UMA EXPERIÊNCIA COM CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS NO PIBID/MATEMÁTICA EM 8 ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Documentos relacionados
O LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA (LEM) DO CURSO DE MATEMÁTICA DA UEMS/DOURADOS

Palavras-chave: Subprojeto PIBID da Licenciatura em Matemática, Laboratório de Educação Matemática, Formação de professores.

Palavras-chave: Laboratório de Matemática; Pibid; Práticas Pedagógicas.

JOGOS GEOMÉTRICOS: UMA MANEIRA DIFERENCIADA DE SE APRENDER MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES DE ESTÁGIO: UMA ABORDAGEM DIFERENCIADA SOBRE O TEOREMA DE PITÁGORAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO

O TETRIS 3D NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

GEOMETRIA DAS ABELHAS: APLICAÇÃO DE CONCEITOS GEOMÉTRICOS UTILIZANDO MATERIAL MANIPULÁVEL

AMPLIANDO CONHECIMENTOS EM GEOMETRIA

O ENSINO E APRENDIZADO DE NÚMEROS DECIMAIS SIMULANDO UM MERCADO

A CONSTRUÇÃO DOS POLIEDROS DE PLATÃO COM CANUDOS COMO PROPOSTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

CONSTRUINDO CONHECIMENTO COM A UTILIZAÇÃO DO MATERIAL MANIPULATIVO FRAC-SOMA

DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS A PARTIR DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS. Palavras-chave: Investigação; teorema de Pitágoras; Materiais manipuláveis.

Materiais e métodos:

A REVOLUÇÃO DO PRISMA

USO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO ENSINO DE PRODUTOS NOTÁVEIS

LABORATÓRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA: UM ESPAÇO PARA AS IMPLICAÇÕES NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES.

PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA AÇÃO DO PIBID/MATEMÁTICA/CCT/UFCC

PIBID DE MATEMÁTICA EM ARRAIAS (TO) UMA EXPERIÊNCIA DIFERENTE

O LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DE UMA LICENCIANDA EM MATEMÁTICA 1

ENSINO DE ZOOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO: AULA DE CONTRATURNO COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM

TRABALHANDO COM MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL COM O AUXÍLIO DE CARTAS DE BARALHO

O USO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS PARA O ENSINO- APRENDIZAGEM DE NÚMEROS RACIONAIS VIA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS. Modelagem e Educação Matemática GT 04

JOGOS COMPUTACIONAIS E A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PARA ENSINAR MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

O USO DO TEODOLITO COMO METODOLOGIA DE ENSINO- APRENDIZAGEM DE RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS

VIVENCIADO A GEOMETRIA COM OS SÓLIDOS DE PLATÃO

MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO ENSINO DE MATEMÁTICA: uma experiência com Algeplan PIBID

CONCEITUANDO/IDENTIFICANDO POLÍGONOS COM O TANGRAM CORAÇÃO PARTIDO

DINAMISMO NA AULA DE GEOMETRIA: O TANGRAM COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS

OFICINA PEDAGÓGICA DE MATEMÁTICA EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE BARRA DO BUGRES MT

Universidade Federal do Amazonas. Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente PLANO DE ENSINO

Programa da Disciplina

A Geometria Plana no 1º Ano do Ensino Médio: Utilização da Maquete da Quadra Poliesportiva da EEMLP de Nelson de Sena Categoria: Ensino Superior

LABORATÓRIO DE ENSINO DA MATEMÁTICA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE MONITORIA

ESTUDO DA ÁREA DOS POLÍGONOS UTILIZANDO MATERIAIS CONCRETOS E TECNOLOGIAS 1 STUDY OF THE POLYGONES AREA USING CONCRETE MATERIALS AND TECHNOLOGIES

UMA PROPOSTA LÚDICA PARA O ENSINO DE DIVISIBILIDADE

IV SEMINÁRIO INSTITUCIONAL DO PIBID

OFICINA DE PRODUÇÃO DE MAPAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

TRABALHANDO AS QUATRO OPERAÇÕES E A GEOMETRIA ATRAVÉS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

OFICINA INTEGRADA COM LICENCIANDOS DE BIOLOGIA E QUÍMICA. SOLOS: NECESSÁRIO OU NÃO PARA NOSSA SOBREVIVÊNCIA?.

