Modelo Digital de Elevação Misto, interpoladores e formas de relevo derivadas. Um estudo na Serra da Prata - PR

Documentos relacionados
Mapas altimétricos do estado de Pernambuco utilizando dados SRTM e dados altimétricos provenientes da Base de Dados do Estado de Pernambuco

MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO DA CIDADE DE PONTA GROSSA/PR

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Divisão de Sensoriamento Remoto. Geoprocessamento

Modelos Numéricos de Terreno. Disciplina: Geoprocessamento Profª. Agnes Silva de Araujo

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO DIVISÃO DE PROCESSAMENTO DE IMAGENS

MNT: MODELAGEM NUMÉRICA DE TERRENOS

COMPARAÇÃO DE MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO PARA A ILHA DE SÃO SEBASTIÃO - SP Nº 11503

Modelagem Numérica do Terreno. Prof. Maria Isabel C. de Freitas Adaptado de INPE - DPI

ModeloDigital de Superfície-MDS

GEOPROCESSAMENTO. MNT - Modelo Numérico de Terreno. Prof. Luiz Rotta

MODELO DIGITAL DE TERRENO I

Laboratório 3 Modelagem Numérica de Terreno

UTILIZAÇÃO DO SIG NO CONTOLE DE EROSÃO EM ÁREAS SUCPTÍVEIS A INSTABILIDADE DE ENCOSTAS: BARRAGEM SERRO AZUL PALMARES (PE)

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS Aula 5. SIG- Eng. Cartográfica Prof. Luciene Delazari

Modelagem Numérica de Terreno: Teoria & Prática

Espacialização da anomalia do índice de Hack como suporte a estudos morfoestruturais

MODELAGEM DE SUPERFÍCIES. Prof. Dr. Cristiano Zerbato

Definição: representação matemática computacional da distribuição de um fenômeno espacial que ocorre dentro de uma região da superfície terrestre.

Samuel Beskow Professor, CDTec/Engenharia Hídrica-UFPel

Laboratório Nº 3: Modelagem Numérica do Terreno. Um Modelo Numérico de Terreno (MNT) é uma representação matemática

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO. SER-300 Introdução ao Geoprocessamento. Relatório do Laboratório 3 ANA CAROLINA MOREIRA PESSÔA

Geoprocessamento. Aula 11 SIG: MDT, Matrizes, Algebra de Mapas. Junho de 2017 P ROFA. MARIANA A. G I ANNOT TI

18/05/2010. # Modelagem numérica do terreno (MNT) # Métodos de interpolação de dados numéricos

Avaliação de MDE obtidos por meio de SRTM. Gustavo Garcia Fontes Duarte 1 Maria Leonor Lopes Assad²

Modelagem Numérica de Terreno

AVALIAÇÃO DE MODELOS DIGITAL DE ELEVAÇÃO PARA APLICAÇÃO EM MAPEAMENTO DIGITAL DE SOLOS DA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE QUATÁ/SP

SER-300 Introdução ao Geoprocessamento

Levindo Cardoso Medeiros 1, Nilson Clementino Ferreira 1, Laerte Guimarães Ferreira 1.

IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS A EVENTOS DE ALAGAMENTO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI RJ

ELABORAÇÃO DE MODELOS NUMÉRICOS DO TERRENO NO SPRING REPRESENTANDO O RELEVO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARATÚ

Programa Analítico de Disciplina EAM434 Cartografia Digital II

Lista de Exercícios Preparatórios para Prova de Introdução ao Geoproc SER-300, 2016

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFÍCIES: MODELO MATRICIAL (RASTER) GEOMÁTICA - 17ª aula

MODELAGEM E CRIAÇÃO DE BANCOS DE DADOS

INTERFEROMETRIA (SRTM) E GEOMORFOLOGIA NO ESTADO DE SERGIPE: APLICAÇÕES E PERSPECTIVAS

A CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA NO CONTEXTO DO SEMIÁRIDO: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BOM SUCESSO - BAHIA

PROGRAMA DE DISCIPLINA

SER-330: INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia 21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ

ANÁLISE DE MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO PARA MODELAGEM DO RELEVO NO MUNICÍPIO DE FRANCISCO BELTRÃO PR

MONITORAMENTO DOS PROCESSOS EROSIVOS E MOVIMENTOS DE MASSA EM VIAS NO INTERIOR DA APA MACAÉ DE CIMA RIO DE JANEIRO. Resumo

MÉTODO DE DELIMITAÇÃO DE BACIAS DE DRENAGEM GLACIAL NA ILHA RENAUD ANTÁRTICA

Geração de mapa de declividade da bacia hidrográfica do Rio Iguaçu a partir de geoprocessamento

