GESTÃO DE REDES DE ESGOTO: aplicação do Método PDCA em estudo de caso no bairro do Sítio Cercado (ETE Padilha Sul), Curitiba/PR.



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Transcrição:

GESTÃO DE REDES DE ESGOTO: aplicação do Método PDCA em estudo de caso no bairro do Sítio Cercado (ETE Padilha Sul), Curitiba/PR. Adriano Augusto de Miranda 1 Miguel Mansur Aisse 2 RESUMO --- O sistema de gestão da qualidade, implantado largamente nos mais diferentes setores produtivos, também é uma ferramenta que pode ser aplicada nos setores de prestação de serviços. O Sistema de Gestão Ambiental nas redes de esgotamento sanitário, da bacia hidrográfica Ribeirão dos Padilha (Curitiba-PR), utiliza a metodologia do sistema de gestão da qualidade. O objetivo consiste na identificação das áreas prioritárias, para os serviços de manutenção preventiva e ações de melhorais corretivas. A gestão das redes de esgotamento, utiliza uma codificação operacional numérica, elaborada para identificar a estação de tratamento de esgoto, o sistema de transporte, a bacia hidrográfica estadual, a bacia hidrográfica regional com as suas sub-bacias e setores de esgotamento. A codificação operacional está associada a codificação comercial, onde são registrados todos os históricos de consumo e de prestação de serviços. Agrupando estes dados, por setores de esgotamento sanitário desenvolveu-se uma metodologia de análise de eficiência operacional. No estudo de caso, foi priorizado o bairro do Sítio Cercado, para inicializar os serviços de manutenção preventiva, por apresentar o maior índice de remansos de esgoto em edificação. Após a conclusão dos serviços, a região foi monitorada para identificar a possibilidade de existirem ações de melhorias corretivas pela Sanepar. ABSTRACT --- The sistem of the quality s managment widly implanted in the different productive s sectors, is also one tool that can be applied in the setores de prestação de serviços. The Ambiental Management Sistem in the network of the sewage system da bacia hidrográfica Ribeirão dos Padilha (Curitiba-PR), uses the methology of the quality s management system. The objective consists in the identification of priorities areas, to service maintenance preventive and better corrective. The management use one codification numeric identify season treatment end watershed. The operational codification is associated the commercial codification, where the descriptions of consumption and rendering of services are registered all. Grouping these data, for sectors of sanitary exhaustion a methodology of analysis of operational efficiency was developed. In the case study, the quarter of the Surrounded Small farm was prioritized, to inicializar the services of preventive maintenance, for presenting the biggest index of backwaters of sewer in construction. After the conclusion of the services, the region was monitored to identify the possibility to exist action of corrective improvements. Palavras Chaves: Gestão de Redes de Esgoto, ETE Padilha Sul, Método PDCA. 1) Engenheiro de Desenvolvimento Operacional da Sanepar, Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade Federal do Paraná, Mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental pela Universidade Federal do Paraná. Rua Pedro Nogas, 25, 81010-310. Curitiba. E_mail: adrianoam@sanepar.com.br 2) Engenheiro Civil, Doutor pela EP/USP,professor do DHS/PPGERHA da Universidade Federal do Paraná. E_mail:miguel.dhs@ufpr.br.

1. INTRODUÇÃO O sistema tradicional de coleta de efluentes líquidos, através de redes de esgotamento sanitário, para tratamento em estações específicas, deve ser aprimorado, com a implantação de processos de gestão. O crescimento populacional concentrado e acelerado em grandes centros urbanos é uma das causas para a sua aplicação. Os sistemas de redes de esgotamento sanitário e de tratamento de esgoto foram dimensionados segundo as características temporais, seguindo um perfil populacional de consumo e de ocupação do uso do solo. Atualmente pela alteração das características construtivas das edificações com mais cômodos, que acabam utilizando mais água, modelos construtivos que aumentam a densidade demográfica setorial e alteração no comportamento quanto a higiene, observa-se uma tendência no aumento do consumo de água. Nesse contexto, o aumento do volume e as características físicas, químicas e biológicas dos efluentes líquidos não são os mesmos que foram considerados na elaboração dos projetos. Sistema de Coleta e Remoção dos Esgotos Segundo LEME (1982), os resíduos líquidos são constituídos de esgoto sanitário, despejo industriais, água de infiltração e água pluviais, que apresentam características próprias, interferentes na forma, tipo de canalizações e modos de transporte que lhes devem proporcionar um comportamento adequado ao esgotamento hidráulico. Os esgotos sanitários que constituem as águas servidas provenientes da utilização da água potável coletadas após o uso na cozinha, banheiro e lavanderia, encontrados nas residências e comércios. O sistema de esgotamento sanitário pode ser classificado em unitário ou separador absoluto. O sistema unitário ocorre quando a coleta, o transporte e o tratamento dos esgotos sanitários e da águas pluviais são juntos. No sistema separados absoluto ocorre a separação entre o esgoto sanitário e de águas pluviais.

