AULA 31 ÉTICA MÉDICA

Documentos relacionados
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA AULA 31 ÉTICA MÉDICA

ANEXO CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL. Capítulo I Do processo em geral Seção I Das disposições gerais

DOENÇA INCAPACITANTE: ATUALIZADAS REGRAS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA

Capítulo I. Do Processo em Geral. Seção I. Das Disposições Gerais

CÓDIGO DE PROCESSO ÉTICO-DISCIPLINAR NEUROVASC-PB

CONSIDERANDO que as normas do processo ético-profissional devem submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes;

Instrução Normativa nº 01/2012

Código de Processo Ético-Profissional

Doença incapacitante para o exercício da Medicina - Resolução: 1646 de 09/8//2002

RESOLVE: Art. 1º- Funcionará como denunciante perante o CRM/PA o paciente, desde que maior de idade e em pleno exercício de sua capacidade civil.

Conselho Federal de Medicina Novo Código de Processo Ético-Profissional

RESOLUÇÃO CFM nº 1.617/2001

Código de Processo Ético-Profissional - Resolução: 1617 de 16/05/2001

RESOLUÇÃO CFN N.º 194/97

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará RESOLUÇÃO CRMIPA N 78/2002

Estabelece o Código de Processo Ético-Disciplinar Da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional.

RESOLUÇÃO CFM nº 1.897/2009

RESOLUÇÃO CFM Nº 2.145/2016

RESOLUÇÃO CFM Nº 2.145/2016

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA RESOLUÇÃO Nº 2.145, DE 17 DE MAIO DE 2016

RESOLUÇÃO CFM nº 1.897/2009

Ofício GP/PSTC Nº 011/2016 Itapemirim-ES, 25 de janeiro de 2016.

MEDIDA CAUTELAR:

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

MANUAL PARA INSTAURAÇÃO E TRAMITAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS CETIP S.A. MERCADOS ORGANIZADOS CNPJ Nº / NIRE

PROCEDIMENTOS PARA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES

Documento elaborado pela CEP/CRF-GO Gestão 2018/2019

MINUTA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Direito Processual Penal

RELATÓRIO DE VISITA DA CORREGEDORIA DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA AO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO PARANÁ

PROCEDIMENTO DE TRAMITAÇÃO DOS PROCESSOS DISCIPLINARES 1ª INSTÂNCIA

DIREITO ELEITORAL. Processo Penal Eleitoral. Prof. Rodrigo Cavalheiro Rodrigues

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RESOLUÇÃO Nº 77, DE 14 DE SETEMBRO DE 2004

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

Resolução CFM 1657/2002, modificada pela Resolução CFM 1812/2007. Proposta nova Resolução

DISPOSIÇÕES PENAIS. CRIMES ELEITORAIS São todas condutas que, durante o

RELATÓRIO DE VISITA DA CORREGEDORIA DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA AO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Capítulo II. Do Processo em Espécie. Seção I. Da Instrução do Processo Ético-Profissional

Caros Colegas Associados,

RESOLUÇÃO Nº 259. GUSTAVO BAPTISTA ÉBOLI Presidente ANEXO I REGULAMENTO DO PROCESSO DISCIPLINAR ÉTICO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA

INQUÉRITO. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa da instrução. Art. 175.

O Reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista a decisão do Conselho Universitário,

PARTIDO SOLIDARIEDADE CÓDIGO DE ÉTICA. Capítulo I DO OBJETO E DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

RESOLUÇÃO Nº 260. DE 25 DE MAIO DE 1994 (Revogada pela Resolução nº 282/96)

DESPACHO PRESIDÊNCIA Nº 152/2015

PROCESSO DISCIPLINAR DEMOLAY (CONFIDENCIAL)

TJ - SP Direito Administrativo Estatuto dos Funcionários Públicos GIULIANO MENEZES

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

PORTARIA - CORREGEDORIA Nº 46 DE 18 DE JUNHO DE 2019

REGIMENTO INTERNO DA COMISSÃO DE ÉTICA DA CONVENÇÃO DA MARCA VALTRA

Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panaceia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e

Publicada no DOU nº 61, de 29/03/2018, Seção I, Pág. 297 RESOLUÇÃO NORMATIVA CFA Nº 538, de 22 de março de 2018

DIREITO ELEITORAL. Processo penal eleitoral Parte 2. Prof. Roberto Moreira de Almeida

3.2 Do processo administrativo disciplinar poderá resultar: I arquivamento do processo; II Suspensão por mais de 30 (trinta) dias; III Demissão.

