UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Thiago De Rocco Plano de Gestão Ambiental para Indústria de Plásticos no Município de Marau RS Passo Fundo 2011

Thiago De Rocco Plano de Gestão Ambiental Para Indústria de Plásticos no Município de Marau RS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientadora: Drª Luciana Londero Brandli. Passo Fundo 2011

Agradeço aos meus pais, pelo exemplo de vida, por me darem força, coragem e de estarem sempre ao meu lado em todos os momentos, Rui De Rocco Ana De Rocco À minha irmã, cunhado e sobrinha por me apoiarem sempre, Juliana De Rocco Tibola Eleandro Tibola Bianka De Rocco Tibola

AGRADECIMENTOS À Professora Luciana Brandli, pela orientação e apoio na realização deste trabalho. A todos os Professores do curso de Engenharia Ambiental pelos ensinamentos e pela parceria obtida durante todos esses anos. A todos os meus amigos e colegas pela oportunidade de conhecê-los e juntos vivermos intensamente esta etapa da vida. A toda minha família que me apoiou e me deu força durante todos os anos da faculdade.

RESUMO O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve por finalidade, descrever um sistema de Gestão Ambiental, voltado para uma indústria de materiais plásticos, apresentando os principais itens que compõe o modelo de gestão de acordo com a NBR ISO 14001/2004. Este estudo desenvolveu-se na Empresa de Plásticos Marau Ltda., no município de Marau (RS). Para sua elaboração, inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica relacionada ao tema, realizou-se vistorias na empresa a fim de analisar a situação real, como também para se ter uma perspectiva das características de cada setor da empresa. A ISO 14001/2004 é internacionalmente reconhecida e aplicável em qualquer tipo de organização ou setor industrial. A ISO se baseia em dois conceitos: Melhoramento contínuo e o cumprimento da regulamentação legal. Os resultados demonstram que a empresa pode observar mudanças de origem comportamental, de preocupação com o meio ambiente, e aberturas com o mercado internacional, além da consolidação dos atuais parceiros (clientes). Cumprida todas as fases da pesquisa, elaborou-se o termo de referência apresentando os requisitos necessários para que a empresa implemente o Sistema de Gestão Ambiental, onde as etapas de implantação estão especificadas através de um roteiro apresentado no trabalho. Palavras-chave: Gestão Ambiental. Indústria de Plásticos. ISO 14001.

LISTA DE FIGURAS Figura 01 Ciclo PDCA... 15 Figura 02 Empresa plastimarau... 30 Figura 03 Vista externa da Empresa... 30 Figura 04 Localização do município de Marau em relação ao Estado do RS... 31 Figura 05 Localização do Município de Marau em relação ao Planalto Médio... 31 Figura 06 Fluxograma do processo produtivo da empresa... 34 Figura 07 Produtos da produção 1 e 2... 35 Figura 08 Almoxarifado e matéria-prima... 36 Figura 09 Extrusora... 37 Figura 10 Gofradeira... 38 Figura 11 Impressora de 8 cores... 39 Figura 12 Impressora de 8 cores... 39 Figura 13 Sistema automático de lavagem da impressora... 40 Figura 14 Refiladeira... 41 Figura 15 Máquina de corte e solda... 42 Figura 16 Picotadeira... 43 Figura 17 Estocagem de material a ser expedido... 44 Figura 18 Prensa hidráulica... 47 Figura 19 Área de estoque de solvente sujo... 48 Figura 20 Organograma da empresa... 49

LISTA DE QUADROS Quadro 01 Definição para os vários tipos de resíduos sólidos... 18 Quadro 02 Requisitos legais aplicáveis... 23

LISTA DE TABELAS Tabela 01 Quantificação dos resíduos gerados pela plastimarau... 33 Tabela 02 Opções de destinação dos resíduos gerados... 45 Tabela 03 Opções de destinação dos resíduos gerados em setores dentro da empresa... 46 Tabela 04 Objetivos e metas da empresa... 54 Tabela 05 Planos de Ação... 55 Tabela 06 Plano de Ação para a Implementação do SGI... 57

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 1.1 Considerações Iniciais... 10 1.2 Justificativa... 11 1.3 Objetivos... 12 1.3.1 Objetivo Geral... 12 1.3.2 Objetivos Específicos... 12 1.4 Estrutura do Trabalho... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 14 2.1 Gestão Ambiental nas Empresas... 14 2.1.1 Definição da comunicação interna e externa... 16 2.2 Resíduos Sólidos... 18 2.3 Produção Limpa... 18 2.4 Sistema de Gestão Ambiental SGA... 19 2.5 Certificação ISO 14000... 21 2.5.1 Requisitos Legais... 22 2.6 Desenvolvimento Sustentável... 24 3 MÉTODO DE PESQUISA... 26 3.1 Pesquisa Bibliográfica... 26 3.2 Seleção da Empresa... 28 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS... 29 4.1 A Empresa... 29 4.2 Resíduos Gerados pela plastimarau e sua destinação... 32 4.3 Quantificação dos Resíduos Gerados pela plastimarau... 33 4.4 Processo de Produção... 34 4.5 Etapas da Produção... 35 4.6 Geração e Destinação de Resíduos pelos Equipamentos... 44 4.7 Estrutura Organizacional da plastimarau... 49 4.8 Sistema de Gestão Ambiental a ser Implementado na plastimarau... 50

9 4.9 Política da Empresa no Sistema de Gestão Ambiental... 51 4.10 Metodologia... 51 4.11 Planejamento... 52 4.11.1 Aspectos Ambientais... 52 4.11 Objetivos e Metas da Empresa para 2012... 54 4.12 Plano de Ação para a Implementação dos Objetivos... 55 4.13 Plano de Ação para a Implementação do Sistema de Gestão Ambiental... 57 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 59 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 60 ANEXOS... 62 Anexo 01 Licença de Operação FEPAM... 63 Apêndice 02 Tratamento de Resíduos Sólidos Aparas de Plástico... 66

1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações Iniciais O problema ambiental, já há alguns anos, têm uma importância cada vez maior na gestão das indústrias nos mais diferentes ramos. Essa importância decorre de razões como o cumprimento de legislação específica para que seu funcionamento possa ser licenciado por órgãos ambientais, bem como porque o comprometimento com o ambiente tem dado uma credibilidade maior da empresa em relação ao mercado consumidor. Nos últimos anos, o aspecto econômico das empresas passou a estar diretamente ligado às questões ambientais, de forma que os empreendedores deixaram de ver as despesas ambientais como mais uma carga de custos e passaram a visualizar o ambiente como uma nova forma de investimento, capaz de gerar lucros e benefícios econômicos, integrando seus processos produtivos à conservação ambiental (o autor). A relação entre meio ambiente e desenvolvimento está associada à necessidade da adoção de posturas fundamentadas na compreensão de qual deve ser o caráter do desenvolvimento adotado, analisando-se de forma integrada os custos sociais, econômicos e ambientais dele decorrentes. A busca de formas integradas de abordar as questões ambientais e do desenvolvimento levou à necessidade da criação de conceitos que permitissem trabalhar de forma harmônica estas duas questões (SEIFFERT, 2007). De acordo com Silva Filho (2008), a pressão exercida pelo mundo dos negócios provocou mudanças de comportamento de mercado, atingindo todos os setores de produção e de serviços, o que fez com que este se comprometesse com o meio no qual ela se encontra inserida, responsabilizando-se pelos seus processos, incluindo, nestes aspectos, a questão ambiental. Um dos problemas das empresas modernas é o de adaptar-se ao processo de necessidade de melhoria de desempenho ambiental ou correr o risco de perder espaços arduamente conquistados num mercado extremamente competitivo e globalizado, sendo imperativo aplicar princípios de gerenciamento ambiental condizentes com os pressupostos do desenvolvimento sustentável (SEIFFERT, 2007).

11 A adoção de um sistema de gestão ambiental na empresa e a adequação profissional dos colaboradores são fatores importantes para que se obtenham os resultados desejados no sentido de minimizar os problemas ambientais gerados pelas instituições, quaisquer que sejam as atividades que elas desenvolvam, dando-lhes uma dimensão mais sustentável em todos os seus aspectos. 1.2 Justificativa Os processos produtivos das organizações passaram a ser desenvolvidos de forma diferente nos últimos anos, de maneira a assumir maior responsabilidade com a geração de resíduos decorrentes das suas atividades, fazendo uso de práticas que as tornem mais sustentáveis e causem menor impacto ambiental. Através de uma aplicação mais efetiva da legislação ambiental, aliada às restrições que o mercado têm imposto às empresas de uma forma geral, a preocupação com a gestão do ambiente se tornou fator de competitividade entre instituições similares, o que fez com que as mesmas adotassem melhorias de processos e serviços, aliando, dessa forma, sustentabilidade econômica e sustentabilidade social e ambiental. O impacto ambiental gerado pelas indústrias em função do desenvolvimento econômico tem sido motivo de preocupação para os ambientalistas, bem como um grande problema a ser resolvido. Dessa forma, a ISO 1, na década de 1990, percebeu que era necessário desenvolver normas relativas ao meio ambiente, através da padronização dos processos utilizados pelas empresas que fizessem uso de recursos naturais e/ou causassem dano ao meio através dos resíduos gerados pelas suas atividades. No caso específico desta pesquisa, as embalagens plásticas produzidas pela empresa são destinadas à indústria de alimentos, sendo que a sua clientela, composta de grandes indústrias, apresenta um nível de exigência em excelência de produção e qualidade, de acordo com as normas do Ministério da Saúde. O objetivo é de que as mesmas, uma vez utilizadas para embalar alimentos, possam garantir ao consumidor final um produto saudável e 1 ISO International Organization for Standardization Organização Internacional para Padronização.

