SAÚDE PÚBLICA: Os serviços de saneamento básico e a transmissão de doenças de veiculação hídrica. Maria Nêrilda Sousa Lourenço 1

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O resíduo é problema meu?!?!?

Transcrição:

SAÚDE PÚBLICA: Os serviços de saneamento básico e a transmissão de doenças de veiculação hídrica. Maria Nêrilda Sousa Lourenço 1 RESUMO No Brasil há diversos casos de doenças de veiculação hídrica que estão diretamente relacionados à falta de saneamento básico e sobre tudo o lançamento de esgotos nas nascentes dos rios, com isso há uma atenção gradativa pela a sociedade brasileira. Dessa maneira, faz-se necessário disponibilizar informações seguras acerca das regiões onde há existência dos serviços de saneamento básico e as áreas de ocorrência dessas doenças. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou identificar e apresentar informações/dados que possam demonstrar qual a situação da população pela ausência de saneamento básico no Brasil. Listar as grandes doenças causadas pela água infectada de esgotos provenientes do uso doméstico, dejetos jogados em córregos e através da água da chuva, identificar as características; como o homem é contraído pelas doenças; os sintomas e prevenção ou tratamento. Além dos impactos que afetam a população e principalmente o meio ambiente na falta de saneamento básico adequado. Para tanto se fez uma análise baseada nas condições de saneamento básico e identificando as doenças de veiculação hídrica prevalentes no Brasil, podendo servir também como subsídio para pesquisas futuras. Para responder aos objetivos foi realizada pesquisa bibliográfica sobre a temática em estudo, como também levantamento de dados secundários, utilizando como fontes o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, entre outros. Conclui-se que a ocorrência de doenças de veiculação hídrica no Brasil está associada à rápida expansão da população nas últimas décadas e em relação à infraestrutura de saneamento básico como a escassez de seus os serviços designados pela legislação. PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública. Serviços de Saneamento Básico. Doenças de Veiculação Hídrica. 1 Técnica em Eventos. Graduada no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo, ambas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) campus Canindé. Pós Graduanda em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental, pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). E-mail: neryllda@hotmail.com

1 INTRODUÇÃO No decorrer da história, o saneamento ficou incessantemente em alerta e praticamente sempre relacionada à de doenças. Contudo, a eclosão rápida da multidão global e do centro industrial, a consumação excessiva, o resultante acréscimo na produção de resíduos 2 e o descarte 3 negligente no meio ambiente, iniciou um cuidado mais abrangente: a insuficiência dos recursos naturais 4. O Ministério da Saúde em sua Biblioteca Virtual em Saúde Descritores em Ciência da Saúde (DECS) conceitua Saúde Pública como Ramo da medicina voltado para a precaução e o controle de doenças e deficiências, e para a promoção da saúde física e mental da população tanto nos níveis internacional e nacional, como no estadual ou municipal. Entre as ações de saúde pública, o saneamento é o mais relevante meios de prevenção de doenças. O Saneamento é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como saneamento é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indivíduos, tais como poluição do ar (emissão de gases), do solo (lixo urbano) e das águas (dejetos lançados nos rios, represas etc.), o esgoto a céu aberto, enchentes etc. O saneamento tem como seu maior objetivo a promoção da saúde do homem, em seu mais amplo sentido um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças. São inúmeras doenças que são capazes de difundir-se em virtude da carência de providencias de saneamento básico, podendo citar alguns exemplos de causas, como: a ausência de água de boa qualidade; a péssima acomodação dos dejetos ou uma destinação inadequada para o lixo. A inexistência do saneamento básico acerca da saúde no âmbito urbano vem se tornando cada vez mais frequente, principalmente nas comunidades mais carentes. Impactos como o crescimento desponderado da população, os moradores ficam mais 2 De acordo com o dicionário Michaelis (http://michaelis.uol.com.br/) a palavra resíduo é aquilo que resta ou que é restante. São sobras de produtos, são substâncias que sobram após a operação ou manipulação nas indústrias, podendo ocorrer o reaproveitamento. 3 Segundo o Dicionário Informal a palavra descarte é jogar fora algo, se ver livre de. 4 O site conceitos.com (https://conceitos.com/) considera recursos naturais como todas as fontes de energia ou matéria que se produzem de forma natural e podem ser utilizadas em benefício de uma pessoa.

