SIASS: PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

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Transcrição:

SIASS: PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL Regina Claudia Rebouças Mendes Alho 1, Wilson Franco Rodrigues 2, Prof. Everaldo Silva de Freitas 3. 1,2 Acadêmicos do Curso de Especialização em Perícia Oficial em Saúde do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil. 3 Docente do Curso de Especialização em Perícia Oficial em Saúde do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil. Resumo As ações de promoção à saúde voltada ao trabalhador devem ser constituídas de práticas que interfiram na qualidade de vida do trabalhador e do seu ambiente de trabalho. O objetivo desse estudo foi descrever o perfil clínico laboratorial dos servidores do NEMS/RR encontrado na 1 e 2 Semana da Saúde. Observou-se que 23 servidores participaram dos dois eventos, desses 08 eram hipertensos estando 06 estáveis e 02 descompensados. Em todos foi observado redução do IMC; os níveis de colesterol apresentaram normalização em 04; os triglicerídeos apresentaram redução dos níveis em 03, chegando à normalidade no segundo evento. Obteve-se como resultado das ações implantadas a minimização dos riscos na avaliação da segunda semana de saúde. Conclui-se afirmando que a avaliação do servidor de forma holística, contribui de forma positiva em sua saúde e consequentemente na sua qualidade de vida. Palavras chaves servidor, exames laboratoriais, promoção de saúde. Introdução De acordo com Sícoli e Nascimento, 2003, foi em 1945 que a expressão promoção de saúde foi utilizada e definida pela primeira vez, e teve como seu autor o médico canadense e historiador Henry Sigerist: la salud se promueve proporcionando condiciones de vida decentes, buenas condiciones de trabajo, educación, cultura física y descanso. Em 1986, a Organização Mundial da Saúde (OMS) na Conferência de Ottawa formulou a base ideológica do conceito de promoção da saúde. A Carta de Ottawa define a promoção da saúde como o processo através no qual os indivíduos são capacitados para ter maior controle sobre e melhorar a própria saúde, o que significa o reconhecimento da importância do poder e do controle para a promoção da saúde (OLIVEIRA, 2005). A saúde passa a ser vista desde então como um fenômeno influenciado por fatores físicos, socioeconômicos, culturais e ambientais. A promoção da saúde é um investimento na engenharia desses fatores; visando maximizar as possibilidades de saúde e evitar a doença e a invalidez (OLIVEIRA, 2005). A promoção à saúde influencia diretamente a organização do sistema e serviço de saúde do país; pode-se dessa forma dizer que ela se constitui uma das bases na busca da Qualidade de Vida. É importante compreender que a promoção à saúde constitui-se num modo de ver a saúde e a doença, e sua abordagem poderá trazer contribuições que ajudam a romper a hegemonia do modelo biomédico (HEIDMANN, 2006). As ações das estratégias de promoção nos serviços de saúde deve, em seu cotidiano, promover a autonomia das pessoas, indivíduos e profissionais, para que em conjunto possam compreender a saúde como resultante das condições de vida e propiciar um desenvolvimento social mais equitativo (HEIDMANN, 2006).