Topodata (III): desenvolvimento banco de dados geomorfométricos locais em cobertura nacional

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SENSORIAMENTO REMOTO. SER-300 Introdução ao Geoprocessamento. Relatório do laboratório 3 WILLIAM FOSCHIERA

Geração de mapas de altitude por sensoriamento remoto. Imagens do Óptico Imagens InSAR

O uso de ferramentas de geoprocessamento para a elaboração de mapeamento geomorfológico

SER Introdução ao Geoprocessamento. Relatório sobre o Laboratório 3

ANÁLISE DE MODELOS NUMÉRICOS DE TERRENO PARA MODELOS GEOMORFOLÓGICOS LOPES, E.S.S. 1 RIEDEL, P.S. 2 VIDOTTI, M. 3 MERINO, E.R. 4

Aplicação do Modelo Digital De Elevação do SRTM na geração de mapas fisiográficos do relevo

Comparação altimétrica entre dados da base cartográfica da DSG e do modelo SRTM.

USO DE MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO ASTER GDEM E SRTM PARA CARACTERIZAÇÃO E COMPARAÇÃO DE REDE DE DRENAGEM

RESUMO:

Disciplina Geoprocessamento Aplicadoao Planejamento

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFÍCIE

Bacias Hidrográficas. Universidade de São Paulo PHA3307 Hidrologia Aplicada. Escola Politécnica. Aula 3

ATAS DAS I JORNADAS LUSÓFONAS DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

ANALISE DA REDE DE DRENAGEM NA BACIA DO RIO MACAÉ (RJ) A PARTIR DA ABORDAGEM MORFOESTRUTURAL

PREDIÇÃO DE ÁREAS DE RISCO: integração de dados espectrais e espaciais no mapeamento de uso do solo mediante classificador convencional RESUMO

Comparação entre métodos para geração de modelos digitais de elevação a partir de dados cartográficos

PHA Hidrologia Ambiental. Bacias Hidrográficas

Permanente demarcadas a partir de diferentes escalas topográficas

Lista de exercícios Aluno (a):

INTRODUÇÃO AO GEOPROCESSAMENTO

3 REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA

EXTRAÇÃO AUTOMÁTICA DE REDE DE DRENAGEM EM MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO DE ALTA RESOLUÇÃO ESPACIAL

DETERMINAÇÃO DA FRAGILIDADE POTENCIAL A EROSÃO LAMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS

UTILIZAÇÃO DE IMAGENS DA SHUTTLE RADAR TOPOGRAPHY MISSION (SRTM) PARA GERAÇÃO DE CURVAS DE NÍVEL, MAPA DE DECLIVIDADE E MODELAGEM 3D DO TERRENO

Tutorial QGIS Modelagem Numérica de Terreno

REPRESENTAÇÃO DO RELEVO

Efeito do Padrão de Distribuição dos Pontos na Interpolação do NDBI. Rúbia Gomes Morato Fernando Shinji Kawakubo Marcos Roberto Martines

DISSECAÇÃO DO RELEVO NA ÁREA DE TERESINA E NAZÁRIA, PI

REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA DO TERRENO

DADOS EM GEOPROCESSAMENTO

Criação de um Relevo Sombreado (Shaded Relief)

O SENSORIAMENTO REMOTO NA PESQUISA GEOMORFOLÓGICA: APLICAÇÕES NO MUNICÍPIO DE ANTONINA, PARANÁ

GERAÇÃO DE CARTA IMAGEM A PARTIR DE IMAGENS DE SENSORES ORBITAIS DE ALTA RESOLUÇÃO

Cartografia Temática. Cartografia Prof. Dr. Raoni W. D. Bosquilia

NOTA DE AULA CURVAS DE NÍVEL e REPRESENTAÇÃO DO RELEVO

ACH 1056 Fundamento de Cartografia Profª. Mariana Soares Domingues

LABORATÓRIO 1 Software SPRING Introdução ao Geoprocessamento (SER300)

SER Introdução ao Geoprocessamento. Laboratório 3 LABORATÓRIO DE MNT

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MAPEAMENTO MORFOESTRUTURAL E GEOMORFOLÓGICO NA SERRA DO TEPEQUÉM - RR

7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Laboratório 5 Geoestatística Linear. Disciplina. Introdução ao Geoprocessamento SER 300. Prof. Antonio Miguel Vieira Monteiro

Modelagem e Criacao de Banco de Dados Laboratorio 1: Geoprocessamento

Laboratório 3 MNT. Disciplina. Introdução ao Geoprocessamento SER 300. Prof. Antonio Miguel Vieira Monteiro

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ANALISE GEOMORFOLÓGICA USANDO O USO E COBERTURA DE TERRA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ.