oportunos a ameaças ambientais, como exemplo: os esgotos em espaços aberto, terrenos baldios e as ruas que servem para defecação de animais diversas vezes. Em diversos municípios do Brasil há inúmeros de esgotos a céu aberto, boca de lobos 5 ou bueiros, que ocasionam mau cheiro, prolifera inúmeras doenças, ocasionando epidemia em todo espaço geográfico. Busca-se com este trabalho ampliar conhecimentos dentro do campo Saúde Pública e Saneamento Básico e contribuir incentivando as futuras produções científicas a respeito do tema. Portanto, é fundamental destacar que o saneamento básico, em especial a coleta de esgoto sanitário, é uma ferramenta de extrema importância para a preservação do meio ambiente e a saúde da população no todo. A ausência desse serviço ocasiona nas mais diversas enfermidades no ser humano, contaminações em alimentos, na água, onde as principais vítimas são as crianças nesse caso. Este estudo tem o intuito de identificar e apresentar informações e dados que possam demonstrar qual a situação da população pela ausência de saneamento básico no Brasil. Listar as principais doenças causadas pela água contaminada de esgotos provenientes do uso doméstico, dejetos jogados em córregos e através da água da chuva. Além dos impactos que afetam a população e principalmente o meio ambiente na falta de saneamento básico adequado. 2 METODOLOGIA A metodologia aplicada nesta pesquisa basou-se, na pesquisa bibliográfica. Como afirma Manzo apud Marconi; Lakatos (2003) a pesquisa bibliográfica ajuda a definir e resolver, não apenas problemas já conhecidos, mas, sobretudo, leva ao pesquisador a explorar novas áreas. Outro aspecto lembrado por Sakamoto e Silveira (2014), é que a investigação bibliográfica pode ser retratada como um componente especificado em evidência, formando uma seção de inovação nos estudos, que será capaz de configurar o ponto da arte do tema ou do objeto investigado. 5 Boca de lobo, segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa (https://priberam.pt/dlpo/boca-delobo), significa escoadouro que existem nas ruas para as águas fluírem, a palavra também tem denominação de tampa ou grade escoadouro.

O referencial teórico ajudou na compreensão da história do Saneamento Básico, como da Legislação, além de conhecimento sobre os Serviços de Saneamento Básico no Brasil. Os materiais utilizados para este estudo foram Livros, publicações periódicas, materiais eletrônicos e páginas de websites, tendo como principais autores: Para a coleta de dados foram utilizadas fontes primárias e secundárias. A pesquisa em fontes primárias fundamenta-se em documentos originais, não utilizados em nenhuma outra, pois foram coletados pela primeira vez pela pesquisadora por meio de Legislação, Periódicos, Conjuntos de dados, Documentos governamentais. 3 RESULTADOS E DISCURSÃO A população mundial cresceu excessivamente nos últimos 50 anos em busca de qualidade de vida, fazendo o setor industrial e agrícola ampliar as suas produções através da fabricação e a utilização de compostos químicos como os inseticidas, herbicidas, plástico entre outros. Do modo natural ou antrópica, esses resíduos gerados pelos compostos são conduzidos até os recursos hídricos como consequência a qualidade da água. O ser humano fica exposto podendo ser contaminado por diversas doenças transmitidas através da água, nominadas como doenças de veiculação hídricas. A água auxilia no deslocamento dos agentes patogênicos lançados pelo homem por meio de dejetos ou poluentes químicos e radioativos nos esgotos industriais. Esses agentes biológicos, os poluentes químicos e os radioativos são capazes de atingir o ser humano por meio da ingestão direta da água, pelo contato da mesma com a pele isto é, mucosas ou na manipulação de alimentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentaram em seu relatório, que aproximadamente 4,5 bilhões da população mundial, mais da metade da massa global atualmente que chega a 7,6 bilhões de habitantes que não usufrui do saneamento básico apropriado e somente 2,3 bilhões dos habitantes utilizam de algum dos serviços de saneamento básico. No Brasil, acima dos 50% da população não desfruta dos serviços de saneamento básico. Portanto, bactérias e vermes ficam circulando no meio ambiente pela ausência de tratamento da água podendo ocasionar sintomas sérios problemas para a saúde da população. Água não tendo um tratamento adequado colabora para que