A promoção da saúde é um campo teórico, prático e político que em sua composição delineia-se como uma política que deve percorrer o conjunto das ações e projetos em saúde, apresentando-se em todos os níveis de complexidade da gestão e da atenção do sistema de saúde (CAMPOS et al, 2004). Tal política deve objetivar a busca crescente da autonomia dos atores, tanto profissional como usuários/trabalhadores, durante o processo do cuidado à saúde. A promoção da saúde representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas (BUSS, 2000). Em termos epidemiológicos, observa-se a crescente evolução do número de pessoas acometidas com as doenças crônicas não transmissíveis como a Hipertensão, o Diabetes e a Obesidade. Tais grupos de patologias caracterizamse por uma etiologia multifatorial, o que dificulta uma intervenção sistemática e coerente (ZAMAI et al, 2012). A gestão da atividade pericial deve valorizar aspectos relacionados aos parâmetros técnicos, à humanização e às políticas de informação, à capacitação do servidor público e à promoção à saúde (CARNEIRO, 2006). A promoção à saúde voltada ao trabalhador deve ser constituída de ações para a adoção de práticas saudáveis que interfiram na qualidade de vida do trabalhador e do seu ambiente de trabalho. Com esse pensamento a equipe do SIASS do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde de Roraima (NEMS/RR) implantou em seu calendário de ações a Semana da Saúde, com o objetivo de conhecer o servidor do núcleo. O objetivo desse estudo é descrever o perfil epidemiológico clínico laboratorial dos servidores do NEMS/RR encontrado na 1 e 2 Semana da Saúde e correlacionar se as orientações, encaminhamentos e palestras educativas tiveram efeito positivo na diminuição dos índices clínico/laboratoriais encontrados em agosto de 2012. Os dados encontrados irão auxiliar a equipe da Unidade SIASS na elaboração de uma proposta de ação voltada para a promoção e prevenção de saúde estruturada na realidade atual e comparativa entre os dois momentos de campanha. Metodologia O estudo desenvolvido foi de caráter descritivo, não experimental tipo levantamento epidemiológico, baseado na coleta de dados no prontuário ocupacional dos servidores lotados no NEMS/RR que participaram da 1 e 2 Semana da Saúde. Os dados a serem coletados serão: sexo, peso, altura, valores dos exames de colesterol total e as frações HDL e LDL e glicemia, além da aferição pressão arterial (PA) e cálculo do índice de massa corporal (IMC) registrados nas campanhas de saúde de agosto de 2012 e Março de 2013; não serão registrados e nem divulgados informações que por ventura possam a vir identificar qualquer servidor. Para realização dos exames laboratoriais, o NEMS solicitou apoio do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Roraima (HEMORAIMA) para coleta e análise laboratorial. Os parâmetros de normalidade dos exames laboratoriais considerados no estudo foram os valores de glicemia entre 70 a 99 mg/dl, Colesterol total menor que 200 mg/dl, HDL a partir de 45 mg/dl e LDL menor que 100 mg/dl. Em relação ao IMC foram utilizados os parâmetros descritos pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de: < 18,5 - magreza, 18,5 a 24,9 - normal, 25 a 29,9 - sobrepeso, > 30 - obesidade. Na aferição de PA foram utilizados os parâmetros definidos pela Sociedade Brasileira de Hipertensão, a qual considerada normal os valores inferiores a 140 por 90 mmhg. A coleta de dados foi realizada pelos autores do estudo. Todos os dados foram tabulados e somente os dados dos servidores que participaram dos dois eventos é que foram demostrados em tabela.

Resultados A 1 Semana da Saúde foi realizada em agosto de 2012 e participaram 46 servidores, os quais realizaram exames laboratoriais e avaliação médica. Os servidores que participaram 32 eram do sexo feminino e 14 do masculino; com relação aos exames laboratoriais observou-se fora dos parâmetros de normalidade para colesterol em 56,5% e as custas do LDL; triglicerídeos em 26%; glicemia em 35% (Figura1); o IMC acima de 25 foi identificado em 54% dos servidores e PA elevada em 17% ( Figura 2). Após realização dos exames laboratoriais, todos os servidores foram avaliados clinicamente por profissional médico e receberam orientações, encaminhamentos e iniciaram tratamento clínico. Figura 1 Exames Laboratoriais realizados na 1 Semana da Saúde. Figura 2 Avaliação Clínica realizada na 1 Semana da Saúde. Dos 08 servidores com PA elevada, 75% tinham diagnóstico prévio de Hipertensão e não controlavam e os demais 25% foram diagnosticados na Semana da Saúde. Todos foram encaminhados ao Cardiologista, porém iniciaram a terapêutica medicamentosa durante a avaliação clínica. No caso dos 16 servidores com glicemia elevada, foi solicitada nova glicemia de jejum e dosagem de Hemoglobina Glicada e foi confirmado Diabetes em 03 servidores. Todos foram encaminhados ao Endocrinologista. Os servidores que, não custeavam plano de saúde, receberam suporte do serviço social do Hemocentro e foram atendidos no ambulatório médico especializado da Secretaria Estadual da Saúde em um prazo médio de 07 dias. A 2 Semana da Saúde foi realizada em março de 2013 e participaram 51 servidores, os quais realizaram exames laboratoriais e avaliação médica. Desses servidores 24 participaram da 1 e 2 Semana da saúde. Com relação ao total de servidores que participaram do 2 evento, observou- se que 41 eram do sexo feminino e 10 do masculino, 55% apresentavam colesterol total elevado e à custa do LDL; Triglicerídeos em 20%, glicemia alterada em 10 % (Figura3); IMC >25 em 67% e valores