Análise geomorfométrica da bacia hidrográfica do rio Jacaré, Niterói - RJ

Delimitação de ottobacias a partir de modelo digital de elevação hidrologicamente consistente para a bacia do Verde Grande

DESENVOLVIMENTO DA COLETÂNEA DE MAPAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO NEGRO-RS

Topodata (I): contexto, fundamentos e aplicações

COMPARAÇÕES ENTRE MODELOS DIGITIAIS DE ELEVAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICAS

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

45 mm APLICAÇÃO DO RDE (ÍNDICE RELAÇÃO DECLIVIDADE-EXTENSÃO) NO CURSO PRINCIPAL DA BACIA DO RIO CLARO.

MODELO DIGITAL DE TERRENO II

COMPARAÇÃO ENTRE CÁLCULOS DE ÁREA CONSIDERANDO A SUPERFÍCIE DOS MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO (MDEs) E A SUPERFÍCIE PROJETADA DOS MAPEAMENTOS COMUNS

DETERMINAÇÃO DO PREÇO DA TERRA EM GOIÁS A PARTIR DO USO DE GEOESTATÍSTICA

Transcrição:

Modelo Digital de Elevação Misto, interpoladores e formas de relevo derivadas. Um estudo na Serra da Prata - PR Sampaio, T.V.M. (UFPR) ; Souza Sá, E.B. (UFPR) ; Lima, R.A. (UFPR) RESUMO Modelos digitais de elevação (DEM) são empregados em estudos sobre formas do relevo, áreas de risco e fragilidade, sendo que, quando obtidos por processos diferentes representam padrões distintos do relevo. O presente trabalho propõe o uso de DEM com dados de diferentes origens e analisa a capacidade de representação das formas de relevo, com foco na análise dos talvegues, linhas de cumeadas e topos de morro. Ainda, avalia modelos geoestatísticos adequados para representação destas formas. PALAVRAS CHAVES Modelo Digital de Elevaçã; Mapeamento Geomorfológico; Geoestatística ABSTRACT The digital elevation models (DEM) built from different processes have been widely used in studies of landforms. However, DEMs produced from different kind of data, resulting in different representations for the forms. This paper proposes the join of models and analyzes its capacity as the representation of landforms, focusing on analysis of drain lines, ridges and flat area. Also, shows and evaluates geostatistical models more suitable for representation of these forms. KEYWORDS Digital Elevation Model; Geomorphology Mapping; Geoestatistics INTRODUÇÃO O uso de modelos digitais de elevação tem se tornado cada vez mais frequentes nos estudos sobre a forma do relevo (CARVALHO, 2007). Contudo, conforme evidenciado por Sampaio (2009), o resultado final é sempre relativo ao modelo empregado. DEMs obtidos por interferometria, como a exemplo o SRTM, são caracterizados por erros que se distribuem espacialmente de forma diferente em relação aos obtidos por TIN, resultantes do uso de curvas de nível, os quais apresentam erros mais concentrados em fundos de vales, linhas de cumeadas e áreas planas em função da ausência ou baixa densidade de dados. Em especial, modelos digitais de elevação derivados de restituição aerofotogramétrica apresentam capacidade de representar as forma do relevo proporcional a proximidade das curvas de nível e, apesar de possuir pontos cotados, apresentam limitações para representação das áreas nas quais a baixa densidade de pontos ou a distância das curvas de níveis é maior, resultando em formas espúrias. Estas áreas de difícil modelagem, em geral associadas a áreas de topografia plana, talvegues e divisores de águas, dificultam a aquisição e conhecimento das formas presentes na área analisada, uma vez que resultam em um modelo digital de elevação inconsistente. A redução das formas espúrias no DEM pode ser feita por processo empírico a partir do emprego interpoladores, sendo o critério de escolha do interpolador final baseado na análise visual do produto gerado, o que pode resultar em modificações indesejadas por todo modelo, deteriorando a acurácia do mesmo. Objetivando melhorar a representação das formas de relevo, este trabalho apresenta metodologia para a geração de DEM a partir da integração de dados derivados de restituição aerofotogramétrica com dados de interferometria e discute o efeito do emprego de modelos geoestatísticos sobre as formas representadas, apresentando modelos candidatos para uso em dados derivados de TIN, bem como os efeitos do uso destes sobre o modelo de dados proposto. MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo localiza-se no litoral do estado do Paraná, na região denominada Serra da Prata. As página 1 / 5

