O ESTUDO INDIVIDUALIZADO: UMA EXPERIÊNCIA COM O MÉTODO KELLER EM CURSOS DE GRADUAÇÃO NA UFRN



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Transcrição:

O ESTUDO INDIVIDUALIZADO: UMA EXPERIÊNCIA COM O MÉTODO KELLER EM CURSOS DE GRADUAÇÃO NA UFRN AUTOR INSTITUIÇÃO Paulo Ney Silva Bulhões Av. das Alagoas, 17 Capim Macio Natal/RN - CEP 598 Tel.: (84) 217-4722 UFRN/Departamento de Ciências Administrativas Campus Universitário CEP 5972-97 Natal/RN RESUMO O trabalho tem por objetivo relatar uma experiência de ensino/aprendizagem vivenciada pelo autor com uma das técnicas de ensino individualizado, ou seja com o método Keller, nos Cursos de Graduação em Administração, Computação, Cooperativismo e Ciências Contábeis da UFRN: Procurou-se, entre outras questões, verificar o atingimento dos objetivos, a adequação do método à disciplina, o material didático utilizado, o conteúdo dos textos e o desempenho do professor. Os resultados indicam que a grande maioria dos alunos (84,3%) consideram o método adequado e que os objetivos foram atingidos.

O ESTUDO INDIVIDUALIZADO: UMA EXPERIÊNCIA COM O MÉTODO KELLER EM CURSOS DE GRADUAÇÃO NA UFRN Paulo Ney Silva Bulhões UFRN/DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS 1 - INTRODUÇÃO O objetivo do presente trabalho é relatar uma experiência de ensino/aprendizagem vivenciada pelo autor através de uma das técnicas de ensino individualizado, conhecida como Método Keller, nos cursos de Graduação em Administração. Ciência da computação, Cooperativismo e ciências contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A disciplina a que se refere a experiência em pauta é Organização & Métodos O & M - (ADM-133), obrigatória para os três primeiros cursos e complementar para o último. Conseqüentemente, o uso desse método vem sendo adotado nos últimos 8 (oito)semestres, sendo que os dados utilizados para avaliá -lo, referem-se, apenas, ao período (1991.2). Entre outros dados, foram avaliados os objetivos, a adequação do método à disciplina, o material didático utilizado, o conteúdo dos textos e o desempenho do professor, para que, desse modo se pudesse levar ou não adiante tal prática em cursos da UFRN, particularmente, no Curso de Administração. 2 - O ENSINO INDIVIDUALIZADO De acordo com Turra et al (1989) "as técnicas de ensino representam maneiras particulares de organizar as condições externas à aprendizagem, com a finalidade de provocar modificações comportamentais desejáveis no aluno ". Essas técnicas se classificam em: técnicas de ensino em grupo e técnicas de ensino individualizado. Sabe-se que não existem duas pessoas iguais, os indivíduos diferem entre si. Tanto é que os alunos não aprendem no mesmo ritmo, divergindo de acordo com MATTOS (apud Turra, 1989), "quanto ao nível de maturação, capacidade, preparo escolar, domínio vocabular, resistência à fadiga, bem como quanto a atitudes e ideais, interesses, preferências e padrões habituais de conduta e de reação". Assim sendo o professor pode alternar técnicas de ensino em grupo com técnicas de ensino individualizado. Segundo COSTA & CHAGAS (198) o ensino individualizado ou instrução personalizada tem recebido diferentes definições por parte dos autores. Sendo que, alguns o entendem como um programa de estudo individual, enquanto que outros o caracterizam como um sistema que ajusta a aprendizagem às características e necessidades do aluno. De qualquer modo o que caracteriza basicamente, o ensino individualizado é o atendimento das diferenças individuais dos alunos, levando-se em conta: seu ritmo de aprendizagem seus interesses e motivações, seus conhecimentos prévios e seus estilos de aprendizagem. Surgiram, portanto, vários modelos e como resultado à tendência à individualização do ensino. COSTA & CHAGAS (198), TURRA (1989) e BORDENAVE (1991) referem-se às seguintes técnicas de ensino individualizado: - o estudo através de fichas didáticas; - a instrução programada; - o módulo de ensino; - a observação; - o estudo de textos;