12 adequado ao consumo humano. A indústria em questão gera diversos tipos de resíduos, os quais podem vir a gerar impacto ambiental. Entretanto, a empresa dá aos mesmos diferentes destinações, como reciclagem, reutilização de alguns materiais, lavagem e reutilização de outros. Para que isso seja possível, a empresa tem adotado esses procedimentos e continua a buscar opções que a qualifiquem ainda mais com relação à concorrência. No entanto, ainda falta uma visão sistêmica, e muito ainda deve ser melhorado, razão pela qual esta pesquisa se justifica, à medida que busca o aperfeiçoamento contínuo dos procedimentos já implementados na empresa, bem como a identificação de melhorias que ainda possam ser utilizadas. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Elaborar propostas para uma indústria de embalagens plásticas para que a mesma possa obter a certificação ISO 14001, na busca de melhoria contínua de seu desempenho ambiental. 1.3.2 Objetivos Específicos Avaliar os processos produtivos desenvolvidos atualmente pela indústria. Verificar a destinação dos resíduos gerados pela empresa. Verificar quais as operações realizadas pela empresa e quais os procedimentos sustentáveis que ela adota. Analisar os impactos ambientais provocados pela atividade desenvolvida. Elaborar instruções ambientais para os aspectos mais significantes da Empresa. (Apêndice).

13 1.4 Estrutura do Trabalho A estrutura do trabalho é composta por cinco capítulos. No primeiro capítulo apresenta-se a introdução deste estudo, contemplando os seguintes itens: Considerações Gerais, Justificativa e Objetiva. Para a elaboração do Capítulo 2, foi realizada a Revisão de Literatura, onde foram abordados assuntos referentes à Gestão Ambiental e a Certificação ISO 14001, além de outros aspectos sobre as atividades específicas da empresa em questão, plásticos, cadeia produtiva e impactos do setor. O Capítulo 3 destinou-se ao Método de Pesquisa, descrevendo-se os métodos utilizados para o desenvolvimento do presente estudo. Além disso, apresenta-se o delineamento da pesquisa e as atividades realizadas junto à empresa estudada. O Capítulo 4 apresentou a empresa propriamente dita e os aspectos nos quais ela mantêm um processo produtivo adequado, com vistas a desenvolver uma atividade que esteja adequada às exigências ambientais de maneira a garantir seu perfeito funcionamento. Além disso, neste capítulo foram sugeridas adequações para que a indústria possa conseguir a Certificação ISO 14001, as quais estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro das instituições. Finalmente, o Capítulo 5 apresenta as conclusões a que chegou-se ao final do desenvolvimento deste estudo, tanto no que diz respeito aos aspectos teóricos, expostos no capítulo específico, como nas observações realizadas nas atividades da empresa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO O problema ambiental ganhou maior importância a partir da década de 1950, quando foi percebida a rápida queda da qualidade de vida em decorrência da degradação do ambiente. De início, não foram tomadas grandes ações, mas, aos poucos, foi sendo percebido que a natureza tinha condições limitadas de suportar a quantidade de poluentes que estava sendo emitida (OURA &SOUZA, 2007). Um sistema de gestão ambiental eficaz pode ajudar uma empresa a gerenciar, medir e melhorar os aspectos ambientais de suas operações. Pode levar a uma conformidade mais eficiente com os requisitos ambientais obrigatórios e voluntários. Pode ajudar as empresas a efetivarem uma mudança cultural, à medida que práticas gerenciais ambientais forem sendo incorporadas nas operações gerais do negócio (TIBOR & FELDMAN, 1996). Segundo Epelbaum (2004, apud OURA & SOUZA, 2007), o investimento em meio ambiente contribui para aumentar a vantagem competitiva, com resultados tangíveis eficiência operacional e intangíveis valor da marca e reputação. Tal resultado é reflexo de inúmeros fatores, dentre os quais se destacam o processo, o produto, o setor envolvido e os impactos ambientais correspondentes. 2.1 Gestão Ambiental nas Empresas As últimas décadas têm mostrado uma crescente preocupação por parte de todos os países com relação à preservação ambiental, de forma a influenciar as indústrias a buscarem soluções adequadas para que possam produzir bens de consumo sem que haja geração de impactos na natureza ou que, pelo menos, estes possam ser minimizados dentro de um determinado padrão e com a utilização de tecnologias limpas (OURA & SOUZA, 2007). Segundo Seiffert (2007), existe o entendimento de que a questão ambiental aliada ao esgotamento gradual da ideia do desenvolvimento a qualquer custo revela a urgência de uma perspectiva estratégica de planejamento. Semelhante constatação surgiu em virtude da necessidade de serem buscadas formas integradas de aliar a questão do desenvolvimento com

15 a preservação ambiental. As empresas têm uma grande responsabilidade no que diz respeito à conservação ambiental. Com relação a esse fator, o mercado consumidor exige cada vez mais dos fabricantes de seus produtos uma postura mais atuante e clara na preservação e conservação do meio ambiente (FRANKEMBERG, 2000). Neste sentido, a partir da década de 1990, as indústrias foram cevadas a adotar estratégias de responsabilidade social, administração empresarial e sistema de gestão ambiental, algumas criando, inclusive, mecanismos de divulgação de seu desempenho ambiental e código de conduta como forma de ter um diferencial competitivo no mercado (SILVA & SILVA, 2000). Em razão disso, a empresa vê a necessidade de adotar um sistema de gerenciamento para nortear as suas ações ambientais estratégicas, como mostrado na Figura abaixo: Figura 01 Ciclo PDCA Fonte: Google.

16 De acordo com Frankemberg (2000,), a conservação e preservação ocorrem através de ações que mostram ao público o comprometimento com a produção mínima de impacto ambiental. Em muitos casos, há a necessidade de a empresa se adequar a novos processos de produção, que incorpore novas políticas, onde está incluída a implantação de um Sistema de Gerenciamento Ambiental, através do qual são realizadas avaliações periódicas, quando é possível analisar e melhorar continuamente o desempenho da empresa. De acordo com Silva; Silva (2000), uma das vantagens competitivas com relação à questão ambiental está na certificação ambiental pela Comunidade Europeia e pelos padrões ambientais preconizados pelas normas ISO da série ISO 14000. Segundo Dias (2009), do ponto de vista empresarial, gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente. Em outros termos, é a gestão cujo objetivo é conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio onde se encontra a organização, ou seja, obter-se um desenvolvimento sustentável. 2.1.1 Definição da comunicação interna e externa A comunicação é responsável por abordar todas as informações relativas ao SGA que são geradas na empresa e promove e controla o fluxo de informações e conteúdos relacionados à sua atuação. A comunicação dentro sistema de gestão ambiental implementado nas empresas deve abranger todas as partes interessadas (órgãos governamentais, público externo e público interno), referente ao atendimento das demandas de informações sobre o sistema de gestão ambiental. A comunicação interna pode ser feita através de: 1 Palestras Nesta, podem ser feitos questionamentos, como: Como e por que implantar o SGA no nosso negócio? Por que adotaremos esta Política Ambiental e adotamos estes Objetivos e Metas visando cumprir essa Política? Quais são os aspectos e impactos ambientais do nosso negócio? Por que é importante para nós reduzir e mitigar os impactos ambientais negativos do nosso negócio?

17 2 Carta do Presidente Trata-se de uma peça de comunicação nominal a cada empregado, com o objetivo de demonstrar aos funcionários que a empresa está empenhada e comprometida com a implantação do SGA e a Certificação. 3 Slogan Para melhor envolvimento da proposta do SGA, pode-se fomentar um concurso para escolha do slogan de toda a campanha entre os colaboradores das empresas. 4 Cartilha Na Cartilha explicativa, é abordado o que é o SGA e a ISO 14.001, em linguagem simples, explicando a sua importância para a empresa e para os que trabalham nela. 5 Out-door O out-door deve conter: a Política Ambiental da empresa, os objetivos e metas fixados nos diversos setores, frases que promovam o SGA e a participação de todos, os resultados obtidos, revisões da Política, dos Objetivos e Metas. 6 Jornada pela Qualidade Ambiental Podem ser realizados seminários e debates. Desse modo, cada setor apresentará as dez principais mudanças trazidas pelo SGA dentro das Normas ISO 14001. Este material pode ser apresentado para os outros setores e em locais estratégicos da empresa. 7 Boletim interno Material usado pra informar continuamente os colaboradores do andamento da implementação do processo, bem como fazer com que estes também se comprometam com as novas ações ambientais. A comunicação externa pode ser feita através de: 1 Centro de Educação Ambiental os programas de implantação do SGA, a Política, Objetivos e Metas devem ser introduzidos e divulgados dentro dos programas já existentes de educação ambiental. 2 Informativo. 3 Convite A Organizações Não Governamentais para conhecer o Programa de Implementação do SGA da empresa.

