Manual do Revisor Oficial de Contas. Recomendação Técnica n.º 19

Documentos relacionados
ISQC1 Norma Internacional sobre Controlo de Qualidade 1. Encontro na Ordem

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 800

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 843

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 830

CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS E RELATÓRIO DE AUDITORIA ELABORADO POR AUDITOR REGISTADO NA CMVM SOBRE A INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA

Directriz de Revisão/Auditoria RELATÓRIO DE REVISÃO/AUDITORIA INTRODUÇÃO

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA DA PARPÚBLICA, PARTICIPAÇÕES PÚBLICAS, SGPS, SA REGULAMENTO

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 510 ÍNDICE

ORA newsletter. Ministério das Finanças - Despacho n.º 16670/2011, de 12 de Dezembro - Privatização da EDP - fixação do pagamento inicial.

GUIA DE APLICAÇÃO DAS ISA CONCEITOS FUNDAMENTAIS E ORIENTAÇÃO PRÁTICA 3. ACEITAÇÃO E CONTINUAÇÃO DE CLIENTES E TRABALHOS

NORMA INTERNACIONAL DE AUDITORIA 610 USAR O TRABALHO DE AUDITORES INTERNOS ÍNDICE

RELATÓRIO V.E.C. Nº 01/2009 2ª S. PROCESSO Nº 768/2008

O Impacto do Parecer do Auditor Externo na Viabilidade da Emissão.

REGULAMENTO DO CONSELHO DE AUDITORIA DO BANCO CENTRAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE (BCSTP)

RELATÓRIO V.E.C. Nº 01/2008 2ª S. PROCESSO Nº 468/2007

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE GOVERNO SOCIETÁRIO E SUSTENTABILIDADE

RELATÓRIO DE AUDITORIA

NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL

REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO PARA AS MATÉRIAS FINANCEIRAS

Manual do Revisor Oficial de Contas. Recomendação Técnica n.º 5

DIRECTRIZ DE REVISÃO / AUDITORIA 702 RELATÓRIOS A ELABORAR POR AUDITOR REGISTADO NA CMVM SOBRE INFORMAÇÃO INTERCALAR

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELO REVISOR OFICIAL DE CONTAS OU SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS

REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE AUDITORIA CTT CORREIOS DE PORTUGAL, S.A.

COMISSÃO DE AUDITORIA E CONTROLO INTERNO DO BANCO BPI, SA REGULAMENTO

Definição de Normas Internacionais de Auditoria

BNC - BANCO NACIONAL DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO, S.A.

PROCEDIMENTOS PARA INÍCIO DA OFERTA DE REDES E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES ELECTRÓNICAS

SOLUÇÃO ARRENDAMENTO - FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO PARÁ ARRENDAMENTO HABITACIONAL RELATÓRIO DE AUDITORIA. Introdução

ANEXO V-B TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A CERTIFICAÇÃO DA METODOLOGIA

GUIA DE APLICAÇÃO TÉCNICA Nº 1 APLICAÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA (ISA)

POLÍTICA DE TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS DO BANCO ECONÓMICO E PARTICIPADAS

Imobilizaçoes corpóreas: Edificios e outras construções

RELATÓRIO DE TRANSPARÊNCIA

OBJECTIVO ÂMBITO DA CERTIFICAÇÃO INTRODUÇÃO

NORMA INTERNACIONAL DE AUDITORIA 230 DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA ÍNDICE

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 790

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL BANCO INTERATLÂNTICO, S.A.

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL DO BANCO BIC PORTUGUÊS, S.A. Atualizado a 09 de novembro de 2017

Manual do Revisor Oficial de Contas. Recomendação Técnica n.º 16

REGULAMENTO INTERNO DO CONSELHO FISCAL DA PORTUCEL

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 850

PROCEDIMENTO PARA A ATIVIDADE E VALIDAÇÃO DA QUALIFICAÇÃO DO VERIFICADOR SGSPAG

1 Introdução. 2 Actividades de Fiscalização

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE VENCIMENTOS

ANEXO 1 INSTRUÇÕES ÀS FIRMAS PARA EXECUÇÃO DA REVISÃO EXTERNA PELOS PARES. Introdução.01. Antes da Revisão.02. Durante a Revisão.