análises foram realizados sobre a área compreendida entre os paralelos 25 42 15 S e 25 45 15 S e 48 38 20 W. Gr. e 48 42 58 W.Gr. Foram utilizados os seguintes materiais: Carta Topográfica ALEXANDRA; 1:25.000 - SG 22-X-D-V/2-NO (versão vetorial disponibilizada pelo Projeto Falhas/UFPR); carta MI-2858/2-NO - DSG e, dados altimétricos disponibilizados pelo projeto SRTM (SRTM4). Softwares: Global Mapper e ARCGIS 9.3.1. A figura 1 apresenta o modelo esquemático relativo aos procedimentos empregados na confecção do Modelo Digital de Elevação Misto (Digital Elevation Mixed Model DEMM) combinando dados de interferometria e de restituição aerofotogramétrica, bem como a etapa de introdução e ajuste dos parâmetros geoestatísticos. Para geração do modelo digital de elevação misto (DEMM), a primeira etapa corresponde ao ajuste dos sistemas projetivos (Projeção e Datum) empregados pelas diferentes bases de dados. Sobrepostas as bases e, identificadas áreas com baixa densidade ou ausência de valores altimétricos (cotas ou curvas de nível), os arquivos derivados de interferometria (SRTM) são recortados e ajustados altimetricamente com base nos valores observados na base restituída. Nesta etapa, os valores altimétricos da base restituída podem ser extraídos por álgebra de mapas para a base interferométrica, permitindo avaliar a diferença média entre os valores, o que possibilita um ajuste fino dos mesmos. A etapa seguinte consistiu na conversão dos dois conjuntos de dados para o formato de pontos. Curvas de nível, pontos cotados e a base interferométrica, em geral disponibilizada em formato matricial, foram convertidos para o formato vetorial (arquivos de pontos) e juntados em uma base única. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em um primeiro momento, foi gerado um modelo altimétrico a partir da base cartográfica restituída via uso de grade triangular (Triangular Irregular Network - TIN), o qual foi utilizado como referência para análise prévia dos modelos de interpolação. A partir deste foram avaliados diversos modelos geoestatísticos, sendo pré-eleitos quatro modelos: Gaussiano com dois conjuntos de parâmetros, K-Bessel e Holle. Apesar de não eliminar por completo a formação de formas espúrias no DEM de saída (Figura 1), os modelos e parâmetros testados reduziram a formação das mesmas, sem promover deformações perceptíveis visualmente nas demais áreas do modelo. Nesta etapa, o modelo geoestatístico que apresentou o melhor resultado foi o Holle, sendo o critério de validação a análise visual, visto que o critério estatístico, normalmente empregado na avaliação de modelos, indicou como melhores modelos aqueles que não eliminaram as formas espúrias. Tal fato se dá em virtude da forma como o critério estatístico avalia a adequação do modelo empregado, ou seja, pelo grau de ajustamento do mesmo ao conjunto de pontos empregados na interpolação (menor resíduo). Neste sentido, a análise dos resíduos por critérios estatísticos não se mostrou pertinente a análise do grau de ajustamento do modelo gerado as formas do relevo avaliadas. Figura 1 - Recorte da área de estudo Serra da Prata e modelos e parâmetros empregados nos (método geoestatístico) quatro modelos testados. De posse do modelo digital de elevação misto (DEMM) (Figura 3), o qual agrega dados altimétricos obtidos a partir das curvas de nível (modelo restituído) e das cotas retiradas do SRTM (modelo interferométrico ajustado ao modelo restituído), foram aplicados os interpoladores escolhidos na etapa anterior, bem como o interpolador IDW (Inverse Distance Weighting) com intuito de avaliar as formas de relevo resultantes de processo de interpolação determinístico, considerado mais simples e usualmente empregado sobre TIN. Figura 2.Altimetria (restituição) + altimetria (interferométrica) = Modelo misto e modelo derivado do DEMM, gerado por interpolador geoestatístico (Gauss). A figura 2 demonstra que o modelo misto (DEMM) quando interpolado por IDW apresentou textura reticulada não se mostrando adequado a extração e análise das formas de relevo, uma vez que as formas espúrias presentes irão afetar diretamente o cálculo dos parâmetros morfométricos. Contudo, apesar das limitações observadas no modelo misto, linhas de cumeada, talvegues e topos de morro não apresentaram formação de áreas planas, indicando potencial de aplicação dos dados altimétricos do modelo. Para aplicação dos modelos geoestatísticos sobre o modelo misto foram empregados os parâmetros obtidos pela análise do semivariograma, sendo: alcance 1500m (obtidos em 10 passos), vizinhos máximos a considerar 5 (sendo no máximo 02 por secção) e, os modelos pré-determinados na etapa 1. Os três modelos geoestatísticos aplicados apresentaram-se visualmente e estatisticamente equivalentes, com formas e valores residuais similares, minimizando a formação de áreas espúrias. A área de baixada, que inicialmente apresentou maior incompatibilidade com a forma real do terreno, passou a apresentar formas página 2 / 5