PROCESSO E PROCEDIMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE

Resolução nº 07, de 19 de fevereiro de 2014

CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA - CREF13 13 ª REGIÃO/BA-SE

CONSIDERANDO a promulgação da Constituição vigente e das emendas que a alteraram; CONSIDERANDO que a Lei Complementar no 35, de 1977, é anterior

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA CÓDIGO DE PROCESSO DISCIPLINAR (CPD)

Aviso de Retificação, de 6 de maio de 2005 (*) RESOLUÇÃO Nº 418 DE 29 DE SETEMBRO DE 2004

ASPECTOS PREVENTIVOS PARA A BOA PRÁTICA DA MEDICINA

A REGULAMENTAÇÃO DA LEI ANTICORRUPÇÃO NO ÂMBITO DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETO n , DE LEVI DE MELLO

DIREITO PROCESSUAL PENAL

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SERGIPE RESOLUÇÃO CREMESE Nº004 /2017

NOVO CODIGO DE PROCESSO CIVIL

AULA 9 AÇÃO TRABALHISTA Elementos da Resposta do Réu DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO PROFª KILMA GALINDO DO NASCIMENTO

REGULAMENTO DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR

REGULAMENTO DO PROCESSO DE ARBITRAGEM

CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL D.O.U nº de , Seção I, Pág RESOLUÇÃO COFFITO-59

RESOLUÇÃO N 34, DE 6 DE SETEMBRO DE 2012

INSTRUÇÃO PROMOTOR NATURAL: O

Direito Administrativo

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

PEDIDO DE VISTA: Os Desembargadores do Trabalho poderão pedir vista do processo, após proferido o voto pelo Relator art. 88.

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Procedimento comum: ordinário e sumário. Gustavo Badaró aulas 22 e 29 de março de 2017

RESOLUÇÃO CREF2/RS N 019/2007 (REVOGADA PELA RESOLUÇÃO CREF2/RS Nº 072/2014)

DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento Penal

DIREITO AMBIENTAL. Tutela processual civil do meio ambiente e instrumentos extrajudiciais de proteção. Inquérito civil Parte 2

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA CÓDIGO DE PROCESSO DISCIPLINAR (CPD)

LEI Nº , DE 20 JUNHO DE 2008.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02/04-CEPE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

DIREITO ELEITORAL. Processo Penal Eleitoral. Prof. Karina Jaques

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ Conselho Superior

NOÇÕES PRELIMINARES SOBRE O PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO DECORRENTE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO NO ESTADO DE SÃO PAULO 6ª PARTE

Planejamento Tributário Empresarial 1

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Corregedoria Geral

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL AUTARQUIA FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 9ª REGIÃO ESTADO DO PARANÁ CREF9/PR

TJ-BA. Noções de Direito Processual Penal. Prof. Guilherme Rittel

No procedimento investigatório criminal serão observados os direitos e garantias individuais consagrados

Pós Penal e Processo Penal. Legale

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Auxiliar de Apoio Administrativo. Título V do Processo Administrativo Disciplinar Capítulos I a IV... 01

Resolução 135/11 do CNJ dispõe sobre normas relativas ao PAD aplicável aos magistrados

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

CÓDIGO DE PROCESSO DISCIPLINAR (CPD)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Transcrição:

AULA 31 ÉTICA MÉDICA

Artigo 1º As sindicâncias e os processos éticoprofissionais nos Conselhos de Medicina serão regidos por este Código e tramitarão em sigilo processual.

A competência para apreciar e julgar infrações éticas é do Conselho Regional de Medicina.

A sindicância será instruída pelo Conselho Regional de Medicina onde o fato ocorreu, e pode ser remetida ao Conselho Federal de Medicina.

O processo terá a forma de autos judiciais. As sindicâncias serão julgadas em câmaras específicas de julgamento.

A sindicância será instaurado: I. ex officio II. denúncia por escrito ou tomada a termo

Instaurada a sindicância, o conselheiro corregedor nomeará um sindicante para, no prazo de até 60 (sessenta) dias, prorrogáveis por igual período, apresentar relatório conclusivo, contendo obrigatoriamente:

I. Identificação das partes II. Descrição dos fatos e circunstâncias em que ocorreram

III. IV. Correlação entre a conduta e a eventual infração ética Conclusão sobre a existência ou inexistência de indícios de infração ética

É possível a conciliação de denúncias até o encerramento da sindicância, não sendo permitido pagamento a título de indenização.

Atenção Não será permitida a conciliação nos casos de lesão corporal ou óbito.

A sindicância prosseguirá, se não houver conciliação.

