Hidrólise ácida do línter do algodão para produção de açúcares fermentescíveis

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Transcrição:

Hidrólise ácida do línter do algodão para produção de açúcares fermentescíveis Gleycielle Cavalcante Pinheiro 1, Francisca Gleyciara Cavalcante Pinheiro 2, Alexsandro Viana Freitas 3, Ana Cassales Ribeiro 4, Renato Carrhá Leitão 5, Adriana Guimarães Costa 6. 1 Graduanda do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental IFCE. Bolsista do IFCE. e-mail: gleyciellecavalcante@gmail.com 2 Graduada - IFCE. Bolsista do CNPq. e-mail: gleyciaracavalcante@gmail.com 3 Graduando do Curso de Tecnologia em Processos Químicos IFCE. Bolsista da Embrapa Agroindústria Tropical. e-mail: alex_vfreitas@yahoo.com.br 4 Analista da Embrapa Agroindústria Tropical; Fortaleza -CE, CEP: 60511-110. e-mail:ana.cassales@embrapa.br; 5 Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza -CE, CEP: 60511-110. e-mail:renato@cnpat.embrapa.br; 6 Professora do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará, Fortaleza CE, CEP: 60040-531. e-mail: adrianagc@ifce.edu.br Resumo: O línter de algodão é constituído por uma camada de fibras curtas que ficam aderidas à superfície das sementes de algodão. Após a retirada das fibras longas, estas possuem larga aplicabilidade, como na fabricação de papel moeda e, em geral, para a produção de algodão hidrófilo e tecidos cirúrgicos (DA MOTA, 2009). O línter é um resíduo lignocelulósico, logo, constitui-se de três grupos de polímeros: celulose, hemicelulose e lignina. Em virtude do alto teor de celulose (cerca de 98%), o línter pode ser convertido a açúcares fermentescíveis por meio de um pré-tratamento termoquímico, sendo estes açúcares convertidos em energia. Nesta pesquisa foi utilizado o prétratamento termoquímico (hidrólise ácida) do línter de algodão tipo 4 utilizando o ácido clorídrico diluído, com o objetivo de solubilizar grande parte da hemicelulose evitando a degradação de seus monossacarídeos formados, que, se hidrolisados posteriormente, formam compostos inibitórios da ação microbiana (furfural e 5-HMF). Palavras chave: açúcares fermentescíveis, hidrólise ácida, línter de algodão 1. INTRODUÇÃO O acúmulo de resíduos agroindustriais na natureza gera problemas ambientais devido à sua difícil decomposição. Diante disso, várias pesquisas têm sido desenvolvidas visando o aproveitamento eficiente de materiais lignocelulósicos, convertendo-os em fonte de energia e fonte de polímeros e monômeros. Porém, um dos fatores limitantes para a produção de energia é o pré-tratamento visando à hidrólise deste material (CANETTIERI, 2004). Dentre os resíduos lignocelulósicos está o línter de algodão que é um subproduto da cotonicultura constituído por uma camada de fibras curtas do algodão. O línter de algodão é rico em complexos orgânicos de carbono constituído, principalmente, de três componentes: celulose, hemicelulose e lignina. Em virtude de sua composição, este resíduo pode ser convertido em açúcares fermentescíveis por meio de um pré-tratamento termoquímico. Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2012), uma produção de 3,28 x 10 6 t de algodão em caroço para a safra 2011/2012, admitindo-se um teor de línter de 4%, e que metade do caroço de algodão produzido possua línter na semente, há um total de 65,6 x 10 3 t de línter disponível para aproveitamento pela indústria. Na semente do algodão, 40% de sua massa são fibras, enquanto os 60% restantes são de caroço. O teor de línter, no caroço de algodão, pode variar de 4% a 8% em massa (ARAÚJO et. al., 2003) que, em geral, é prensado juntamente com o caroço para extração de óleo e produção da torta de algodão. A Tabela 1 apresenta a composição química do línter (SILVA; SILVA JR, 2003). Tabela 1 - Composição química do línter. Componente (%) Silva e Silva Jr. (2003) Sun e Cheng (2002) Teor de extrativos totais 7,52 5,0 Teor de Lignina klason total (solúvel + 3,65 0 0 insolúvel) Teor de holocelulose 87,43 Sczostak (2009)