- a redação; - a pesquisa bibliográfica; - o estudo dirigido; - a entrevista; e - a solução de problemas. No que se refere ao ensino superior, COSTA e CHAGAS (198) analisaram os seguintes modelos: - O modelo descrito por DALTON (1972) que consiste em pacotes de aprendizagem individual, contendo: objetivos comportamentais; pré-teste que possibilite ao aluno saltar a realização do pacote; atividades de aprendizagem, uma variedade de tarefas que auxiliam o aluno a atingir os objetivos e pós-teste para avaliar se os objetivos foram ou não atingidos. - O modelo de Instrução Prescrita Individualmente (IPI) apresentado por SCALON (1973) e desenvolvido por Glaser, Bolvine e Lindvall. Esse modelo é conhecido também como módulo Instruciona1 (MI). É formado por módulos que contém objetivos comportamentais; pré -teste, atividades de aprendizagem e pós-teste. - O modelo Keller, conhecido, também, por Curso Programado ou Sistema Personalizado de Ensino (SPE) utilizado inicialmente na Universidade de Brasília e posteriormente na Universidade Federal de Santa Catarina. Esse modelo é formado por blocos integrados de aprendizagem que contém: objetivos comportamentais, atividades de aprendizagem e pós-testes. Ainda de acordo com COSTA & CHAGAS (198) os modelos já mencionados, apresentam as seguintes características comuns: - O conteúdo é dividido em unidades claramente definidas; - As unidades de aprendizagem são auto-institucionais e, muitas vezes, consistem no contato do estudante com os materiais de aprendizagem; - Cada unidade de aprendizagem é geralmente seguida de um instrumento de verificação, que mede o domínio dos objetivos propostos; e - O papel do professor é de direcionar, motivar e, servir de recurso à aprendizagem dos alunos. Como pode-se observar todos esses modelos procuram atender as diferenças individuais dos alunos, podendo existir pequenos detalhes entre um e outro na sua forma de organização. 2.1 - O Modelo ou Método Keller Para a sua organização o Método Keller prevê três etapas que são a seguir discriminadas: Etapa da programação: - Organizar a seqüência do conteúdo a ser trabalhado; - Estabelecer os objetivos comportamentais e os critérios de avaliação; - Organizar as atividades de ensino; - Redigir as instituições gerais e das unidades de aprendizagem; e - Organizar as fichas de identificação e de controle de rendimento do aluno.

Etapa da aplicação: - Aplicar uma ficha de identificação a fim de obter dados referentes aos alunos; - distribuir a folha de instrução geral; - esclarecer as possíveis dúvidas dos alunos; - distribuir as folhas de instrução (ou quadro de atividades) das Unidades de aprendizagem com os respectivos materiais institucionais (textos, exercidos, etc.) ; - dar tutoramente aos alunos; - verificar a aprendizagem dos alunos, após a correção dos exercícios e do atendimento individual, para a discussão do texto, através de testes; e - registrar as realizações dos alunos. Etapa da avaliação e reprogramação: -.tabular e analisar os dados coletados; - reprogramar as unidades que apresentarem deficiências, tendo em vista os resultados obtidos. Entende-se, no entanto, que o professor pode, de acordo, com as peculiaridades da disciplina fazer as adaptações necessárias, à qualquer das etapas do método Keller, sem que este seja descaracterizado. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Foram entrevistados os 7 (setenta) alunos que concluíram a disciplina Organização e Métodos (ADM-133), matriculados no período 1991.2, sendo 25 (vinte e cinco) do Curso de Administração; 19 (dezenove) do Curso de Ciência da Computação; 5 (cinco) do Curso de Cooperativismo e 21 (vinte e um) do Curso de Ciências Contábeis Para isso utilizou-se como instrumento de coleta de informações um questionário contendo perguntas abertas e fechadas, onde procurou-se avaliar os objetivos; à adequação de método à disciplina; o material didático utilizado; o conteúdo dos textos e o desempenho do professor. Para avaliar os dados tabulados foi utilizado o método descritivo de análise. 4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 - Caracterização da disciplina A disciplina Organização & Métodos (ADM-133), oferecida pelo Departamento de Ciências Administrativas é obrigatória para os cursos de Administração, Computação e Cooperativismo e complementar para o curso de Ciências Contábeis. Sendo que para o primeiro curso a carga horária é de 9 horas/aula e o número de créditos é de 6 (sei s) e para as demais a carga horária é de 6 horas/aula e o número de créditos é de 4 (quatro). A referida disciplina tem entre outros objetivos conhecer as técnicas organizacionais e os critérios de racionalização do trabalho, fundamentando sua importância no exercício das atividades profissionais. O conteúdo está dividido em três unidades e são realizadas três avaliações. 4.2 - Análise descritiva dos dados O instrumento utilizado para testar a validade do método Keller na ministração da disciplina em pauta procurou verificar, em primeiro lugar, o atingimento dos objetivos tendo-se chegado aos resultados explícitos na tabela n 1. TABELA N 1 DEMONSTRATIVO DOS VALORES S E S DOS DADOS REFERENTES AO ATINGIMENTO DOS OBJETIVOS DA DISCIPLINA O & M ATRAVÉS DO MÉTODO KELLER