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Segundo ASSUMPÇÃO (2005), o SGA é uma ferramenta através da qual pode-se demonstrar como a organização gerencia suas obrigações ambientais e como as falhas e a conseqüente busca de soluções são administradas. Na elaboração e a implementação deu um sistema SGA, deve-se buscar exemplos adotados em outras empresas e procurar as respostas para os seguintes questionamentos: a) Qual a parte da empresa deve ser escolhida para iniciar a implementação? b) O que realmente necessita ser executado? c) Qual o caminho a ser seguido para que a implementação venha a ter sucesso? d) Quais os colaboradores da empresa devem estar realmente engajados na implementação do SGA? O método de controle de processo PDCA (Plan, Do, Check, Action), é composto por quatro fases básicas de controle: planejar, executar, verificar e atuar corretivamente. O planejamento consiste em estabelecer metas sobre os itens de controle além de estabelecer a maneira (caminho) para se atingir as metas propostas. Após o planejamento, temos a execução das tarefas previstas e a coleta de dados para a verificação do processo. Na verificação, com os dados coletados compara-se com as metas estabelecidas no planejamento. Ocorrendo desvios, realizam-se ações de correção para que o problema não volte a acontecer. Retorna-se a um novo planejamento, iniciando um novo ciclo. O Ciclo do PDCA é utilizado para a manutenção e melhoria do nível de controle. O Método da Análise de Pareto permite dividir um grande problema em problemas menores. Está baseado em fatos e dados onde é possível identificar prioridades e estabelecer metas, consiste na priorização das ações extratificadas que possuem maior índice percentual. O Método de Solução de Problemas está fundamentado em uma análise de processo que tem por objetivo determinar a causa fundamental de um problema e conhecer as causa principais de um determinado item de controle. A tabela 01 a seguir, identifica as fases e o objetivo do método de solução de problemas que é um método japonês da JUSE (Union of Japanese Scientists end Engineers) denominado de QC STORY.

TABELA 01: MÉTODO DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS QC STORY PDCA Fluxograma FASE OBJETIVO 1 Identificação do problema Definir claramente o problema e reconhecer sua importância P 2 Observação Investigar as características específicas do problema com uma visão ampla e sob vários pontos de vista. 3 Análise Descobrir as causas fundamentais 4 Plano de Ação Conceber um plano para bloquear as causas fundamentais D 5 Ação Bloquear as causas fundamentais 6 Verificação Verificar se o bloqueio foi efetivado C tomada de decisão Não ocorreu a verificação, retorna ao passo 2 Ocorre a verificação, ir ao passo 7. 7 Padronização Prevenir contra o reaparecimento do problema A 8 Conclusão Recapitular todo o processo de solução do problema para trabalho futuro Fonte: CAMPOS (1999) Operação e Manutenção de Redes de Esgotamento Sanitário Segundo Garcês (1976), na conservação das redes de esgotamento, dentro de um modelo racional é de grande importância a existência de um cadastro técnico das redes e de seus elementos. O cadastro deve ser elaborado sobre a planta dos logradouros da região devendo conter o tipo de material da canalização e diâmetro nominal, peças especiais, nível do terreno, nível da base dos PVs, inclinação e sentido de fluxo. Atualmente os cadastros técnicos são elaborados em arquivos digitais, geo-referenciados, para ser possível relacionar com os elementos de outros sistemas como exemplo, águas, gás, telefonia energia elétrica. As inspeções de rotinas, também denominadas de manutenção preventiva, nas redes de esgotamento sanitário, possuem uma freqüência muito variada. No método de inspeção de rotinas, observa-se uma grande falta de compreensão, no que diz respeito à necessidade e utilidade, somado com uma deficiência de pessoal habilitado e uma ausência de um plano de gestão. Observa-se que as manutenções ocorrem nos trechos onde ocorrem problemas no fluxo dos efluentes, sendo a ação meramente dedutiva, sem qualquer técnica de gestão apurada. Nos países onde a manutenção preventiva é uma técnica já dominada, utiliza-se como

