OS SÍMBOLOS POÉTICOS DAS CANTIGAS DE AMIGO LINGUA GALEGA E LITERATURA 3º ESO CPI AS REVOLTAS (CABANA DE BERGANTIÑOS) PROFESORA: ANA MARTÍNS

Documentos relacionados
A literatura medieval

Ensino Médio - Unidade Parque Atheneu Professor (a): Kellyda Martins de Carvalho Aluno (a): Série: 1ª Data: / / LISTA DE LITERATURA

Literatura Medieval. Trovadorismo (1189/1198)

A IMAGEM DA MULHER NAS CANTIGAS DE AMIGO DE PERO MEOGO

ESSES POETAS QUE FALAM DO AMOR COMO SE FOSSEM MULHERES. Nadiá Paulo Ferreira MATRAGA 12, 1999

11. A LITERATURA GALEGA MEDIEVAL (1)

Consagração a Maria. Consagração a Maria. Consagração a Maria. Consagração a Maria. Consagração a Maria. Consagração a Maria. Consagração a Maria

Literatura na Idade Média

Prof. Eloy Gustavo. Aula 2 Trovadorismo

Cervos/as, pastoras e bailarinas: três motivos veterotestamentários da lírica galaico-portuguesa

Semana 4 Sexta Feira L.E. Períodos Literários. O Trovadorismo

Trovadorismo e Humanismo Literatura Portuguesa

Samples of medieval poetry

4 POESIA TRADICIONAL PORTUGUESA

Prova Escrita de Literatura Portuguesa

Cantigas de Martin Codax:

Festividade e erotismo nas cantigas de Pero Meogo

A representação da fonte no lirismo galego-português

JUIÃO BOLSEIRO 3. B 1167 f. 249v V 773 ff. 121v -122r

O REFLEXO DAS RELAÇÕES FAMILIARES: A SITUAÇÃO DOMÉSTICA DA FILHA SOB O PODER VIGILANTE DA MÃE EM CANTIGAS DE AMIGO

TROVADORISMO. Colégio Portinari Professora Anna Frascolla 2010

Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).

The Cantigas d Amigo of Pero Meogo A Critical Edition with Metrical Analysis and Translation

Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos

Cantigas d Amigo with aab Forms by Galician Jograres

O erotismo das imagens femininas na lírica galego-portuguesa

LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO MÉDIO PROF. DENILSON SATURNINO 1 ANO PROF.ª JOYCE MARTINS

Consagração a Maria. como filho de Deus. Ajude-me a amar a mim mesmo como filho de Deus.

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação

Eugênio de Andrade. fyntologia Pessoal da Poesia Portuguesa

Trovadorismo (Portugal:1189/ )

Unha viaxe á lúa.

CONTEXTO HISTÓRICO Clero Nobreza Povo

Puntazo de Encontro speed-dating cultural

1. (UNIFESP) TEXTO V As minhas grandes saudades

GUIMARÃES, M. L. Voltas pelo cancioneiro profano: questões sobre a poesia medieval

TROVADORISMO. Origem, Significado & Contexto Histórico. Por: Brayan, Vinicius, Thierry, Weverton & Davi

A FUNÇÃO DO PARALELISMO, DO REFRÃO E DOS VERSOS POPULARES NAS CANTIGAS DE AMIGO

CANTIGAS DE AMIGO(S) DE PAULA TAVARES

PLANTÕES DE FÉRIAS L. PORTUGUESA e LITERATURA

LITERATURA PORTUGUESA I TROVADORISMO (séc.xii-xv) Da arte amatória medieval: Cantares de Amigo

A lei da semeadura. Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Gálatas 6:7

1) Leia atentamente os textos abaixo e em seguida solucione as questões propostas:

Vigo, Os autores dan permiso para distribuir esta obra de acordo cunha licencia Creative Commons Recoñecemento Non comercial (CC BY-NC)

Referencias Bibliográficas

05 Movémonos mellor?

Era Medieval ... XII XV XVI... (1189) (1418/1434) (1527) Santo António [ de José António da Silva ]

Gaita de Foles. 1 de 10 / Gaita de Foles e Palheta / D. Morais / Abril de /

Cadernos do CNLF, Vol. XIII, Nº 04

TROVADORISMO Literatura Portuguesa Profª Flávia Andrade

CANTIGA DE AMIGO. 1. Introdução. Glacy Camargo Sêcco*

Leticia Eirín García Xoán López Viñas (editores) Lingua, texto, diacronía. Estudos de lingüística histórica

A OUSADIA E AS DESILUSÕES DE UMA RAPARIGA APAIXONADA: CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS CANTIGAS DE AMIGO DE MARTIN DE GINZO

