Análise Referencial PROGRAMA ESCOLA ATIVA

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Transcrição:

Análise Referencial PROGRAMA ESCOLA ATIVA Universidade Federal da Bahia - UFBA Faculdade de Educação - FACED Salvador, maio de 2010. 1

1. INTRODUÇÃO O presente relatório é um trabalho desenvolvido pela equipe pedagógica administrativa da FACED (Faculdade de Educação) no intuito de trazer os elementos de aprimoramento da qualidade da gestão do programa Escola Ativa no Estado. A idéia deste relatório é oferecer um diagnóstico dos principais problemas enfrentados na execução políticopedagógica do programa, seguido pela identificação dos resultados da política pública: recursos humanos, didáticos, financeiros disponíveis; os serviços prestados no âmbito do programa e os resultados que se espera atingir através da formação continuada dos professores dos 279 municípios da adesão 2008. Esclarece ainda que breve, os pressupostos teóricos sobre os quais o programa se sustenta de modo a permitir a UFBA e SEC, elementos face aos desafios levantados, para analise e intervenção de forma critica na adesão 2008 e para a adesão 2009. A decisão de elaborar este relatório vem do reconhecimento que o Programa Escola Ativa insere-se no conjunto das ações da Educação do Campo da FACED e da Política Estadual de Educação do Campo, portanto da necessidade imediata de subsidiar a formação com qualidade necessária ao desenvolvimento da proposta. 2. ESCOLA ATIVA BRASIL De acordo com a SECAD/ MEC, O Projeto Educação Básica para o Nordeste conhecido como Projeto Nordeste foi o marco inicial do programa Escola Ativa. Em 1998, o programa foi financiado pelo Projeto Nordeste e, em 1999, pelo Programa Fundescola 1. Em 2008, com o fim do financiamento do Banco Mundial, o programa passou a ser coordenado e executado pela CGEC/Secad. A Escola Ativa caracteriza-se como uma proposta metodológica para classes multisseriadas destinada a promover a aprendizagem e a participação dos alunos na gestão escolar. Trata-se de uma nova maneira de conduzir o ensino-aprendizagem em escolas multisseriadas, com a utilização de material didático especial, de caráter modular, estímulo à participação em grupo e maior interação com o entorno comunitário em que está inserido o aluno. O projeto está estruturado nos seguintes componentes: (I) curricular; (II) formação e aprendizagem; (III) comunitário; e (IV) administrativo. O MEC realiza qualificação dos 1 Programa Fundo de Fortalecimento da Escola, focado no atendimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste, financiado pelo Banco Mundial, que substituiu o Projeto Nordeste. 2

coordenadores e professores na metodologia do Programa Escola Ativa, fornece guias de aprendizagem e kits pedagógicos necessários às atividades escolares e monitora as escolas participantes, em parceria com estados e municípios. Em termos do Planejamento Estratégico da Educação do Campo, a Escola Ativa está situada no Eixo 4 Práticas Pedagógicas e Avaliação, na linha de ação 5, referente a apoio a escolas que possuem turmas organizadas sob a forma de multisseriação, que tem por objetivo oferecer apoio técnico às escolas que possuem este tipo de turma. As atividades previstas consistem em reformular o projeto, adequando-o às Diretrizes da educação do campo, e em ampliá-lo para todas as escolas/turmas multisseriadas. Objetivo: Propor aos sistemas de ensino estaduais e municipais metodologias pedagógicas e estratégias de gestão para as classes com multiidades e níveis de aprendizagem diferenciados(multisseriadas). Objetivos específicos: Realizar formação de professores formadores que atuam nas escolas multisseriadas Re-elaborar os materiais pedagógicos existentes com as novas concepções de Educação do Campo - Cadernos de aprendizagem e kits pedagógicos Realizar ações afirmativas que fortaleçam o papel da escola na comunidade do campo. Organizar e manter um sistema de gestão do Programa, em parceria com os Estados e os municípios. Metas físicas: Ano UF Nº de municípios Alunos Turmas Até 2007-2008 19 1.135 296.435 13.869 2008-2009 19 2.302 694.237 44.120 2009-2010 24 3.106 1.321.833 67.523 Orçamento: R$721.000,00-2008 3