metodologia, na sua freqüência: a) a cada três meses, nas redes implantadas em terrenos planos ou em trechos onde observa-se uma falha no escoamento, devendo a falha ser reparada através de obras de melhoria; b) uma vez por ano, em todas as redes de esgotamento sanitário; c) de uma a duas vezes por mês, nos emissários, interceptores e coletores tronco; d) uma vez por mês, nos equipamentos da Estação Elevatória de Esgoto EEE; e) uma vez por mês, nos sifões; f) de uma a duas vezes por mês, nos extravasores localizados ao logo do sistema de esgotamento. As manutenções preventivas visam principalmente atuam em regiões onde comumente ocorrem obstruções, analisar a possibilidade de existirem ligações clandestinas ou infiltrações na rede, pela variação das características do efluente ou variação de vazão, e principalmente conhecer o sistema de esgotamento sanitário globalmente para uma melhor gestão dos processos de operação. O método de execução das manutenções preventivas está dividido em dois grupos, um está relacionado ao conjunto das malhas de redes e outro aos emissários, interceptores e coletores tronco. Nas canalizações de pequeno diâmetro, que formam a malha de redes coletoras, a inspeção é realizada através de vistorias das redes nos poços de visitas PVs. A observação das características dos fluxos de escoamento pode identificar que a rede pode estar obstruída, efluente menos denso pode identificar a existência de infiltrações superior a prevista em projeto, estando o efluente coberto de escuma denota a possibilidade de ação séptica, a deposição de material no fundo do PV ou o sinal de esgoto nas paredes do PV está ligada a deficiência no escoamento. A inspeção deve ser feita iluminando o fundo do PV com lâmpada à prova de explosão ou espelhos. Nas canalizações de grande diâmetro existe a possibilidade de entrar nas tubulações para análise mais criteriosa nas tubulações verificando ligações clandestinas, interferências ou problemas de execução. Nos serviços de manutenção preventivo ou corretivo, o operador é o responsável pela equipe devem descriminar o tipo de resíduo encontrado, para facilitar as ações de gestão por bacias de esgotamento. Os produtos mais frequentemente encontrado nas redes de esgotamento sanitário são: raízes, graxas e gorduras, areia, restos de construção e lixo.

Como medida preventiva pode-se retirar árvores próximas as tubulações, para reduzir a possibilidade das raízes adentrarem nas juntas das tubulações ou na junta entre a tubulação e o PV. A redução de óleos e graxas pode ser alcançada com a obrigação do uso de caixa de gordura na rede interna da edificação, antes de interligar na rede de esgotamento. A areia encontrada nas redes de esgotamento sanitário está diretamente ligada a existência de redes coletoras de águas pluviais interligadas a rede de esgoto. O cuidado durante a execução das redes de esgoto, evita a possibilidade de ocorrer rupturas ou a existência de detritos dentro da tubulação. O serviço de educação ambiental, visa orientar aos usuários do sistema de esgoto de quais produtos não devem ser direcionados a rede. O serviço de lavagem das redes de esgoto consiste na injeção de água nas redes para limpalas, podendo ser pela ação da gravidade ou por hidro-jateamento. O método de lavagem pela ação da gravidade consiste em introduzir uma mangueira de diâmetro compatível, que direciona a água oriunda de um caminhão pipa até a tubulação de esgoto. No caso de hidro-jateamento, é semelhante ao citado anteriormente, neste caso a mangueira recebe a água de um caminhão provido de uma moto-bomba que aumenta a pressão da água durante a execução do serviço. Nas redes novas, antes de receberem o esgoto, devem ser lavadas pela ação da gravidade para confirmar o sentido de escoamento e a sua eficiência quanto a estanqueidade, ou seja, não permitir que o esgoto conduzido na tubulação contamine o solo. Nos serviços de manutenção podem ser usados o método de lavagem por gravidade além do método de hidro-jateamento. O método de lavagem por gravidade deve ser utilizado quando a rede está em boa condição de funcionamento, desejando apenas limpa-la de possíveis detritos. Na lavagem do tipo hidro-jateamento, a rede está obstruída e existe a necessidade de retirar possíveis detritos que estão obstruindo o fluxo de esgoto pela ação da força de um jato de água. Na lavagem das redes de esgoto devem ser retirados os detritos encontrados através de pá apropriada tipo concha, com cabo alongado, para análise posterior para a tomada das providências cabíveis. Nos serviços de lavagem deve ser tomado o cuidado com a segurança do operador e dos transeuntes, utilizando cones de sinalização e fita zebrada. Os equipamentos mais utilizados para o serviço de manutenção são: caminhão pipa com moto-bomba, antes, pá tipo concha com cabo alongado, gancho para a abertura do PV, mangueira, cones e fita zebrada. A equipe por caminhão pipa é composto por três pessoas, o motorista que controla a moto-bomba e dois operários que podem atuar em dois PVs, além de segurar a