18 2.2 Resíduos Sólidos De acordo com a Norma Brasileira NBR 10.004, da Associação Brasileiras de Normas Técnicas ABNT (2004), resíduos sólidos são aqueles que se encontram nos estados sólidos e semi-sólidos, resultantes de atividade industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Esta definição inclui, ainda, os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, os gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso intervenções técnicas e economicamente viáveis em razão da melhor tecnologia disponível. Quadro 01 Definição para os vários tipos de resíduos sólidos Tipos de Resíduos Sólidos Definição Chamado de lixo domiciliar, constituído de restos de Residencial alimentação, invólucros diversos, varredura, folhagem, ciscos e outros. Proveniente de diversos estabelecimentos comerciais, como escritórios, lojas, hotéis, restaurantes, supermercados, Comercial quitandas e outros. É constituído principalmente de papel, papelão, plástico, caixa, etc. Resultante de diferentes áreas da indústria e, portanto, de Industrial constituição muito variada. Constituído de resíduos das mais diferentes áreas do Serviço de Saúde estabelecimento: refeitório e cozinha, área de patogênicos, administração, limpeza e outros. Lixo constituído por resíduos e materiais produzidos Especial esporadicamente como: folhagens de limpeza de jardins, restos de poda, animais mortos, entulhos etc. Proveniente de varrição regular das ruas, conservação da limpeza de núcleos comerciais, limpeza de feiras, Feira, Varrição e Outros constituindo-se de papéis, cigarros, invólucros, restos de capinação, areia, ciscos e folhas. Fonte: Classificação dos Resíduos Sólidos (SCHALCH, 1991). 2.3 Produção Limpa O conceito de Produção Limpa foi criado nos Estados Unidos a partir de 1993, a partir

19 do qual outros programas foram sendo implantados em diferentes países, especialmente na Europa, o que impulsionou os debates sobre as normas técnicas, entre as quais, a ISO 14000, principalmente no que se refere à gestão ambiental, rotulagem ambiental e procedimentos para concessão de selo verde, auditoria, gestão e avaliação do desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida de produtos, definições e procedimentos para a introdução de elementos ambientais nas normas de produtos (SILVA & SILVA, 2000). Segundo Barbieri (2004, apud Oura; Souza, 2007), do ponto de vista ambiental, as soluções voltadas exclusivamente para o controle da poluição são fundamentais, porém, insuficientes, na medida em que atuam apenas sobre a poluição. A abordagem de controle da poluição caracteriza-se pelo estabelecimento de práticas para impedir os efeitos decorrentes da poluição gerada por um dado processo. Em geral, este tipo de abordagem tem o objetivo de atender às exigências estabelecidas nos instrumentos de comando e controle aos quais a empresa está sujeita. A poluição provocada pelas indústrias a nível mundial é resultante de processos de produção ineficientes. Através da inovação tecnológica, vários setores colaboraram no sentido de eliminar o problema de impacto ambiental do processo produtivo, reduzindo custos e aumentando a competitividade (OURA & SOUZA, 2007). Com relação à prevenção da poluição ou de geração de resíduos, a empresa atua de forma direta sobre os produtos e processos, com o objetivo de poupar materiais e energia. Dessa forma, uma ação de prevenção combina dois fatores ambientais: o uso sustentável dos recursos e o controle da poluição (OURA & SOUZA, 2007). 2.4 Sistema de Gestão Ambiental SGA Para que as empresas possam conseguir a certificação, precisam estar enquadrados na norma ISO 14001. O Regulamento Europeu foi publicado em 1993, e através dele foram estabelecidas Políticas e Sistemas de Gerenciamento Ambiental. Silva & Silva (2000, p. 59), mostram que vários pontos devem ser considerados quando se pretende implantar um sistema de gestão ambiental nas empresas, como: aceitação política da estratégia, mudanças organizacionais e sociais internas, levantamento de

20 programas de incentivos fiscais, aprender a ouvir a opinião de consumidores, da comunidade e de outras organizações, treinamento e educação para os funcionários, análise de viabilidade técnico-econômica e revisão da legislação vigente. A implantação de um sistema de gestão ambiental pode encontrar algumas barreiras, as quais podem ser contornadas através de algumas ações da gerência que avalia a mudança de sistema, capacitação e treinamento técnico para as equipes de colaboradores de forma a minimizar os riscos ambientais, colaboração e participação de todos nos nossos processos industriais, avaliação econômica periódica demonstrando que a adoção de novos métodos trouxe benefícios financeiros à empresa. Segundo Ribó (2000, p. 14), existem várias semelhanças entre a Norma ISO 14001 e o Regulamento da União Européia. O que as diferencia é a necessidade de uma Declaração Ambiental, realizada periodicamente e que informe a respeito das Políticas, dos programas e sobre as ações ambientais da empresa. O desenvolvimento do SGA tem como objetivo apresentar as necessidades, implicações e responsabilidades da empresa com relação ao impacto ambiental causa pela mesma através dos seus processos de produção (RIBÓ). Inicialmente é realizada uma avaliação ambiental inicial, que é composta por uma revisão de todas as atividades da empresa, que aborda os seguintes itens: a) identificação da legislação aplicável e seu cumprimento para produtos, processos e instalações; b) gerenciamento das emissões atmosféricas quanto a sua geração, minimização e tratamento; c) gerenciamento de resíduos sólidos quanto a sua geração, minimização e tratamento; d) gerenciamento e efluentes líquidos quanto a sua geração, minimização e tratamento; e) operações de manutenção; f) otimização dos recursos energéticos, água e uso de matérias primas, embalagens, etc.; g) gerenciamento do nível de ruído interno e externo, programas de controle e redução; h) considerações ambientais no projeto de novos produtos, processos ou instalações; i) planos de emergência e proteção ambiental em casos de emergência; j) avaliação do comportamento ambiental de fornecedores e subcontratados; k) política de informação e de formação para o pessoal. l) política de comunicação interna e externa (RIBÓ, 2000, p. 15-6).

21 Realizada a avaliação inicial, são definidos os princípios da política ambiental da empresa e os documentos que irão permitir que o sistema de gestão ambiental seja implantado. Nesta fase, é elaborado o projeto e estrutura do SGA e analisada a possibilidade de integrá-lo com outros que a empresa já possa dispor. Além disso, são feitos: os registros dos efeitos ambientais de acordo com a legislação vigente, elaboração de um manual de gestão ambiental com definição de objetivos para melhoria contínua; a estrutura do manual de gerenciamento ambiental, os procedimentos de trabalho para a realização das atividades da empresa e a preparação da documentação e registro de controle das atuações ambientais (RIBÓ, 2000). como: Segundo Ribó (2000), o Sistema de Gerenciamento Ambiental traz alguns benefícios, a) conhecimento exato da situação; b) segurança no cumprimento da legislação; c) controle e tratamento das emissões para o meio ambiente; d) mecanismos e programa de melhoria contínua da atuação ambiental; e) mínimo Impacto Ambiental de produtos e processos: produção mais limpa, economia e redução do consumo de água e energia e minimização da geração de resíduos; f) Imagem e prestígio frente a clientes, empregados, administrações, sociedade em geral. g) Economia e rentabilidade econômica (RIBÓ, 2000, p. 17). O setor administrativo da empresa deve analisar o SGA em momentos críticos como na implantação, identificando possíveis erros bem como quando o sistema já estiver instalado verificando a segurança e a continuidade do mesmo. Suas formas de análise devem voltadas principalmente para o lado financeiro evitando quaisquer abusos de valores. Profissionais habilitados para esse fim deverão expor à administração da empresa os resultados e os processos já instalados na empresa para a implantação do SGA. 2.5 Certificação ISO 14000 Segundo Reis (1995), a ISO, International Standardization Organization, é uma organização não-governamental sediada em Genebra, fundada em 23 de fevereiro de 1947

22 com o objetivo de ser o fórum internacional de normatização, para o que atua como entidade harmonizadora das diversas agências nacionais. As normas ISO 14000 são baseadas em um fundamento bem simples: Um melhor gerenciamento do meio ambiente levará a um melhor desempenho desse meio ambiente, a uma maior eficiência e a um maior retorno dos investimentos (TIBOR & FELDMAN, 1996). No Brasil, a única representante da ISO e um dos seus fundadores é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), também reconhecida pelo governo brasileiro como Fórum Nacional de Normalização (DIAS, 2009). De forma geral, as normas ISO 14000 estão relacionadas a processos e não a desempenho. Isso significa que a mesma não determina para as empresas o desempenho ambiental que elas devem alcançar. Ela oferece elementos de um sistema que as ajudará a alcançar suas próprias metas. O pressuposto básico é que uma melhor gestão ambiental levará indiretamente a um melhor desempenho ambiental (TIBOR & FELDMAN, 1996). As normas ISO 14000 desenvolveram-se rapidamente em função da crescente proliferação de normas e iniciativas voluntárias de gestão ambiental, que foram sendo desenvolvidas pelos segmentos industriais e governos (TIBOR & FELDMAN, 1996). Se não houvesse uma norma internacional comum, as empresas poderiam ser forçadas a lidar com muitos sistemas separados e possivelmente incompatíveis para cada país com o qual tivessem relações comerciais, o que aumentaria o custo dessas transações, impondo barreiras comerciais (TIBOR & FELDMAN, 1996). As atividades reguladas pelas normas ISSO 14000 se destinam a uma área muito ampla, e o seu rápido desenvolvimento deveu-se, em parte, como resposta à crescente pressão que se impôs sobre as empresas para que demonstrassem maior cuidado com o meio ambiente e responsabilidade. Essa pressão veio dos governos, do público, dos acionistas, de instituições financeiras, grupos com preocupações ecológicas, além de outros (TIBOR & FELDMAN, 1996). 2.5.1 Requisitos Legais As normas legais são referências obrigatórias para as empresas que pretendem

implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A violação das normas legais ou seu desconhecimento afetam de forma significativa os investimentos das empresas, além de afetar sua capacidade de intervenção no mercado (DIAS, 2009). A norma ISO 14001 ABNT (2004), determina que a organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento para identificar e ter acesso à legislação aplicável e outros requisitos por ela subscritos aplicáveis aos aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços. O atendimento a esse requisito apoia o compromisso político da empresa, com a conformidade legal, e é indispensável ao SGA. Desta forma, a instituição deve identificar e ter acesso aos requisitos legais vigentes relativos ao Meio Ambiente. Com a avaliação dos requisitos legais regulamentares para a empresa, foi elaborado o Quadro 02, de identificação das leis, decretos, resoluções e normas referentes ao seu segmento. Quadro 02 Requisitos legais aplicáveis Legislação / Regulamento Constituição Federal do Brasil 1988 Lei 4.771/65 Decreto-Lei 1413/75 Lei 9.344/97 Lei 9.966/00 Lei 9.605/98 Lei 6.938/81 Lei 9.503 Lei 6.803/90 CONSEMA 128 NBR 10.004 NBR 11.174 NBR 12.235 Resolução CONAMA 001/86 Resolução CONAMA 002/90 Resolução CONAMA 237/97 Resolução CONAMA 001/90 Decreto 99274/ Lei 11520/00 Portaria GM 124/80 23 Descrição Cap. VI Meio Ambiente Código Florestal Controle de Poluição do Meio Ambiente Política Nacional de Recursos Hídricos Prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por substâncias nocivas Lei de Crimes Ambientais Política Meio Ambiente Poluição Sonora Código de Trânsito Zoneamento Industrial Efluentes Líquidos Classificação de Resíduos Armazenamento de Resíduos Classes II e III Resíduos Perigosos Avaliação de Impacto Ambiental Programa de Silêncio Licenciamento Ambiental Ruído Criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente Código Estadual do Meio Ambiente Estabelecem normas para a localização de indústrias potencialmente poluidoras junto às coleções hídricas Dentre as principais legislações e regulamentos apresentados no Quadro 02, entendese que todos estes requisitos direta ou indiretamente afetam a organização. As NBR 10.004 e 11.174, que tratam de classificação e armazenamento de resíduos devem receber um

24 tratamento diferenciado por representar relevância na gestão ambiental. 2.6 Desenvolvimento Sustentável O termo desenvolvimento sustentável define que o atendimento às necessidades do presente não deve comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem as suas (SEIFFERT, 2007). A partir do surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, passou a existir uma concepção cada vez mais articulada que procura condicionar a busca de um novo modelo de desenvolvimento aliado à noção de conservação do meio ambiente. Uma questão que é importante compreender diz respeito à definição dos conceitos correlatos utilizados na discussão da relação meio ambiente e desenvolvimento. Uma distinção importante envolve os conceitos de preservação e conservação, os quais estão diretamente relacionados com os pressupostos do desenvolvimento sustentável. No conceito de preservação está implícito o uso racional de um recurso qualquer, o que pressupõe manejo de forma a obter rendimentos economicamente viáveis, garantindo, entretanto, sua renovação e auto-sustentação. Por sua vez, preservar apresenta um sentido bem mais restrito, significando a ação de proteger, contra a destruição, dano ou degradação, um ecossistema, uma área geográfica definida ou as espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção (SEIFFERT, 2007). No desenvolvimento sustentável, as relações entre ambiente e desenvolvimento estão integradas. Entretanto, existe também a preocupação de que as políticas de desenvolvimento e o planejamento integrado das atividades setoriais levem em consideração os limites existentes para a renovação dos recursos naturais. Isso faria com que os padrões ambientais fossem estabelecidos em bases ecológicas a partir da noção de capacidade de suporte dos ecossistemas. Isso evidencia que todo processo de análise e realização de intervenções no meio ambiente deve ser executado através de uma ótica globalizante e integradora, o qual servirá para a estruturação de um sistema de gestão descentralizado e participativo (SEIFFERT, 2007). No que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, com relação ao setor industrial, este ocorre através da adoção de processos e produtos ambientalmente corretos, ou limpos, por meio de esforços reais de pesquisa e desenvolvimento e da difusão destes esforços

25 (SEIFFERT, 2007). Com o surgimento das normas ISO 14000, procurou-se desenvolver uma abordagem organizacional que levasse a uma gestão ambiental efetiva. Esse conjunto de normas resultou de um processo que foi evoluindo ao longo de inúmeras discussões sobre os problemas ambientais, que buscavam uma forma de levar soluções ao ambiente produtivo (SEIFFERT, 2007).

3 MÉTODO DE PESQUISA 3.1 Pesquisa Bibliográfica A metodologia de execução do trabalho é a forma de pesquisa e avaliação a ser utilizada tendo como meta principal identificar o que mais se adapta aos objetivos estabelecidos para o seu desenvolvimento. Assim, pode-se escolher um procedimento para abordar determinado problema, sendo que este, de acordo com a necessidade, pode fazer uso de diferentes métodos (FICAGNA et al, 2008). Dessa forma, a metodologia faz com que diversas etapas sejam seguidas para chegar à meta estabelecida, através de procedimentos técnicos e teóricos para o desenvolvimento do estudo que se deseja aprofundar. Assim, auxilia a encontrar uma resposta aos objetivos e problemas apresentados, escolhendo a melhor forma de fazê-lo (GIL, 2002). O presente trabalho apresenta os seguintes aspectos: Levando-se em consideração a abordagem do problema, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa, uma vez que Os estudos qualitativos podem descrever a complexidade de determinado problema e a interação de certas variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de dado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos (DIEHL; TATIM, 2004, p.52). exploratória, Levando-se em consideração o objetivo geral, a pesquisa classifica-se como [...] que tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Na maioria dos casos envolve o levantamento bibliográfico, a realização de entrevista com pessoas que possuem experiência prática com o problema pesquisado e a análise de exemplos que estimulem a compreensão (DIEHL; TATIM, 2004, p.53-4).

27 De acordo com Diehl; Tatim (2004), com relação à coleta de dados, esses podem ser obtidos de diferentes formas para o desenvolvimento de uma determinada pesquisa. Estas técnicas precisam ser escolhidas de acordo com a finalidade a que a pesquisa se propõe, lembrando sempre que todas as técnicas apresentam vantagens e limitações. Dessa forma, deve-se escolher a que melhor se adequar à situação. Para coleta de dados bibliográficos foram utilizados dados obtidos de livros, jornais, publicações avulsas, teses e meios eletrônicos. Nesse sentido, pode-se descrever esse método da seguinte forma: b) Pesquisa bibliográfica de fonte secundária, abrange toda bibliografia pública com relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., incluindo meios de comunicação orais, como rádio, gravações em fitas magnéticas ou audiovisuais (filmes, televisão). A finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre certo assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos de alguma forma (FICAGNA et.al., 2007, p. 94). Partindo-se desse conceito de pesquisa bibliográfica, e para melhor chegar aos objetivos propostos para este trabalho, foram realizadas pesquisas voltadas primeiramente às questões de gestão ambiental e de certificação ISO 14001. Após, procurou-se verificar os aspectos da empresa Plastimarau no que diz respeito à geração de resíduos, reaproveitamento de materiais e processos de produção que podem ser aperfeiçoados com a adoção de novas técnicas ou procedimentos com o objetivo de conseguir a certificação ISO 14001 para a mesma. A variável principal do estudo é verificar a possibilidade de obtenção da certificação ISO 14001 para a empresa Plastimarau, partindo das práticas já adotadas pela mesma no sentido de desenvolver processos produtivos de uma forma ecologicamente correta, visando a sustentabilidade do ambiente, reaproveitamento de materiais e o comprometimento ambiental responsável da empresa com o meio onde se encontra instalada. Com relação à parte prática, o processo produtivo da empresa foi acompanhado pelo pesquisador, o que possibilitou uma visão bastante detalhada das tarefas, decisões e atuação da engenharia ambiental neste setor, no tratamento e destinação de resíduos e da forma como é feito por uma grande empresa, o que pode demonstrar que a questão ambiental está muito

clara para a empresa, mostrando um ponto positivo nas questões de importância com um meio ambiente saudável e correto. 28 3.2 Seleção da Empresa A escolha da empresa deu-se em decorrência de ter sido a mesma onde foi desenvolvido o Estágio Obrigatório do Curso de Engenharia Ambiental. A Plastimarau é uma empresa sediada no município de Marau (RS) e tem suas atividades ligadas à produção de embalagens plásticas destinadas à indústria de alimentos, seguindo, portanto, uma série de procedimentos de fabricação e higiene preconizados para este tipo de produto. Trata-se de uma empresa que procura oferecer produtos trabalhando em ambiente ISO 9001:2008, com 40 anos de experiência na produção de embalagens plásticas flexíveis, utilizando tecnologias diferenciadas e avançadas, assim como novas tendências do mercado para que nossos produtos tenham alta resistência e alta degradação quando descartadas. No Capítulo 4 a empresa será abordada de forma mais detalhada, podendo-se, desta forma, dispor de um panorama geral das atividades desenvolvidas pela mesma. Neste capítulo também serão demonstrados dados referentes aos seus processos, fontes geradoras de resíduos sólidos, tipicidade e quantidade de resíduos gerados.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1 A Empresa A empresa está situada no município de Marau, localizado na Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, sendo pólo regional de Desenvolvimento da região. O município está localizado a 269 km de Porto Alegre, 28 km de Passo Fundo e 190 km de Caxias do Sul. O município de Marau limita-se ao Norte com Passo Fundo e Mato Castelhano, ao Sul, com Vila Maria, Camargo e Soledade, ao Leste com Gentil e Santo Antônio do Palma, a Oeste com Nicolau Vergueiro, a Noroeste com Ernestina e a sudoeste, com Ibirapuitã. A empresa está localizada a uma latitude 28º26 56 sul e a uma longitude 52º12 00 oeste, estando a uma altitude de 571 metros. A população do município, estimada em 2010 é de 36.383 habitantes. A cidade, sede do município, está a 650 metros de altitude e o clima define-se como temperado. A empresa já se enquadrou nas normas e diretrizes da ISO 9000 (Sistema de Gestão da Qualidade), 9001(Requisitos), 9004 (Diretrizes para melhoria de desempenho) e 19011 (Diretrizes para auditorias de SGQ e de Gestão Ambiental). A empresa plastimarau encontra-se localizada na rodovia RS 324, contorno rodoviário 161, no município de Marau (RS). O atendimento da empresa é realizado através do fone/faz (54) 3342-2777 ou através do site www.plastimarau.com.br. Sua localização no estado e na região pode ser observada nas figuras a seguir. A área abrangida pela empresa é de 30.240 m 2, sendo que desta, 3.526,71 m 2 é de área construída. A empresa trabalha com os mais diversos segmentos, produzindo embalagens plásticas flexíveis, sacos lisos ou impressos, filmes, bobinas, nas mais diversas estruturas. O processo de fabricação é o processamento de polietileno (PE) de baixa, média e altas densidades. Soma-se a isso a conversão de materiais laminados, metalizados, Polipropileno (PP), Polipropileno bi-orientado (BOPP), Poliéster e outros. Além disso, o aprimoramento dos colaboradores é de suma importância, com uma equipe qualificada e treinada e a melhoria