Teor de Celulose 80 95 80,0 Teor de Hemicelulose 5 20 2,0 Teor de Cinzas 1,40 3,0 Teor de óleo extraído em hexano 2,05 Extrativos em diclorometano 1,27 Conforme a Portaria N 55 do Ministério da Agricultura (BRASIL, 1990) em seu Artigo 33, o línter é dividido em 4 tipos (1 a 4), onde o tipo 1 é superior (de perfeito estado, seco e de coloração clara) e o tipo 4 é de bom estado (seco e de coloração mais escura). O línter deve ser descartado quando úmido e em estado de fermentação. Os línters tipo 1 a 3 já são utilizados na indústria, logo, não representam problemas ambientais. Um dos pré-tratamentos mais utilizados é a hidrólise ácida, o qual consiste no aquecimento da biomassa juntamente com uma solução ácida em um reator operado com temperaturas entre 120 e 240 C (BARBOSA; CÂNDIDO; SILVA, 2005; BEVILAQUA, 2010). O produto da hidrólise ácida dos materiais lignocelulósicos são os açúcares fermentescíveis, como a glicose, proveniente da celulose, e xilose, manose, galactose, glicose e arabinose, provenientes da hemicelulose. No entanto, dependendo da severidade do pré-tratamento (SAITO et. al., 2006; PEDERSEN; MEYER, 2010), os açúcares formados podem ser degradados, formando furfural e HMF. O pré-tratamento ácido pode ser realizado tanto com tempo de reação curto (por exemplo, 5 min.) em altas temperaturas (por exemplo, 180 C), ou com tempo de retenção relativamente longo (por exemplo, 90 min.) em temperaturas mais baixas (por exemplo, 120 C). A solução de ácido pode ser altamente concentrada, usando H 2 SO 4 e HCl com concentração entre 30 e 70%, e temperaturas na ordem de 40 C (BARBOSA, CÂNDIDO; SILVA, 2005; TAHERZADEH; KARIMI, 2008), porém são tóxicos, corrosivos e perigosos, os quais requerem reatores que sejam resistentes à corrosão (SUN; CHENG, 2002).; ou diluída (concentração), sendo usualmente empregados como catalisadores o ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nítrico ou ácido fosfórico. A hidrólise ácida é um processo rápido, tem baixo consumo de energia e um alto rendimento em termos de grupos redutores totais (GRT) (TAHERZADEH; KARIMI, 2008). Nesta pesquisa foi utilizado o pré-tratamento termoquímico do línter de algodão tipo 4 utilizando o ácido clorídrico diluído com o objetivo de solubilizar grande parte da hemicelulose evitando a degradação de seus monossacarídeos formados, que, se hidrolisados posteriormente, formam compostos inibitórios da ação microbiana (furfural e HMF). Podendo assim, prejudicar o rendimento da hidrólise. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Determinações físico-químicas O línter utilizado foi fornecido pela Delta Opal do cerrado baiano. A caracterização do material lignocelulósico foi feita em termos de umidade, cinzas, extrativos, lignina (insolúvel + solúvel), holocelulose e alfacelulose, cujas determinações foram realizadas segundo a metodologia de MORAIS et al. (2010), baseada nas normas TAPPI T211 om-02, T412 om-02, T204 cm-97, T222 om-02, T203 cm-09 e Yokoyama et al. (2002). 2.2 Planejamento Experimental Foi utilizado o programa statistic 7.0, onde foi estudada a variável de resposta (%) de solubilização de açúcares da fibra pré-tratada mediante planejamento experimental multivariado 2 2 com pontos centrais (PC). Os fatores e níveis são apresentados na Tabela 2. 2.3 Pré-tratamento físico A moagem do línter tipo 4, procedeu-se em um moinho de facas (Tecnal-TE 058) com uma peneira de 10 mesh (2 mm) para melhor homogeneização da amostra.