Anexo Declaração de Cumprimento (nº. 1 do Artigo 4º da Norma nº 5/2010-R, de 1 de Abril, do Instituto de Seguros de Portugal)

NORMA INTERNACIONAL DE AUDITORIA 501 PROVA DE AUDITORIA CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS PARA ITENS SELECCIONADOS ÍNDICE

RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA

I B c OPORTUNIDADE - FUNDO ESPECIAL DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO FECHADO RELATÓRIO DE AUDITORIA. Introdução

31 de dezembro de 2017

Tendo em conta objectivos de sistematização dos relatórios de controlo interno, em base individual e consolidada;

NORMA INTERNACIONAL DE AUDITORIA 220 CONTROLO DE QUALIDADE PARA UMA AUDITORIA DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ÍNDICE

Regulamento do Conselho Fiscal GALP ENERGIA, SGPS, S.A.

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL CAIXA LEASING E FACTORING, S.A. 27 de fevereiro de 2019

REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A. 17 de novembro de 2016

Novo. Formação Contínua APLICAÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA (ISA) FUNDAMENTOS E ORIENTAÇÃO PRÁTICA.

Ernst & Young Audit & Associados - SROC, S.A. Avenida da República, 90-6º Lisboa Portugal Tel: Fax:

CONSELHO FISCAL DO BANCO POPULAR PORTUGAL, S.A. REGULAMENTO. (Aprovado na reunião do Conselho Fiscal de 17 de outubro de 2016)

Publicado no Diário da República, I série, nº 147, de 12 de Agosto AVISO N.º 04/2014

Regulamento do Conselho Fiscal

7. RELATÓRIOS, PARECERES E DECLARAÇÃO EM CONFORMIDADE DO CONSELHO FISCAL RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL SOBRE O MG - AM E A CEMG

Regulamento do Comité de Auditoria e Controlo Interno do Banco BIC Português, S.A.

Manual de Procedimentos. Volume 9.4 Área Para a Qualidade e Auditoria Interna

CIMPOR Cimentos de Portugal, SGPS, S.A. Regulamento da Comissão de Auditoria

GUIA DE APLICAÇÃO TÉCNICA N.º 1 (REVISTO) APLICAÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA (ISA)

Fundamento da não adopção. Recomendação Adoptada Total / Parcial Não adoptada. 1. Princípios Gerais

ANEXO 13 MANUAIS E SISTEMAS

RELATÓRIO DOS AUDITORES EXTERNOS


MODELO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

SUMOL+COMPAL, SA. REGULAMENTO DO CONSELHO FISCAL 1.º ÂMBITO

REGULAMENTO COMISSÃO DE AUDITORIA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL, CAIXA ECONÓMICA BANCÁRIA, S.A.

REN REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS, SGPS, S.A. REGULAMENTO

Salgueiro & Associados, SROC, Lda. SROC nº 310 Registada na CMVM com o nº Relatório de Auditoria Opinião 1. Auditámos as demonstrações financ

Circular Informativa

PROVAS DE AUDITORIA I

AUDITORIA VUNESP. Professor Felipe Mascara

REGULAMENTO DE BOLSAS DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA. CAPÍTULO I Disposições Gerais. Artigo 1º Âmbito

Relato Financeiro e Código das Sociedades Comerciais

Regulamento do Conselho Fiscal da Galp Energia, SGPS, S.A.

Relatório de Transparência Ano de 2013

EMENDAS EM OUTRAS ISA

Requerimento da caducidade da autorização «offshore» junto do IPIM

ÍNDICE. Data de Entrada em Vigor... 4 Objectivo... 5 Definições... 6 Requisitos. Considerações ao Aceitar o Trabalho...

