1 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL - INSTRUMENTOS LEGAIS E LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Profª Drª. Karla Maria Silva de Faria
2 O que é a Avaliação de Impacto Ambiental? Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras IAIA (International Association for Impact Assessment) Avaliação de impacto é simplesmente o processo de identificar as consequências futuras de uma ação presente ou proposta.
Objetivos da AIA 3 Assegurar que as considerações ambientais sejam explicitamente tratadas e incorporadas ao processo decisório; Antecipar, evitar, minimizar ou compensar os efeitos negativos relevantes biofísicos, sociais e outros Proteger a Produtividade e capacidade dos sistemas Naturais Promover o Desenvolvimento Sustentável.
Quadro Legal e Institucional da AIA 4 1969 EUA Environmental Impact Statement (EIS) National Environmental Policy Act (NEPA) EIS Environmental Impact Statement (Declaração de Impacto Ambiental). Estudos Ambientais Seção 191 a, enuncia:... criar e manter condições nas quais homem e natureza podem coexistir com produtiva harmonia.
Quadro Legal e Institucional da AIA 5 1981 Brasil - Política Nacional do Meio Ambiente Lei 6938/81 Exigência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por volta do final da década de 1970 e início de 1980.
Quadro Legal e Institucional da AIA 6 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL CONJUNTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL MUDANÇA DE PARADIGMA Empresas Setor Público
CAMPO DE APLICAÇÃO DA AIA Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras 7 Conjunto das atividades humanas Conjunto das atividades que podem causar impacto ambiental e são sujeitas a controle administrativo ambiental (licenciamento ou outro mecanismo) Conjunto das atividades sujeitas a AIA (impacto ambiental significativo)
Avaliação de Impacto Ambiental 8 Instrumentos de Política Ambiental Conjunto de Procedimentos para avaliação sistemática de um projeto e de suas alternativas. Resultados devem ser adequados ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão (MOREIRA, 1992).
AIA Avaliação de Impacto Ambiental 9 Um processo formal para identificar: Efeitos esperados de atividades ou projetos no ambiente (natural e social). Análise e seleção de meios e medidas para mitigar e monitorar estes impactos Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras
AIA Avaliação de Impacto Ambiental 10 Tem como características: Caráter prévio; Vinculo com os tomadores de decisão( processo decisório); Envolvimento com o público. Parte da Descrição da situação atual do ambiente para fazer uma prospecção futura com e sem o projeto de análise
AIA Avaliação de Impacto Ambiental 11 Também pode ser aplicada para áreas que já sofreram danos ambientais. Mede o Dano; Recuperação Ambiental Valora a as Perdas ambientais e econômicas; Realiza uma comparação entre a situação atual do ambiente e aquela que se supõem ter existido em algum momento do passado.
12 Avaliação de Impactos Ambientais no Brasil Licenciamento Ambiental Brasileiro Estudos Ambientais
13 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras Instituída pela Lei. nº. 6938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências
14 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) Uma estrutura articulada de órgãos governamentais dos três níveis de governo (Federal, Estadual e Municipal - Tri-Partidie); Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) Composto por diferentes órgãos federais, estaduais e por representantes da sociedade civil, incluindo o setor empresarial, sindical e organizações não-governamentais.
15 Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras
16 POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (PNMA) Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras Cria mecanismo formal de participação (CONAMA); Concede ao público o direito à informação (RIMA); Institui o princípio da responsabilidade objetiva do poluidor; Permite legitimidade ao Ministério Público para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.
PNMA - Objetivos 17 Compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a proteção ambiental; Definir áreas prioritárias de ação governamental; Estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e normas para uso e manejo de recursos ambientais; Preservar e restaurar os recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propicio à vida ;
PNMA INSTRUMENTOS (Art. 9º) 18 (...) Zoneamento ambiental; Avaliação de impactos ambientais; Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; (...) (...) (...)
PNMA Art. 10 19 A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento (...)