mangueira no início e término do serviço. A entrada de águas pluviais nas redes de esgotamento prejudica a eficiência do sistema de tratamento do esgoto na ETE. Os problemas do escoamento podem acarretar remansos nas redes de esgoto extravasando nos PVs ou nos pontos de coleta de esgoto das diferentes economias, acarretando em problemas ambientais, de saúde pública e na imagem da empresa. Na operação das redes de esgoto quando ocorrem problemas no regime do escoamento dos efluentes, mudando as suas características no Regime de Escoamento previstas em projeto, pode ocorrer remanso na rede de esgotamento, acarretando o refluxo de esgotos nas edificações interligadas ao sistema. O refluxo de esgoto nas edificações consiste na retorno do esgoto oriundo da rede de esgotamento sanitário que está interligada a rede interna da edificação pelo Dispositivo Tubular de Ligação DTI. O volume de esgoto resultante do refluxo pode ocorrer no terreno ou na sua frente próximo ao DTI, podendo também ocorrer em pontos internos da edificação, como exemplo ralos de chuveiro, inundando o banheiro ou parte da edificação. O objetivo geral do trabalho consistiu em desenvolver uma metodologia de gerenciamento da qualidade, aplicada ao Sistema de Gestão Ambiental, nas redes de esgotamento sanitário da bacia hidrográfica Ribeirão dos Padilha. Como objetivos específicos: aplicar a metodologia de Sistema de Gestão Ambiental, para identificar as áreas prioritária para serem realizados os serviços de manutenção preventiva, e efetuar ações de melhorais preventivas nas redes de esgotamento sanitário. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Na gestão de bacias de esgotamento sanitário podem ser observadas diversas aplicações de técnicas operacionais, que utilizam dados comerciais e de manutenção para garantir a eficiência do sistema. O presente método, desenvolvido num estudo de caso, escolheu a Bacia do Ribeirão dos Padilha, que pertence ao comitê de bacia Alto Iguaçu e Ribeira, além de possuir uma estação de tratamento de esgoto ETE Padilha Sul, responsável pelo tratamento de todo o esgoto coletado. A bacia do Ribeirão dos Padilha foi dividida em sub-bacias de contribuição. Na gestão de bacias de esgotamento, foi adotado o nome de Setor de Contribuição as micro-bacias hidrográficas da Bacia do Ribeirão dos Padilha, que corresponde a micro bacia de contribuição hidrográfica ou seja a menor unidade de coleta de esgoto.