O conselheiro sindicante fará o relatório e deste poderá constar: I. arquivamento II. diligência ou pedido de vista por 30 dias

III. aprovação da proposta do ermo de ajustamento de conduta TAC IV. aprovação da proposta de conciliação

V. instauração do processo ético-profissional (PEP) VI. instauração do processo ético-profissional cumulada com proposta de interdição cautelar VII. instauração de procedimento administrativo para apurar incapacitante.

A decisão que determinar a instauração de processo ético-profissional servirá como termo de abertura do processo, onde constarão os fatos e a capitulação fundamentada de indícios de delito ético.

Decidida pela instauração de processo ético-profissional, o conselheiro corregedor nomeará o conselheiro instrutor para instruir o processo, observado os prazos prescricionais.

O conselheiro sindicante não poderá ser designado como instrutor.

Depois de instaurado o processo éticoprofissional, as partes não poderão solicitar o arquivamento.

Durante a instrução, surgindo novas evidências ou fatos novos, o conselheiro instrutor poderá aditar o parecer inicial para inserir outros artigos ou incluir denunciados.

O conselheiro instrutor determinará a citação do denunciado para apresentar defesa prévia e arrolar suas testemunhas no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data de juntada do comprovante de recebimento, assegurando-lhe vista dos autos do processo na secretaria ou fornecimento integral de cópia.

Se o denunciado não apresentar defesa, será declarado revel e o conselheiro corregedor designar-lhe-á um defensor dativo.

O denunciado revel que se apresentar nos autos, em qualquer fase, assumirá o processo no estado em que se encontra, cessando a revelia.

As partes poderão arrolar até 5 (cinco) testemunhas, qualificadas com nome e endereço.

O denunciante poderá apresentar rol de testemunhas no prazo de 30 (trinta) dias, contados da juntada aos autos do aviso de recebimento da notificação da decisão de abertura do processo.

A parte interessada deverá levar as testemunhas arroladas independentemente de intimação.

O conselheiro instrutor poderá arrolar testemunhas em qualquer fase da instrução, garantindo o contraditório.

A audiência será iniciada após a identificação e qualificação de todas as partes.

O denunciante será qualificado e ouvido sobre os fatos, as circunstâncias da suposta infração e as provas que possa indicar, tomando-se por termo suas declarações.

A testemunhas poderão ser impedidas ou suspeitas.

Elas serão inquiridas separadamente. Primeiro do denunciante, depois do denunciado.

Os depoimentos serão reduzidos a termo e assinados pelos depoentes, pelas partes e pelo conselheiro instrutor.

É admitida a acareação entre as partes e as testemunhas, quando houver divergência nas declarações e depoimentos.

Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo de 15 (quinze) dias para a apresentação das razões finais. Primeiro as do denunciante e, em seguida, as do denunciado, com prazo comum entre mais de um denunciante e mais de um denunciado.

Após a apresentação das alegações finais e análise do parecer processual da Assessoria Jurídica, o conselheiro instrutor apresentará termo de encerramento dos trabalhos que será encaminhado ao presidente ou corregedor do Conselho Regional de Medicina.

Ao receber o processo ético-profissional, o conselheiro corregedor designará o conselheiro relator e revisor, os quais ficarão responsáveis pela elaboração dos respectivos relatórios.

O conselheiro sindicante não poderá ser designado como relator ou revisor. O conselheiro instrutor poderá ser designado como conselheiro relator ou revisor.

Designados relator e revisor, o presidente ou conselheiro corregedor determinará a inclusão do processo na pauta de julgamento.

As partes serão intimadas da data de julgamento com a antecedência mínima de 10 (dez) dias.

A sessão será aberta com a leitura dos relatórios. O conselheiro relator deverá propor o reconhecimento de ofício das nulidades absolutas, se houver, as quais deverão de imediato ser discutidas e julgadas.

Após a leitura dos relatórios, será concedido às partes o prazo de 10 (dez) minutos para sustentação oral, sucessivamente ao denunciante e denunciado.

Encerrada a sustentação oral, os conselheiros poderão solicitar esclarecimentos sobre o processo ao relator e ao revisor e, por intermédio do presidente da sessão, às partes, seguidos dos debates sobre as demais preliminares, se houver, e do mérito.

Encerrada a fase de debates, será concedido o tempo de 5 (cinco) minutos às partes para considerações finais orais, sucessivamente ao denunciante e ao denunciado.

Depois da leitura, os conselheiros poderão solicitar a suspensão do julgamento para requerer vistas do processo ou requerer a conversão dos autos em diligência.

O novo julgamento terá apenas a leitura do relatório dos conselheiros: relator e revisor.

Proferido os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento.

Ir para o Código de Processo Ético- Profissional Artigo 39