diversas doenças possam se adaptar. As doenças dominantes por veiculação hídrica são: amebíase, giardíase, gastroenterite, febres tifoide e paratifoide, hepatite infecciosa e cólera, que são apresentadas suas características através da tabela 3. Tabela 3 Doenças veiculação hídricas e suas características. NOME DA DOENÇA AMEBÍASE GIARDÍASE CARACTERÍSTICAS Frequentemente, pronuncia ameba (Entamoeba) constantemente que ocorre diarreias fortes. A Entamoeba coli é um verme que se situa no intestino do ser humano, porém não afeta e, logo, não necessita ser cuidada. De ante mão a Entamoeba hystolitica é maléfico e deve ser extinta. Provocado por Giardia lamblia e a criptosporidíase, pelo Cryptosporidium parvum. Os dois existem nas partes elevadas do interior do intestino, estando mais habitualmente em crianças. GASTROENTERITE Contaminação do estômago e do intestino formada, especialmente, por vírus ou bactérias. É o grande causador da maior parte das mortes em crianças inferior á um ano de vida. FEBRES TIFOIDE E PARATIFOIDE HEPATITE INFECCIOSA CÓLERA Estabelecida pela bactéria Salmonella typhi. Desenvolve, em geral, em um tempo trinta dias. No instante em que ser humano obtém a infecção até o surgimento dos sintomas vitais, transcorrem de cinco a vinte e três dias (estágio de preparação). A origem de uma infecção é o enfermo, a começar da ocasião em que engoliu os microrganismos por vários anos depois, já que as bactérias perduram nas fezes. A febre paratifoide tem superioridade na singularidade que a tifoide. Formada por Salmonella paratyphi das naturezas A, B ou C, sua origem de infecção tem semelhança com a da febre tifoide: doentio e portadores. Composta com frequência por meio de tipos de vírus: A e B. Originado pelo germe Vibrio cholerae, que se situa no intestino dos seres, causando, nas situações com gravidade, diarreia e vômitos excessivo. Em virtude da disenteria e das golfadas, o sujeito sofre perdas elevadas dos líquidos de seu corpo, permanecendo desidratado depressa. Na hipótese de não ser tratada rápido, a desidratação tem capacidade de estender-se até a morte do doente em um espaço de tempo curto. Fonte: Adaptado do COPASA, Pesquisa Escolar, Doenças.pdf, 2017. A tabela 4 apresenta as formas que o homem contrai as doenças. Tabela 4 Doenças veiculação hídricas e as formas que o homem contrai a doença. NOME DA DOENÇA AMEBÍASE GIARDÍASE COMO CONTRAI Esses parasitas são abortados juntamente com os dejetos que, se ficarem expostas perto de rios, lagoas, fossas, é capaz de contaminar a água. Moscas e baratas, ao se sustentarem de fezes de ser humano contaminados, podem transmitir a parasitose a outros indivíduos, lançando suas fezes sobre os alimentos ou petrechos. Outra maneira de propagação é pelo toque das patas com sujeiras de fezes. Pode-se, ainda, reduzir a ameba alimentar-se de frutas e verduras cruas, que foram borrifadas com água impura ou estrumadas com terra composta de fezes humanas infectadas. Frequentemente é a transmissão por mãos sem asseios de pessoas que trabalham com alimentos. A propagação se concebe pela ingestão de edema, sendo capaz ocorrer o contagio e ocorrer pelo contato direto com o indivíduo infectado, pela consumo de alimentos e água contaminados, pela proximidade com moscas etc.