constante em seus processos, a empresa vem se destacando no segmento de embalagens flexíveis. 30 Figura 02 Empresa plastimarau Fonte: Arquivo pessoal do autor. Figura 03 Vista externa da Empresa Fonte: Arquivo pessoal do autor.

31 Figura 04 Localização do município de Marau em relação ao Estado do RS Fonte: Arquivo pessoal do autor. Figura 05 Localização do Município de Marau em relação ao Planalto Médio Fonte: Arquivo pessoal do autor.

32 A empresa plastimarau iniciou suas atividades em 24/10/1967, com a denominação inicial de Colussi e Balbinot & Cia Ltda., localizada na Avenida Júlio Borella na cidade de Marau (RS), mas logo após passou a chamar-se Plastimar. Em 03/11/1970 tornou-se Indústria de Plásticos Marau Ltda. adotando o nome fantasia de Plastimarau. Posteriormente, o nome fantasia passou a ser marca registrada plastimarau. A partir de então, a indústria fabrica embalagens plásticas flexíveis, desde a extrusão até a expedição. A plastimarau é uma empresa que procura oferecer produtos trabalhando em ambiente ISO 9001:2008, com 40 anos de experiência na produção de embalagens plásticas flexíveis, utilizando tecnologias diferenciadas e avançadas, assim como novas tendências do mercado para que seus produtos tenham alta resistência e alta degradação quando descartadas. São realizadas viagens pelo Brasil com o objetivo analisar as tendências do mercado, verificando as necessidades dos clientes de cada região para buscar personalizar os produtos oferecidos, mantendo, assim, uma estreita e ótima relação com cada cliente. Atualmente, a linha de produtos fabricada ainda não é exportada para outros países. A plastimarau tem plena consciência da importância da preservação do meio ambiente, e para isso, se preocupa e passa essa consciência para seus funcionários, com vistas à preservação das riquezas da região onde se encontra instalada. 4.2 Resíduos Gerados pela plastimarau e sua destinação Tintas: As bases são enviadas pelo fornecedor e desenvolvidas as cores necessárias na empresa em quantidades necessárias para produção, não gerando resíduo. Baldes de tintas: São devolvidos para fornecedor ou enviado para lavagem na empresa Limpel Comércio & Prestadora de Serviços Ltda., CNPJ: 39.024.510/001-02 e Licença de Operação nº 004759-0567/07-8. Solventes: O solvente é enviado para reciclagem e reutilizado no processo para limpeza de peças e clichês pela Empresa: Tecnotiner Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda., CNPJ: 50.774.200/001-90 e Licença de Operação nº 005971-0567/08-1. Panos: São recolhidos e lavados, retornando para a empresa para serem utilizados. Essa operação é feita pela Empresa Alsco Toalheiro Brasil Ltda., CNPJ: 33.325.184/0020-81

33 e Licença de Operação nº 016294-0567/08-0. Aparas: São os resíduos do processo produtivo. Esses materiais são reutilizados novamente em outro produto, ou remetidos para empresas que utilizam desse material para produzir outros materiais, como por exemplo, mangueiras. Essa atividade é desenvolvida pela Empresa Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda., CNPJ: 61.326.520/001-66 e Licença Operacional nº 009223-0567/07-1. Água: A água utilizada para resfriamento das máquinas durante o processo é recolhida, passa por uma torre de resfriamento e retorna para as máquinas. Deve-se ressaltar que esta água não entra em contato com a embalagem e é toda aproveitada. O restante dos resíduos (lixo) é recolhido através da coleta seletiva da Prefeitura Municipal. 4.3 Quantificação dos Resíduos Gerados pela plastimarau A tabela 01 apresenta uma estimativa da quantificação dos resíduos gerados pela empresa durante o seu processo de produção. Tabela 01 Quantificação dos resíduos gerados pela plastimarau Descrição Total/ano Média/mês Aparas (industrialização) 262.114,00 kg 29.123,77 kg Aparas (venda) 161.285,00 kg 17.920,55 kg. Solvente (industrialização) 32.800,00 kg 3.644,44 kg. Baldes 7.060,00 unidades 784,44 unidades Sucata papel 12.980,00 kg 1.442,22 kg Sucata PVC 1.050,00 kg 116,66 kg Fonte: A empresa, 2011. Com relação à energia elétrica, são utilizados três geradores de capacidade de 450 kva cada um, os quais são ligados automaticamente no horário de maior pico, que é das 18:00 h até às 21:00 h. Os três geradores funcionam concomitantemente. Quanto às lâmpadas metade são do tipo econômicas e o restante são normais, dependendo da luminosidade desejada em cada setor.

34 4.4 Processo de Produção Como em todas as indústrias, a plastimarau segue uma ordem de atividades que são executadas para que o processo produtivo se dê corretamente e que seja, desta forma, otimizado, fabricando um produto de excelente qualidade. Na figura 05 pode ser observada como é realizada a sequência de operações. Figura 06 Fluxograma do processo produtivo da empresa Fonte: plastimarau No processo 1 são gerados os produtos no qual a qualidade é mantida dentro da legislação estadual da Vigilância Sanitária Portaria SVS/MS n o 326, de 30/07/97, em função de as embalagem serem de uso exclusivos para alimentos. No processo 2 são gerados produtos que servem para utilização de proteção ou isolamento, são plásticos que não passam por pinturas, corte e solda são bobinas na qual o material é somente de cor única.

35 LAC R Figura 07 Produtos da produção 1 e 2 Fonte: plastimarau 4.5 Etapas da Produção Inicialmente, os materiais como matéria-prima, tintas, solventes e outros são recebidos dos fornecedores e descarregados diretamente no almoxarifado, onde ficam armazenados até o momento da utilização para a fabricação das embalagens flexíveis, quando, então, são removidos deste local por um funcionário. Para garantir a segurança da empresa, bem como dos seus colaboradores e funcionários, estes são treinados a fazerem uso de EPI, pois parte dos materiais deste setor são inflamáveis e tóxicos.

36 Figura 08 Almoxarifado e matéria-prima Fonte: Arquivo pessoal do autor Na primeira etapa do processo de produção das embalagens, a matéria prima vem do almoxarifado onde passa a ser transformada em lâmina plástica de várias cores e tamanhos. O setor de extrusão é o local onde a matéria-prima (polietileno) é transformado no plástico propriamente dito. O polietileno vem em pequenos grânulos que são processados através da extrusora em filme plástico. Esta é composta por um funil onde o mesmo é depositado e transportado através de uma rosca que fica dentro de um canhão até um filtro, onde as impurezas ficam retidas. Esse canhão e rosca são aquecidos por resistências elétricas, entre 180 a 220. Depois disso, o material extrusado é conduzido pela matriz vertical, que vai dar a ele a forma de balão. Esse balão é inflado com ar internamente, e externamente usa-se o ar para resfriar e manter o balão estável. Ao passar por estas etapas, o filme é conduzido pelos rolos puxadores até o embobinador, onde é enrolado de acordo com as dimensões especificadas. É nesse embobinador que fica o dispositivo de tratamento corona. Isso serve para preparar o plástico para ser impresso. Atualmente são extrusados polietileno de baixa, média e alta densidade, observando a uniformidade do produto.

37 Figura 09 Extrusora Fonte: Arquivo pessoal do autor Na área representada pela Figura 10, faz-se a Gofragem. Neste processo, após as bobinas extrusadas, o filme é aquecido para deixá-lo em alto relevo, em forma de diamante ou pirâmide, resfriado e embobinado novamente. Este filme é usado nas bandas de recapagens para proteção da banda entre a fábrica e a recapadora. Nesta área o único resíduo gerado são aparas de plástico que são armazenadas em um depósito de aparas. Após, este resíduo é prensado, ficando em forma de fardos para seu destino final.

38 Figura 10 Gofradeira Fonte: Arquivo pessoal do autor O setor de impressão consiste na transferência mecânica de tinta para o substrato, através de um clichê que entra em contato com um rolo entintado. Esse clichê é feito de um polímero e deve ser um para cada cor. Ele é fixado em um cilindro, que baseado no tamanho da embalagem desejada vai ter um diâmetro maior ou menor. Atualmente a empresa trabalha com impressão em até 8 cores padrão pantone, com qualidade e perfeita definição de imagens, que são as definidas pelos clientes para a identificação dos seus produtos. A empresa trabalha com duas impressoras geerless com sistema BST (sistema de visualização e conferência de cor), sistema de troca automática de bobinas, funcionando com velocidade de até 450 m/min. Os resíduos gerados neste setor são panos utilizados para limpeza, solventes para a lavagem dos clichês e baldes de tintas.