3. ESCOLA ATIVA BAHIA Metas: Ano Meta física Meta financeira 2008-2009 279 R$ 1.400.000.000,00 2009-2010** 179 R$ ** em negociação 3.1 Público Beneficiários Adesão 2009-2010 MEC-SECAD Alunos Nº de municípios Escolas Docentes Turmas Quantidade de classe multisseriadas 182.361 328 5.553 8.553 9.218 19.172 3.2 Carga horária para os educadores: A formação continuada dos profissionais que atuarão no Programa Escola Ativa é responsabilidade das UFBA com uma carga horária de 240 horas distribuídas em 06 (seis) módulos seqüenciais. 3.3 Certificação O curso irá conferir aos formandos o certificado de Extensão pela Pro Reitoria de Extensão da UFBA. 3.4 Estrutura de coordenação Coordenação Estadual - composto por dois técnicos da Secretaria da Educação, vinculados a Coordenação da Educação do campo e Equipe pedagógica da FACED/UFBA. É competência: Coordenação Pedagógica realizada pela UFBA, através da LEPEL composta por duas equipes de trabalho: Pedagógica- administrativa formada por professores formadores. Cabe 4

a esta coordenação executar as seguintes atribuições: a) selecionar professores (municipais, estaduais, distritais e de movimentos sociais) formados na metodologia do Programa, aptos a serem admitidos como professores formadores; b) oferecer e coordenar a formação e orientar os professores-formadores para atuarem nos momentos presenciais com os cursistas e para realizarem o acompanhamento das turmas a distância; c) indicar 2 (dois) gestores responsáveis pelo Programa na IPES, obrigatoriamente professores efetivos da instituição. d) construir e manter atualizado um banco de dados com informações sobre os professores-formadores e professores-multiplicadores; f) certificar os professores-formadores e professores-multiplicadores; g) acompanhar e monitorar a freqüência dos professores-multiplicadores nos cursos de formação e enviar à SECAD/MEC, por intermédio do Sistema de Gestão de Bolsas (SGB), o cadastro pessoal dos bolsistas, bem como a listagem mensal dos professores-formadores e professoresmultiplicadores que estiverem aptos para efeito de pagamento da bolsa conforme cronograma a ser estabelecido, encaminhando-a também por meio de ofício; h) promover a avaliação dos professores-formadores e professores-multiplicadores, em conjunto com as equipes das Secretarias de Educação; i) realizar o acompanhamento técnicopedagógico dos cursos de formação e manter atualizado o sistema de monitoramento e avaliação do Programa; j) elaborar e encaminhar à SECAD/MEC os relatórios sobre os cursos de formação; l) enviar ofício à SECAD/MEC solicitando o pagamento das bolsas, acompanhado do relatório mensal de atividades e da relação de bolsistas autorizados gerada pelo SGB. Secretaria de Educação a) assinalar otermo de adesão ao Programa Escola Ativa, concordando em assumir as responsabilidades que lhes cabem no desenvolvimento do Programa; b) coordenar, acompanhar e executar as atividades em sua área de abrangência; c) elaborar cronograma para a realização dos encontros de formação; d) proceder à seleção de 2 (dois) profissionais para decisões de caráter administrativo e logístico (supervisor de curso), colocando-os à disposição do Programa para garantir condições adequadas de desenvolvimento das ações e atividades em sua área de abrangência; e) selecionar um professor-multiplicador por até 25 (vinte e cinco) escolas de sua rede e garantir que este disponha de carga horária suficiente para que participe de sua própria formação e realize a formação e acompanhamento dos educadores de sua rede; f) responsabilizar-se pelos custos de transporte do professor-multiplicador de sua rede para a participação nos cursos de formação e nos seminários de acompanhamento e avaliação;g) receber os materiais referentes aos cursos de formação e responsabilizar-se por sua entrega aos cursistas; h) planejar e acompanhar a formação dos professores-multiplicadores junto com as IPES; i) acompanhar, nos municípios de sua área de abrangência, a formação dos educadores; j) realizar o acompanhamento e monitoramento nos municípios que aderiram ao Programa Escola Ativa no Estado, bem como manter atualizado o sistema de monitoramento e avaliação. 5