Obra "Natal" (1969) de Di Cavalcanti; óleo sobre tela; 127,5x107,5x3,5. Natal à Beira-Rio

D. Dinis. Cantigas. Publicado originalmente em D. Dinis ( ) Projeto Livro Livre. Livro 299

HINÁRIO. Chico Corrente O SIGNO DO TEU ESTUDO. Tema 2012: Flora Brasileira Esponjinha (Stifftia fruticosa)

aabb Cantigas d Amigo

UM ESTUDO DE ASPECTOS DO LÉXICO

É Preciso Saber Viver

E, acabada a ceia, tendo o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,

Uma lição de vida. Graziele Gonçalves Rodrigues

Cantigas de Amigo. Cantigas de Escarnio e Maldicir. Xéneros menores. Cantigas de Santa María. A decadencia da lírica trobadoresca. Prosa medieval.

Potencias e radicais

Entrada: Por sua Morte.. Por sua morte, a morte viu o fim. do sangue derramado a vida renasceu. Seu pé ferido nova estrada abriu

Oração 1. Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz!

Nº 23 C 6º Domingo da Páscoa

Dicas de Músicas para casamento Por Arte e Som Eventos

Alegres campos, verdes arvoredos. Elaborado por: André Cabral Carina Goulart Débora Melo Joana Costa

DEIXA-ME SENTIR TUA ALMA ATRAVÉS DO TEU CALOROSO ABRAÇO

CATEQUESE 1 Estamos reunidos de novo. CATEQUESE 1 Estamos reunidos de novo

SE CRÊS EM DEUS E ACREDITAS QUE ELE HÁ-DE VOLTAR! SEGUE O CAMINHO QUE JESUS TE VEIO ENSINAR! E ENTÃO VERÁS, QUE A VIDA SE PODE TORNAR MELHOR!

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai todos os que encontrardes.

MÚSICAS. Hino da Praznik Sempre Quando vens p ras colónias Sei de alguém Menino de Bronze Tenho Vontade VuVu & ZéZé

Paulo Henrique de Farias. Um Tal Gato Azul. 2ª Edição

Aluno(a): Código: 2 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 Setor Bueno

Tovadorismo. 2 - (UFPA ) Das estrofes abaixo, a que apresenta traços da estética do Trovadorismo é:

Da Grécia antiga à România medieval: o topos mãe e filha na literatura

LITERATURA PR P O R Fª Ma M. D INA A R IOS

Anexo Entrevista G2.5

2ª série ensino médio Língua Portuguesa

Entrada da Palavra: Comentário da Palavra: Permaneçamos em pé para acolher o Livro Santo de Nossa Fé, a Palavra de Deus, cantando.

CANTIGAS DE AMIGO SÍMBOLOS:

INFORMACIÓN PARA PAIS E EDUCADORES

Relações entre as imagens da natureza e os estados sentimentais femininos na lírica medieval

4 - O propósito eterno de Deus

Nº 40 A Domingo XXXIII do Tempo Comum Deus renova todas as coisas

Alberto Caeiro O Pastor Amoroso

Entrada: Deixa Deus entrar. Acto Penitencial: Senhor que vieste salvar

Á Ç ó á ç


Olhai os lírios do campo Olhai as aves do céu

Síntese da unidade 4

HINÁRIO. Glauco O CHAVEIRÃO. Glauco Villas Boas 1 01 HÓSPEDE

As cantigas de Joan Zorro: os mitos e os ritos

Unidade Didáctica 3: Contamos a nosa historia

VI Jornada de Estudos Antigos e Medievais Trabalhos Completos ISBN:

SISTEMA DIÉDRICO I Intersección de planos e de recta con plano TEMA 8 INTERSECCIÓNS. Obxectivos e orientacións metodolóxicas. 1.

Amor & Sociologia Cultural - Oswaldo Montenegro & Raul Seixas

The Rosicrucian Fellowship Serviço do Templo por Max Heindel

Roteiro de estudos para recuperação trimestral. Intertextualidade Trovadorismo O teatro de Gil Vicente Livro Laços de Família, de Clarice Lispector

Transcrição:

OS SÍMBOLOS POÉTICOS DAS CANTIGAS DE AMIGO LINGUA GALEGA E LITERATURA 3º ESO CPI AS REVOLTAS (CABANA DE BERGANTIÑOS) PROFESORA: ANA MARTÍNS

AS ÁRBORES Ambientan a paisaxe campestre dalgunhas cantigas de amigo. O lugar é unha paisaxe idílica configurada segundo o tópico do locus amoenus. Outras veces convértense no interlocutor da moza que espera polo amigo.