ATINGIMENTO OBJETIVOS SIM NÃO NÃO RESPONDEU 56 14 8% 2% TOTAL 7 1% Fonte: Pesquisa direta Os dados, de acordo com a tabela n 1, revelam que 8% dos alunos entrevistados, concordam que os objetivos foram atingidos, sendo que os 2% restantes não responderam a essa questão. Em seguida procurou-se verificar a adequação do método à disciplina já que trata-se de uma disciplina de fundamental importância para os cursos em questão. TABELA N 2 DEMONSTRATIVO DOS VALORES S E S DOS DADOS REFERENTES A ADEQUAÇÃO DO MÉTODO KELLER Á DISCIPLINA ADEQUAÇÃO DE MÉTODO ADEQUAÇÃO INADEQUAÇÃO NÃO RESPONDEU 59 2 9 84,3% 2,8% 12,9% TOTAL 7 1% Como pode-se observar examinando-se a tabela n 2, 84,3 % dos alunos revelaram que houve adequação entre o método Keller e a disciplina O & M. Isso significa que para esses alunos não houve nenhum prejuízo na utilização de um método de estudo individualizado na ministração da disciplina, até porque, além dos exercícios teóricos, foram realizados exercícios práticos, com visitas às empresas, para que desse modo a teoria fosse aliada á prática. Quanto à qualidade do conteúdo dos textos utilizados na bibliografia fornecida para cada unidade de aprendizagem os resultados podem ser verificados na tabela que se segue. TABELA N 3 DEMONSTRATIVO DOS VALORES S E S DOS DADOS REFERENTES À QUALIDADE DO CONTEÚDO DOS TEXTOS DA DISCIPLINA O & M ATRAVÉS DO MÉTODO KELLER CONTEÚDO EXCELENTE BOM REGULAR DEFICIENTE 24 46 34,3% 65,7% TOTAL 7 1% OS dados da tabela n 3 mostram que 1% dos alunos consideram o conteúdo dos textos utilizados de excelente e boa qualidade, sendo que alguns afirmam que dos textos eram atualizados e refletiam a realidade das nossas empresas, pois a maioria dos mesmos era de autores brasileiros. Do ponto de vista da exposição dos conteúdos pelo professor, quando do atendimento individual, chegou-se ao que revelam os dados da tabela seguinte.