4. DIMENSÕES DO PROGRAMA ESCOLA ATIVA 4. 1 Atividades desenvolvidas Atividade principal Formação de professores multiplicadores - técnicos municipais e coordenadores do programa nas Secretarias Estaduais e Municipais para atuarem como formadores de professores Atividades meio 2009 De agosto a dezembro: Formação da equipe pedagógica-adminstrativa. Elaboração de material didático para formação cadernos didáticos. Formação de equipe de formadores da UFBA. Curso de formação dos antigos formadores do Programa. Reuniões com a Secretaria de Educação. 2010 Janeiro a Fevereiro Reorganização da planilha de trabalho ampliada PTA; equipe executora; participação nas formações nacionais para direcionamento das formações estaduais. Reservar hotel, reprodução de material a ser entregue aos cursistas; elaborar planilha e solicitar material de consumo, de papelaria, e de informática etc. Março a maio 22 a 28 de março - realização do modulo Módulo I Metodologia da Programa Escola Ativa; Módulo II Introdução à Educação do Campo; 17 a 21 de maio - Módulo III Alfabetização e Letramento. Atividades em desenvolvimento Formação dos professores pesquisadores; 6

Relatórios das formações Formações dos professores formadores Cadastro SGB 5. EXPLICITAÇÃO DE PROBLEMAS Apesar dos recursos para formação chegarem a universidade em agosto de 2009, o mesmo só foi descentralizado no final do mês de Fevereiro de 2010. Falta de condições necessárias na UFBA e na Coordenação Estadual da Educação do Campo para execução do programa ( acesso a comunicação com os municípios por falta da recursos a linha telefônica serviço de correio, fax computadores; pessoal técnico administrativo; professores- pesquisadores do quadro efetivo da UFBA, para assumirem a formação; Falta de acesso as informações reais do quantitativo de municípios e de escolas que aderiram o programa em 2008 em tempo hábil a serem incorporando ao planejamento dos módulos I e II. As listas enviadas recebidas do MEC e da Secretaria Estadual de Educação tinham quantitativos diferenciados. Em vista disso, a universidade trabalhou com dados incompletos e sem esta referencia, optou por convocar apenas 1 (um) multiplicador por município e não a quantidade que o município teria de direito segundo a Resolução, que informa: III às Secretarias Estaduais de Educação compete: e) selecionar um professor-multiplicador por até 25 (vinte e cinco) escolas de sua rede e garantir que este disponha de carga horária suficiente para que participe de sua própria formação e realize a formação e acompanhamento dos educadores de sua rede. A Universidade não tem acesso ao Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle do Ministério da Educação SIMEC e a Secretaria quando consultada informou também não ter acesso. Dificuldade da Secretaria para estruturar a equipe de trabalho atraso na indicação dos supervisores das secretarias. 7

