AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM PEDIDO DE DANOS MORAIS - PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO

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Transcrição:

AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM PEDIDO DE DANOS MORAIS - PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara do Juizado Especial Cível da Comarca de... (nome, qualificação, endereço e n.º do CPF), por seu advogado infraassinado (doc. anexo), com escritório situado nesta cidade, à rua João Pinheiro, 206, onde recebe intimações e avisos (CPC, art. 39, I), vêm à presença de V. Exa., na forma do art. 4.º do Código de Processo Civil promover AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS contra a empresa... com sede na cidade de..., à rua..., CEP..., em vista das seguintes razões de fato e de direito: 1. O suplicante recebeu no início do mês de maio deste ano uma correspondência enviada pela ré, informando que a mesma seria titular de um crédito representado por um cheque cuja cópia se apresentou, solicitando que o mesmo aceitasse uma letra de câmbio e a enviasse para a mesma, informando-se que em caso de não devolução ocorreria o protesto da mesma e inclusão do nome do autor no SERASA/SPC e outros. 2. O autor não aceitou tal letra de câmbio e consequentemente não a envio à ré, conforme exigência da mesma. 3. Contudo, ao ir fazer a troca de seu veículo e obter financiamento para tanto, fora informado que seu nome consta do SERASA, conforme extrato em anexo, em virtude de protesto patrocinado pela ré no dia 28 de maio de 2009, referente ao mencionado cheque no valor de... 4. Tal protestou realizou-se à revelia do autor que dele não tomou conhecimento, tendo ocorrido na cidade de..., onde o suplicante não possui endereço, sendo que a própria ré possui o endereço correto do autor, mas entendeu de protestar o cheque em outro local, dando outro endereço e impossibilitando que o mesmo sustasse o protesto a tempo e modo. 5. Se isso não bastasse, o cheque levado a protesto fora emitido em 15 de setembro de 1997, há mais de doze (12) anos.

6. No caso do cheque, que têm lei especial (Lei n.º 7.357/85) o prazo de prescrição do direito de cobrança é de 6 meses e o prazo legal para o protesto é de 30 (trinta dias) quando emitido no lugar onde deverá ocorrer o pagamento e, de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior e o protesto deve ser feito no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente. 7. Reza o art. 48 da Lei do Cheque: O protesto ou as declarações do artigo anterior devem fazer-se no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Se esta ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte. 8. Como não poderia deixar de ser, pacífica a jurisprudência: INDENIZAÇÃO - PROTESTO DE CHEQUE PRESCRITO E SEM A DEVIDA NOTIFICAÇÃO - DANO MORAL CARACTERIZADO. 1. O simples fato de enviar a protesto cheque e sem que feita a devida notificação, como reconhecido nas instâncias ordinárias, acarreta o dever de indenizar. 2. Recurso especial conhecido e provido. (STJ-RESP 602136, Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, da 3ª Turma, julgado em 04/12/2004). AGRAVO DE INSTRUMENTO. CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO. CHEQUE PRESCRITO. De acordo com a previsão constante no art. 48 c/c art. 33, da Lei nº 7.357/85, o prazo para aponte do cheque é de 30 (trinta) dias quando emitido no lugar onde deverá ocorrer o pagamento e, de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior. Na espécie, tendo a parte encaminhado o cheque para aponte, fora do prazo estabelecido pela Lei nº 7.357/ 85, resta impossibilitado o seu protesto. DADO PROVIMENTO AO RECURSO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 70024129140, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado em 21/05/2008) AÇÃO CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO - NOTA PROMISSÓRIA. PRESCRIÇÃO - PROTESTO INDEVIDO. Protesto efetuado irregularmente, uma vez que o título encontra-se prescrito. Ausência de finalidade jurídica. O protesto de título prescrito é ilegal e caracteriza conduta ilícita do credor. APELO PROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70022696330, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Helena Ruppenthal Cunha, Julgado em 30/04/ 2008) APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL - PROTESTO DE TÍTULO PRESCRITO - DANO MORAL CONFIGURADO. Caso concreto em que o dano moral resta configurado, diante do ato ilegal e abusivo da instituição educacional que levou a protesto a letra de câmbio quando já expirado o lapso prescricional,

revestindo-se o aponte da cártula de ilegalidade e abusividade, gerando o dever de indenizar. Precedentes jurisprudenciais. (Ac. 5.ª Câm. Civ. do TJRS, na Ap. Cív. 70013915285, j. 22-12-06). AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO MONOCRÁTICA - TUTELA ANTECIPADA - CANCELAMENTO DE REGISTRO EM ÓRGÃO RESTRITIVO DE CRÉDITO - CHEQUE PRESCRITO. Presença dos pressupostos do art. 273 do CPC ao deferimento de tutela antecipada, para que se abstenha a SERASA de informar a existência de registro em nome do autor, decorrente de protesto de cheque prescrito. Protesto que se afigura abusivo e ilegal, ante a inviabilidade de protestar cheque prescrito. Precedentes jurisprudenciais. AGRAVO PROVIDO, DE PLANO. (Agravo de Instrumento Nº 70013243225, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa Franz, Julgado em 24/10/ 2005) PROCESSUAL CIVIL - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - REQUISITOS. CHEQUE PRESCRITO - PROTESTO - IMPROPRIEDADE. Estando presentes os requisitos legais pertinentes, a tutela antecipada é de ser concedida. O protesto de cheque prescrito se constitui em abuso de direito. Lei n.º 7.357/85. Entendimento jurisprudencial. Agravo Interno provido. Unânime. (Agravo Nº 70008938201, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 12/08/2004) 9. Sem adentrar no mérito, o cheque encontra-se prescrito e não poderia consequentemente ser levado a protesto, senão em atitude ilegal, arbitrária e geradora de responsabilidade civil por parte da ré, no que se refere ao dano moral puro, já que o nome do autor fora lançado de forma irresponsável e indevida no SERASA, cuja situação causou e vem causando os mais sérios transtornos ao autor, além do prejuízo moral, já que não pode fazer qualquer compra a crédito e o recebimento de seu cheque é negado nos estabelecimentos comerciais por onde passa. 10. Não é sem razão que o inciso X da Constituição Federal assegura com todas as letras que: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 11. No que se refere à fixação do quantum a título de dano moral, o valor fica ao prudente arbítrio do juiz, devendo se levar em conta os fatos, a reprimenda à parte ofensora como meio de se dissuadir, de igual a novo atentado, a capacidade financeira desta e a amenização da situação imposta à parte ofendida. 12. Para RUI STOCO, Tratado de Responsabilidade Civil, Ed. Revista