Tel: Fax:

Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações. Contábeis

newsletter Nº 77 JUNHO / 2013

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA E CONTROLO INTERNO CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A. 17 de novembro de 2016

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 810

Checklist de elementos necessários para o Registo das Agências de Notação de Risco da CMC. Sociedades de Notação de Risco com sede em Angola

Os termos de referência devem ser completados pelo beneficiário e adoptados de comum acordo com o auditor

A Certificação (Legal) das Contas

TERMOS E CONDIÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DE AUDITORIAS DE PÓS-AVALIAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA (PAPÉIS DE TRABALHO)

Procedimentos de auditoria; Confirmações externas; Procedimentos analíticos.

REGULAMENTO DO GABINETE DE GESTÃO DA QUALIDADE DA ESCOLA SUPERIOR DE DANÇA

NORMA INTERNACIONAL DE AUDITORIA 520 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS ÍNDICE

Regulamento da CMVM n.º 11/2000 Deveres de Informação

Transcrição:

Recomendação Técnica n.º 19 Agosto de1996 A Utilização do Trabalho de Outros Revisores/Auditores e de Técnicos ou Peritos Índice Parágrafo Introdução 1-4 Justificação 5-7 Objectivo 8 Recomendações 9-28 1

Introdução 1. Existem diversas situações que normalmente levam o revisor/auditor a utilizar o trabalho efectuado por outro revisor/auditor ou por técnicos ou peritos. 2. Não carece de tratamento específico na presente Recomendação Técnica (RT) o trabalho desenvolvido pelos revisores contratados e pelos técnicos e auxiliares do revisor/auditor referidos no Capítulo II das Normas Técnicas, uma vez que o mesmo é realizado na dependência e sob supervisão directa da estrutura profissional do revisor/auditor. 3. As situações mais usuais em que o revisor/auditor utiliza o trabalho de outro revisor/auditor ou de técnicos ou peritos não enquadrados na sua própria estrutura profissional são as seguintes: a) componentes da entidade (divisão, sucursal, filial ou subsidiária, associada, empreendimento conjunto) serem sujeitos a Revisão/Auditoria por outro revisor/auditor; b) a entidade ter solicitado a dois ou mais auditores/revisores diferentes ("joint auditors") a elaboração de um único relatório de auditoria; c) a subcontratação de outro revisor/auditor, desde que não se enquadre nos termos previstos no artigo 12º das Normas Técnicas; d) trabalhos realizados pelo departamento de auditoria interna ou por técnicos ou consultores da entidade; e e) necessidade de o revisor/auditor se socorrer de trabalhos ou pareceres de técnicos ou peritos externos. 4. Pode também haver lugar à utilização do trabalho de outro revisor/auditor, quando uma entidade, voluntariamente ou por imposição legal ou de terceiros, solicitar a realização de trabalhos de Revisão/Auditoria com idêntico âmbito a auditores/revisores diferentes, e desde que não exista impedimento ou oposição a tal utilização. Um exemplo é a segunda auditoria exigida, em certos casos, pelo Código do Mercado de Valores Mobiliários ou por instituições financeiras. Justificação 5. O revisor/auditor é sempre responsável por todo o trabalho que suporte as conclusões por si atingidas, mesmo nas situações em que utilize o trabalho de outro ou outros auditores/revisores ou de técnicos ou peritos. A divulgação da identidade e qualificação destes outros intervenientes não o isenta de tal responsabilidade, embora lhe permita nalguns casos dividi-la. 6. Casos em que é possível dividir a responsabilidade são os das situações previstas em a) do parágrafo 3 acima, quando o componente auditado/revisto por outro revisor/auditor é materialmente relevante para o conjunto, e o das situações previstas em e) do mesmo parágrafo, quando o objecto do trabalho do outro técnico ou perito envolva conhecimentos ou preparação técnica extremamente especializados fora do alcance do revisor/auditor. 7. A utilização do trabalho de outros intervenientes envolve normalmente a dificuldade de o revisor/auditor documentar devidamente a verificação que fez de tal trabalho para poder assumir como suas as conclusões atingidas pelos outros. Objectivo 8. O propósito desta RT é o de proporcionar ao revisor/auditor orientação quanto à forma de supervisar e/ou verificar o trabalho realizado por outros intervenientes e de documentar adequadamente a supervisão/verificação que fez de tal trabalho. 2