OS PIÑEIROS: Traen novas do namorado e as súas pólas protexen os encontros. Nesta cantiga de Don Dinís a moza interpela os piñeiros en flor, pedíndolles noticias sobre o seu amigo. Ai flores, ai flores do verde pinho, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus!, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai Deus!, e u é?

E o piñeiro convértese no interlocutor da moza e responde: Vós preguntades polo voss' amigo: eu bem vos digo que é sã' e vivo. Ai Deus!, e u é? Vós preguntades polo voss' amado: eu bem vos digo que é viv' e são. Ai Deus!, e u é? Don Dinís

A ABELAIRA Ao ser unha das primeiras árbores en florecer, está asociada á primavera, a estación do amor, e á paixón erótica. Bailemos nós ja todas tres, ai amigas, so aquestas avelaneiras frolidas, e quen for velida como nós, velidas, se amigo amar, so aquestas avelaneiras frolidas verrá bailar. Bailemos nós ja todas tres, ai irmanas, so aqueste ramo d'estas avelanas, e quen for louçana como nós, louçanas, se amigo amar so aqueste ramo d'estas avelanas verrá bailar. Airas Nunes

A AUGA: Está relacionada coa fecundidade, co encontro amoroso. Ás veces é interlocutor da moza namorada, mais na maioría dos casos, ten outras connotacións. Mià irmãa fremosa, treides comigo a-la igreja, u é o mar salido, e miraremo-las ondas. Mià irmãa fremosa, treides de grado a-la igreja, u é o mar levado, e miraremo-las ondas. Martin Codax

AS FONTES: Sinalan o encontro entre os namorados e os baños son preliminares das citas amorosas. O meu amig', a que preito talhei, com vosso medo, madre, mentir-lh'-ei; e, se nom for, assanhar-s'-á. Talhei-lh' eu preito de o ir veer ena fonte u os cervos vam bever; e, se nom for, assanhar-s'-á. Pero Meogo

Por mui fremosa, que sanhuda_estou a meu amigo, que me demandou que o foss' eu veer a-la font' u os cervos vam bever. Nom faç' eu torto de mi lh' assanhar, por s' atrever el de me demandar que o foss' eu veer a-la font' u os cervos vam bever. Pero Meogo

OS BAÑOS son preliminares das citas amorosas Levou-s' a louçana, levou-s' a velida; vai lavar cabelos na fontana fria, leda dos amores, dos amores leda. Levou-s' a velida, levou-s' a louçana: vai lavar cabelos na fria fontana, leda dos amores, dos amores leda. Vai lavar cabelos na fontana fria; passou seu amigo, que lhi bem queria; leda dos amores, dos amores leda. Vai lavar cabelos na fria fontana; passa seu amigo, que a muit' amava; leda dos amores, dos amores leda. Passa seu amigo, que lhi bem queria; o cervo do monte a áugua volvia; leda dos amores, dos amores leda. Pero Meogo Lavar cabelos ou camisas significa que os namorados teñen relacións sexuais.

Enas verdes ervas vi andá-las cervas, Enos verdes prados vi os cervos bravos, meu amigo E, com sabor delas, lavei miàs garcetas, E, com sabor delos, lavei meus cabelos, Des que los lavei, d' ouro los liei, Des que las lavara, d' ouro las liara, D' ouro los liei, e vos asperei, D' ouro las liara, e vos asperava, Pero Meogo

OS CERVOS simbolizan o namorado, o elemento masculino. Falando coa nai, a rapariga compara o amor do seu amigo cun cervo ferido; a nai advírtelle que, como ela sabe por experiencia, pode tratarse dun amor interesado. - Tal vai o meu amigo, com amor que lh' eu dei, come cervo ferido de monteiro del-rei. Tal vai o meu amigo,madre, com meu amor, come cervo ferido de monteiro maior. E, se el vai ferido, irá morrer al mar: si fará meu amigo se eu del nom pensar. - E guardade-vos, filha, ca já m' eu atal vi que se fez mui coitado por guaanhar de mi. E guardade-vos, filha, ca já m' eu vi atal que se fez mui coitado por de mim guaanhar. Pero Meogo

As AUGAS CLARAS son signo de pureza e as REMEXIDAS da perda da virxindade. - Digades, filha, mià filha velida: porque tardastes na fontana fria? - Os amores hei. Tardei, mià madre, na fria fontana: cervos do monte volviam a áugua: Os amores hei. - Digades, filha, mià filha louçana: porque tardastes na fria fontana? - Os amores hei. Tardei, mià madre, na fontana fria: cervos do monte a áugua volviam. Os amores hei. -Mentir, mià filha, mentir por amigo!: nunca vi cervo que volvess' o rio. - Os amores hei. Mentir, mià filha, mentir por amado!: nunca vi cervo que volvess' o alto. - Os amores hei. Pero Meogo