ABORDAGEM LÚDICA NAS AULAS DE FÍSICA: UTILIZAÇÃO DE UM JOGO SOBRE ASTRONOMIA

RELATÓRIO ANUAL. Atividades desenvolvidas no ensino da matemática. Bolsistas

O USO DE MATERIAL CONCRETO PARA ESTIMULAR A APRENDIZAGEM DO CONTEÚDO DE FRAÇÕES NUMA TURMA DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

A INFLUÊNCIA DA MATEMÁTICA NOS BORDADOS

A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA: JOGO DA MEMÓRIA DAS AMÉRICAS

EXPLORANDO CONCEITOS GEOMÉTRICOS A PARTIR DA ANÁLISE E CONSTRUÇÃO DE MOSAICOS 1 ;

O EMPREGO DE ATIVIDADES LÚDICAS COMO MOTIVADOR PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM

A INTERDISCIPLINARIDADE POR MEIO DA ANÁLISE DOS MATERIAIS UTILIZADOS NAS EMBALAGENS: UMA PROPOSTA DIDÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II 1

BRINCANDO COM ORIGAMI: CONSTRUINDO O CUBO

ZOOMÁTICA 1 INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS

MATEMÁTICA ATRAENTE: A APLICAÇÃO DE JOGOS COMO INSTRUMENTO DO PIBID NA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA

Tipo do produto: Plano de aula

O LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PROGRAMA PIBID

O PIBID COMO DIVISOR DE ÁGUAS PARA UMA PEDAGOGIA LIVRE E CRIATIVA

IV SEMINÁRIO INSTITUCIONAL DO PIBID

CONSTRUÇÕES COM RÉGUA E COMPASSO NÚMEROS CONSTRUTÍVEIS. Público alvo: Público em geral. Pré-requisito: elementos da geometria plana.

Como um Matemático Embrulha Presentes?

Como um matemático embrulha presentes gastando pouco material?

O MEIO LÚDICO COMO ESTRATÉGIA EM SALA DE AULA: JOGO EDUCATIVO SOBRE FONTES DE ENERGIA NO COTIDIANO

ARTE: ESPAÇO DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SANTOS, Scheila Pires 1 TOSTES, Jessica Caroline Do Couto 2 NAIMAIER, Juliana Alegre Fortes 3

O USO DE TECNOLOGIAS INFORMÁTICAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA: OS SOFTWARES COMO UMA ALTERNATIVA VIÁVEL 1

TRAJETÓRIA DO SUBPROJETO DE MATEMÁTICA: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PIBID POR ALUNOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA DA UESB-JQ

UTILIZANDO A METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PARA O ENSINO DE PROGRESSÃO ARITMÉTICA

Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Geometria; Mosaico; Arte; História.

Instituto Federal Farroupilha, Lic. em Matemática, CAPES/PIBID, 2

PROBLEMATIZANDO FRAÇÕES: EXPERIÊNCIAS E REFLEXÕES

O USO DE JOGOS COMO PRÁTICA EDUCATIVA

O USO DA INFORMÁTICA NO ENSINO DA MATEMÁTICA: TRIGONOMETRIA NA CIRCUNFERÊNCIA UTILIZANDO O SOFTWARE GEOGEBRA.

O USO DE MATERIAL CONCRETO NO ENSINO DA MATEMÁTICA Apresentação: Pôster Geovana Medeiros 1 ; Marcos Leonan 2 ; Francismar Holanda 3

PROJETO PROLICEN: VIVÊNCIAS, OPORTUNIDADE E CONTRIBUIÇÕES A FORMAÇÃO ACADÊMICA.

Avaliação da Execução do Plano de Trabalho 2 Aluna: Roberta D. P. de Azeredo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 08/2013 CEPE

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL PROFª MARIA MARGARIDA ZAMBON BENINI. Plano de aula 07 Produtos Notáveis

O REFORÇO COMO DIREITO DE APRENDER OU COMO AÇÃO PALIATIVA DA ESCOLA FRENTE À SUA DIFICULDADE EM LIDAR COM AS DIFERENÇAS DE APRENDIZAGEM

O USO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS E DA TECNOLOGIA NA PREPARAÇÃO DE ALUNOS PARA A OBMEP

OFICINAS PIBID MATEMÁTICA. EIXO TEMÁTICO: Relatos de experiências em oficinas e salas de aula

A AULA EXPERIMENTAL NO ENSINO DE QUÍMICA E A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NESSE PROCESSO

VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO DA MATEMÁTICA

Palavras-chave Conceito de funções; Atividade investigativa; trabalho em equipe.

A ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE UM KIT DE TRIÂNGULOS MODELÁVEIS PARA ATIVIDADES DE ENSINO DE CLASSIFICAÇÕES DE TRIÂNGULOS

LABORATÓRIO PROBLEMATIZADOR COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DE FÍSICA: DA ONÇA AO QUILOGRAMA

Plano de Ensino IDENTIFICAÇÃO. SEMESTRE ou ANO DA EMENTA

ESTIMULANDO O APRENDIZADO ATRAVÉS DE JOGO NO ENSINO DE POTÊNCIAS DE NÚMEROS INTEIROS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL CONCRETO NA APRENDIZAGEM DE CONCEITOS GEOMÉTRICOS

CONSTRUÇÃO/DESCONSTRUÇÃO: REELABORANDO NOÇÕES CARTOGRÁFICAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA NO NÍVEL MÉDIO.

O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA À INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID) E A PESQUISA NO ENSINO MÉDIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM FÍSICA

OFICINAS PEDAGOGICAS: COMO FORMA DE AUXILIO NO APRENDIZADO DOS EDUCANDOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA

USO DO MATERIAL DIDÁTICO DE MANIPULAÇÃO NA SALA DE AULA DE MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA COM ENSINO FUNDAMENTAL II.

CONHECENDO E EXPLORANDO O GEOPLANO

O PIBID INCLUSO NA LUTA CONTRA O AEDES AEGYPTI

UMA ABORDAGEM DE JUROS SOB A PERSPECTIVA DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Palavras-chave: Crônicas. Escrita. Leitura. Olimpíada de Língua Portuguesa.

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA EM SALA DE AULA

PRÁTICA INVESTIGATIVA COM AUXÍLIO DE MATERIAIS MANIPULÁVEIS NO ENSINO E APRENDIZADO DE POLÍGONOS

CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DE UM TRIÂNGULO

JOGO LOGARITMONENCIAL, EXPLORANDO OS CONCEITOS DE LOGARITMO E EXPONENCIAL COM A UTILIZAÇÃO DE JOGOS.

LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA

V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA CAMPUS ALEGRETE PIBID

Tipo do produto: Plano de aula

Transcrição:

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades UMA EXPERIÊNCIA COM CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS NO PIBID/MATEMÁTICA EM 8 ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Lucas Silva de Freitas Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul E-mail: int_defreitas@hotmail.com Jéssica Carvalho Oliveira Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul E-mail: jessicacarvalho.1910@outlook.com Helena Alessandra Scavazza Leme Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul E-mail: hasleme@gmail.com Anderson Afonso Alves Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul E-mail: anderson.affonso14@gmail.com Resumo: Este relato aborda a experiência de bolsistas do PIBID Programa Institucional de Iniciação à Docência da área de matemática da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, realizado em uma escola municipal de Dourados/MS. Foi abordado o conteúdo de congruência de triângulos utilizando materiais manipuláveis em duas salas de 8 ano do Ensino Fundamental. Os materiais utilizados para o ensino aprendizado do conteúdo mencionado acima foram desenvolvidos no LEM- Laboratório de Ensino de, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul- UEMS. Pôde-se perceber que a utilização desses materiais possibilitou uma melhor visualização dos casos de congruência e o entendimento por parte dos alunos de forma mais clara e rápida, chegando então na aprendizagem esperada pelo professor e pelos alunos envolvidos. Palavras-chave: Congruência de triângulos; Material manipulável; Aprendizagem. 1. Introdução O curso de da Universidade Estadual de Mato grosso do Sul UEMS, Unidade de Dourados, participa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID, mantendo acadêmicos bolsistas em 4 escolas da rede pública da cidade de Dourados/MS. O relato que passamos a fazer aqui é uma das ações do PIBID/ numa das escolas mencionadas. 1