Recomendações 9. O revisor/auditor deve assegurar-se de que o outro interveniente, cujo trabalho pretende utilizar, possui habilitações e competência profissionais adequadas à realização do mesmo, não está abrangido por qualquer incompatibilidade e é independente em relação às entidades em causa. 10. Quando o entender necessário, deve o revisor/auditor solicitar ao outro interveniente confirmação escrita de que reúne as condições referidas no parágrafo anterior. 11. Deve também o revisor/auditor, se o entender necessário, proceder às verificações ou diligências que lhe permitam confirmar a competência profissional e a qualidade do trabalho do outro interveniente, e documentar adequadamente tais verificações ou diligências. 12. Quando o outro interveniente seja um revisor inscrito na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas ou em organismo congénere estrangeiro reconhecido, bastará ao revisor/auditor obter prova, se o achar necessário, de tal inscrição. 13. Antes de o outro interveniente iniciar o trabalho que o revisor/auditor pretenda utilizar, deve este comunicar-lhe ou com ele debater e acordar: - a finalidade do trabalho a realizar pelo outro interveniente e a forma como deve ser documentado e relatado; - o uso que o revisor/auditor fará de tal trabalho; e - os aspectos mais importantes ou significativos a considerar pelo outro interveniente no desenvolvimento do seu trabalho. 14. Quando se trate de utilizar o trabalho de outro revisor/auditor, designadamente nas situações previstas em a), b) e c) do parágrafo 3 acima, deve o revisor/auditor comunicar ou debater e acordar com o outro os seguintes aspectos principais: - os princípios contabilísticos que servirão de referencial ao trabalho, designadamente, se serão os princípios contabilísticos geralmente aceites ou os aplicáveis em Portugal para o sector de actividade em causa; - as normas de Revisão/Auditoria a aplicar; - a forma e o conteúdo do relatório; e - a divisão de tarefas, quando aplicável. 15. Deve depois o revisor/auditor executar e documentar procedimentos que lhe permitam confiar no trabalho realizado pelo outro revisor/auditor e assumir como suas as conclusões por ele atingidas. 16. Tais procedimentos, quando o revisor/auditor não possa verificar os papéis de trabalho do outro revisor/auditor, devem consistir, pelo menos: a) na obtenção de cópias dos documentos finais (demonstrações financeiras, relatórios emitidos pelo outro revisor/auditor, declaração de responsabilidade, etc.), quando aplicável; b) na preparação de um questionário, a preencher pelo outro revisor/auditor, acerca do 3

4 Manual do Revisor Oficial de Contas trabalho por este realizado e das conclusões atingidas; c) na apreciação das respostas a esse questionário; d) na discussão ou aclaramento de tais respostas, quando o entenda necessário; e) na documentação da sua verificação e posição final sobre a fiabilidade do trabalho realizado e sobre as conclusões atingidas pelo outro revisor/auditor; e f) na descrição das razões por que não foi efectuada a verificação dos papéis de trabalho do outro revisor/auditor. 17. O revisor/auditor poderá prescindir da verificação dos papéis de trabalho do outro revisor/auditor com base no fraco risco envolvido (que justificará na sua documentação) ou na diminuta materialidade (que demonstrará na sua documentação) da área ou do componente examinado pelo outro revisor/auditor, devendo contudo obter sempre deste resposta ao questionário mencionado no parágrafo anterior. 18. O referido questionário deve abordar as questões relativas ao trabalho do outro revisor/auditor, nomeadamente: a) descrição das políticas e critérios contabilísticos adoptados pela entidade, com expressa referência a eventuais derrogações dos princípios contabilísticos que servem de referencial ao trabalho desenvolvido; b) descrição dos procedimentos de Revisão/Auditoria executados (verificações documentais, circularizações, contagens e inspecções físicas, leitura de actas, indagações, etc.) em cada uma das áreas de trabalho, com indicação dos critérios de selecção das amostragens e do grau de cobertura atingido, dos resultados obtidos e das conclusões extraídas de tais resultados ou de trabalho adicional ou alternativo realizado; e c) sumário das questões que possam ter impacto na opinião final e seu tratamento. 19. Quando efectivamente proceda à verificação dos papéis de trabalho do outro revisor/auditor, tais procedimentos consistirão, pelo menos, na obtenção de cópias dos documentos finais [vidé parágrafo 16 a) acima] e na preparação de um memorando de verificação, que deve: a) cobrir todos os aspectos referidos no parágrafo 18 acima, podendo para tal utilizar o questionário aí referido, que preencherá e anotará com referências aos papéis de trabalho verificados; b) evidenciar os procedimentos adoptados na verificação dos papéis de trabalho; c) identificar os papéis de trabalho verificados; e d) referir a sua posição final sobre a fiabilidade do trabalho realizado e sobre as conclusões atingidas pelo outro revisor/auditor. 20. Nas situações previstas em a) e c) do parágrafo 3 acima, o revisor/auditor deve, para além das recomendações constantes dos parágrafos anteriores, seguir o disposto na RT 9 - Revisão das Demonstrações Financeiras Consolidadas, com as adaptações que se tornem necessárias no tocante a divisões, sucursais, associadas ou empreendimentos conjuntos e, subsidiariamente, o disposto na NIR da IFAC - A Utilização do Trabalho de Outro Revisor/Auditor (Parte B.2.600 do Manual do ROC) e na Norma de Revisão de Contas da UEC nº 2 - A Utilização do Trabalho de Outro Revisor de Contas (Parte B.3.2 do Manual do

