Filosofia da Educação Dehoniana Antropologia pedagógica Os fundamentos antropológicos da pedagogia dehoniana
A - Os textos educacionais de Léon Dehon -Postura apologética. Por quê? A educação católica é criticada tanto nos princípios como nos métodos dentro do processo de implantação da República: estatificação plena da educação (expulsão dos jesuítas, tomada de escolas das congregações religiosas, etc); - Linguagem jurídica: a educação cristã com ré, a República como promotoria e Dehon como advogado de defesa; Os discursos educacionais de Dehon acontecem neste contexto a partir de 1877 no Colégio São João, durante a Entrega anual dos prêmios aos estudantes, na presença dos pais, das pessoas da sociedade e dos próprios estudantes - Existem registrados ao menos onze discursos educacionais do tempo em que Dehon foi diretor do Colégio São João embora em alguns anos fossem outras pessoas que fizessem esse discurso.
Dehon publicou em 1887 oito destes discursos em uma única obra chamada A Educação e o ensino a partir do ideal cristão. B Primeiro Discurso Sobre a educação cristã: seu objetivo, seus instrumentos, seu método e seus frutos (4 de agosto de 1877) Baseadas no historiador e reitor da Universidade de Paris Charles Rollin ( 30 de janeiro de 1661; + 14 de dezembro de 1741). Obra: Traité des Études (1726-1728)
META Construir a civilização da inteligência e do coração na pessoa e na sociedade PROPOSTA EDUCATIVA DEHONIANA Sistema de Educação Objetivos Frutos Método Instrumentos Dependem dos fundamentos políticos e religiosos da pessoa ou da sociedade que concebe tal sistema Qual é a ideia de ser humano?
Concepção espartana e romana de pessoa humana: = soldado, resistência, disciplinado, domínio sobre o próprio corpo, desenvolvimento das forças físicas. Concepção Positivista de pessoa humana: = a pessoa é percebida apenas em sua utilidade ao sistema e suas forças são desenvolvidas na medida necessária à indústria. O ser humano é apenas material (alma, moral e cultura são fantasmas). Concepção estético crítica de pessoa humana: = a arte e a literatura possuem valor sem compromissos. A experiência religiosa é apenas uma ideia que evolui. Concepção política de pessoa humana: = é aquele que ama e serve a República. A família abdica do seu direito em nome do estado no terreno da educação (Primeiro a Família social, depois a família privada). Caracteriza-se pelo conhecimento elementar, aprendizado de uma profissão, sem distinção dos sexos inclusive no uniforme deixando de lado religião, delicadeza, cultivo do espírito, etc.
Para Platão, educar é aquilo que dá ao corpo e alma toda a beleza que lhe é possível, logo, o ser humano é um ser de perfeição e a perfeição precisa ser alcançada em todas as dimensões constitutivas da pessoa humana: Física e higiênica; Letras e ciências; Artes e literatura; Filosofia e história; Religião e urbanidade. Logo: a educação possui um elemento para além do natural, uma vez que o ser humano não se esgota no mundo, ou seja, o mundo não é capaz de oferecer ao mundo uma explicação completa de quem ele é. = existe uma dimensão sobrenatural na educação porque constata-se uma dimensão sobrenatural na pessoa humana (essa perfeição). O fundamento sobrenatural da pessoa humana deve ser o fundamento último da educação. LOGO: A IMAGEM DO SER HUMANO É CRISTO. Ela é o ponto de partida e a meta (a imagem de Cristo deve ser restaurada na pessoa do educando).
A antropologia de Dehon reconhece que na pessoa diversas forças estão presentes; que elas estão misturadas e, às vezes, em combate, e que precisam ser harmonizadas (causadora desse desequilíbrio é o pecado original). É preciso um ponto de união que ofereça uma possibilidade das forças estarem a serviço da pessoa e não fazendo-a perder-se. Não podem ser pontos de união : temor, afeto filial e a honravergonha (uma educação que se baseie nisso terá um elemento externo como critério, gerando uma educação de aparências e uma mera instrução porque se baseia sobre uma aparência humana. A conclusão a que Dehon chega é que este elemento integrador já está dentro do educando embora ele não o perceba e nem tenha consciência dele. Este elemento integrador é a MOTIVAÇÃO.