2.1. Codificação das Bacias de Esgotamento Sanitário A codificação operacional das bacias de esgotamento foi desenvolvida levando em consideração a sua aplicabilidade, na melhoria contínua dos serviços de coleta e tratamento de esgoto doméstico, procurando responder aos questionamentos operacionais quanto ao número de economias e volume de esgoto, por setor ou agrupamento de setores, conforme a necessidade. A codificação foi elaborada através de um conjunto de treze caracteres numéricos, sendo estes agrupados em duas grandes famílias para consulta. A primeira família é composta por cinco caracteres e é subdividida em dois grupos. O primeiro identifica através de numeração com três dígitos a Estação detratamento de Esgoto - ETE, cadastrada e numerada pelo Sistema de Informação Ambiental - SIA da Sanepar. O segundo grupo identifica a Estação Elevatória de Esgoto EEE através de dois dígitos, sendo adotado ( 00 ) quando o escoamento for por gravidade e quando for recalcado a numeração e cadastro é o utilizado pela Unidade de Serviço de Esgoto USEG, da Sanepar. A segunda família da codificação composta por oito algarismos numéricos, possui carácter operacional na tomada de decisão, sendo um facilitador para efetuar os serviços de manutenção preventiva ou corretiva nas redes de esgotamento sanitário. Os oito algarismos são subdivididos em três famílias. Cada família é composta por dois algarismos, a primeira identifica a unidade hidrográfica, a segunda a bacia de contribuição ou setor de esgotamento, a terceira a sub-bacia e a quarta o setor de esgotamento. Estando a região de estudo delimitada e quantificando o número de economias e o volume de esgoto é possível analisar, nos PVs de controle, a possibilidade de inconsistências. As vistorias técnicas ambientais, devem ser feitas conforme especificação já descriminada. Na gestão de bacias de esgotamento, a codificação dos setores de esgotamento seguindo critérios técnicos, facilita a análise de dados. O modelo é represento segundo tabela 2. TABELA 2: MODELO DE CODIFICAÇÃO OPARACIONAL 1 º 2 º 3 º 4 º 5 º 6 º 7 º 8 º 9 º 10 º 11 º 12 º 13 º 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 Nível 6 Nível ETE EEE U. H. Bacia Sub- Bacia Setor Fonte: Sanepar (2005) O sistema de gestão utilizando a codificação operacional, permite aos gestores uma melhor análise de dados reais mensais a tomarem decisões de viabilidade técnica, operacional, manutenção e ambiental.

Exemplificando a aplicação da numeração da codificação operacional que coleta esgoto de uma determinada região para tratamento do esgoto na ETE Padilha Sul, que conduz o efluente por gravidade, estando localizado na Unidade Hidrográfica Alto/Iguaçu, no afluente Ribeirão dos Padilha, pertencente a sub-bacia de esgotamento PDXA Padilha Xaxim e o primeiro setor de esgotamento a montante receberá a seguinte numeração de codificação operacional, n 0850001050201. 2.2. Taxa de Eficiência Operacional Após serem feitas pesquisas no banco de dados as Sanepar, utilizando a codificação operacional, é possível obter as respostas do número de economias e volume de esgoto que estão sendo direcionados a Estações de Tratamento de Esgoto ETE e/ou Estações Elevatórias de Esgoto EEE. A metodologia do algorítimo do sistema de codificação operacional agrupa diferentes matrículas do registro do banco de dados comercial da Sanepar, segundo o mesmo CODOPE Codificação Operacional. Como resultado da pesquisa é possível obter o somatório da quantidade de economias e o volume de água micromedido nos hidrômetros. Esta quantificação permite responder aos quesitos para o processo de pedido de outorga aos órgãos ambientais responsáveis, além de responder a eventuais questionamentos oriundos do Ministério Público e de Organizações Não Governamentais. O volume de água micromedido, multiplicado por um fator de retorno igual a 0,80; corresponde ao volume estimado de esgoto, que está sendo coletado pelas redes. Ao volume de esgoto coletado é adicionado o volume de infiltração proveniente das redes de esgotamento. O volume de infiltração é estimado multiplicando o somatório das extensões das redes de esgoto pela taxa teórica de infiltração, conforme material utilizado. Na ETE existem dispositivos físicos que medem o volume do efluente que corresponde ao somatório de esgoto coletado com as águas de infiltração por extensão de rede. A gestão operacional do sistema de esgotamento sanitário utiliza a relação do volume do efluente que chega na ETE, com o volume de esgoto coletado adicionado ao volume de águas de infiltração pela rede. Considerando o sistema de coleta e tratamento de esgoto com total eficiência a relação seria a unidade e a relação denominada de Taxa de Eficiência Operacional - TEO. Quando TEO possui valor superior a um indica que está chegando mais efluente que estimado, podendo ser causa desta irregularidade a falta de codificação operacional em algumas

