OPA! Me enganei É só no vazio, logo acima do degrau mais alto da escada das coisas aprendidas, é que eu consigo identificar coisas novas. Mas essas novidades só ficam conscientes depois. Eu só consigo atingir esse estado depois de limpar totalmente a consciência (MP1) e logo depois, sem ingerir nada, executar a MP2 em silêncio completo dos estímulos externos (visuais, auditivos, emocionais, físicos...). A MP2, resgata memórias antigas, inclusive
pensamentos, e as joga nesse vazio da consciência. Eu presto atenção só na respiração e deixo tudo isso apenas fluir, sem fazer nenhum tipo de julgamento. OBS: Sem fazer uma faxina pesada na consciência, se isentar de fazer nenhum tipo de julgamento é impossível. Compara isso com uma reunião calorosa, fogo cruzado de opiniões diferentes, apenas prestar atenção num ponto inanimado e não discordar nem concordar com ninguém. Apenas inspirar e expirar sem fazer força nenhuma. Logo depois dessa reunião, liga um som do teu gosto e toma um café. Isso é como montar em um potro redomão, soltar as rédeas e seguuura peão. Faço a MP1 diariamente há muitos anos antes de amanhecer. Eu só consigo fazer isso uma vez por dia. Foram as repetições que me mostraram como expandir esse vazio, aumentando o poder da MP2. Hoje, eu pratico a MP2 com uma frequência bem menor que antes. Porém, as ideias resultantes dela são bem menores e mais poderosas. São mergulhos meditativos mais profundos. O ápice disso é a felicidade plena. A melhor forma de iniciar a construção dessa escada é através da técnica de meditação chamada vipassana (vipassana.org). Gradativamente, vais notar que a distribuição diária de estados meditativos irá suavizar e aumentar o poder desse processo. A partir de um certo momento, tu mesmo vais descobrir a melhor forma de meditar pra ti. Outra coisa que tu vais notar é que a tua memória e capacidade de aprender coisas novas irão ficar cada vez melhor.
Se tu te sentires indeciso, confuso, com medo ou algum outro sentimento desagradável, não te preocupas. Isso indica que tu estás próximo de algo novo, inexplorado. Simplesmente encara, te defende com todas as tuas forças e segue em frente, não ataca. O medo é natural. Se fugires, essa coisa nova também fugirá. Mas se encará-la, ela te presenteará com essa coisa nova. Obras magníficas foram criadas assim. Antes de ser presenteado, não tenta pegar. Depois de te defender, deixa um espaço vazio, esquece e olha pra frente. A maior parte de um átomo é composto de espaço vazio. Quando tocamos em um objeto sólido estamos tocando em um imenso vazio. Só o núcleo atômico é sólido, menos de 1%. Quanto mais forte fica a minha razão, mais estranho é isso. Imagina só, tocar em uma pedra e em água pura é quase a mesma coisa?! Bah, que doidura! Mas quando eu silencio todos os estímulos possíveis da consciência, fica tranquilo aceitar isso. Ninguém supera recém-nascido nisso.
A primeira vez que eu fiz isso foi para enfrentar um problema grave que eu tive de uma insônia. Era um medo assustador de que algo terrível me acontecesse. Aí, eu ficava tão apavorado que não conseguia pegar no sono nem relaxar. E isso me deixava mais apavorado ainda. Felizmente, eu consegui superar esse problema antes ele me levasse para uma clínica psiquiátrica. Ainda, consegui superar sem a necessidade de nenhuma medicação. Mas essa vitória só veio com uma disciplina absurda e muita força de vontade para acreditar no sucesso da minha investida. Demorou vários dias, mas botei na cabeça o seguinte vou tentar hoje, se eu conseguir um ínfimo sucesso, tentarei novamente no outro dia, Day by day. Ou seja, um murro no problema de cada vez. A descrição do que eu fiz está em http://sustonosneuronios.org/ -> COMENTÁRIOS -> ISOLAR CONTEXTOS -> link abaixo da primeira figura -> 0.3 LEIAME.rtf -> Fase_1(); cama. Verdade que eu já comentei isso antes, mas agora eu descobri a relação disso com o espaço vazio do átomo. Eu atingi uma redução de foco tão grande que eu já consegui perceber direitinho a relação disso com esse espaço vazio do átomo. No momento que eu observo as minhas próprias ações no passado através desse reflexo, eu vejo meus próprios erros. Dessa forma, a consciência testemunha essas ações. Esse testemunho é tipo a imagem refletida num espelho. Quanto mais profundo é o mergulho meditativo, mais nítido fica o reflexo. Esse reflexo deixa claro os equívocos. Aí, a consciência pensa OPA! Me enganei :(. Na repetição seguinte, o engano é corrigido e o foco se reduz mais ainda. Ou seja, parar de pensar conscientemente é legal. :) OM MANI PADME RUM https://www.youtube.com/watch?v=ig_lnunuvd4
Paulo Ricardo Silveira Trainini