PALAVRAS-CHAVE Autobiografia. HIV. Intervenção. ONG



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Transcrição:

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA A ESCRITA DE SI: A MEMÓRIA EM AÇÃO EM UMA ABORDAGEM PRAGMÁTICA Linite Adma De Oliveira (linythy@hotmail.com) Djane Antonucci Correa (djanecorrea@uol.com.br) RESUMO Este trabalho apresenta uma ação de intervenção realizada junto à ONG Reviver através de uma reunião de grupo com pessoas que convivem com o HIV ou com a AIDS. A metodologia deu-se pela participação ativa dialogada entre os participantes da oficina promovida por atividades orais e escritas. Enfatizou-se o resgate da memória através dos sentidos da visão e do paladar. A ação, em forma de oficina, é uma intervenção vinculada ao grupo de estudos Abordagens Pragmáticas sobre linguagem e ensino e ao LET (Laboratório de Estudos do Texto). Letouneau (2011), Muniz (2009) e Vardy-Valée (2013) são alguns dos autores citados como fundamentação teórico-metodológica. Os resultados obtidos foram satisfatórios pela participação oral e escrita dos integrantes do grupo. Concluiu-se juntamente com esse grupo de que não é o HIV que mata e afasta as pessoas, mas sim o preconceito e o desconhecimento sobre o HIV e a AIDS. Assim, o ouvir o outro, o falar de si e o escrever sobre si são algumas das atividades práticas da linguagem na busca de conhecer e compreender o outro e a si mesmo. PALAVRAS-CHAVE Autobiografia. HIV. Intervenção. ONG Introdução A proposta apresenta uma das atividades de intervenção do grupo de estudos Abordagens Pragmáticas sobre linguagem e ensino coordenado pela Profª Drª Djane Antonucci Correa. Baseia-se em estudos e leituras realizadas no LET 1. E, no intuito de ouvir o outro e a outra que a oficina intitulada A escrita de si: sentidos que dizem ocorreu na ONG REVIVER de Ponta Grossa como um dos caminhos possíveis para a preparação da escrita de autobiografias de pessoas que convivem com o HIV; no decorrer de uma das 1 Laboratório de Estudos do Texto, aprovado na Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, pela Resolução CEPE N.º 217/2007, o qual tem por finalidade trabalhar com projetos que envolvam o estudo de diversos textos relacionados à leitura, à escrita, à formação de professores e à constituição da linguagem e identidade, entre outros assuntos que sejam relevantes e estejam associados ao currículo dos Cursos de Licenciatura em Letras, pensando sempre na articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Nesse espaço acontecem reflexões e discussões entre acadêmicos, professores, graduados e alunos de ensino fundamental e médio que interagem por meio de grupos de estudo, cursos, minicursos, eventos e ações junto à comunidade, na tentativa de compreender melhor as demandas relacionadas à formação humana. Está localizado no Campus Central da UEPG e conta com uma estrutura própria que inclui uma sala de 45 m 2 na qual estão distribuídas 5 mesas com 4 cadeiras cada, somando 20 acomodações, uma bancada com 15 computadores, estante para acomodar os aproximadamente 800 livros e 350 revistas disponíveis (atualmente) para pesquisa no laboratório.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 reuniões de grupo, atividade essa, uma dentre várias que a ONG realiza. Depois de apresentar os objetivos, será apresentada parte da fundamentação teórica do trabalho de intervenção e os procedimentos metodológicos de ação. Logo após, alguns resultados obtidos, seguidos pelas considerações finais. Objetivos O objetivo geral desta oficina foi estabelecer reflexões e discutir, em roda de conversa, a vida, com ou sem HIV a partir da leitura de uma autobiografia disponível no sítio eletrônico http: www.brasilpost.com.br. e intitulada As primeiras vezes que transei depois de dizer Eu tenho HIV. Como objetivos específicos foi promover a participação oral e escrita nas atividades propostas na oficina e incentivar a escrita de si a partir do gênero textual autobiografia (ainda em andamento). Referencial teórico-metodológico A realização da oficina mencionada está atrelada ao projeto de pesquisa intitulado provisoriamente Narrativas autobiográficas de mulheres que (con)vivem com o HIV: uma análise pragmática da linguagem, sob orientação da Drª Profª Djane Antonucci Correa. Uma vez que, para Létouneau (2011, p. 193) os fenômenos de identidade e memória coletiva correspondem ao imaginário social e às representações sociais, às formas de solidariedade que se manifestam nos grupos marginalizados., as vozes dos e das participantes serão trazidas a conhecimento a partir de narrativas, autobiografias de mulheres que vivem ou (con)vivem com o HIV AIDS, pois as autobiografias mostram-se assim como preciosos testemunhos por explorar, na tentativa de captar as maneiras como falam e agem categorias sociais dos quais frequentemente só se conhecia uma faceta de vida e de cultura: a faceta que nos era mostrada pela história ou pela sociologia tradicional, ou a faceta que éramos levados a lhes dar depois de um exercício muitas vezes inconsciente de ilações extraídas de um modelo ideal, fosse esse modelo o Proletário, o Excluído ou o Marginal. (LÉTOUNEAU, 2011, p.193). As autobiografias são alvo de reflexão a partir da Pragmática, dos estudos dos atos de fala, inseridos na Linguística Aplicada e nos estudos da linguagem. Para Muniz (2009) os novos estudos pragmáticos (apresentados por Rajagopalan (2006)) acabam não só por comunicar, mas também por apontar condutas calcadas em políticas da linguagem e da Linguística. O vírus da imunodeficiência humana (VIH) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) apresentava os seguintes números segundo o Boletim Epidemiológico AIDS e DST Ano 2 nº 1 até a semana epidemiológica 26ª dezembro 2013 foram 39.185