economias ou a infiltração de águas nas redes superior a estimada. A falta de codificação operacional nas mais diversas economias pode ocorrer por falha na implantação da gestão operacional ou por falha no cadastramento comercial de novas economias. A infiltração de água adicional nas redes pode ser causada por problemas na malha de esgotamento pela existência de pontos de captação de águas pluviais ou fluviais, não previstas em projeto. Sendo a TEO, inferior a um indica que parte do esgoto coletado está sendo desviado para um outro destino, não previsto em projeto, ou algumas economias receberam codificação operacional errada. No caso de erro de codificação operacional a falta de volume em uma determinada ETE será adicionada a outra, ficando fácil a sua adequação. Não ocorrendo este problema deverá ser verificada a eficiência de medição de volume da ETE, para depois analisar a malha de esgotamento a busca de fugas. A análise de ocorrência de infiltração concentrada de águas pluviais nas redes pode ocorrer por uma ligação clandestina predial, onde a calha após coletar as águas da chuva, direcionam ao sistema de esgoto interno. Este volume, não previsto em projeto, prejudicam o sistema de tratamento de esgoto nas ETEs, eleva o volume de água nas EEEs e pode acorrer em remansos no fluxo de esgoto acarretando refluxos de esgotos nas edificações interligadas ao sistema de esgotamento sanitário. Outro ponto de infiltração concentrado são nos PVs ou nas redes expostas danificadas próxima a córregos. 2.3. Vistorias Técnicas Ambientais As Vistorias Técnicas Ambientais - VTA consistem na análise de todos os pontos de contribuição de esgoto numa edificação, verificando o seu caminhamento a rede de esgotamento sanitário da Sanepar. A análise inicia no banheiro, onde é colocado corante no vaso sanitário, lavatório e ralo do chuveiro, sendo verificado se estes efluentes são lançados em uma determinada caixa de passagem. A análise continua na cozinha, onde é colocado corante de outra cor na pia e verificado o caminhamento para a caixa de gordura. Na seqüência é analisada a lavanderia com corante de cor diferente aos já utilizados analisando o tanque, a máquina de lavar e ralo, verificando o destino em caixa de passagem sifonada. No segundo momento é analisado a rede externa onde é verificado o caminhamento das caixas de passagem, caixa de passagem sifonada e caixa de gordura até o Dispositivo Tubular de Inspeção DTI. A VTA, também analise a rede de coleta de águas pluviais em ralos externos para verificar que não estão interligadas irregularmente a

rede de esgoto. A identificação dos pontos de infiltração concentrado é de responsabilidade da equipe operacional, sendo efetuadas Vistorias Técnicas Ambientais - VTA, com corantes, tanto no interior das edificações e redes internas, quanto nas redes de esgotamento. Ocorrendo irregularidades nas edificações, o responsável é orientado e uma nova vistoria é agendada. Persistindo o problema, será emitida uma notificação e encaminhada a Prefeitura Municipal, para as devidas providencias judiciais. Caso as irregularidades venham a ser encontradas nas redes de esgotamento, a equipe de manutenção é acionada, devendo ser efetuados os serviços corretivos ou de melhoria na rede. A Unidade de Serviço de Esgoto USEG, que responde pelo tratamento de esgoto nas ETEs ou pela reversão de bacias nas EEE, caso observe alguma irregularidade no valor da TEO, deve informar imediatamente as unidades operacionais e de manutenção que são responsáveis pelas redes de esgotamento sanitário, para a verificação da irregularidade e tomada de ações preventivas ou corretivas. 2.4. Manutenção Preventiva nas Redes de Esgotamento Sanitário O serviço de manutenção preventiva nas redes de esgotamento inicia-se com a entrega, em meio físico, para as equipes de campo, do cadastro técnico das redes de esgoto, sendo nesse momento apresentado e delimitado por Setores de Esgotamento. O intuito é familiarizar, aos colaboradores das equipes de manutenção, a existência de uma divisão das redes por Setores de Esgotamento, devendo todos os serviços realizados, relacionados a esta Codificação Operacional. O responsável pela equipe, como possui em meio físico o cadastro das redes de esgotamento de um determinado setor, deverá orientar o início dos serviços no ponto altimétrico com maior cota, acompanhando o escoamento natural do efluente, ou seja de montante a jusante. A equipe responsável pelos serviços de manutenção preventiva é dividida em três grupos. O primeiro é responsável pela localização, limpeza e abertura do PVs com o uso de ferramenta adequada denominada de gancho. O PV tem por finalidade ser um ponto de análise do fluxo de esgoto nas redes de esgotamento sanitário, devendo ser um local de passagem e não de permanência de esgoto. Após concluir todos os serviços de reparo e vistoria das redes em todo o setor de esgotamento, cabe ao responsável pela equipe elaborar um relatório resumido dos serviços executados. Os dados coletados devem ser representados percentualmente e apresentados