GASTROENTERITE A ocorrência é frequente em locais em que não encontra tratamento de água, rede de esgoto, água encanada e finalidade adequada para o lixo. FEBRES TIFOIDES A doença é transmitida pelas descargas do intestino (fezes), que contagia E PARATIFOIDE as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo tifoide é absorvido com os alimentos e a água infeccionada. HEPATITE A difusão pode suceder por meio da água infectada. As pessoas doentes INFECCIOSA são capazes de propagar pelas fezes, quinze dias anterior até uma semana posteriormente ao princípio da icterícia. A transmissão poderá ocorrer bem como, pela transfusão de sangue, duas a três semanas antes e alguns dias após a icterícia. É uma patologia endêmica no nosso ambiente. Hepatite B : fase de incubação: um mês e quinze dias a cento e sessenta dias. É transmitida frequentemente por meio parenteral (utensílios contaminados perfurantes à pele, como, por exemplo, injeções), especificamente pelo sangue. CÓLERA A doença é propagada, sobretudo, por intermédio da água contaminada pelas fezes e pelos vômitos dos adoentados. Assim como pode tornar a transmissão por alimentos que foram asseados com água já impura por micróbio agente da doença e não foram bem preparados, ou pelas mãos contaminada de doentes ou portadores. São classificados portadores aqueles indivíduos que, tanto faz já tenham o micróbio nos seus intestinos, não manifestam sintomas da doença. Fonte: Adaptado do COPASA, Pesquisa Escolar, Doenças.pdf, 2017. A tabela 5 apresenta os sintomas. Tabela 5 Doenças veiculação hídricas e os sintomas NOME DA DOENÇA AMEBÍASE SINTOMAS Crise de diarreia, continuada por intervalo de prisão de ventre; Diarreia profunda; Febre baixa; Dores abdominais. GIARDÍASE O contágio pode ser completamente assintomático. Posterior provoca irritação, dor na barriga e diarreia inconstante. Há casos, que pode ser associado a uma relação de má absorvimento e desnutrição. GASTROENTERITE Diarreia, vômitos, febre e desidratação. FEBRE TIFOIDE E Fadiga, dor de cabeça, febre, mal-estar, calafrios, boca amarga, mal estar PARATIFOIDE gástrico, diarreia e expansão do baço. A elaboração da paratifoide A há uma variação de quatro a dez dias, durante o tempo que a paratifoide B evidencia-se em menos de 24 horas. A paratifoide B ocorre um efeito de envenenamento alimentar e configura-se por náuseas, vômitos, febre, calafrios, cólicas, diarreias e enfraquecimento. HEPATITE Essa doença expõe duas fases: INFECCIOSA Anictérico: a ocorrência de mal-estar, náuseas e urina escura, poucos dias, antecipadamente da manifestação icterícia. Numerosas vezes, o doente é assintomático ictérico: episódios de náuseas e dores abdominais, crescimento do fígado e icterícia. Permanecem em média duas a três semanas. CÓLERA Disenteria forte, que começa subitamente. As necessidades do doente de cólera são de coloração esverdeada com espumação branca no topo, sem mucosidade ou sangramento. No momento em que apresenta a febre é baixa. Juntamente a diarreia, pode ocorrer vômitos e cólicas abdominais. O indivíduo doente consegue a esvaziar-se, a partir do começo, uma média de um a dois litros por hora. Desse modo, a desidratação transcorre aceleradamente. Fonte: Adaptado do COPASA, Pesquisa Escolar, Doenças.pdf, 2017.

NA tabela 6 é apresentado as formas de Prevenção e ou os tipos de Tratamento. Tabela 6 Doenças Veiculação Hídricas e a Prevenção ou Tratamento. NOME DA DOENÇA AMEBÍASE GIARDÍASE GASTROENTERITE FEBRES TIFOIDE E PARATIFOIDE HEPATITE INFECCIOSA CÓLERA PREVENÇÃO/TRATAMENTO Fazer todos os membros do domicilio usarem a privada. Se as criancinhas pequenas utilizam penicos, é obrigado jogar as fezes na privada. Defender toda alimentação no combate dos vetores como moscas e baratas. Preservar as águas das nascentes, reservatórios, depósitos, cacimba, lagoas, tanques, açudes e valas de aguagem, não possibilitando que possam ser infectadas por fezes de pessoas. Irrigar as verduras constantemente com água pura, nunca utilizar a água consumida em casa ou água utilizada no banho. Limpar satisfatoriamente os vegetais em água da torneira. Assear muito bem as mãos antes de começar a preparação dos alimentos. Limpar as mãos com sabão e água corrente todas as vezes que utilizar à privada. Realizar, corriqueiramente, exame de fezes, para detectar o parasito. A contaminação é contraída com vasta facilidade, principalmente pelas crianças. Acompanhar as recomendações equivalentes para a prevenção da amebíase. Saneamento, higiene dos ingredientes da alimentação, afastamento de moscas e utilização de água coada ou fervida. O uso do leite materno é relevante na profilaxia, já que é um sustento isento de contaminação, além do mais apresenta fatores de defesa na sua formação. O cuidado é feito com a reposição de líquidos, soro de reidratação oral e preservação da alimentação da criança. Dar destino adequado às fezes humanas em fossas ou redes de esgotos. Tratar a água. Conter as moscas. Efetivar exame e vacinação e estimular a educação sanitária das pessoas que manipulam os alimentos. Higienizar os alimentos. A análise é feito pelo exame de sangue e pelas investigação de bacilos nas fezes. O remédio é no preparo de clorafenicol. Profilaxia dos alimentos. Tratamento da água os vírus A mantem-se aos procedimentos de cloração da água, no entanto, a água fervida durante dez a quinze minutos os inativa. Afastamento do doente depois de aparecer à icterícia, a transferência do vírus A pelas fezes transcorre nos primeiros setes dias e, pelo sangue, nos primeiros dias. Utilização de seringa descartável. Verificação da qualidade da água. Destinação adequada das fezes. Aplicação de bons hábitos de higiene. O recurso é simples e abundantemente eficaz e significa na reposição dos líquidos eliminados pela diarreia e vômitos. Conforme o estado do paciente, realiza-se uso da reidratação oral ou da intravenosa e fornecemse antibióticos indicados pelo médico. Fonte: Adaptado do COPASA, Pesquisa Escolar, Doenças.pdf, 2017. A dimensão dos serviços de saneamento básico, é inquestionável com tal força na prevenção de doenças, quão grande é na preservação do meio ambiente. A inclusão das particularidades ambientais nas atuações de saneamento caracteriza uma evolução