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 casos de aids no Brasil, 20,2 casos para cada 100 mil habitantes (Boletim Epidemiológico, 2013, p.7), sendo os casos por região brasileira no último levantamento de 2012: Taxa de detecção Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul 21,0 14,8 19, 5 20,1 30,9 Ainda conforme o Boletim Epidemiológico de 2013, as principais vias de transmissão do vírus HIV (o qual pode levar a deterioração progressiva do sistema imunitário e propiciar o desenvolvimento de infeções oportunistas e cancros potencialmente mortais) são as relações sexuais desprotegidas, a partilha de seringas contaminadas, e a transmissão entre mãe e filho durante a gravidez ou amamentação. Os dados mais atuais apresentados de pessoas que vivem com HIV no Brasil são apontados pelo mesmo Boletim Epidemiológico de 2013, no qual foram declarados 11.896 óbitos por AIDS (coeficiente de 5,5 por 100.000) bem como um grande número de pessoas que vivem com o HIV, precisem elas tomar diariamente a medicação indicada pelo infectologista ou não: Estima-se que 718 mil indivíduos vivam com HIVaids (4% por cento da população) sendo que 574 mil diagnosticados (80% dos 718 mil), destes 531 mil (74% dos 80%) estão monitorando sua infecção por meio de exames laboratoriais (CD4 e carga viral). (BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO, 2013, p.10) A reflexão sobre o conceito e o significado das coisas, do homem e do mundo por meio da linguagem tem sido o desafio para a humanidade atual, visto que, dar sentido aos eventos individuais e coletivos exige uma compreensão também do contexto em que estes se realizam. Para Vardy-Vallé (2013, p.11), os conceitos são vistos como ferramentas mentais, nascem com a linguagem a qual cria mundos uma vez que há uma diversidade de línguas e de indivíduos que falam. Deste modo, a metodologia deste trabalho de intervenção deu-se a partir dos seguintes procedimentos didáticos: a) apresentação de um baú com a indagação da serventia do mesmo e o que ele guardaria naquele momento (Como resposta revelada posteriormente: um espelho e caixas de chocolate, a partir dos quais se resgatou a memória de infância através do sentido do paladar pela degustação do chocolate e do sentido da visão ao olhar a própria imagem projetada pelo espelho.); b) resgate à memória da adolescência a partir do registro de perguntas elaboradas pelos participantes em cartões relembrando o caderno de confidências; c) leitura da autobiografia citada acima com algumas atividades orais e escritas; d) montagem da árvore genealógica, preenchimento de carteira de identidade, elaboração de uma linha do

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 tempo da vida através de dobraduras de folha sulfite e carimbo da digital ;e) e por fim, a proposta da escrita da autobiografia. Resultados O resultado foi satisfatório pelo envolvimento dos participantes na oficina, visto que, mesmo durante a leitura do texto autobiográfico, muitos deles deram suas opiniões em concordância ou não com o texto. Além disso, nas demais atividades elencadas acima, fossem de cunho oral ou escrito, houve interesse demonstrado pelo grupo. A realização desta ação com o grupo mostra de forma positiva a importância de se falar sobre a temática aqui abordada, sobretudo na fala de dois participantes: Professora, não é o HIV que nos mata, mas sim o preconceito e o desconhecimento das outras pessoas. Questões sobre racismo também foram abordadas diante de um trecho do texto lido, quando o autor do texto relata que uma de suas namoradas não foi contaminada com o vírus porque ela era descendente direta de europeu nórdico e a carga viral dele era naturalmente baixa. Tal fragmento daquela autobiografia fez com que o grupo refletisse que, não é a origem étnica que coloca ou não as pessoas diante de um risco de contaminação pelo vírus HIV, mas sim o não uso do preservativo. Considerações Finais A partir de estudos fundamentados na Pragmática, de debates e produções de textos realizados nos encontros realizados na sala do LET, tomou-se consciência de que a linguagem faz parte do cotidiano em situações diversas. Logo, há necessidade de considerar os signos linguísticos em seus empregos, em seus contextos e co-textos concretizados nos atos de fala. Dessa atividade de intervenção junto à ONG, percebeu-se que as pessoas que convivem com o HIV têm muito a falar e contar sobre aspectos diversos da vida. O falar de si pode ser uma das formas de resgatar a segurança e autoestima, além de contribuir para a construção do conhecimento acerca do HIV e da AIDS contribuindo para que o preconceito deixe de existir entre as pessoas. Referências JOVEM SOROPOSITIVO (Pseudônimo). As primeiras vezes que transei depois de dizer Eu tenho HIV. Disponível em < http://www.brasilpost.com.br/jovem-soropositivo/as-primeirasrelacoes-sex_b_4674279.html >. Acesso em 20 fev 2014. LÉTOUNEAU, J. Ferramentas para um pesquisador iniciante. Trad. Ivone C. Benedetti.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011. 345p. Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico - Aids e DST. Ano II - nº 1 - até semana epidemiológica 26ª - dezembro de 2013. (ISSN: 1517-1159) MUNIZ, K. Linguagem e Identificação: uma construção para a discussão sobre ações afirmativas para negros no Brasil. [Tese de Doutorado]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2009. 202p. VARDY-VALLÉE, B. O que é conceito. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2013.