TABELA N 4 DEMONSTRATIVO DOS VALORES S E S DOS DADOS REFERENTES À EXPOSIÇÃO DOS CONTEÚDOS PELO PROFESSOR NO ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO, ATRAVÉS DO MÉTODO KELLER EXPOSIÇÃO EXCELENTE MUITO BOA RAZOÁVEL CONFUSA 34 34 2 48,6% 48,6% 2,8% TOTAL 7 1% É interessante que o mesmo percentual (48,6%) de alunos considerou a exposição dos conteúdos pelo professor como excelente e muito boa, tendo, apenas 2,8% achado essa exposição razoável. Em se tratando de um método de estudo individualizado, portanto novo ou mesmo estranho para alguns alunos, achou-se por bem verificar a capacidade de despertar interesse do professor, tanto pelo método, como pela disciplina o que será observado através da tabela n 5. TABELA N 5 DEMONSTRATIVO DOS VALORES S E S DOS DADOS REFERENTES À CAPACIDADE DO PROFESSOR DE DESPERTAR INTERESSE PELO MÉTODO E PELA DISCIPLINA CAPACIDADE EXCEPCIONAL BOA NENHUMA 16 51 3 22,9% 72,8% 4,3% TOTAL 7 1% Observa-se que a maioria dos alunos (72,8%) considerou a capacidade do professor de despertar interesse pelo método e pela disciplina como boa, tendo, apenas 4,3% afirmado que um capacidade foi nula e os 22,9% considerado como excepcional. Finalmente, procurou-se avaliar o domí nio do conteúdo pelo professor, tendo-se chegado a resultado apresentados na tabela adiante. TABELA N 6 DEMONSTRATIVO DOS VALORES S E S DOS DADOS REFERENTES AO DOMÍNIO DO CONTEÚDO PELO PROFESSOR DA DISCIPLINA O & M, ATRAVÉS DO MÉTODO KELLER DOMÍNIO SIM NÃO 7 1% TOTAL 7 1% A totalidade dos 7 alunos afirmou que o professor dominava o conteúdo da disciplina.

5 - CONCLUSÕES Analisando-se os dados das tabelas de n 1 a 6, pode-se concluir sobre a permanência do uso do estudo individualizado para a disciplina Organização e Métodos nos cursos de graduação da UFRN, pesquisados. Torna-se evidente que o bom servo do professor em fazer adaptações e estimular o alunado a interessar-se por uma experiência nova de ensino/aprendizagem é fundamental para o sucesso do uso de uma técnica de ensino individualizado. Aliás, sabe-se que as técnicas não se constituem como um fim em si mesmas. Elas são um meio para que os objetivos educacionais sejam alcançados. Assim sendo, entende-se que a utilização de uma técnica de estudo individualizado nem sempre é aconselhável àquelas disciplinas que exigem uma maior reflexão e discussão. Para essas disciplinas as técnicas de ensino socializadas são mais pertinentes. No caso de O & M, acredita-se na validade ao uso de estudo individualizado poisa natureza da disciplina é instrumental e tem como objetivo dotar o administrador dos conhecimentos organizacionais, necessários à racionalização dos métodos de trabalho para que este realize uma administração eficaz. Assim sendo, a utilização do método Keller, permite através dos encontros entre professor e aluno: a discussão dos textos, o esclarecimentos das dúvidas, o acompanhamento dos exercícios práticos e pesquisas real izadas nas empresas. É de bom alvitre ressaltar que a experiência tem demonstrado que o número de alunos matriculados em cada semestre, deve ser de no máximo, 25 alunos, pois seria impraticável utilizar um método de estudo individualizado para uma turma maior. Vale ressaltar que os res ult ados indicaram que o método foi considerado adequado por 84,3% dos alunos entrevistados e que 8% consideraram que os objetivos foram atingidos. 6 - BIBLIOGRAFIA 1 - BORDENAVE, Juan Diaz e PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1991. 2 COSTA, Maria de Pompéia Silva de. Curso programado: a influência da escolha do instrumento de avaliação sobre a aprendizagem e nível de satisfação dos alunos. UFRGS, Tese de mestrado, 1975. 3 COSTA, Maria de Pompéia Silva da e CHAGAS, Édio. Manual de treinamento do método Keller, através da disciplina metodologia do ensino superior. Florianópolis: Editora Universitária, 198. 4 - DALTON, Leonard F. The single - page learning model. Educational Technology. Englewood Cliffs, 1972. 5 KELLER, S. Fred. Engineering personalized instruction in the calssroom. Revista interamericana de psicologia. 1966. 6 SCALON, Robert G. Individually prescribed instruction. A system of individualized instruction. In: Individualizing instruction. Englewood Cliffs, Educational Technology, 1973. 7 TURRA, C. M. G. et al. Planejamento de ensino e avaliação. Porto alegre: Sagra, 1989.