Eumarque Pereira Candido SURGIMENTO DA FILOSOFIA: RUPTUARA DO PENSAMENTO MÍTICO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO CIENTIFICO Resenha crítica apresentada na disciplina o Surgimento da Filosofia, do Curso de Proficiência Filosófica, do Instituto Ágora de Educação, como requisito parcial para obtenção de nota e, aprovação na atividade modular n. I para Convalidação do Curso de Filosofia, Licenciatura Plena. Professor: Marcos Paulo Paracatu-MG, maio de 2015
SURGIMENTO DA FILOSOFIA: RUPTUARA DO PENSAMENTO MÍTICO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO CIENTIFICO Este trabalho tem como objetivo discorre sobre a Gênese da filosofia. Observaremos que a filosofia surge ou melhor, o pensamento filosófico cientifico se dá pela passagem do pensamento mítico enquanto forma de explicar a realidade. Nesse sentido, o pensamento filosófico cientifico representa uma ruptura radical com o pensamento mítico. Até então, o pensamento mítico consistia em uma forma pela qual um povo explicava aspectos essenciais da realidade em que vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos. No entanto, a tentativa dos primeiros filósofos da escola jônica será buscar uma explicação do mundo natural a physis baseada essencialmente em causas naturais, o que consistirá no assim chamado naturalismo da escola. Assim fora surgindo condições sociopolíticas econômicas que favoreceram o surgimento da filosofia como: as Viagens marítimas: que revelaram que deuses, heróis e monstros eram ficções, desmitificaram o mundo exigindo uma explicação mais racional do que a mítica. A Invenção do calendário: que possibilidade uma nova capacidade de abstração e contagem do tempo, agora visto como natural e não como um poder divino incompreensível. A Invenção da moeda: que permitiu o cálculo abstrato de equivalência do valor de diferentes coisas (trocas comerciais não mais por escambo). A Invenção da escrita alfabética: que revela alta capacidade de abstração visto que não se representa a imagem da coisa que está sendo dita (como nos hieróglifos egípcios) mas a ideias dela o que dela se pensa e se transcreve. Além disso, teve Surgimento da vida urbana: em que surge a classe dos comerciantes ricos que para suplantar o poder das famílias aristocratas procuram prestigio financiando e estimulando as artes as técnicas e os conhecimentos. Como também a Invenção política: que por meio da implantação da ideia de lei (legislação que regula e ordena a Polis), do surgimento do espaço público (na Ágora todo cidadão tem o direito de tomar a palavra para dialogar e deliberar sobre aspectos políticos da Polis) e da implantação do discurso político (as questões referentes a cidade devem ser discutidas, comunicadas e ensinadas pelo discurso político em público e não secretamente). Contribuíram para o nascimento da Filosofia. Para efeito de facilitação do entendimento, as várias correntes pré-socráticas surgiram para o fortalecimento da Filosofia como: Escola Jônica (Ásia Menor); Escola Pitagórica ou Itálica
(Magna Grécia); Escola Eleata (Magna Grécia); e a Escola Atomista (Trácia). Dentre elas apresentam inúmeros filósofos como: TALES DE MILETO (624-5 556-8 a.c.): o primeiro filósofo da colônia grega de Mileto, na Jônia, Iniciador da Filosofia da physis (natureza), afirmou que a arché, princípio originário de todas as coisas que existem é a água. O princípio é a água, porque a nutrição de todas as coisas é úmido, de que as sementes e os germes de todas as coisas tem natureza úmida e de que a secagem total significa morte. ANAXIMANDRO DE MILETO (611-547 a.c.): um dos discípulos da escola Jônica fundada por Tales. Acreditava que o princípio de todas as coisas era o ilimitado, o ápeiron (substancia eterna, invisível, imutável, infinita). ANAXÍMENES DE MILETO (588-524 a.c.): foi discípulo de Anaximandro, afirmou que o princípio de tudo é o ar. As coisas surgem e desaparecem por um processo de condensação e rarefação do ar. XENOFANES: Em contraposição à filosofia do movimento de Heráclito surge a escola filosófica de Eleia, fundada (supostamente) por Xenófanes de Colofão (570-480 a.c.) que combate o antropomorfismo (forma de pensamento que atribui características humanas aos deuses). PITÁGORAS: Outro grande filósofo do período antigo é Pitágoras (570 500 a.c.). Nasceu em Samos, ilha grega à leste do mar Egeu. Com o intuito de dedicar-se ao estudo da matemática, fundou uma escola cuja doutrina está mais próxima das crenças religiosas do que do pensar filosófico. Substitui o culto a Dionísio pelo culto à matemática. Sua tese é que o princípio de todas as coisas é o número. Os números são a chave para captar a Harmonia do universo (cosmos). O termo Filosofia é atribuído a Pitágoras, que se dizia amante do saber. HERÁCLITO DE ÉFESO: Viveu entre o século VI e V a. C. em Éfeso. Para Heráclito tudo se move, tudo escorre. Nada permanece imóvel e fixo. Não se trata de um devir caótico, mas de passagem dinâmica ordenada de um contrário ao outro. Em sua frase: Não se pode descer duas vezes na mesma água do rio. Não se pode descer duas vezes a mesma água do rio, precisamente porque ao se descer pela segunda vez já se trata de outra água que sobreveio. E também porque nós próprio mudamos. O princípio para Heráclito é o fogo, que é a perfeita expressão do movimento perene, e justamente na dinâmica da guerra dos contrários (o fogo vive da morte do combustível, transformando-o continuamente em cinzas, mas se manifesta harmonicamente como chama de modo constante). O fogo é o logos.