de PA acima do normal em 27, 5 % dos servidores (Figura 4). Na maioria dos servidores foi observado redução do IMC, porém em apenas 01 o índice ficou abaixo de 25; com relação aos níveis de colesterol observou- se elevação em 06, em 04 houve diminuição dos valores para normalidade e 13 se mantiveram com valores normais nos dois eventos, os valores de triglicerídeos que eram elevados em 03 desses servidores no primeiro evento e apresentaram redução dos níveis, chegando alcançar valores de normalidade no segundo evento e em apenas 01 dos servidores o valor elevou no segundo exame (Tabela 1). Tabela 1 Controle dos Servidores que participaram da 1 e 2 Semana de Saúde. Figura 3 Exames Laboratoriais realizados na 1 Semana da Saúde. Figura 4 Avaliação Clínica realizada na 1 Semana da Saúde Como a população do estudo são os servidores que participaram dos dois eventos observou-se que 23 dos 51 servidores do 2 evento, estavam participando pela segunda vez. Desses 23 servidores 06 eram Hipertensos e apresentavam nível pressórico estável durante as avaliações clínicas e 02 apresentaram PA elevada devido ao uso irregular da medicação.

Discussão e Conclusões Com a realização desse estudo foi possível observar uma maior aceitação da implantação da Semana da Saúde por parte do órgão, pois houve acréscimo de aproximadamente 11% no número dos participantes em relação ao primeiro e segundo evento. A participação de servidores do sexo feminino foi de 69% e 80% no primeiro e segundo evento respectivamente; sendo, portanto, maior participação do em relação ao sexo masculino. Em comparação a um estudo realizado com os servidores da UNICAMP, observouse também maior participação do sexo feminino (ZAMAI et al, 2012). Dados diferentes foram encontrado no estudo de Sousa et al, 2011, no qual observou-se maior participação do sexo masculino. No mesmo estudo foi observado excesso de peso em 56% dos servidores. No estudo de Zamail et al, 2012 foi descrito que em relação à população de estudo 69% estavam com o IMC normal, 25% com sobrepeso e 6% com obesidade. Em relação aos servidores do NEMS foram encontrados valores diferentes, pois IMC com valores acima de 25 (sobrepeso e obesidade) foi maior em relação aos valores de normalidade: 54% e 67% dos servidores em relação ao primeiro e segundo evento respectivamente. Os níveis pressóricos dos servidores apresentaram semelhança entre o estudo atual e o realizado na UNICAMP. No primeiro os valores acima da normalidade correspondiam a 17 e 27% na 1 e 2 Semana da Saúde e no segundo estudo observou-se alteração em 18,5% dos servidores analisados. No estudo da UNICAMP os servidores foram divididos em três níveis em relação a glicemia: normal, intolerância a glicose e Diabetes; unindo os valores dos dois últimos níveis observou-se alteração nos valores glicêmicos em 11,5 % dos servidores. Os valores de glicemia encontrados na UNICAMP se assemelham aos valores descritos na 2 Semana de Saúde, que foi de 10% e bem inferior em relação a 1 Semana de Saúde que foi de 35%. Com relação aos servidores que participaram dos dois eventos e que receberam acompanhamento, observa-se após 06 meses entre um evento e outro melhora do controle pressórico dos servidores hipertensos, houve redução dos valores do IMC, 