menores de relevo, como pequenas elevações e depressões não observadas no modelo interpolado diretamente a partir da TIN. Também não se observa nos modelos derivados do DEMM, interpolados por modelos geoestatísticos, formas de relevo como topos aplainados (resultantes da ausência de pontos cotados em topos convexos comumente observados nos modelos derivados de TIN) e, áreas planas em divisores de águas e talvegues, também resultantes da ausência de dados, como consequência do maior afastamento das curvas de nível nestas áreas. Figura 1 Recorte da área de estudo Serra da Prata e modelos e parâmetros empregados nos (método geoestatístico) quatro modelos testados. Figura 2 página 3 / 5

Altimetria (restituição) + altimetria (interferométrica) = Modelo misto e modelo derivado do DEMM, gerado por interpolador geoestatístico (Gauss). CONSIDERAÇÕES FINAIS O modelo que integra dados derivados de restituição aerofotogramétrica com interferometria (DEMM) apresentou potencial de uso no estudo das formas de relevo para área de pesquisa. A integração dos dados reduziu as formas espúrias e os problemas observados nos talvegues, divisores de água e topos planos, em especial quando utilizados interpoladores geoestatísticos. A integração dos dados demandou o ajuste altimétrico do SRTM, o que não pôde ser feito de forma única para toda área, demandando recortes e ajustes locais, visto que os padrões de variação altimétrica e de erros são diferentes, sendo que a proposta em tela pode ser feita também com dados já interpolados. Apesar do critério estatístico auxiliar na escolha dos modelos geoestatísticos e, ter se mostrado adequado para análise dos produtos gerados, o mesmo não se mostrou eficiente na escolha dos DEM que melhor representassem as formas de relevo, uma vez que consideram apenas a análise dos resíduos e não as formas resultantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA CARVALHO, T.M. Métodos de Sensoriamento Remoto Aplicados à Geomorfologia. IN: Rev.Geogr. Acadêmica v.1 n.1(xii.2007) 44-54. Disponível em:< http://artigocientifico.tebas.kinghost.net/uploads/artc_1224789789_80.pdf >. Acesso em 13-03-2012. CHEREM, L. F. S.; MAGALHÃES JR., A. P.; DONIZETE, S.F.Krigagem do MDE-SRTM para a Bacia do Alto Rio das Velhas: Avaliação Morfológica e Hidrológica do Modelo. Disponível em:<. http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo1/056.pdf.>. Acesso em 29-02-2012. MICELI, B.S., DIAS, F. M.; SEABRA, F. M.; DOS SANTOS, P.R.A.; FERNANDES, M.C.. COMPARAÇÃO DA página 4 / 5

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) 9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia AVALIAÇÃO VERTICAL DE MODELOS DIGITAIS DE ELEVAÇÃO PARA MÉDIAS E PEQUENAS ESCALAS EM DIFERENTES CONFIGURAÇÕES TOPOGRÁFICAS. III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação. Recife - PE, 27-30 de Julho de 2010, p. 002 007. Disponível em: < http://www.ufpe.br/cgtg/simgeoiii/iiisimgeo_cd/artigos/todos_artigos/a_191.pdf>. Acesso em 21-03-2012. SAMPAIO, T.V.M. Índice de Concentração da Rugosidade (ICR):uma proposta para o mapeamento morfométrico via emprego de geotecnologias. Disponível em:< http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo1/094.pdf >. Acesso em 24-08-2011. TOMINAGA, L.K.; SANTORO, J.A., Rosangela do. Desastres naturais: conhecer para prevenir. São Paulo : Instituto Geológico, 2009. 196 p. Disponível em: <http://www.igeologico.sp.gov.br/downloads/livros/desastresnaturais.pdf>. Acesso em 15-03-2012. VALERIANO, M. M.; ROSSETI, D.F. TOPODATA: Seleção de Coeficientes Geoestatísticos para o Refinamento Unificado de Dados SRTM. 2010. Disponível em:<http://mtc-m19.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m19@80/2010/05.10.18.35/doc/publicacao.pdf>. Acesso em 23-03-2012. página 5 / 5