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades Brasileira d Participar do PIBID nos deu oportunidade de levar até os alunos do 8º ano do ensino fundamental um trabalho desenvolvido no LEM - Laboratório de Ensino da da UEMS, voltado para facilitar a aprendizagem de congruência de triângulos, utilizando materiais manipuláveis, triângulos confeccionados em E.V.A. e cartolina. Esse relato refere-se às aulas de regência que nós, bolsistas do PIBID, realizamos com a supervisão da professora regente que nos acompanha na escola. Antes da utilização propriamente do material construído para facilitar a aprendizagem por meio da visualização dos triângulos, introduzimos o tema, abordando alguns conceitos básicos da teoria. Para a congruência de triângulos, utilizamos a definição, adaptada de Dolce e Pompeo (1993), que segue: Definição: Dois triângulos ABC e A B C são congruentes se existir uma correspondência biunívoca entre seus vértices tal que os lados e os ângulos correspondentes sejam congruentes. Com a congruência é possível estabelecer uma correspondência entre os vértices do triângulo, de modo que: seus lados são ordenadamente congruentes aos lados do outro, da mesma forma que seus ângulos são ordenadamente congruentes aos ângulos do outro. Explicamos aos alunos que isso significava dizer que os três lados e os três ângulos de cada triângulo têm respectivamente as mesmas medidas, ou seja, deslocando um deles se pode fazer coincidir com o outro. Os elementos iguais dizem-se correspondentes ou homólogos. Colocamos também que para verificar se um triângulo é congruente a outro, não é necessário saber os seis elementos, basta conhecer três elementos, entre os quais esteja presente pelo menos um lado. Apresentaremos os casos de congruência mais adiante, mas antes gostaríamos de ressaltar que quando este assunto é levado para dentro da sala de aula, não é simples explicar o porquê acontece à congruência. Muitos alunos não conseguem associar o desenho dos triângulos que geralmente é feito pelo professor na lousa, para exemplificar cada caso de congruência. Justamente para que essa dúvida fosse minimizada, elaboramos uma atividade diferenciada que foi desenvolvida em uma escola municipal, com alunos do 8º ano do ensino fundamental do período matutino. Pensando na dificuldade de associação dos alunos, foram confeccionados triângulos manipuláveis, que serviram para facilitar a visualização dos casos 2

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades de congruência, pois quando as peças são sobrepostas, os alunos percebem mais facilmente a congruência entre os triângulos. Acreditamos que os materiais manipulativos podem ajudar os alunos a formar imagens mentais, conseguir melhorar a visualização e a chegar a desenvolver a abstração necessária para generalizar os casos de congruência. Nosso propósito ao levar um material manipulativo foi o de procurar fornecer meios para melhorar a qualidade do ensino de matemática, propondo ações que ajudassem a desenvolver recursos em que o aluno também participasse ativamente do processo de aprendizagem, testando possibilidades, manipulando os triângulos, checando escolhas, percebendo diferenças. Isso possibilitou sair um pouco dos processos em que apenas o professor fala e o aluno é considerado, como bem colocado por Paulo Freire (1981, p.66), como "vasilhas" que são preenchidas pelo professor, Dessa maneira, a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante. Ao contrário disso, queríamos que os alunos fossem agentes ativos e pudessem participar do processo de aprender e não receber apenas tudo pronto do professor. 2. Como construir o material Os materiais que utilizamos nesse relato foram confeccionados e fazem parte do acervo do LEM Laboratório de Ensino de do curso de da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS, unidade de Dourados. O LEM é um espaço em que se confeccionam materiais, elaboram-se sequências didáticas para o uso dos mesmos e realizam-se planejamento de aulas. Foi nesse espaço que todas essas atividades foram pensadas, discutidas para posteriormente serem colocadas em prática. Lorenzato (2006, p.7), defende que: O LEM, [...] é uma sala ambiente para estruturar, organizar, planejar e fazer acontecer o pensamento matemático, é um espaço para facilitar, tanto ao aluno como ao professor, questionar, conjecturar, procurar, experimentar, analisar e concluir, enfim, aprender e principalmente aprender a aprender. Para a confecção dos materiais manipuláveis que foram utilizados para a compreensão da congruência de triângulos utilizamos: régua, compasso, folhas de E.V.A, transferidor cartolina e papel cartão. Um material simples, porém, esse material se mostrou muito significativo no contexto em que foi utilizado. 3