2.4 Pré-tratamento físico-químico Após a moagem da fibra, realizou-se a hidrólise ácida com HCl em mini reatores de alta pressão. As variáveis trabalhadas foram concentração de ácido e temperatura, sendo o primeiro variando entre 1 e 3M e o segundo variando entre 90 e 160 C, como demonstrado na tabela 2. De acordo com experimentos preliminares encontrou-se um tempo ótimo de 20 minutos e uma razão massa de substrato/volume ótima de 1:20, os quais foram fixados. Tabela 2 - Variáveis independentes estudadas com HCl para o línter de algodão. Variável Independente -α -1 0 +1 +α Temperatura ( C) 90 100 125 150 160 [HCl] (M) 1 1,3 2,0 2,7 3 2.5 Determinações de açúcares Após a submissão das amostras ao pré-tratamento, as mesmas foram separadas em fração solúvel em água, composta pelo hidrolisado das hemiceluloses e fração insolúvel em água, formada por celulose, lignina e hemicelulose residual. Foi utilizado o método DNS (ácido 3,5-dinitrossalicílico) descrito por Miller (1959) para a determinação de GRT. 2.6 Cálculo da eficiência de hidrólise A fim de avaliar o pré-tratamento ácido, levou-se em conta a massa de celulose e hemicelulose do material bruto e a posterior % de celulose e hemicelulose que foram convertidas em açúcares nos diferentes hidrolisados. A taxa de conversão de açúcares (YS) e a eficiência de hidrólise (n) foram calculadas pelas seguintes Equações 1 e 2: ( CV )*100 YS (Eq. 1) M ( YS)*100 n (Eq. 2) Y max Onde: C = concentração dos componentes da fase líquida (g/l); V = volume da solução líquida após hidrólise (L); M = massa de biomassa utilizada no experimento (g); Ymax = taxa máxima de açúcares recuperados (g/g de matéria seca). Neste trabalho foi adotado um fator de conversão de 0,9 para a celulose e 0,88 para a hemicelulose (IRICK et. al., 1988) conforme descrito na Equação 3: Ymax=cel*0,9+hem*0,88 (Eq. 3) 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Composição química do línter bruto A composição do línter estudado neste trabalho difere em termos de alfacelulose e hemicelulose do línter utilizado por Sczostak (2009) e Cassales et. al. (2011), conforme a tabela 3. Tabela 3 - Caracterização do línter de algodão estudado. Componente Conteúdo (% m/m) Este trabalho Sczostak (2009) Cassales et. al. (2011) Umidade 3,2-6,33 Cinzas 8,95 3,0 2,32

Extrativos 9,60 5,0 5,59 Lignina (insolúvel+solúvel) 10,88 0,0 0,68 Holocelulose 63,41 82,0 81,51 Alfacelulose 43,20 80,0 76,91 Hemicelulose 20,21 2,0 4,60 A variação da composição química do línter se dá em função de que os trabalhos encontrados estudaram línter tipo 1 e neste trabalho foi tipo 4. O línter tipo 4 apresenta pouca aplicação e pode ser utilizado como fonte de energia (DA MOTA, 2009). Vale ressaltar que não foram encontrados na literatura dados referentes a este tipo de línter. A fração holocelulósica encontrada está próxima àquela encontrada para a palha do sorgo (celulose 35%, hemicelulose 24%, lignina 25%) (HERRERA, 2003) e palha de canola (celulose 36,6%, hemicelulose 24,1%, lignina 17,13%) (DÍAZ et al., 2010). 3.2 Hidrólise ácida A tabela 4 apresenta os resultados experimentais obtidos após hidrólise do línter. É possível observar que há uma redução da produção de GRT com o aumento da concentração de ácido (adotando-se um tempo de reação de 20 minutos e razão massa/volume de 1:20). No entanto, o aumento da temperatura até 150 º C promove uma maior solubilização de açúcares, porém temperaturas superiores a essa causam uma redução daqueles. Observa-se também que ao mesmo tempo em que a produção de GRT aumenta ocorre um crescimento na produção dos inibidores biológicos furfural e 5- HMF, e a 160 º C há uma redução tanto das concentrações de GRT quanto desses inibidores. Isso, provavelmente, se deve ao fato de que em elevadas temperaturas grande parte dos açúcares são convertidos a furfural e 5-HMF (RODRIGUES, 2007), e estes, por sua vez, são degradados a ácido fórmico e levulínico (CANETTIERI, 2004). Segundo Bevilaqua (2010), em temperaturas próximas a 160 0 C e em meio ácido, as unidades de glicose liberadas pela hidrólise da celulose são desidratadas e se degradam a 5-HMF, o qual, em um segundo momento, é degradado a ácido fórmico e levulínico. A maior eficiência de hidrólise foi de 64,97% no ensaio 2 (tabela 5), no qual foi possível obter 0,139g de GRT por 1g de línter conforme apresentado na tabela 4. Tabela 4 - Concentração de açúcares dos hidrolisados. Ensaios Temp [HCl] HMF Furfural Glicose Xilose Arabinose ggrt/glínter (ºC) (M) (ppm) (ppm) (g/l) (g/l) (g/l) 1 100 1,3 0,052 37 14 0,6 1,1 1,0 2 150 1,3 0,139 231 963 9,9 0,1 0,0 3 100 2,7 0,074 36 106 1,8 1,6 0,5 4 150 2,7 0,092 164 75 3,6 0,6 0,0 5 125 2 0,112 99 724 6,9 0,9 0,4 6 125 2 0,118 108 745 6,2 0,8 0,3 7 125 2 0,116 101 753 5,2 0,1 0,4 8 90 2 0,049 28 7 0,3 1,2 0,9 9 160 2 0,022 23 42 0,0 0,0 0,0 10 125 1 0,111 97 484 7,5 0,2 0,8 11 125 3 0,126 140 487 8,1 0,6 0,0 Após a hidrólise ácida, foi obtido um hidrolisado hemicelulósico de línter rico em açúcares fermentescíveis, sobretudo de glicose. Observa-se na tabela 4 que a glicose (9,9 g/l) foi o açúcar predominante no hidrolisado. Segundo Hendriks e Zeeman (2008), a solubilidade dos compostos hemicelulósicos é diferente e em ordem decrescente: manose, xilose, glicose, arabinose e galactose. Nas condições estudadas nesta pesquisa, a concentração de xilose foi muito baixa variando entre 0-1,6 g/l ao mesmo tempo em que as concentrações de 5-HMF e furfural aumentaram, variando entre 23-231 e 7-963 ppm, respectivamente, evidenciando que grande parte da xilose foi degradada a furfural.