PNMA 20 Art. 4º VII - (..) obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos Art. 14º :... o poluidor é obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.
adequada repressão. Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras PNMA - Objetivos 21 PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR exige do poluidor suportar os custos das medidas preventivas e/ou das medidas cabíveis em relação aos danos ambientais; deve também englobar os custos necessários para a precaução e prevenção dos danos, assim como sua
Anteriormente a PNMA... 22 Lei 6.803/80 (Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição, e dá outras providências) Art. 10, 3º tornou obrigatória a apresentação de estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto para a localização de pólos petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos e instalações nucleares. Estudos de Impacto Ambiental -EIA
Constituição Federal- 1988 - Artigo 225: 23 "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-la e preservá-la para as presentes e futuras gerações".
Constituição Federal- 1988 - Artigo 225: 24 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público : ( ) IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
Art. 225 25 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Evolução da Legislação 26 Resolução do CONAMA 001/86 Constituição Federal /1988 EIA/RIMA O EIA/RIMA são instrumentos importantes que garantem a melhor adaptação do seu empreendimento às condições socioambientais locais.
Artigo 2º - Exige o EIA/RIMA Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; II - Ferrovias; III 27 - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66; V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.
Atividades - Impacto Significante 28 Que tipo? Expressivo; Considerável; Suficientemente grande; Importante. Alta solicitação ou pressão Alto potencial de impactos significativos Alta vulnerabilidade
Etapas dos Estudos de Impactos Ambientais Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras 29 1. Apresentação da Proposta (empreendedor) 2. Triagem Causa impacto? 3. Escopo do Estudo de Impacto Ambiental 4. Elaboração do EIA 5. Análise Técnica 6. Audiência Pública; 7. Decisão; 8. Monitoramento, Acompanhamento e Gestão Ambiental Fonte: Sanches, 2008
Critérios de triagem - Classificação 30 Critérios de triagem Tipo de empreendimento Consta na Lista? Considerando o local do projeto Ecossistemas sensíveis/ de áreas de reconhecida importância natural ou cultural
Triagem- Qual a vantagem? 31 Aplicação simples e rápida; Consistência de uso e das decisões tomadas, assim como tratamento eqüitativo dado a distintos proponentes; Facilitam o controle público e judicial.
RESOLUÇÃO CONAMA 001/1986 32 Diretrizes e atividades técnicas execução do EIA-RIMA; Equipe multidisciplinar habilitada, independente do proponente do projeto e responsável técnica pelos resultados; Os custos do EIA/RIMA são pagos pelo proponente; Submissão à aprovação do órgão estadual competente e, em caráter supletivo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Audiência Pública para informar e discutir o EIA-RIMA.
33 AIA EIA-RIMA Estudos Ambientais PCA, RCA, PRAD, etc. Licenciamento Ambiental Autorizações governamentais
LICENCIAMENTO AMBIENTAL 34 Procedimento administrativo do órgão ambiental competente; licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; possam causar degradação ambiental RESOLUÇÃO CONAMA 237 de 19 de dezembro de 1997
LICENÇA AMBIENTAL Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras 35 Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica (...) RESOLUÇÃO CONAMA 237 de 19 de dezembro de 1997
Procedimentos para a obtenção da licença ambiental Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras 36 1ª Etapa Identificação do órgão ambiental competente para licenciar 2ª Etapa Licença Prévia 3ª Etapa Elaboração do Projeto Básico 4ª Etapa Licença de Instalação 5ª Etapa Licença de Operação
PEDIDO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 37 EMPREENDEDOR PROJETO / EMPREENDIMENTO ÓRGÃO AMBIENTAL LICENCIAMENTO AMBIENTAL NÃO SIM O QUE FAZER? TERMO DE REFERÊNCIA
TERMO DE REFERÊNCIA 38 Instrumento orientador para a elaboração de qualquer tipo de Estudo Ambiental; Tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, conteúdo e abrangência do estudo exigido do empreendedor; É elaborado pelo órgão de meio ambiente; Ou pode ser elaborado pelo empreendedor.