graficamente através de um método de gestão da qualidade, Método de Pareto. Os dados referemse ao número de desubstruções realizadas, caracterizando os materias retirados da rede o PVs e o número de reparos feitos nos PVs e rede. 2.5. Estudo de Caso: Ribeirão dos Padilha ETE Padilha Sul O estudo de caso utilizou a Bacia Hidrográfica Ribeirão dos Padilha, afluente da Bacia do Alto Iguaçu, localizado no Município de Curitiba, por existirem dados operacionais, de manutenção e comerciais, principalmente por possuir uma estação de tratamento de esgoto ETE Padilha Sul. A figura 01, representa os bairros que estão inseridos na Bacia Hidrográfica. FIGURA 01: BAIRROS DA BACIA HIDROGRAFICA RIBEIRÃO DOS PADILHA URCT-SUL CAPÃO RASO XAXIM PINHEIRINHO SÍTIO CERCADO ALTO BOQUEIRÃO GANCHINHO

3. RESULTADOS 3.1. Aplicação da Metodologia de SGA A quantificação dos serviços de refluxo, na área de abrangência da regional, levou em consideração a caracterização do serviço interno de limpeza e desinfecção, executados e classificados como ocorrência real de refluxo de esgoto. Este presente trabalho quantificou percentualmente o número de refluxos, ao longo do ano de 2.007, no Município de Curitiba, na área de abrangência da unidade regional sul. A figura 02 demonstra que as Bacias do Barigui e Padilha são as regiões com maior incidência de ocorrências de refluxos. Pela análise, segundo o método gestão da qualidade de Pareto, devem ser escolhidas as Bacias Barigui e Padilha, como locais a serem executados os serviços de manutenção preventiva. FIGURA 02: REDE DE ESGOTO: REFLUXOS POR BACIAS HIDROGRÁFICAS, em Curitiba Refluxos por Bacias Hidrográficas Pocentagem 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 1 Bacias Barigui Padilha Belém Alto Boqueirão A Bacia, no sistema de gestão operacional, foi dividida em dez sub-bacias de esgotamento. A análise da ocorrência dos refluxos de esgoto, também foi feita nas sub-bacias de esgotamento, sendo que a figura 03 identifica a percentagem de ocorrências de refluxo no ano de 2007, segundo o método de gestão da qualidade de Pareto.

FIGURA 03: REDE DE ESGOTO: REFLUXOS NA BACIA PADILHA POR SUB-BACIA Refluxos Bacia Padilha por Sub-bacia Porcentagem 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 1 Sub-bacia PDVB PDPD PDCE PDPI PDSC PDXA PDGA_1 PDAB_1 Na análise de gestão operacional por bacias de esgotamento sanitário, para o início dos serviços de manutenção preventiva, foi identificado que na sub-bacia PDVB deveriam ser iniciados os serviços manutenção preventva, pelo elevado índice percentual de ocorrências no ano de 2.007. Na figura 04, está representado percentualmente o número de refluxos ocorridos na Bacia do Ribeirão dos Padilha, por bairro que pertence a bacia. FIGURA 04: REDE DE ESGOTO: REFLUXOS NA BACIA PADILHA POR BAIRRO Refluxos Bacia Padilha por Bairro Porcentagem 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 1 Bairros Sitio Cercado Xaxim Pinheirinho Ganchinho Capão Raso Alto Boqueirão Umbará