5.1 Fatores do contexto : Interrupção da formação dos formadores; desarticulação da equipe pedagógica; interrupção do cadastro dos técnicos municipais via Sistema Geral de Cursos SGB; a não realização do cadastramento dos técnicos da Secretaria Estadual no SGB; atraso no pagamento da equipe executora. Pessoal tecnico administrativo e docente altamente precarizado faaltam funcionários e docentes - contratação de professores formadores de fora da universidade; terceirização de mão de obra (mestrandos e doutorandos); falta pessoa no setor de convênios, jurídico, setor da contabilidade da faced. Gestão e administração alta burocracia; problemas de pessoal e gerencial na fundação; infra- estrutura precária biblioteca, equipamentos condições objetivas para o desenvolvimento do trabalho pedagógico e técnico. A não participação na formação dos módulos I e II de 110 municípios com adesão 2008. Recursos - valores defasados por conta do atraso na deliberação dos recursos financeiros disponíveis para execução do programa. Apenas 164 municípios participaram da formação do modulo II. Professores multiplicadores sem nível superior completo participando das formações em discordância ao que prevê a resolução. Porque somente após a realização do módulo II é que a Universidade obteve as informações para iniciar os cadastros dos Professores-multiplicadores e dos professores-formadores no SGB; bem como pôde organizar a planilha com as informações de quantitativo de municípios, de escolas e, consequentemente, de multiplicadores. 5.2 AÇOES Imediatas: Para a realização do modulo I e II, deliberação com a secretaria de educação para ajustes da proposta; acordo de cooperação com estrutura para formação dos formadores, utilização da infra-estrutura da secretaria para contato com os municípios; Reunião com o Reitor e Secretario de Educação para explicitação da proposta e dos problemas 8

Reunião com o MEC a ser convocada pela Secretaria de Educação. Desta forma compreendemos que para dar continuidade às atividades do Programa, algumas questões precisam ser solucionadas: No que compete à Universidade: Abertura de concurso público para contratação de professores e pessoal técnico administrativo. Agilidade nas questões burocráticas da universidade, especialmente no que diz respeito ao Setor de Convênios, jurídico, setor de contabilidade da FACED; Solução nas questões de gerência da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão - FAPEX; Suporte técnico administrativo de apoio aos projetos do campo Demonstrar competência e experiência tanto dos coordenadores, quanto da equipe integrantes no Projeto Pedagógico proposto; Esforço junto ao MEC de implementação de espaço físico de formação para ações da educação do campo na FACED Dialogar e explicitar o projeto pedagógico no conjunto das ações da educação do campo na comunidade acadêmica para garantia de certificação; Preservar a instituição dando qualidade ao Programa e a equipe pedagógica com condições de infra-estrutura acompanhamento e monitoramento para execução do programa. No que compete à Secretaria Estadual de Educação: Contato com os municípios via e-mail, telefone, fax e correio, quando da execução dos Módulos para que os mesmos os convoquem para o Módulo; Indicação dos técnicos (2) a serem cadastrados no Sistema Geral de Cursos; Suporte técnico administrativo; Prever o acompanhamento, qualidade, avaliação do desenvolvimento e resultados do projeto proposto; No que compete ao Ministério da Educação: Agilizar a publicação dos Cadernos Didáticos do Campo produzidos UFBAFACED para utilização nos módulos do Programa Escola Ativa e nos diferentes programas 9

do campo em execução pela FACED. Agilidade nas informações solicitadas pela Secretaria Estadual e pela universidade; Pagamento dos bolsistas do Programa (Coordenadores, formadores e multiplicadores); 6. COMPROMISSO Considerando: 1. Os dados da Educação do Campo na Bahia que reafirmam as desvantagens educacionais que as populações rurais têm sido historicamente submetidas e a relevância em contemplar as especificidades da educação do campo nas políticas públicas educacionais. 2. A responsabilidade do Estado em elevar o programa ao nível de política pública de Estado. 3. As investigações cientificas realizadas em universidades brasileiras (UFPB, UFPA, UFBA, UNESP), bem como, os debates acadêmicos ocorridos na UFBA, comprovaram que os elementos metodológicos do Programa são de base neoliberal, Escolanovista e Construtivista o que requer uma profunda reformulação dentro da proposta da Educação do Campo. 4. O acumulado nos últimos anos,a partir de experiências práticas na Educação do Campo (PRONERA, ACC, PEDAGOGIA DA TERRA, PROCAMPO) e por ter desenvolvido material didático Cadernos didáticos sobre Fundamentos da Educação do Campo, Projeto Político Pedagógico da Escola do Campo, Financiamento da Educação do Campo, Currículo da Escola do Campo, Trabalho Pedagógico na Educação do Campo -, 5. A responsabilidade da universidade na formação continuada dos professores do campo com consistente base teórica. Instrumentalizando-os com referencial teórico e político de modo a qualificar o ensino do campo, impulsionando o trabalho pedagógico para as demandas históricas de formação da classe trabalhadora e de seu projeto histórico. 6. O acumulo didático, analises e avaliações do Programa na Bahia,bem como 10