ROC). 21. Na situação prevista em b) do parágrafo 3 acima, o planeamento, a organização, a execução, a supervisão e a documentação do trabalho, bem como a emissão da consequente opinião devem ser da responsabilidade conjunta e solidária dos auditores/revisores envolvidos. 22. Nas situações previstas em d) e e) do parágrafo 3 acima, deve o revisor/auditor seguir as recomendações constantes dos parágrafos 9 a 11 e 13 acima e o disposto nas NIR da IFAC - Consideração do Trabalho da Auditoria Interna (Parte B.2.610 do Manual do ROC) e a A Utilização do Trabalho de um Perito (Parte B.2.620 do Manual do ROC), conforme aplicável. 23. Na situação prevista no parágrafo 4 acima, quando o revisor/auditor acorde com outro utilizar trabalho deste e não exista impedimento ou oposição, devem ser seguidas as recomendações 13 a 15 e 19 acima. 24. Na mesma situação, quando exista impedimento ou oposição, os trabalhos dos diferentes auditores/revisores devem ser realizados separadamente e com total independência. 25. Sem prejuízo do referido no parágrafo anterior, quando os auditores/revisores acordem ser desejável evitar possíveis divergências de opinião e não haja oposição, devem debater as conclusões atingidas e procurar formar um consenso sobre as opiniões a emitir. 26. Sempre que utilizar o trabalho de outro revisor/auditor ou de um técnico ou perito, deve o revisor/auditor evidenciar nos seus papéis de trabalho as verificações por si realizadas e o trabalho executado e as conclusões atingidas pelo outro interveniente, de forma a que, na medida do possível, permita a um terceiro controlar a qualidade de todo o trabalho sem necessidade de ter que consultar a documentação do outro interveniente. 27. Quando utilizar o trabalho de outro revisor/auditor ou de um técnico ou perito e pretender e for possível a divisão de responsabildades prevista nos parágrafos 5 e 6 acima, deve o revisor/auditor mencionar no seu relatório tal circunstância e, a menos que tal informação já conste dos documentos divulgados pela entidade, identificar os outros intervenientes e o trabalho por eles realizado. 28. Nos casos em que o trabalho do outro interveniente já tenha sido completado e relatado anteriormente, o revisor/auditor: a) deve, na medida do possível, seguir as recomendações aplicáveis constantes na presente RT, obtendo do outro interveniente autorização para referir no relatório o seu nome e o âmbito do trabalho por ele realizado; ou b) quando lhe não for possível seguir as recomendações aplicáveis da presente RT, deve adoptar as recomendações aplicáveis da presente RT, deve adoptar procedimentos alternativos e, se estes não forem conclusivos, tratar a situação como uma limitação de âmbito. 5