Dehon se pergunta: ao analisar a fé, posso encontrar dentro dela a presença de forças integradoras ou pessoas integradas (se houver, a fé poderá colaborar decididamente no processo educativo)? Revela Cristo e seu coração! Manifestou-se também a graça de Deus salvadora para todos os homens, educando-nos [...] (Tt 2, 11). A experiência religiosa educa o que é mais elevado na pessoa: a inteligência e o coração das pessoas. Faz isso porque sabe que seu Deus é um Deus Educador Para Dehon, o CORAÇÃO é princípio integrador da pessoa: - O coração sempre está na pessoa, não é uma coisa que se coloca dentro do educando; - Se educa-se o coração é possível fazer com que todo o corpo se torne saudável; - Um coração inteligente (motivado) governa as demais forças, harmonizando-as.
Educar o coração significa estabelecer uma via de vínculos amorosos (isso é motivação): ir para dentro = Ecce venio Autoconhecimento: conhecimento ir para fora = Adveniat Regnum tuum Empenho e engajamento social: solidariedade viver integrado, em movimento = Sint unum Comunhão: disponibilidade Em sua linguagem religiosa, educar é uma obra de reparação. Por quê? Significar ajudar o educando a superar e integrar tantas tentativas de divisão, esquartejamentos, reducionismos, funcionalismo e colaborar com a pessoa para que ela se realize em todas as suas potencialidades. RESTAURAR O CORAÇÃO DE CRISTO EM CADA EDUCANDO
CONSEQUÊNCIAS = conhecer o educando para saber melhor como orientá-lo; dizer as razões das coisas; habituar a sinceridade; fazer o estudo agradável = Centrada na pessoa e em sua motivação; Para encerrar: Conselhos de Dehon a um professor Escreve Dehon a um professor em setembro de 1912: Procure ser muito prático [...] Recolha um bom número de casos de consciência para poder dar alguns exemplos relacionados ao curso. Principalmente, nada de alterar-se. Paciência e suavidade. Defenda-se de seus nervos. Seja muito correto no relacionamento com os alunos. Nada de palavras ásperas. Esqueça os pequenos defeitos do passado [...]. Escreve outra vez em outubro do mesmo ano: Atenção! Os alunos dizem que o Pe. Paris vai muito rápido e eles não conseguem acompanhar. Cuidado para não arruinar as coisas. Os professores são para os alunos e os alunos para os professores. Vá devagar [...] Seja vigilante com o seu temperamento [...] A gentileza é a flor da caridade.
Para encerrar: Conselhos de Dehon a um professor Escreve Dehon a um professor em setembro de 1912: Procure ser muito prático [...] Recolha um bom número de casos de consciência para poder dar alguns exemplos relacionados ao curso. Principalmente, nada de alterar-se. Paciência e suavidade. Defendase de seus nervos. Seja muito correto no relacionamento com os alunos. Nada de palavras ásperas. Esqueça os pequenos defeitos do passado [...]. Escreve outra vez em outubro do mesmo ano: Atenção! Os alunos dizem que o Pe. Paris vai muito rápido e eles não conseguem acompanhar. Cuidado para não arruinar as coisas. Os professores são para os alunos e os alunos para os professores. Vá devagar [...] Seja vigilante com o seu temperamento [...] A gentileza é a flor da caridade.
Conselhos de Dehon aos estudantes: Deus não sabe o que fazer com os nossos conhecimentos e com as nossas obras se não tiver o nosso coração. Sejam felizes, sábios e prudentes. Nosso afeto por vós ditam estes últimos conselhos; vossa boa disposição nos assegura que vocês os escutaram com lealdade.