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades Brasileira d Construímos os triângulos de forma que houvessem dois triângulos congruentes, para cada caso de congruência. E também dois triângulos que não fossem congruentes. Com esses triângulos em mãos os alunos puderam fazer as comparações e análises para compreender os casos de congruência. 3. Desenvolvimento Para desenvolver a atividade é necessário que se conheça os quatro casos de congruência entre dois triângulos. Mas para iniciar o trabalho foi necessário abordar conceitos básicos de triângulos, uma vez que percebemos que os alunos não lembravam a classificação dos triângulos quanto aos lados e ângulos, também tinham dificuldade com conceitos de lados e ângulos adjacentes, ângulo adjacente a um lado, entre outros, que fomos aos poucos abordando. Feito isso e definida a congruência, trabalhamos então com os alunos os casos de congruência de triângulos, definindo cada caso de congruência como consta abaixo. Os casos de congruência são quatro: 1º caso de congruência- Dois triângulos são congruentes quando tem ordenadamente dois lados e um ângulo compreendido entre esses lados. O primeiro caso de congruência é conhecido como o caso LAL- lado, ângulo, lado. 2º caso de congruência- Dois triângulos são congruentes quando tem ordenadamente dois ângulos e um lado compreendido entre esses ângulos. O segundo caso de congruência também é conhecido como caso ALA- ângulo, lado, ângulo. 3º caso de congruência- Se dois triângulos têm os três lados congruentes, então os dois triângulos são congruentes. O terceiro caso de congruência pode ser chamado de LLL- lado, lado, lado. 4º caso de congruência- Dois triângulos têm ordenadamente um lado, um ângulo adjacente e um ângulo oposto ao lado, então esses dois triângulos são congruentes. O quarto caso de congruência também é conhecido como LAAo- lado, ângulo, ângulo oposto. 4

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades Introduzimos o assunto explicando somente por meio de desenho feito na lousa, expondo as definições e os exemplos. Percebemos então que o método de exposição do conteúdo não atingiu a maioria da turma, ou seja, que nem todos os alunos compreendiam, pois grande parte dos alunos fez muitos questionamentos e terminaram dizendo: Não entendi nada. A partir disso, repensamos a nossa metodologia, concluímos que apenas expondo o conteúdo não íamos conseguir fazer com que a turma entendesse o que estávamos querendo que eles aprendessem. Decidimos mudar o método percebendo que seria necessário que eles manipulassem os triângulos e fizessem algo prático e fossem mais participativos para que compreendessem e assim aprendessem o conteúdo. Tivemos a ideia de construir triângulos que pudessem ser comparados com outros e sobrepostos para facilitar a visualização dos casos de congruência, assim, passamos a explicar usando os triângulos manipuláveis, construindo triângulos grandes de E.V.A. para que todos pudessem visualizar quando explicávamos. Usávamos dois triângulos congruentes e explicávamos o caso em que estes se encaixavam, ou seja, eram congruentes de acordo com os dados que tínhamos. Para que dois triângulos sejam congruentes é preciso estabelecer uma relação de correspondência entre eles. Para isso testamos algumas possibilidades, realizando uma atividade com os alunos. A sala de aula foi divida em quatro grupos de aluno, e cada grupo recebeu uma folha de cartolina em que havia triângulos desenhados. Cada triângulo tinha um, dois ou três elementos conhecidos, sendo estes elementos lados ou ângulos, como pode ser visto na figura 1 abaixo. Figura 1: triângulos construídos na cartolina 5