Provavelmente a manose, açúcar com maior capacidade de solubilização, foi degradada a 5-HMF juntamente com parte da glicose solubilizada. A tabela 5 apresenta os percentuais de celulose e hemicelulose que foram hidrolisados bem como a eficiência de hidrólise, tendo como referência os principais açúcares derivados daqueles (glicose, xilose e arabinose). Tabela 5 - Percentual de Celulose e Hemicelulose solubilizada e eficiência de hidrólise do línter. Ensaio Celulose (%) Hemicelulose (%) Eficiência (%) 1 2,59 9,06 17,92 2 41,59 0,64 64,97 3 7,78 9,64 26,81 4 15,23 2,74 27,64 5 29,10 5,65 53,45 6 26,36 5,17 48,51 7 22,01 2,14 37,15 8 1,26 9,16 16,03 9 0,00 0,07 0,12 10 31,61 4,39 55,38 11 34,28 2,89 57,19 Conforme apresentado na Tabela 6, através da análise de variância da concentração de açúcares fermentescíveis gerados nos hidrolisados, observa-se que a interação quadrática da temperatura foi significativa, demonstrando que o aumento da temperatura é benéfico até por volta de 150ºC e que a partir de então passa a ser desfavorável. No entanto, as interações lineares e quadráticas da concentração do ácido clorídrico, assim como a interação linear da temperatura, não apresentaram variação significativa a um nível de significância de 95%. A Equação 4 foi obtida a partir da superfície de resposta na qual foi avaliada a variação dos GRT. GRT=0,115+0,016*T-0,0737*T 2-0,0008*[HCl]+,009*[HCl]2-0,034*T*[HCl] (Eq. 4) Onde: GRT = Concentração de grupos redutores totais (açúcares fermentescíveis) T = Temperatura de reação em minutos [HCl] = Concentração de ácido clorídrico (M) Tabela 6 - Resultado da análise estatística para razão ggrt/glínter dos ensaios da hidrólise ácida. Fatores Efeito Desvio Padrão p Intersecção 0,115391 0,014462 7,97872 Temperatura (Linear) 0,016336 0,017677 0,92414 Temperatura (Quadrático) -0,073675 0,020966-3,51398 [HCl] M (Linear) -0,000825 0,017677-0,04666 [HCl] M (Quadrático) 0,009243 0,020966 0,44086 T x [HCl] -0,034051 0,025050-1,35933