PARMÊNIDES: Natural de Eléia na segunda metade do século VI a. C. Morreu em meados do século V a. C. Fundador da escola Eleática. Inovador radical no âmbito da Filosofia da physis. Com ele a cosmologia transforma em ontologia (teoria do ser). Princípio de Parmênides é o princípio da verdade, princípio de não contradição: o ser é e não pode ser; o não ser é e não pode ser de modo algum. Nesse sentido, para Parmênides só se pode chegar ao conhecimento absoluto pela razão. Os dados empíricos são uma fonte de erros como dizia Heráclito. Deste modo, o ser é imutável, eterno, invisível, Uno. Sua filosofia se caracteriza como ontológica metafísica em contraposição ao empirismo movimentista Heráclitiano. EMPEDOCLES: depois da querela do movimento, a filosofia da natureza abandona o monismo, ou seja, a tentativa de encontrar uma única substancia que desse origem aos seres. A partir daí surgem os filósofos, dito pluralistas, para os quais, a realidade é composta por vários elementos fundantes. Em Argrigento na Sicília surge Empédocles (492-432 a.c.), cuja teoria afirmava a existência de quatro elementos fundamentais na natureza: ar, água, terra e fogo. A partir da agregação e desagregação desses elementos é que as coisas surgem. ANAXÁGORA: Já para outro filósofo pluralista, Anaxágoras (499-428 a.c.) O que existe são partículas infinitas sementes, que se distinguem pela qualidade (homeomerias). Estas partículas estão presentes em todas as coisas (tudo está em tudo), e a composição das coisas se dá por meio de uma inteligência ordenadora (nous). DEMÓCRITO: Último grande filósofo da natureza chamava-se Demócrito (aproximadamente 460-370 a.c.) e vinha da cidade portuária de Abdera, a norte do Mar Egeu. Demócrito concordava com os seus predecessores ao afirmar que as transformações observáveis na natureza não significavam que algo se alterasse realmente. Admitiu portanto, que tudo tinha de ser composto de elementos pequenos e invisíveis, eternos e imutáveis. Demócrito designava estas pequenas partículas por átomos. O termo átomo significa indivisível. Para Demócrito, era fundamental afirmar que aquilo a partir do qual tudo é formado não pode ser dividido em partes cada vez menores. Além disso, os átomos eram sólidos e compactos. Mas não podiam ser iguais. Porque se os átomos fossem iguais, não teríamos uma explicação válida para o fato de poderem ser combinados de modo a formarem tudo. Existe uma quantidade infinita de átomos diferentes na natureza segundo Demócrito. Alguns são redondos e lisos, outros são irregulares e curvos. É precisamente porque tem formas tão diversas, podem ser combinados para formarem corpos
completamente diversos. Mesmo sendo numerosos e diferentes todos são eternos, imutáveis e indivisíveis. ZENÃO (490-430 a.c.): Dedicou sua vida à defesa da doutrina de seu mestre Parmênides, mostrando, por meio de argumentos paradoxais, que os sentidos enganam, levam o ser humano a crer que as coisas estão se movimentando quando na verdade estão em constante repouso. Por meio da refutação, Zenão pretendia levar o argumento ao absurdo, provando assim a impossibilidade da mudança, do movimento. Em função disso pode ser considerado o pai da dialética. Referência Instituto Ágora de Educação. O surgimento da Filosofia: Módulo I. Paracatu-MG: Instituto Ágora de Educação 20 p. 2003. REALE, Giovanni. História da Filosofia: filosofia pagã antiga, v.1. São Paulo: Paulus.