Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de Agosto: Foi publicado, no passado dia 24 de Agosto, o Decreto-Lei n.º 198/2012, o qual criou um incentivo fiscal à exigência de factura por adquirentes que sejam pessoas singulares e procedeu à alteração do regime de bens em circulação objecto de transacções entre sujeitos passivos de IVA, aprovado em anexo ao Decreto- Lei n.º 147/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 238/2006, de 20 de Dezembro e pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de Abril. Incentivo fiscal à exigência de facturas: O incentivo fiscal tem por finalidade valorizar a participação dos adquirentes que sejam pessoas singulares na prevenção da evasão fiscal e na prossecução de um sistema fiscal mais equitativo. As pessoas singulares que sejam sujeitos passivos de IVA apenas podem beneficiar do incentivo atrás referido quanto às facturas que titulem operações efectuadas fora do âmbito da sua actividade empresarial ou profissional. Foi assim estabelecida uma dedução à colecta de IRS devida pelos sujeitos passivos correspondente a 5% do montante de IVA suportado por qualquer membro do agregado familiar com o limite global de 250,00, que conste de facturas que titulem prestações de serviços comunicadas à Autoridade Tributária nos seguintes sectores de actividade (Classificação Portuguesa das Actividades Económicas, Revisão 3, CAE Rev. 3, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de Novembro): a) Secção G, Classe 4520 Manutenção e reparação de veículos automóveis; b) Secção G, Classe 45402 Manutenção e reparação de motociclos, de suas peças e acessórios; c) Secção I alojamento, restauração e similares; d) Secção S, Classe 9602 Actividades de salões de cabeleireiros e institutos de beleza. Para que os adquirentes possam beneficiar do incentivo: Devem exigir ao emitente a inclusão do seu número de identificação fiscal nas facturas; A sua declaração de IRS terá que ser entregue dentro do prazo; As facturas que suportam o incentivo fiscal deverão ser mantidas na sua posse por um período de 4 anos. O valor do incentivo é apurado pela Autoridade Tributária com base nas facturas que lhe forem comunicadas, por via electrónica, até ao dia 31 de Janeiro do ano seguinte ao da sua emissão, relativamente a cada adquirente nelas identificado. De referir que este incentivo não se encontra abrangido pelos limites constantes da tabela do n.º 2 do artigo 88º do Código do IRS, a qual estabelece os limites máximos para as deduções à colecta. 1/3
O presente diploma vem ainda impor uma obrigação adicional para os sujeitos passivos de IVA estabelecidos em território nacional de comunicação à AT, por transmissão electrónica de dados, os elementos das facturas emitidas. Comunicação dos elementos das facturas emitidas: As pessoas, singulares ou colectivas, que tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em território português e aqui pratiquem operações sujeitas a IVA, são obrigadas a comunicar à Autoridade Tributária a Aduaneira (AT), por transmissão electrónica de dados, os elementos das facturas emitidas nos termos do Código do IVA, por uma das seguintes vias: a) Por transmissão electrónica de dados em tempo real, integrada em programa de facturação electrónica; b) Por transmissão electrónica de dados, mediante remessa de ficheiro normalizado estruturado com base no ficheiro SAF -T (PT), criado pela Portaria n.º 321 -A/2007, de 26 de Março, alterada pela Portaria n.º 1192/2009, de 8 de Outubro, contendo os elementos das facturas; c) Por inserção directa no Portal das Finanças; d) Por outra via electrónica, nos termos ainda a definir por Portaria do Ministro das Finanças. Esta comunicação deverá ser efectuada até ao dia 8 do mês seguinte ao da emissão da factura, não sendo possível alterar a via de comunicação no decurso do ano civil. Os sujeitos passivos que sejam obrigados a produzir o ficheiro SAFT (PT) devem optar por uma das modalidades referidas nas alíneas a) e b) acima. A AT disponibilizará, através do Portal das Finanças, o modelo de dados para comunicação das facturas emitidas, devendo dele constar os seguintes elementos relativamente a cada factura: a) Número de identificação fiscal do emitente; b) Número da factura; c) Data de emissão; d) Tipo de documento, nos termos referidos na Portaria n.º 321 -A/2007, de 26 de Março, alterada pela Portaria n.º 119 2/2009, de 8 de Outubro, que regula o ficheiro normalizado, designado SAF -T (PT); e) Número de identificação fiscal do adquirente que seja sujeito passivo de IVA, quando tenha sido inserido no ato de emissão; f) Número de identificação fiscal do adquirente que não seja sujeito passivo de IVA, quando este solicite a sua inserção no ato de emissão; 2/3
g) Valor tributável da prestação de serviços ou da transmissão de bens; h) Taxas aplicáveis; Entrada em vigor: O presente diploma entra em vigor em 1 de Janeiro de 2013. i) O motivo justificativo da não aplicação do imposto, se aplicável; j) Montante de IVA liquidado. A informação deverá ser disponibilizada às pessoas singulares, no Portal das Finanças, relativamente às facturas que titulem prestações de serviços em que constem como adquirentes e que sejam emitidas por sujeitos passivos enquadrados para efeitos fiscais nos sectores de actividade acima referidos. Alterações no regime de bens em circulação objecto de transacções entre sujeitos passivos: Foram também introduzidas alteração no regime dos bens em circulação objecto de transacções entre sujeitos passivos, aprovado em anexo ao Decreto -Lei n.º 147/2003, de 11 de Julho, alterado pelo Decreto -Lei n.º 238/2006, de 20 de Dezembro, e pela Lei n.º 3 -B/2010, de 28 de Abril, a saber: Caso pretenda obter informação adicional sobre este assunto, não hesite em contactar-nos. Com os melhores cumprimentos, Espanha e Associados, RL A presente Informação destina-se a ser distribuída entre Clientes e Colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstracta, não devendo servir de apoio a uma decisão sem acompanhamento profissional qualificado e dirigido ao caso concreto. O conteúdo desta Informação não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte. Caso deseje obter informação adicional sobre esta matéria, por favor contacte: João Espanha joao.espanha@espanhaassociados.pt Elsa Rodrigues elsa.rodrigues@espanhaassociados.pt Ricardo Peão ricardo.peao@espanhaassociados.pt Sara Botelho de Almeida sara.balmeida@espanhaassociados.pt Hélia Veríssimo helia.verissimo@espanhaassociados.pt Alterações no processamento de documentos de transporte, nomeadamente através da introdução de diferentes modalidades de emissão; e Obrigação de comunicar à AT os elementos dos documentos, antes do início do transporte. 3/3