39 Figura 11 Impressora de 8 cores Fonte: Arquivo pessoal do autor Dando continuidade à figura anterior, a figura 11 mostra as partes que mais necessitam de solventes para remoção de resíduo de tinta. São partes do equipamento da foto anterior, as quais são removidas para limpeza e posterior reutilização. Em função da grande preocupação e responsabilidade com o meio ambiente foi adotado um sistema de lavagem automático das facas e anilox, minimizando o tempo dos funcionários reduzindo riscos de saúde aos mesmos, redução de solventes, tintas e panos que eram utilizados na limpeza da mesma. Figura 12 Impressora de 8 cores Fonte: Arquivo pessoal do autor

40 As bombas demonstradas na figura abaixo foram instaladas com o objetivo de realizar uma produção mais limpa, na qual há maior economia de solvente e mão-de-obra no momento da limpeza do sistema (entre anilox e depósito de tinta) dos bicos. Figura 13 Sistema automático de lavagem da impressora Fonte: Arquivo pessoal do autor A figura14 a seguir demonstra o setor de acabamento, máquina rebobinadeira, parte do processo onde as bobinas-mãe são transformadas em bobinas menores, empacotadas conforme a exigência de cada cliente, e encaminhadas para o estoque. Nesta etapa o resíduo gerado são aparas, as quais são armazenados em gaiolas pra posterior descarte.

41 Figura 14 Refiladeira Fonte: Arquivo pessoal do autor No setor de corte e solda, demonstrada pela figura 15, as embalagens são soldadas e cortadas de acordo com o padrão estabelecido pelo cliente e de acordo com a finalidade a que será utilizada. Nesta máquina as bobinas serão transformadas em sacos plásticos, os quais são feitos por intermédio de um cabeçote aquecido que corta e solda a embalagem ao mesmo tempo. Estas embalagens são empacotadas conforme a exigência de cada cliente.. Atualmente são produzidos os tipos de solda lateral, fundo, bainha e pouch. O resíduo gerado neste setor é poluição atmosférica.

42 Figura 15 Máquina de corte e solda Fonte: Arquivo pessoal do autor Na picotadeira, a bobina é marcada por uma faca serrilhada dando origem a pequemos cortes onde o cliente faz o destaque manual das folhas (sacos da fruteira). Após picotada, esta bobina passa para o setor de rebobinadeira para ganhar acabamento final. Neste setor não gera resíduos.

43 Figura 16 Picotadeira Fonte: Arquivo pessoal do autor No setor de expedição, as embalagens já se encontram prontas para serem entregues aos clientes, onde são armazenadas no máximo por 15 dias. As entregas são efetuadas com caminhão próprio e transportadoras credenciadas. Neste setor, o resíduo mais gerado são rolos de fitas que são utilizado para lacrar as embalagens, pouco papelão e alguns estrados de madeira que se quebram, sendo substituídos por novos.

44 Figura 17 Estocagem de material a ser expedido Fonte: Arquivo pessoal do autor 4.6 Geração e Destinação de Resíduos pelos Equipamentos Na tabela 2 e 3 mostra qual o tipo, classe, tratamento e destinação de resíduo é produzido no processo de produção das embalagens plásticas.

45 Tabela 02 Opções de destinação dos resíduos gerados Tipo de resíduo produzido Máquina Resíduo Classe Tratamento Destinação Extrusora Carnevalli 90mm Gofradeira Impressora Thunder BB4 1100DBS Rebobinadeira Corte e solda Picotadeira Extrusora Carnevalli 90mm Fonte: A empresa, 2011. Filme plástico Aparas de plástico Panos, solventes, tinta e baldes Aparas de plástico Aparas de plástico Aparas de plástico Filme plástico Resíduos Não Perigosos (Classe II) Resíduos Não Perigosos (Classe II) Resíduos Perigosos (Classe I) Resíduos Não Perigosos (Classe II) Resíduos Não Perigosos (Classe II) Resíduos Não Perigosos (Classe II) Resíduos Não Perigosos (Classe II) Reciclagem Reciclagem Reciclagem Reciclagem Reciclagem Reciclagem Reciclagem Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda. Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda. Tecnotiner Ind. Com. Produtos Químicos Ltda. Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda. Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda. Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda. Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos Ltda.

46 Tabela 03 Opções de destinação dos resíduos gerados em setores dentro da empresa Tipo de resíduo produzido Setor Tipo de resíduo Acondicionamento Frequência da retirada Destino Responsável Restos de Cozinha e Banheiro alimentos e Lixeiras plásticas, No mínimo 03 vezes ao resíduos revestidas Serviço público, duas dia ou sempre que sanitários internamente com vezes por semana necessário (papel sacos plásticos Faxineira higiênico) Almoxarifado Resíduos de papel. Lixeiras plásticas, revestidas internamente com sacos plásticos, e tampa. Diária ou sempre que necessário. Manutenção Metais Caixa Mensal Fonte: A empresa, 2011. Depositado próximo à área das aparas e enviado para sucateiro credenciado. Depositado próximo a área das aparas e enviado para sucateiro Serviços Gerais Almoxarife

47 Figura 18 Prensa hidráulica Fonte: Arquivo pessoal do autor A figura 18 mostra como é feito o processo de estocagem e armazenamento do mesmo. Este resíduo (aparas) que sai direto das máquinas e são colocados dentro de sacos transparentes para facilitar a separação, logo após serem prensados, ficam estocados pelo menos uma semana até alcançarem um volume estimado de uma carga de caminhão, momento em que ele é mandado para a empresa, Valim Beneficiamento de Sucatas de Plásticos LTDA. CNPJ: 61.326.520/001-66 Licença Operacional: 009223-0567/07-1 que faz o processo de reciclagem. Do material reciclado, uma parte (material puro), o material só de uma cor ou incolor, retorna à fábrica como matéria prima e a outra parte dos resíduos que já tinham sido impressos fica para a empresa responsável pelo recolhimento e é reutilizado para a fabricação de outros tipos de produtos, (mangueiras). A figura19 mostra a área de estoque dos solventes que foram utilizados para a limpeza dos equipamentos são armazenados temporariamente, até que a empresa responsável pela sua reciclagem venha recolher este material. Este solvente passa por um processo de limpeza, retornando à empresa para nova utilização de serviços de limpeza, não mais servindo para a fase de impressão, quando sempre é utilizado solvente novo.

48 Já os baldes de tintas são devolvidos para fornecedor ou enviado para lavagem na empresa Limpel Comércio & Prestadora de Serviços LTDA. CNPJ: 39.024.510/001-02. Licença de Operação 004759-0567/07-8, de onde retornam limpos. Da mesma forma, os panos são recolhidos e lavados, retornando para a empresa para serem utilizados. A empresa responsável por essa atividade é a Alsco Toalheiro Brasil LTDA.CNPJ: 33.325.184/0020-81 Licença de Operação: 016294-0567/08-0. Figura 19 Área de estoque de solvente sujo Fonte: Arquivo pessoal do autor

49 4.7 Estrutura Organizacional da plastimarau Figura 20 Organograma da empresa Fonte: plastimarau

4.8 Sistema de Gestão Ambiental a ser Implementado na plastimarau Para o funcionamento dentro das normas ambientais vigentes, a empresa está licenciada pela Fepam, sob Licença de Operação nº 07477/2010-DL. Para que essa licença possa ser renovada futuramente, a plastimarau deve enviar periodicamente para este órgão ambiental, relatórios que informem a geração e destinação de resíduos. De acordo com a Licença obtida, a empresa deve seguir alguns pontos básicos como: Seguir normas de conservação, proteção, regeneração e utilização e proteção de vegetação nativa. Não pode gerar efluentes líquidos decorrentes da atividade industrial. Os níveis de ruído decorrentes da atividade industrial devem estar de acordo com a NBR 10.151, da ABNT, conforme determinada pela Resolução CONAMA Nº 01, de 08 de março de 1990. Não pode emitir substâncias odoríferas na atmosfera em quantidades perceptíveis fora dos limites de sua propriedade. Os equipamentos devem ser mantidos operando adequadamente, de forma que não causem danos ao meio ambiente e à população. Os equipamentos e operações que provoquem emissões de material particulado devem dispor de sistema de ventilação e equipamento de controle, de modo a evitar emissões visíveis. Devem ser controladas as vibrações mecânicas geradas pela atividade industrial, para que não causem incômodos à vizinhança. A plastimarau encontra-se em fase de planejamento e adequação para a certificação ISO 14001. Dentro desse planejamento, a empresa continuará primando pelas conquistas alcançadas, como a certificação ISO 9001. Para que as atividades estejam dentro dos padrões requeridos, a empresa adotará como norte para a implantação a utilização da NBR ISO 14001:2004, Sistemas de Gestão Ambiental Requisitos com orientações para e uso; a NBR ISO 14004: Sistema de Gestão Ambiental Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio; a NBR ISO 14050:2004, Gestão ambiental Vocabulário e a NBR ISO 19011:2002, Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental.