73% apresentaram controle dos valores de colesterol, 100% apresentaram redução dos níveis de triglicerídeos. Nenhum dos 23 servidores era Diabético e continuaram sem alteração nos níveis de glicemia. A realização da segunda semana permitiu que o serviço diagnostica-se mais 03 servidores com Diabetes e ter conhecimento de 02 servidores que tinham diagnóstico prévio, mas que não faziam nenhum tipo de controle. Strand, 2004, chama atenção para a correlação que deve ser realizada entre o valor de triglicerídeos e o HDL, pois essa proporção pode ser utilizada como indicador da resistência a insulina ou Síndrome X. O cálculo a ser utilizado é a divisão do valor de triglicerídeos pelo valor do HDL, cujo resultado é considerado dentro dos limites de normalidade se for < 2. Ao realizar-se esse cálculo nos 23 servidores que participaram dos dois eventos de saúde, observou-se que em 26% os valores foram > 2 nos dois eventos, todos apresentaram IMC >30 e 04 servidores desse grupo são hipertensos. Os resultados do primeiro evento traçaram o perfil clínico-laboratorial do servidor e as informações geradas permitiram o delineamento uma programação voltada a minimizar os fatores de riscos identificados, e obteve-se como resultado o controle e/ou minimização dos riscos na avaliação da segunda semana de saúde. Conclui-se afirmando que a institucionalização de um serviço que avalie o servidor de forma holística, contribui de forma positiva na saúde do servidor e consequentemente na sua qualidade de vida; pois prevenindo o estabelecimento das

principais doenças crônicas ou controlando melhor as existentes tem-se a certeza que ocorrerá a diminuição da morbidade nos servidores públicos federal. Referências BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciências Saúde Coletiva, v.5, n.1, p. 163-177, 2000. ZAMAI, C. A.; DE MORAIS, M. A. A. BANKOFF, A. D. P. Levantamento do índice de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis entre servidores da UNICAMP. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, v.10, n. 1, p. 115-141, jan.- abr. Campinas, 2012. CAMPOS, W. G.; DE BARROS, R. B.; DE CASTRO, A. M. Avaliação de política nacional de promoção da saúde. Ciências Saúde Coletiva, v.9(3), p. 745-749, 2004. CARNEIRO, S. A. M. Saúde do trabalhador público: questão para a gestão de pessoas a experiência na Prefeitura de São Paulo. Revista do Serviço Público, v 57 (1), p. 23-49, jan.- mar., Brasília, 2006. HEIDMANN, I. T. S. B. et al. Promoção à saúde: trajetória histórica de suas concepções. Texto Contexto, v.15(2), p. 352-358, abrjun., Florianópolis, 2006. OLIVEIRA, D. L. A nova saúde pública e a promoção da saúde via educação: entre a tradição e a inovação. Revista Latino-am Enfermagem, v.13(3), p.423-431, mai- jun., 2005. SÍCOLI, J. L., NASCIMENTO, P. R. Promoção de saúde: concepções, princípios e Operacionalização. Interface - Comunicação, Saúde e Educação, v. 7, n. 12, p.101-22, fev, 2003. SOUSA, A. G.; CARVALHO, C. A.; FONSÊCA, P. C. A.; MACHADO, S. P. Perfil sociodemográfico e nutricional de servidores em período de pré-aposentadoria. Rev. Pesq. Saúde, v. 12(3), p.16-21, set.-dez., 2011. STRAND, R. D. O que seu médico não sabe sobre medicina nutricional. M. Books do Brasil Editora Ltda. São Paulo, 2004.