seus limites institucionais, políticos pedagógicos. 7. A universidade Federal da Bahia reafirma seu compromisso em dar continuidade a proposta de formação 2008 com as seguintes atividades em cursos 1. Uma etapa básica de formação com momentos de capacitação, com carga horária de 240 horas, distribuídas em seis módulos, tendo como ponto de partida os princípios básicos da educação do campo, fundamentos metodológicos, princípios norteadores e os elementos e instrumentos da Escola Ativa; 2. Oficinas pedagógicas de formação dos formadores, com carga horária mínima de 20 horas cada, contemplando referenciais teórico-práticos da Teoria do Conhecimento e Teoria Pedagogica Histórico-crítica para abordagem e pratica dos elementos curriculares constitutivos do Programa. 3. Participação dos Formadores e dos professores multiplicadores nos Seminários Temáticos do Pólo de Referencia Estudo e Pesquisa em Educação do Campo da UFBA de no mínimo 16 horas cada, para o analise e avaliação da política de Educação do Campo no Estado. 4. Participação em Microcentros regionais - encontros sistemáticos de intervenção, organizados pela equipe pedagógica da Coordenação de Educação do Campo da Secretaria de Educação, envolvendo o supervisor municipal e os educadores, realizados mensalmente em pólos itinerantes, visando: a) estudo, análise e discussão da ação docente; b) análise do desempenho dos alunos; c) planejamento de ações para o fortalecimento da prática docente e do processo de aprendizagem dos educandos. Proposição de eixos temáticos e conteúdos a serem abordados nos momentos da formação básica: Módulos Carga Horária Modulo I 40 h. Eixos Temáticos Estratégia Metodológica Escola Ativa na perspectiva da política de Educação do Campo e da Formação humana. Conteúdos - História e contexto atual da Educação no meio rural brasileiro; analise conjuntural e estrutural; - Trajetória e reflexões do movimento por uma Educação Básica do Campo; - Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo; - Relação entre desenvolvimento do campo e educação básica; - As classes multisseriadas e suas especificidades; 11

40 h. Modulo II Modulo III 40 h. Modulo IV 40 h. Políticas Públicas de Educação do Campo: Desafios e possibilidades. Alfabetização e Letramento Práticas Pedagógicas em Educação do Campo. - Fundamentos metodológicos e os princípios básicos do Programa Escola Ativa; - Teoria Educacional e Teoria Pedagógica Elaboração do Plano estratégico do Programa nos municípios - Fundamentos e conceitos básicos da Educação do Campo: - Política pública de Desenvolvimento humano e social, Política de território; - Trabalho e Educação. - Trabalho como princípio educativo, pesquisa como princípio formativo, Escola formadora do ser humano articulado com um Projeto de Emancipação humana. - PPP, Currículo e Organização do Trabalho Pedagógico. Apresentação do relatório pelos cursistas desenvolvido nos microcentros. - Concepções de desenvolvimento e aprendizagem que subsidiam a Educação do Campo (Psicologia histórico-cultural; - Ensino fundamental de 9 anos e suas implicações para classes multisseriadas; - Principais teorias de alfabetização e seus respectivos métodos; - Letramento e alfabetização; Aspectos psicolingüísticos da alfabetização (desenvolvimento da escrita); - Formas de agrupamento entre crianças que provocam aprendizagem; Estratégias de Leitura; Produção de Textos; - Trabalho com os diferentes gêneros textuais; - A leitura do professor e a leitura do aluno. - Avaliação - Kit Pedagógico - Projeto histórico e pedagogias superadoras; - Ser educador do povo do campo; - Organização do trabalho pedagógico: práticas pedagógicas em sala de aula e na comunidade; - Características sociais, políticas e econômicas do Campo Brasileiro; Heterogeneidade e características sociais, políticas, econômicas e culturais das populações do Campo. -Movimentos Sociais do Campo; História e lutas pela educação do Campo (Encontros e Conferências do Campo) - Fundamentos teórico-práticos para o desenvolvimento de atividades das diversas áreas do conhecimento e a utilização dos elementos, instrumentos e os materiais didáticos - pedagógicos do Programa Escola Ativa. - Interdisciplinaridade; - Planejamento - Apresentação do relatório pelos cursistas desenvolvidos nos microcentros. 6.1 PRESUPOSTOS TEÓRICOS : Nesta proposta a referência principal é a formação humana e o modo de produção da vida. O foco da educação é o educando, enquanto sujeito histórico, suas problemáticas e sua contextualização. Com aprofundamento da concepção de conhecimento, posicionamento crítico ante a ciência moderna, aprendizagens e organização da escola. 12