51 4.9 Política da Empresa no Sistema de Gestão Ambiental Oferecer às indústrias de alimentação um produto com alta qualidade, utilizando, para isso, alta tecnologia, com o objetivo de possibilitar o bem estar dos funcionários e a comunidade que está localizada próximo à indústria. Para isso, a empresa, através de seu Licenciamento para funcionamento, dará continuidade ao cumprimento da legislação específica para a atividade, gerando lucro aos proprietários, não perdendo de vista as necessidades dos diferentes clientes e na melhoria progressiva do seu produto, que garantirá a satisfação e fidelidade do cliente. busca: Tendo em vista a implantação de um sistema de gestão ambiental (SGA) a empresa Atender a todos os requisitos legais e normativos, federais, estaduais e municipais. Buscar o comprometimento dos fornecedores, clientes e prestadores de serviços com esta Política. Utilizar os recursos naturais de forma racional e sustentável. Minimizar, o máximo possível, a produção de resíduos, reutilizá-los e reciclá-los quando pertinente. Acompanhar o desenvolvimento tecnológico visando garantir o retorno econômico do empreendimento, proteger o meio ambiente, e oferecer produtos competitivos dentro do mercado consumidor. Capacitar, valorizar, educar e conscientizar os funcionários na busca da melhoria contínua do desempenho dos Sistemas de Gestão da Qualidade, do Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. Firmar o compromisso de todos os funcionários para o cumprimento dessa Política. 4.10 Metodologia Fontes de evidências para o diagnóstico da empresa: Observação do pesquisador in loco.

52 Análise de documentos da empresa. Relatório de imagens fotos e imagens fotográficas. Conversas informais com o técnico da qualidade. 4.11 Planejamento Identificar os processos que causam danos ou impactos ambientais. Identificação dos fatores que podem ser adequados, de maneira a não causar danos ou impactos ambientais, Avaliação dos fatores de risco ligados às atividades desenvolvidas pela empresa durante o processo de produção. Observar os requisitos legais para o funcionamento da empresa, bem como buscar ações de melhoria dos processos. Definir objetivos e metas por setor, de forma a viabilizar, dentro de um espaço menor, situações de maior controle de riscos ambientais. 4.11.1 Aspectos Ambientais Os impactos ambientais do empreendimento em seus diversos processos industriais e de apoio à produção, confrontado com os aspectos ambientais deram origem ao quadro de avaliação no Quadro abaixo. Os atributos adotados são: Situação: Normal (N), anormal (A) e emergência (E). Incidência: sob controle (SB) e sob influência (SI). Classe: benéfico (B) e adverso (A). Consequência: local (L), regional (R) e global (G). Frequência/probabilidade: baixa (10), média (20) e alta (30). Categoria: crítico (C), moderado (M) e desprezível (D).

53 Controles existentes: sistemas de tratamento (ST), monitoramento (M), controles operacionais (CO), planos de atendimentos a situações de emergência (PAE) e nenhum controle (NC). Tabela 03 Impactos ambientais e seus atributos Atividade Escritório Almoxarifado Identificação Caracterização Verificação de importância Controles Aspecto Impacto Frequência existentes Situação Incidência Classe Consequência Categoria ambiental ambiental /probabilidade Geração de Poluição do resíduos N SC A L M M ST solo sólidos Consumo de energia Esgotamento de recurso natural N SI B L M D CO Recebimento Nenhum Nenhum N SC B L B D NC Resíduos Poluição do sólidos A SI A L M M ST solo (papel) Programação de Operação Extrusora Grofadeira Impressora Refiladeira Laminação Corte e solda Picotadeira Cozinha /restaurante Expedição Área de Lazer e área verde Resíduos sólidos (plástico) Consumo de energia Consumo de energia Consumo de energia Geração de Efluente Consumo de energia Consumo de matéria prima Consumo de energia Consumo de energia Consumo de energia Consumo de energia Consumo de energia Resíduos sólidos Efluentes líquidos Consumo de energia Consumo de filme plástico transparente Geração de resíduos sólidos Poluição do solo Esgotamento de recurso natural Poluição do solo Poluição do solo Poluição hídrica Esgotamento de recurso natural Esgotamento de recurso natural Poluição do solo Poluição do solo Poluição do solo Poluição do ar Poluição do solo Poluição do solo Poluição do solo Esgotamento de recurso natural Esgotamento de recurso natural Poluição do solo A SI A L M M ST N SI B L M D CO N SI B L A D ST N SI B L A D ST N SI A R A M ST N SI B L M D ST N SI B R A D ST N SI B L A D ST N SI B L A D ST N SI B L A D ST N SI B L A D ST N SI B L A D ST N SI S L B D ST N SC S L B D ST N SC B L M D CO N SC B L A D CO N SC A L M D NC

54 4.11 Objetivos e Metas da Empresa para 2012 Tabela 04 Objetivos e metas da empresa Objetivo Meta Prazo Indicadores Aumentar a clientela 30% Dez./2012 Toneladas produzidas/mês Aumentar a produção 30% Dez./2012 Nº de pedidos Redução dos riscos e acidentes de trabalho - 20% ao ano Dez./2012 Nº de acidentes Monitorar as emissões atmosféricas, originadas do Em todas as etapas do Medições Dez./2012 processo de produção processo diárias Consumo de Racionalizar e reduzir o consumo de água 15% Dez./2012 água mensal Reduzir o consumo de energia 30% Dez./2012 Consumo médio mensal Redução da utilização de produtos químicos perigosos 20% Dez./2012 Consumo mensal Monitorar os efluentes líquidos originados no processo Em todas as etapas do Medições Dez./2012 produtivo processo diárias Reduzir a geração de resíduos sólidos 60% Dez./2012 kg de sucata Tempo de Reduzir o tempo de permanência dos solventes na 50% Dez./2012 recolhimento empresa antes da reciclagem do produto Realizar a manutenção contínua dos equipamentos do processo de produção, com o objetivo de maximizar seu potencial e mantê-los com o menor custo possível Monitorar as emissões de ruídos gerados pelos equipamentos, mantendo-os dentro dos limites previstos pelas normas dos órgãos ambientais Contínuo Índice determinado pela legislação Dez./2012 Dez./2012 Reduzir as não-conformidades 60% Dez./2012 Atender os pedidos dentro do prazo 95% Dez./2012 Implementar projeto de educação ambiental interno e externo Capacitar os funcionários em Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente Possibilitar o aumento do nível de satisfação dos colabores internos 20% Dez./2012 30% Dez./2012 75% Dez./2012 Melhorar a satisfação dos clientes 95% Dez./2012 Nº de interrupções na produção p/ manut. dos equipamentos Índice de ruído Índice de produtos nãoconformes Pedidos atendidos dentro do prazo Índice de produtividade Diminuição de faltas no trabalho Índice de satisfação Índice de satisfação

55 4.12 Plano de Ação para a Implementação dos Objetivos A tabela 5 e 6 é uma tabela composta por 4w e 1h onde é representada pelos elementos O quê, Onde, Quem, Quando e Como. Tabela 05 Planos de Ação Aumentar a clientela O quê Onde Quem Quando Como Ampliar a região de abrangência da empresa Ampliar o número de turnos de trabalho Uso de alarmes em equipam. que ofereçam maior risco Treinamento prévio dos novos funcionários e uso de EPI Instalar dispositivos de controle de emissões atmosféricas Instalar redutor nas torneiras e saídas de água, detectar e corrigir vazamentos Adoção de novos hábitos no uso da água, usar torneiras de pressão Captação de água da chuva Planilha de consumo Reprogramar os equipamentos com maior precisão Brasil Central Todos os setores da empresa Todos os setores da empresa Todos os setores da empresa Gerente de Marketing Aumentar a produção Departamento de pessoal Redução dos riscos e acidentes de trabalho Resp. pelo setor de Segurança no Trabalho Resp. pelo setor de Segurança no Trabalho Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Monitorar as emissões atmosféricas, originadas do processo de produção Equipamentos Torneiras e saídas de água Em toda a empresa Resp. pelo equipamento Racionalizar e reduzir o consumo de água Setor de manutenção Todos os colaboradores Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Sanitários, lavagem Setor de Até Dez/2012 de pisos e veículos manutenção Monitorar os efluentes líquidos originados no processo produtivo Funcionário do Setor de impressão Até Dez/2012 setor Reduzir a geração de resíduos sólidos Contratação de No setor de pessoal habilitado Até Dez/2012 produção para a programação do equipamento Formação de novas equipes, utilização da mídia, contato direto com clientes em potencial Contratar funcionários adicionais Instalação de equipamentos de alarme e segurança Treinamento e distribuição de folders informativos. Leitura minuciosa dos manuais de funcionamento dos equipamentos Contratação de pessoal qualificado Contratação de pessoal qualificado Fechando torneiras durante higiene pessoal, lavagem de materiais e limpeza de ambientes Instalação de cisternas Com treinamento específico Readaptação dos equipamentos

