Crise de agua, transposição & Bacia do rio Paraíba do Sul: aspectos politicoinstitucionais Rosa Formiga Instituto Estadual do Ambiente (INEA-RJ) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) São Jose dos Campos, 22 de maio de 2014
Segurança hídrica do Estado do Rio de Janeiro O Estado do Rio de Janeiro é fortemente dependente das águas da Bacia do rio Paraíba do Sul MAPA - 57 MUNICÍPIOS ERJ - 12,4 milhões de pessoas, inclusive 9,3 milhões na RMRJ - Industrias - Agricultura
Complexo Sistema Hidraulico (contexto politico-institucional) Transposição: 1952 Reservatórios e UHEs: Santa Branca (1959), Funil (1969), Jaguari (1972) e Paraibuna (1978)
Regras operativas dos reservatórios da bacia do P do Sul Regras operativas em vigor, legalmente estabelecidas, garantem água para o Estado do Rio de Janeiro, que se situa a jusante de SP e MG Gestores: ANA e ONS Resumo Aproveitamento Vazão mínima (m³/s) Paraibuna 30 Jaguari 40 Santa Branca 10 Funil 80 Santa Cecília bombeamento a jusante 119 (média) 71 (instantânea) Pereira Passos 120 (instantânea)
Balanço hídrico na Bacia do rio Guandu: futuro já preocupante Cenários PERHI Disponibilidade Hídrica Q95 (m³/s) Consumos [diferença entre a captação e retorno] (m³/s) Abastecimen to Humano Indústria / Mineração Agropecuária Total (inclusive vazão ambiental de 25m 3 /s) Percentual de comprome -timento (%) Saldo Hídrico (m³/s) Atual 129,3 41,05 29,08 0,02 95,16 73,6% 34,14 Otimista (2030) 129,3 48,08 42,25 0,03 115,36 89,2% 13,95 Factível (2030) 129,3 52,71 42,31 0,02 120,04 92,8% 9,28 Tendencial (2030) 129,3 58,47 38,93 0,02 122,42 94,7% 6,90 Tendencial (2030) + Reserva Hídrica ETA Guandu (CEDAE) 129,3 64,78 38,93 0,02 128,73 99,6% 0,57
Não é possível reduzir a vazão do rio Paraíba do Sul, a jusante de Santa Cecilia => Baixo Paraíba do Sul tem sofrido muitos impactos Médio Paraíba do Sul tem seus usos assegurados nas regras operativas em vigor
Proposta paulista de transposição Surpresa pelo descolamento do Plano da Macrometrópole Paulista E preciso pactuar: novo contexto politico e institucional Necessidade de bases técnicas robustas, únicas e reconhecidas entre todas as partes Necessidade de simulação dos impactos no balanço hídrico atual e futuro do projeto, ainda não conhecido Transposição proposta não é tão simples do ponto de vista politico e institucional Papel da ANA Papel dos colegiados e do Sistema de Gestão Gravidade do estresse hídrico reforça a necessidade de aprofundar discussões técnicas, com forte envolvimento dos colegiados
Evolução dos armazenamentos 2000/2014 Fonte: ONS, 2014.
Situação Atual x Curva de Segurança - Níveis de início de mês Fonte: ONS, 2014.
Considerações finais Não podemos desperdiçar a crise atual!! Segurança hídrica da Bacia do rio Paraíba do Sul passa pelo aperfeiçoamento urgente das regras operativas atuais (ONS & ANA) CT-OH (Ceivap) deve ser permanente e ainda mais ampliado para os comitês estaduais Proposta paulista de transposição: é preciso primeiro superar as discussões técnicas (em andamento, sob coordenação da ANA) E preciso ampliar os espaços de discussão assim que os estudos forem concluídos, sobretudo no âmbito do Ceivap Caso a proposta paulista seja viável e aprovada, CEIVAP (em articulação com os comitês estaduais) deve ter papel preponderante na definição de condicionantes e compensações.
Considerações finais Não podemos desperdiçar a crise atual (2) Bacia do rio Paraíba do Sul deve ser mais protegida e recuperada => esforço coletivo, inclusive do Estado do Rio de Janeiro Grande dependência do setor de saneamento (qualidade coleta e tratamento de esgoto; e quantidade redução de perdas e uso racional) => papel do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos Recuperar a cobertura vegetal da Bacia e manter a floresta remanescente em pé Proposta do CEIVAP, de 20 de maio de 2014 é um bom começo
Muito obrigada! formiga.inea@gmail.com
Diagrama esquemático das UHEs da bacia do Rio Paraíba do Sul integrantes do SIN: Afluência (ENA): 3,1% SE/CO 1,8% SIN Armazenamento (EAR): 3,6% SE/CO 2,6% SIN Fonte: ONS, 2014.
PARAIBUNA Sta. BRANCA FUNIL Sta. CECÍLIA JAGUARI Vazões Mínimas e Armazenamentos Rio Jaguari 792 hm³ 10 m³/s Vazão Natural (MLT) 28 m³/s 30 m³/s 40 m³/s 80 m³/s 190 m³/s 71 m³/s Rio Paraíba do Sul 2.636 hm³ 307 hm³ 602 hm³ 119 m³/s Vazão Natural (MLT) 80 m³/s Vazão Natural (MLT) 228 m³/s Vazão Natural (MLT) 69 m³/s Referência: Restrições de vazões mínimas estabelecidas na Resolução ANA nº 211, de maio/201 Fonte: ONS, 2014.