O bairro do Sítio Cercado foi o escolhido como sendo o bairro onde deveria iniciar os serviços de manutenção preventiva na Bacia do Ribeirão dos Padilha, por possuir o maior índice de refluxos de esgoto, no ano de 2.007. 3.2. Manutenção Preventiva nas redes de esgotamento do Bairro do Sitio Cercado Os serviços de manutenção preventiva das redes de esgotamento devem iniciar após a análise dos dados histórico relativos aos refluxos que ocorreram na área de abrangência da unidade regional sul, no Município de Curitiba. No Bairro do Sítio Cercado, conforme setores de esgotamento pré-definidos, foi realizado um levantamento dos materiais encontrados no interior da rede de esgotamento ou PVs. A figura 05 identifica e quantifica percentualmente os materiais encontrados. A percentagem acentuada de areia e pedra encontrada nos serviços de manutenção preventiva, indica a possibilidade de estarem adentrando águas pluviais na rede, podendo a contribuição ser por PVs ou pelo método construtivo inadequado, que interliga erroneamente as águas pluviais na rede de esgoto. FIGURA 05: REDE DE ESGOTO: MATERIAIS ENCONTRADOS DURANTE A MANUTENÇÃO PREVENTIVA DO BAIRRO DO SITIO CERCADO Materias - Manutenção Preventiva 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 1 Areia Pedra Gordura Bucha Rede Obstruida

3.3. Histórico de Serviços de Vistoria Técnica Ambiental No banco de dados da Sanepar, referente aos serviços de Vistoria Técnica Ambiental - VTA, foi levantado o número de irregularidades das ligações. No Bairro Sítio Cercado através do Programa de Despoluição Ambiental PDA, referente ao ano de 2007. Na figura 06 é representa o resumo dos dados das VTA realizadas no Bairro Sítio Cercado pelo PDA. CERCADO FIGURA 06: REDE DE ESGOTO: RESUMO DA VTA NO BAIRRO SÍTIO PDA - Sitio Cercado 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 1 Rede até 100m Água pluvial na rede DTI disponível Cadastrar cobrança Rede mais de 100m Sem cota Esgoto na galeria pluvial Sem DTI Fossa séptica na rede Analisando os dados de materiais encontrados nos serviços de manutenção preventiva e os dados das vistorias técnicas ambientais, é possível afirmar que parte das economias interligadas a rede de esgotamento sanitário estão lançando irregularmente águas pluviais no sistema, complementando a análise dos materiais retirados das redes de esgoto, submetidas aos serviços de manutenção preventiva. 4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES O Sistema de Gestão Ambiental, APLICADO nas redes de esgotamento sanitário da bacia hidrográfica Ribeirão dos Padilha (Curitiba PR), apresentou ser uma técnica muito eficiente, como ferramenta para a tomada de decisões para os serviços de manutenção preventiva. O agrupamento das matrículas por setores de esgotamento, otimizou a ação da manutenção

preventiva de esgoto, pois com a utilização do método de análise de Pareto se iniciaram os serviços em setores de esgotamento com o maior histórico refluxos. Os setores que ocorreram a maior incidência de refluxos, possuem edificações que interligam a rede de águas pluviais na rede de esgotamento sanitário. A quantidade de areia e de pedra encontrados indicam essa possibilidade. Como recomendação, a necessidade de serem realizada vistorias técnicas ambientais periódicas nas edificações, para verificar a existência de ligações das águas pluviais na rede de esgoto com o objetivo específico de minimizar a incidência de refluxos. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Sanepar o fomento e o apoio emprestado em todas as etapas do trabalho. Ao MBA em Gestão Ambiental, promovido pelo PECCA/UFPR, pela oportunidade na organização e desenvolvimento do texto. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSUMPÇÃO, Luiz Fernando Joly; Sistema de Gestão Ambiental. Curitiba, Editora Juruá, 2005. CAMPOS, Vicente Falconi; TQC Controle da Qualidade Total. Belo Horizonte, Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1999. GARCES, Lucas Nogueira; Elementos de Engenharia Hidráulica e Sanitária. São Paulo, Edgard Blücher, 1976. LEME, Francisco Paes; Engenharia do Saneamento Ambiental. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1982. MIRANDA, Adriano Augusto; GESTÃO DE REDES DE ESGOTO: aplicação do método PDCA em estudo de caso no bairro do Sítio Cercado (ETE Padilha Sul),

Curitiba:PR. Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Gestão Ambiental, Programa de PECCA, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, 2009.