56 Deixar por um período mais curto, na empresa, as embalagens com os solventes que vão para a reciclagem Reduzir o tempo de permanência dos solventes na empresa antes da reciclagem Pátio da empresa Empresa responsável pela reciclagem Até Dez/2012 Com menor periodicidade no recolhimento das embalagens Realizar a manutenção contínua dos equipamentos do processo de produção, com o objetivo de maximizar seu potencial e mantê-los com o menor custo possível Manutenção de máquinas e equipamentos Na empresa Equipe técnica especializada Até Dez/2012 Com manutenção contínua Monitorar as emissões de ruídos gerados pelos equipamentos, mantendo-os dentro dos limites previstos pelas normas dos órgãos ambientais Instalar silenciadores nos equipamentos Instalar isolamento acústico no prédio Reduzir imprevistos no sistema produtivo Treinamento dos operadores sobre os riscos de cada equipamento Observação das normas legais para a atividade Organizar entrada de pedidos e produção Treinamento dos funcionários para ações ambientais Identificar se existe insatisfação por parte dos funcionários Nos equipamentos necessários Processos de Produção Durante a operação de equipamentos Todo o processo produtivo Equipe técnica especializada Até Dez/2012 Equipe técnica Até Dez/2012 especializada Reduzir as não-conformidades Operadores de equipamentos Os funcionários da empresa Setor administrativo Atender os pedidos dentro do prazo Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Setor comercial Gerente comercial Até Dez/2012 Implementar projeto de educação ambiental interno e externo Profissionais habilitados para Na empresa ou em operar com os empresas Até Dez/2012 equipamentos e terceirizadas agilizar o processo produtivo Possibilitar o aumento do nível de satisfação dos colabores internos Em cada setor individualmente Departamento de recursos humanos Até Dez/2012 De acordo com a possibilidade Inspecionando continuamente o processo de produção Treinamento ministrado por profissionais da área de fornecimento dos equipamentos Com auditoria interna Adoção de software para organizar os pedidos e realizar a programação de produção Periodicamente, na forma de atualização de processos Através de reuniões ou com uso de formulários onde os funcionários possam expressar suas aspirações e frustrações com relação ao trabalho Analisar os pontos Em cada setor Departamento de Até Dez/2012 Adequar o

57 de insatisfação dos colaboradores Deixar o cliente mais satisfeito individualmente recursos humanos colaborador ao setor de forma que ele se sinta mais motivado. Melhorar a satisfação dos clientes Departamento comercial e de produção Funcionários do setor específico Até Dez/2012 Serviço de atendimento ao consumidor, pesquisa junto aos clientes 4.13 Plano de Ação para a Implementação do Sistema de Gestão Ambiental Tabela 06 Plano de Ação para a Implementação do SGA O quê Onde Quem Quando Como Identificação dos Aspectos de Impacto ambiental e Riscos para os colaboradores Preparação da documentação necessária para atender as normas ambientais vigentes Comunicar os funcionários das novas adequações a serem implementadas pela empresa Definir responsável pelas novas ações Adotar e cumprir as ações pertinentes ao sistema de gestão de registros e treinamentos, documentos e resultados Elaborar um Manual contendo instruções para as novas práticas Adequação dos equipamentos do processo produtivo Capacitação de auditores por setor de produção Definir ações para a ocorrência das não-conformidades Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Setor de segurança do trabalho e funcionários dos setores Gerente administrativo Gerente administrativo Diretoria Toda a empresa Responsável pela implantação do SGA Responsável pela implantação do SGA Responsável pela implantação do SGA Responsável pela implantação do Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Através de planilha de identificação de ocorrências ou de possibilidade destas Através da análise de check list fornecido pelos órgãos ambientais Comunicação interna e início dos treinamentos Avaliando as habilidades dos colaboradores Implementação de sistema de documentos e ações práticas no processo de produção Responsável pelo SGI e treinamento das equipes de trabalho Através de manutenção feita pela empresa fornecedora dos equipamentos Assessoria de profissionais do setor ambiental Adotar um programa de dias sem acidentes

58 Definir normas para ações de prevenção Adotar um sistema de controle com indicadores de ações Instalar um sistema de avaliação contínua de resultados Encaminhar documentação de certificação da empresa de acordo com as normas Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Em toda a empresa Responsável pela implantação do SGA Responsável pela implantação do SGA Responsável pela implantação do SGA Responsável pela implantação do SGA Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Até Dez/2012 Treinamento e colaboração dos responsáveis por cada setor Formando equipe multidisciplinar dedicada a esta atividade, com apoio de empresas terceirizadas para implementação dos controles Adoção de software específico e treinamento dos funcionários Contratando profissional habilitado para assessorar e encaminhar o processo de certificação Esse estudo tinha como objetivo elaborar uma proposta de SGA para a empresa plastimarau. A etapa de execução do plano, posterior ao planejamento, faz parte dos interesses da empresa em dar continuidade a este trabalho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dos processos produtivos da empresa permitiu observar que existem alguns impactos ambientais que necessitam ser considerados mais atentamente. Para isso, através de propostas para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental algumas ações são definidas no sentido de prevenir ou minimizar problemas ambientais, como, por exemplo, adaptação dos processos produtivos, reuso e reciclagem de materiais, novos procedimentos por parte dos funcionários e outras consideradas relevantes. Infelizmente, não se pode pensar que não haverá nenhuma geração de resíduos e emissões dos mesmos durante os processos de produção, mas se podem criar condições para que elas apresentem o menor índice de presente possível e necessário, motivo pelo qual a empresa deve se preocupar continuamente com a otimização dos processos, através do reaproveitamento e reciclagem destes resíduos. Para que seja possível implantar um sistema de gestão ambiental que prime por uma produção mais limpa, é necessário que todos estejam comprometidos em gerar resultados cada vez mais reduzidos de impacto ambiental, e isso só será possível a partir de uma conscientização e treinamento adequado para que as mudanças possam ocorrer continuamente e com resultados cada vez melhores. Cada vez mais a tendência das empresas é se encaminharem para conceitos de Produção Limpa, promovendo uma relação melhor entre o processo produtivo das mesmas e o ambiente. A divulgação dessas ações tem levado as empresas que adotam sistemas de gestão ambiental a serem mais competitivas no mercado, pois o público consumidor tem se tornado mais seletivo no que diz respeito à responsabilidade social e sustentabilidade. A adoção de novas práticas no processo produtivo, através de uma melhor utilização de recursos, redução de consumo de energia e reciclagem de materiais, traz à empresa retorno financeiro, proporcionando um melhor resultado de receitas de sua atividade. De início, as empresas podem considerar um desafio que não lhe trará grandes benefícios, o que, ao longo do tempo, demonstrará que essa hipótese não tinha fundamento, pois os benefícios vêm, não só na forma de redução de custos de processos como aumento direto de receita, advindo das vantagens da competitividade de mercado, que passou a agregar valor aos produtos.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. DIHEL, Astor Antônio e TATIM, Denise Carvalho. Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas: Métodos e Técnicas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. EPELBAUM, Michel. A influência da gestão ambiental na competitividade e no sucesso empresarial. Dissertação de Mestrado em Engenharia da Produção. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1998. FICAGNA, Alba Valéria Oliveira et al. Manual de Métodos e Técnicas de Pesquisa. 2.ed. Passo Fundo: Méritos/ Faplan, 2008. FRANKENBERG, Claudio Luis Crescente et al (coord.). Gerenciamento de Resíduos e Certificação Ambiental. Seleção de Artigos Técnicos apresentados no II Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. GIL, Antonio Carlos. Técnicas de Pesquisa em Economia e Elaboração de Monografias. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. MAIMOM, Dália. Passaporte Verde Gestão Ambiental e Competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996. OURA, Mauricio Massao & SOUZA, Maria Tereza Saraiva de. A Evolução das Tecnologias End-of-Pipe às tecnologias limpas em indústria de equipamentos de torrefação de café. XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Foz do Iguaçu: Associação Brasileira de Engenharia de Produção, 09 a 11 out. 2007. REIS, Maurício J. L. ISO 14000 Gerenciamento Ambiental Um novo desafio para a sua competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995. RIBÓ, Juan. A Certificação do Sistema de Gerenciamento Ambiental na Comunidade Europeia. In FRANKENBERG, Claudio Luis Crescente et al (coord.). Gerenciamento de Resíduos e Certificação Ambiental. Seleção de Artigos Técnicos apresentados no II Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. SCHALCH, V. Curso de resíduos sólidos: operação, manutenção e gerenciamento. Maceió: ABES, 1991. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental Implantação Objetiva e Econômica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2007. SILVA FILHO, A.R.A. da. Sistema de Gestão Ambiental como Estratégia Empresarial no Ramo Hoteleiro. Revista Produção Online, v. 8, p. 386, 2008. SILVA, Eduardo Ramos Ferreira da & SILVA, Maria Lúcia Pereira da. Sustentabilidade, Gestão Ambiental e Vantagens Competitivas. In FRANKENBERG, Claudio Luis Crescente et

al (coord.). Gerenciamento de Resíduos e Certificação Ambiental. Seleção de Artigos Técnicos apresentados no II Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000. TIBOR, Tom & FELDMAN, Ira. ISO 14000 Um guia para as novas normas de gestão ambiental. São Paulo: Futura, 1996. VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade Ambiental O desafio de ser competitivo protegendo o meio ambiente como se preparar para as normas ISO 14000. São Paulo: Pioneira, 1995. 61

ANEXOS

Anexo 01 Licença de Operação FEPAM

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Apêndice 02 Tratamento de Resíduos Sólidos Aparas de Plástico TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS APARAS DE PLÁSTICO Data: 30/11/2011 Revisão: 001 1 OBJETIVO Reciclar processo para controlar e melhorar o desempenho ambiental de uma companhia faz parte do SGA que tem o desempenho ambiental correto e um impacto significativo com sucesso, demonstrando altos padrões ambientais, a conformidade com a legislação, Redução de custos, e melhor eficiência. 2 REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS Neste caso o resíduo é reaproveitado havendo uma, modificações na sua estrutura. 3 RECICLAGEM DE RESÍDUOS No caso da reciclagem há um beneficiamento no resíduo para que o mesmo seja utilizado em outro (ou até no mesmo) processo. 4 REDUÇÃO DE RESÍDUOS Inclui a redução na fonte geradora ou através da sua reutilização, diminuindo o volume total e/ou o grau de poluição de resíduos. 5 LEI Nº 2011, DE 10 DE JULHO DE 1992 Resíduos. Art. 1º - Estabelece a obrigatoriedade da implantação do Programa de Redução de