02 Dezembro de 2012 Sumário BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO... 2 Boletim do Tempo para 02 de Dezembro... 2 Previsão do Tempo para o dia 03 de Dezembro de 2012 (24 horas)... 4 Tendência para o dia 04 de Dezembro de 2012 (48 horas)... 4 Boletim Técnico CPTEC... 5 1
BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO Boletim do Tempo para 02 de Dezembro A frente fria que estava sobre o estado se deslocou para Santa Catarina (figura 1). Uma massa de ar frio e seco encontra-se sobre o RS mantendo o tempo estável com temperaturas em elevação e temperatura de ponto de orvalho (Td) baixa (figura 2). Uma circulação anticiclônica na fronteira com o Uruguai, associada a uma crista em 500hPa (figura 3), mantém os ventos de sul impedindo a entrada de umidade no estado (figura 4). Figura 1. Figura Infravermelho realçada do GOES-12 das 16:30Z do dia 02/12/12. Figura 2. Diagramas Skew-T log-p de Santa Maria das 12Z do dia 02 de Dezembro de 2012. 2
Figura 3. Análise do GFS para as 12Z do dia 02/12/12 para Altura Geopotencial e Vorticidade em 500hPa. Figura4. Análise do GFS para as 12Z do dia 02/12/12 para Umidade Relativa, temperatura e vento em 850 hpa. 3
Previsão do Tempo para o dia 03 de Dezembro de 2012 (24 horas) Ao longo do dia a condição será de tempo estável, poucas nuvens e temperatura elevada em grande parte do Rio Grande do Sul. À tarde, a convergência de umidade sobre Santa Catarina, favorecem convecções isoladas sobre o extremo norte do estado. Durante a noite e madrugada de terça-feira, a formação de um sistema convectivo sobre o leste da Argentina e oeste do Uruguai, intensifica a nebulosidade sobre o oeste do RS. Tendência para o dia 04 de Dezembro de 2012 (48 horas) Há um aumento de umidade e temperatura, favorecendo a formação de células convectivas de forma isolada em grande parte do Estado, principalmente do oeste ao centro. Sobre o oeste gaúcho, o possível deslocamento do sistema convectivo de mesoescala, sobre a Argentina e o Uruguai, ocasiona chuvas organizadas. 4
Boletim Técnico CPTEC Nível 250 hpa Na análise da carta sinótica de 250 hpa da 00Z do dia 01/12, nota-se o predomínio da circulação anticiclônica sobre o continente, a norte de 30S, com áreas de difluência em seu fluxo, que contribuem para o desenvolvimento de convecção através da indução à convergência de massa em baixos níveis (ver imagem de satélite). Um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) pode ser visto com circulação centrada em 10S/28W, sobre o oceano. Observam-se áreas de máximos de ventos associados à presença do Jato Subtropical (JST), que contorna a borda sul do anticiclone mencionado anteriormente e que indica uma região baroclínica. O JST flui desde o Pacífico, sobre o Chile, Argentina, Paraguai e Região Sul do Brasil. Percebe-se o Ramo Norte do Jato Polar (JPN) contornando dois VCAN sobre o Pacífico, em 40S/93W, e leste da Argentina, em 38S/55W, e que dão suporte ao desenvolvimento de sistemas frontais em superfície. Nota-se uma difluência do fluxo de oeste próximo à saída do JST próximo à foz do Rio da Prata (35S/52W) e que favorece a convergência em baixos níveis, dando suporte para o desenvolvimento de instabilidades sobre o oceano adjacente ao Uruguai e extremo sul do RS. (ver imagem de satélite). O Ramo Sul do Jato Polar (JPS) escoa ao sul de 55S sobre o estreito de Drake e Atlântico Sul, onde também dá suporte a sistemas frontais sobre o oceano. Nível 500 hpa Na análise da carta sinótica de 500 hpa da 00Z do dia 01/12, percebe-se um padrão de circulação bastante similar ao descrito na alta troposfera. Sobre grande parte do continente nota-se a presença da circulação anticiclônica cujo núcleo reflete no campo de altura geopotencial com valor de 5880 mgp centrado em torno de 23S/62W. Embora este sistema gere subsidência e compressão adiabática o que deveria inibir a formação e o desenvolvimento de nuvens e elevar as temperaturas nas áreas onde atua, o aquecimento diurno e a temperatura em torno -6C neste nível dão condições para formação e desenvolvimento de sistemas convectivos com potencial para severidade, principalmente sobre MT, MS e Bolívia. Ao sul de 29S nota-se a presença de uma área fortemente baroclínica onde se observa um intenso gradiente do campo de altura geopotencial com a presença de um Vórtice Ciclônico (VC) no Atlântico em 43S/64W. Outro Vórtice Ciclônico (VC) tem a temperatura de -21C nas proximidades de 50S/90W e forte gradiente de altura geopotencial. Nota-se, sobre o RS, SC e PR, a atuação de fortes ventos, reflexo da presença do Jato Subtropical nas camadas mais elevadas da troposfera e a presença de um ar relativamente mais frio onde as temperaturas atingem -11 C na radiossondagem de Porto Alegre. A presença desta massa relativamente mais fria combinada as temperaturas mais elevadas em superfície e ao teor de umidade na coluna troposférica potencializa os valores dos índices de instabilidade aumentando a chance de tempo severo no norte e leste do RS. No Nordeste atua um VC com o centro a nordeste do RN e sua borda oeste contribui para a convecção isolada no PI e no MA. Nível 850 hpa Na análise da carta sinótica de 850 hpa da 00Z de 01/12, uma ampla circulação anticiclônica domina o escoamento no litoral brasileiro e seu centro está localizado em 48S/40W. Nota-se ventos forte entre o PR e o RS que contribuem para a convergência de umidade do oceano 5
para o continente. Um centro ciclônico aparece a leste da Bahia Blanca com ventos fortes na região e seu cavado se estende para a região até Buenos Aires. Outro cavado aparece no sul do RS e leste do Uruguai. Na borda norte do anticiclone os ventos adentram o continente na altura do leste do Nordeste e no Sudeste. Nota-se a presença de uma massa de ar mais fria sobre o Atlântico a sul de 55S limitada pela isoterma de 0 C indicada pela linha preta contínua. Percebe-se o reflexo do Vórtice Ciclônico descrito nas camadas superiores sobre o Pacífico, com a presença de uma ampla e extensa área de circulação ciclônica posicionada em torno de 48S/92W. Superfície Na análise da carta sinótica de superfície das 00Z do dia 01/12, nota-se a presença de uma onda frontal no Atlântico com baixa pressão de 1004 hpa em torno de 41S/56W, de onde se estende uma frente fria que atinge o continente entre o Uruguai e a Argentina. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) apresenta valor pontual de 1026 hpa por volta de 36S/37W e sua circulação atua pela faixa leste do Brasil. No Pacífico observa-se um sistema frontal que tem baixa em torno de 44S/83W e, mais ao sul desta, nota-se um ciclone ocluso com valor de 985 hpa. Entre o Estreito de Drake e o Atlântico verifica-se a presença de uma frente fria. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) está centrada a oeste de 110W, mas nota-se pulsos deste sistema com valor de 1020 hpa entre 20S e 40S entre o Pacífico e o Chile. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) posiciona-se em torno de 06N/10N sobre o Pacífico e Atlântico. 6