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades Logo em seguida foram distribuídos para estes grupos triângulos recortados, também com um, dois ou três elementos conhecidos. O objetivo era que estes alunos identificassem entre os triângulos recortados, qual era o triângulo congruente a ele dentre os que estavam desenhados na cartolina, caso houvesse algum. Por fim o grupo tinha que dizer, quando houvesse congruência, qual era o caso de congruência que se encaixava para cada triângulo. Figura 2: triângulos sobrepostos na cartolina Dessa forma os alunos foram sobrepondo os triângulos e descobrindo então a congruência a partir dos lados e ângulos. Quando os alunos se depararam com essa forma de ensinar, percebemos que foi um tanto diferente para eles, pois no mesmo momento era visível a compreensão de cada um. Surgiram perguntas curiosas e respostas concretas por parte deles mesmos. Percebemos que manipulando os triângulos e sobrepondo eles foram conseguindo compreender os casos de congruência e isso facilitou a aprendizagem, coisa que não ocorreu quando apenas expusemos a teoria na lousa. Realizada a atividade verificamos com os alunos, que quando temos apenas um ou dois elementos de congruência comum em dois triângulos, não tem como ocorrer congruência. Mas quando temos três elementos, que condizem com os casos de congruência, sempre haverá a congruência entre dois triângulos. Para que esta atividade fosse aplicada em sala de aula, antes foi necessário explicar cada caso de congruência, e para isso foi confeccionado o material manipulável que serviu como a base e facilitou o entendimento por parte dos alunos. 6

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades Quando questionamos um aluno sobre o entendimento do conteúdo após a utilização do material, a resposta dele foi: é muito mais fácil quando podemos pegar o material, entendemos melhor sempre que o professor explica dessa forma. Levando os materiais manipuláveis pudemos notar nitidamente como os alunos passaram a compreender os casos de congruências de triângulos, coisa que não aconteceu quando explicamos simplesmente os casos na lousa. Esses materiais fazem diferença na relação professor e aluno, pois o interesse é maior, a comunicação é melhor e o desempenho é diferenciado. Esses recursos pedagógicos auxiliam, pois a matemática é uma disciplina em que os alunos apresentam grande dificuldade. Poder, por meio de materiais facilmente construídos, contribuir para que essa dificuldade em aprender matemática diminua gera grande satisfação, favorecendo uma melhor relação entre professor e aluno e possibilitando ao professor construir meios de superação de obstáculos por parte de seus alunos. Depois que terminamos de utilizar o material e abordar o conteúdo fizemos uma conversa com a sala para verificar se eles haviam gostado da forma como trabalhamos. Tivemos respostas bem positivas como deu pra entender tudo e notamos que eles gostaram bastante da forma como conduzimos o processo. Apesar de ser um material bastante simples e de fácil construção, esse material se mostrou bastante útil e possibilitou sanar dúvidas e ajudou a visualização por parte dos alunos. Percebemos com isso, que por mais simples que um material possa parecer, se bem usado e adequado ao tema proposto, ele pode gerar muitos frutos em sala de aula. 3. Considerações finais Este trabalho teve como objetivo expor os resultados obtidos com utilização de materiais manipuláveis no ensino de geometria, mais especificamente no que se diz respeito a congruência de triângulos, trabalho este desenvolvido no PIBID/ em uma escola municipal de Dourados. Utilizando os materiais manipuláveis corrigimos algumas das dificuldades apresentadas pelos estudantes, como os elementos básicos do triângulo, ou seja, medidas de lados e ângulos, e após esta introdução avançamos nos conteúdos trabalhados na sala de aula. 7

na Contemporaneidade: desafios e possibilidades Brasileira d Desse modo foi possível perceber que na utilização do material a assimilação do conteúdo foi maior do que apenas com a explicação na lousa. 4. Agradecimentos Agradecemos o apoio financeiro da CAPES/MEC pelas bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo à Docência PIBID. Agradecemos a todos os colaboradores do Projeto de Pesquisa O Laboratório de Ensino de (LEM) do curso de da UEMS/Dourados pelas reflexões conjuntas. Agradecemos também a todos os alunos dos 8 anos que participaram do que foi aqui relatado, bem como à professora supervisora da escola que recebe o PIBID/. 5. Referencias BRASIL. Ministério da, SEF. PCN de. Brasília: MEC/SEF, 1997. DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau. Geometria Plana. Coleção Fundamentos de Elementar, Vol. 9. 8 ed. São Paulo: Atual Editora, 2005. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1.981. LORENZATO, Sergio. (Org.). O Laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas: Autores associados, 2006, v.1. REZENDE, Eliane Quelho Frota; QUEIROZ, Maria Lúcia Bontorim de. Geometria euclidiana plana e construções geométricas. 2 ed. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2008. 8