significativa em modo legislativo, mas é preciso gerar requisitos para os serviços de saneamento tornem-se acessíveis a toda a população brasileira. Diante do exposto, os resultados obtidos através da literatura bibliográfica científica em nível de país são capazes de confirmar que o pensamento tendo em vista controlar as doenças de veiculação hídrica encaminhou a execução de diversos procedimentos, simultaneamente à Portaria nº 1.469 do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001), planejando a desenvolver a qualidade das águas de abastecimento pela: Identificação de projetos de novas Estações de Tratamento de Água, do microrganismo crítico presente na água a ser tratada com o objetivo de definir o agente e a técnica a serem utilizados na etapa de desinfecção; Cuidado com o controle de biofilmes nas redes de distribuição de água com o objetivo de evitar problemas de contaminação no sistema de distribuição por microrganismos; Atenção em evitar que o sistema de distribuição de água funcione em regime intermitente para impedir a ocorrência de pressões inferiores à atmosférica nas redes de distribuição, o quê pode favorecer a contaminação da água a ser distribuída; Precaução com a presença de residual do agente desinfetante nas redes de distribuição de água de forma a prevenir a contaminação da água no sistema de distribuição e, paralelamente, avaliar a possibilidade de formação de subprodutos da desinfecção na água capazes de produzir efeitos nocivos na saúde da população. E encerrando, com uma melhor compreensão dos novos desafios no controle das doenças de veiculação hídrica associadas ao tratamento e ao abastecimento de água por parte dos técnicos do setor de saneamento tem permitido adequar as práticas de tratamento e de abastecimento de água para consumo humano visando melhorar a qualidade da água tratada e distribuída, de forma a reduzir, cada vez mais, a transmissão das doenças de veiculação hídrica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que é preciso que se construa um equilíbrio diante dos aspectos ecológicos, econômicos e sociais, de tal forma que as necessidades materiais básicas de cada indivíduo possam ser satisfeitas, sem consumismo ou desperdícios, e que todos tenham oportunidades iguais de desenvolvimento de seus próprios potenciais e tenham

consciência de sua corresponsabilidade na preservação dos recursos naturais e na prevenção de doenças. REFERÊNCIAS ANA. Agência Nacional das águas. Disponível em <http://www2.ana.gov.br/> Acesso em: 23.09.2017. BRASIL, Constituição Federal do. Artigo 21. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 22 set. 2017. BRASIL, Ministério das Cidades e Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plansab.pdf. 2014. [Versão digital]. Disponível em: <http://saneamentobasico.rds.land/> Acesso em 22 set. 2017. BRASIL, Ministério da Saúde. Biblioteca virtual em saúde Descritores em Ciência da Saúde. Disponível em: <http://decs.bvs.br/> Acesso em 18 ago. 2017. BRASIL, Planalto do. Lei 11.445. Disponível em : <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm> Acesso em 22 set. 2017. CONCEITO.COM, Recursos Naturais. Disponível em: <https://conceitos.com> Acesso em 19 ago. 2017. COPASA. Doenças. Disponível em: <http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/pesquisa-escolar/assuntos-maisacessados/doencas> Acesso em 13 out. 2017. EOS CONSULTORES- ORGANIZAÇÃO E ESGOTO. História do Saneamento Básico. Disponível em: <http://www.eosconsultores.com.br/historia-saneamentobasico-e-tratamento-de-agua-e-esgoto/> Acesso em: 08 set. 2017. IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB). Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/multidominio/meio-ambiente/2028- np-pesquisa-nacional-de-saneamento-basico/9073-pesquisa-nacional-de-saneamentobasico.html> Acesso em 25 set.2017 INFORMAL, Dicionário. Disponível em: < http://www.dicionarioinformal.com.br/> Acesso em 18 ago. 2017. MARCONI, Marina de Andrade. E LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5ª. Ed. Atlas. São Paulo. 2003. MICHAELIS, Dicionário. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/> Acesso: 18. ago. 2017.

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