Para isto é necessário que os canais de interação entre o corpo de trabalho das universidades, coordenações e professores multiplicadores, secretarias, sejam estreitados na busca de um processo de identificação e amadurecimento da unidade teóricometodológica. Todo o conhecimento, seja ele científico ou da prática social, é dado pela ação dos homens sobre a natureza e da sociedade pelo trabalho. Portanto o eixo de todo conhecimento é o trabalho humano. Estamos desenvolvendo nossa proposta através do trato com o conhecimento, considerando outra forma de organizar o trabalho pedagógico para formação humana, tendo o trabalho como princípio educativo. Isso corresponderá à articulação das áreas do conhecimento, com uma base comum em que se viabilize a formação de: Unidade teoria e prática; Historicidade; Prática pedagógica qualitativamente comprometida;trabalhos coletivos interdisciplinares; gestão participativa; Avaliação emancipatória. Com relação ao trato com o conhecimento: 1. A apropriação dos conteúdos pelos educandos deve ser entendida como direito de acesso ao conhecimento historicamente construído pela humanidade. Esta apropriação consiste em dar subsídios aos educandos para criação de estruturas de pensamento que lhes permita acessar os bens culturais, refletir sobre uma lógica de sociedade que valorize o trabalho coletivo e suas formas de organização; 2. Integrar a proposta ao contexto social dos educandos, ou seja, identificar quais são as aprendizagens sociais significativas para o educando; 3. Considerar os dados da realidade; 4. A relevância social dos conteúdos, articulando com o projeto da classe social do conjunto dos seus estudantes; 5. Adequação das possibilidades sócio-cognitivas dos envolvidos; 6. Aprofundar-se no conhecimento das bases teóricas; 7. Totalidade no trato com o conhecimento. Estratégias 1. Tempo pedagógico necessário para as aprendizagens; 2. Atitude científica por parte dos formadores e professores multiplicadores 3. As condições de trabalho para a produção de conhecimentos; 4. Alterar o processo de trabalho sempre que necessário; 5. Metodologia histórico-crítica-superadora. 13

De modo concreto, a formulação na perspectiva da formação humana é uma tarefa histórica a ser enfrentada por coletivos que reconheçam que a educação e a escola são estratégicas para a manutenção de um modo de vida e de sociedade. Com necessária e urgente políticas públicas referenda nas demandas da classe trabalhadora do campo. Nestes termos a FACED/UFBA em parceria com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, solicita reunião com a SECAD, para apreciação dos problemas colocados de modo que possamos contribuir no enfrentamento de problemas centrais do Programa Escola Ativa no Estado da Bahia. Celi Zulke Taffarel - Diretora da FACED/UFBA Prof. Claudio Lira Santos Junior Coordenador da Escola Ativa UFBA/MEC 14