Estudos Comuns 39 PCA RCA EIV Planos de Controle Ambiental Relatório de Controle Ambiental Estudo de Impacto de Vizinhança PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos PRAD Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
ELABORAÇÃO DO ESTUDOS DE Estudos Ambientais IMPACTOS AMBIENTAIS INFORMAÇÕES GERAIS CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ÁREA DE INFLUÊNCIA DIAGNÓSTICO AMBIENTAL PROGRAMA DE MONITORAMENTO MEDIDAS MITIGADORAS ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Estudos Ambientais 41 Devem ser realizados por equipe multidisciplinar!!
42 PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS AMBIENTAIS Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras Fases e atividades básicas: FASE I - Dimensionamento do problema a ser estudado; FASE II - Diagnóstico ambiental da área de influência, antes da implementação do empreendimento; FASE III - Prognóstico do impacto ambiental do projeto, plano ou programa proposto e de suas alternativas; FASE IV - Síntese dos resultados preliminares dos estudos e propostas para acompanhamento e monitoramento dos impactos; FASE V - Elaboração da versão final do estudo ambiental.
Diagnóstico ambiental 43 Caracterização física, biótica e antrópica de uma dada região; Devem caracterizar obrigatoriamente as potencialidades e as vulnerabilidades da região em estudo ante as atividades transformadoras ou que por ventura venham a ser instaladas.
Diagnóstico ambiental Caracterização física, biótica e antrópica; Coordenadas Geográficas Caracterização Regional e da Área; Condições Climáticas; Hidrografia; Relevo e topografia; Entorno; Núcleos urbanos; Cobertura Vegetal; Fragmentos vegetação; Levantamento de dados secundários e primários
Avaliação de Impactos Ambientais Diagnóstico Ambiental Análise de Impactos Identificação dos impactos Previsão de Impactos Avaliação dos imapctos Fonte: Sanches, 2008
Escolha de ferramentas 46 A. Listas de verificação; B. Matrizes; C. Diagramas de interação; D. Sobreposição de mapas temáticos.
47 Ferramentas - Listas de verificação (checklists) Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras São instrumentos fáceis e práticos de usar; São genéricos úteis na identificação preliminar dos prováveis impactos. Estão disponíveis em literatura técnica ou em guias divulgados por órgãos ambientais;
48 Matrizes de Interação É composta de duas listas, dispostas na forma de linhas e colunas.
49 Matrizes de Interação A primeira ferramenta neste formato é a Matriz de Leopold (1971). 88 características ambientais nas linhas e 100 atividades de projetos nas coluna 8.800 interações Os impactos (magnitude e significância) são assinalados nas células da matriz
Matriz de Leopold Disciplina: Impactos Ambientais do Uso das Terras 50 Considera cada atividade e o seu potencial para causar impacto A magnitude da interação e e descrita através da aplicação de um número de 1 (baixa) a 10 (alta). A atribuição do número e baseada em fatos e dados disponíveis. Similarmente, atribui-se uma escala de importância que varia de 1 (baixa) a 10 (alta). E baseada na experiência/julgamento do especialista.
Matriz de Leopold 51 A magnitude é apontada no canto superior esquerdo e a importância no canto inferior direito da célula.
Diagramas de interação Indicam as relações conceituais de causa e efeito (cadeias de impacto) a partir de uma ação impactante. 1 PESQUISA E TRANSPORTE BENEFICIAMENTO EXTRAÇÃO Geração de rejeitos Comprometimento do sistema viário/pontes Efluentes líquidos Resíduos sólidos Ruídos 2 Poeira (silicose) Explosões / Ruído Poeira Degradação do solo Degradação do solo 3 Comprometimento da paisagem Incômodos a população do entorno Degradação dos recursos hídricos Incômodos a população entorno
Sobreposição de mapas temáticos 53
Combinação de atributos 54 Atributos Magnitude Reversibilidade Escala Pequena/ Média/Grande Reversível/irreversível Reversível Irreversível Pequeno Médio Grande Pequeno Médio Grande Pequena Média Pequena Grande
Lei de Crimes Ambientais Nº. 9.605/98 55 Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006 Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 1o Se o crime é culposo: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.