dos Tribunais, p. 1684: Condenar o agente causador do dano ao pagamento de certa importância em dinheiro, de modo a puni-lo, desestimulando-o da prática futura de atos semelhantes, e, com relação à vítima, compensá-la pela perda que se mostrar irreparável e pela dor e humilhação impostas, como uma importância mais ou menos aleatória. Evidentemente, não haverá de ser fonte de enriquecimento injustificado da vítima, nem poderá ser inexpressiva a ponto de não atingir o objetivo colimado, de retribuição do mal causado pela ofensa, com o mal da pena. É que a sanção pecuniária deve estar informada dos princípios que a regem e que visam à prevenção e a repressão. A fixação do quantum da indenização por dano moral deve ser apta para servir como elemento de coerção destinado a frear o ânimo do agressor, impedindo, desta forma, a recidiva. (RT 757/284). 13. Os motivos ora alegados são suficientes ao convencimento da verossimilhança da alegação, pelo que, se a final, com o reconhecimento de seu direito estaria essa prejudicada inclusive com a manutenção indevida da negativação de seu nome junto aos órgãos de restrição ao crédito, com indiscutíveis prejuízos à sua reputação e ao seu crédito. 14. O Superior Tribunal de Justiça emitiu sua palavra autorizada em aresto da relatoria do eminente MIN. RUY ROSADO DE AGUIAR: TUTELA ANTECIPADA. SPC. SERASA. Contratos de dívida sub judice. Estando sub judice a matéria relacionada com os contratos e títulos da dívida, cabe deferir o pedido de sustentação dos efeitos dos registros e protestos feitos contra os devedores com base naqueles contratos. Recurso conhecido em parte e provido. (REsp 213.580, Recurso Especial 1999/0040995-7/RJ, rel. MIN. RUY ROSADO DE AGUIAR, 4ª Turma, julgado em 05.08.1999, DJ 22.11.1999, p. 161, LEXSTJ vol. 127 p. 202, RSTJ vol.132 p. 435). Este acórdão da Corte Superior tem por fulcro o art. 42 do CDC: Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. DO PEDIDO 15. A vista do exposto, considerando-se os fatos ora narrados e os prejuízos da mencionada inclusão do nome do autor no SERASA e outros órgãos, requer o mesma se digne V. Exa., em sede de tutela antecipada que é permitida nos Juizados Especiais Cíveis, determinar a imediata expedição de ofício ao SERASA para que retire o nome da autora em seu cadastro, com referência ao título mencionado e determinando que a ré se abstenha de fazer a inclusão em outros órgãos restritivos ou que proceda à retirada caso assim já tenha a tanto procedido, presentes os pressupostos ensejadores da tutela antecipada (CPC, art. 273), eis que com a finalidade de assegurar a efetividade do resultado final do processo, a lei concedeu

ao juiz o poder de antecipar provisoriamente a solução definitiva esperada. 16. Assim propõe-se a presente ação declaratória, admissível para o reconhecimento da prescrição (JTACivSP 100/164), requerendo se digne V. Exa., conceder a tutela antecipada já requerida e imprimir-lhe o rito previsto na Lei n.º 9.099, de 26-09-95, designando audiência de conciliação, citando-se a suplicada para os termos da presente ação, sob pena de revelia à falta de comparecimento em tal audiência (art. 20), cientificando-o que na falta de conciliação será designada audiência de instrução e julgamento, quando a mesma deverá apresentar a defesa que entender de seu direito, juntando documentos e indicando as provas que entender necessárias, a serem, sendo o caso, produzidas oportunamente em tal audiência. 17. Pede-se que uma vez produzidas as provas tendentes à instrução do feito, ou no caso de dispensa dessas, se digne V. Exa., proferir sentença julgando procedente a ação, nos termos do pedido, declarando-se a nulidade do protesto e condenando-se a ré a reparar os danos morais pela inclusão indevida ocorrida por título de crédito prescrito e emitido há mais de doze anos, em valor a ser prudentemente arbitrado por V. Exa. Protesta-se por provar o alegado pelos meios de provas admitidos pelo Direito, requerendo desde já o depoimento pessoal do representante legal da suplicada, sob pena de confissão, por ocasião da audiência de instrução e julgamento, caso seja essa realizada. Dá-se à causa o valor de... Pede deferimento. (local e data) (assinatura e n.º da OAB do advogado)