0,1 0,05 0-0,05 Figura 1 - Superfície de resposta para a razão ggrt/glínter no hidrolisado de línter em pré-tratamento com HCl (R 2 =0,77). É possível observar a partir da Figura 1 que o aumento da concentração de HCl promove uma redução dos açúcares no hidrolisado apesar de não ter sido estatisticamente significativo. Isso implica dizer que qualquer uma das concentrações utilizadas apresenta o mesmo efeito, logo, adotar uma concentração menor pode garantir uma maior preservação dos açúcares, mesmo que não significativa, visando agora a economia do catalisador. A Figura 2 apresenta a evolução da concentração de furfural e 5-HMF em função da variação da concentração de HCl e da temperatura. A interação quadrática da temperatura foi significativa para o furfural, demonstrando que o aumento desse parâmetro causou um crescimento da concentração de furfural. Já temperaturas superiores a 150 º C promovem uma diminuição desses compostos inibitórios, isso provavelmente devido à decomposição deles a ácido levulínico e fórmico. Ainda os dados de concentração de furfural mostraram que houve variação significativa para interação da temperatura e do HCl, cujo efeito foi negativo, evidenciando que sob as condições de estudo o aumento da temperatura não deve ser acompanhado pelo crescimento da concentração de HCl e vice-versa. A superfície de resposta para o 5-HMF não apresentou variação significativa, mas percebe-se que o comportamento da variação de 5-HMF foi semelhante ao de GRT. 500 0-500 -1000-1500 -2000 200 150 100 50 0-50 (a) Furfural (R 2 =0,86) (b) 5-HMF (R 2 =0,53) Figura 2 - Superfície de resposta para a concentração de furfural e 5-HMF no hidrolisado de línter. 6. CONCLUSÕES O pré-tratamento com HCl se mostrou eficiente do ponto de vista da solubilização de glicose, no entanto, sob as condições estudadas houve uma grande formação de inibidores o que pode causar

prejuízos quanto a uma possível utilização deste hidrolisado como substrato para a produção de metano. Mas isso vai depender da concentração de hidrolisado a ser adicionada ao reator anaeróbio. Como sugestão para ser estudada em outros trabalhos, é importante determinar as concentrações de ácido fórmico e levulínico, pois estes podem estar sendo produzidos em detrimento da degradação do 5-HMF e furfural, o que evidencia uma baixa concentração dos açúcares oriundos da hemicelulose, fato que não é interessante para o pré-tratamento com ácido clorídrico. REFERÊNCIAS ARAÚJO, A. E., SILVA, C. A., FREIRE, E. C. et. al. Cultura do algodão herbáceo na agricultura familiar. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/algodao/ AlgodaoAgriculturaFamiliar/subprodutos.htm>, Acesso em: 09 abril 2010. BARBOSA, C. R.; CÂNDIDO, E. J.; E SILVA, J. B. A. Caracterização dos compostos inibidores do hidrolisado hemicelulósico de palha de cevada utilizado para produção biotecnológica de xilitol. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA EM INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 6., 2005, Lorena, Anais... São Paulo, 2005. BEVILAQUA, D. B. Produção de ácido levulínico por meio de hidrólise ácida da casca de arroz. 2010. 87p. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria RS, Brasil, 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura. Portaria MA nº 55, de 9 de fevereiro de 1990. Norma de Identidade, Qualidade, Embalagem e Apresentação do Algodão em Pluma, de acordo com o disposto na Lei nº 6.305, de 15 de dezembro de 1975 e Decreto nº 82.110, de 14 de agosto de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, 30-50, 14 fev 1990. CANETTIERI, E. V. Obtenção dos parâmetros e estudo cinético da hidrólise ácida dos resíduos florestais de eucalipto. 2004. 145p. Tese de Doutorado - Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, SP, 2004. CASSALES, A. R.; MORAIS, J. P. S.; ROSA, M. DE F.; ALEXANDRE, L. C.; NORÕES, A. K. M.; MOTA, M. C. G. Caracterização Morfológica por Mev de Fibras de Línter de Algodão 1. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 8.; COTTON EXPO, 1., 2011, São Paulo. Evolução da cadeia para construção de um setor forte: Anais... Campina Grande, PB: Embrapa Algodão. 1872-1876, 2011, CD-ROM. CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira: grãos, quarto levantamento, janeiro/2012. Brasília, 2012. DA MOTA, E. G. Utilização do línter hidrolisado como fonte de energia. 2009. 64p. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia MG, 2009. DÍAZ, M. J. ET. AL. Hydrothermal pre-treatment of rapeseed straw. Bioresource Technology, n. 101, 2428-2435, 2010. HENDRIKS, A. T. W. M.; ZEEMAN, G. Pretreatments to enhance the digestibility of lignocellulosic biomass. Bioresource Technology. Amsterdam, n.100, 10-18, 2008. HERRERA, A.; TÉLLEZ-LUIS S. J., RAMÍREZ J. A.; VÁZQUEZ M. Production of Xylose from Sorghum Straw Using Hydrochloric Acid. Journal of Cereal Science, n. 37, 267-274, 2003.

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