejão-Silva, M. A. Meteorologia e Climatologia. 0. FIRE DANGER ALERT LEVEL GUIDE. Nota da OMM. WA SILVERMAN and YAGLOU. The Effect of Humidity on Survival of Newly Born Premature. American Academy of Pediatrics. Set.197, 477-478, vol., nº 03. Marengo, J.A. e Raigoza, D. Newsletter do Projeto GOF-UK-CPTEC. Março de 06. Press Realese Would Meteorological Organización - WMO-Nº. 743