Prof. Mariana M Neves DIREITO DO CONSUMIDOR
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC Ato Lesivo Dano nexo causal
Código Civil Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Teoria do Risco da Atividade - Lucro - Responsabilidade Objetiva - Não é analisada a culpa - Exceção: Profissional Liberal (Art. 14, 4º )
Responsabilidade pelo FATO do Produto Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
- O produto não oferece a SEGURANÇA esperada. Art. 12 1 O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação.
- A responsabilidade entre fornecedor, fabricante, importador, construtor etc., é SOLIDÁRIA. - O comerciante somente será responsável quando não puder ser identificado ou não houver identificação do fabricante, construtor, produtor ou importador ou quando o comerciante não conservar adequadamente os produtos perecíveis (Art. 13).
Quando o fabricante não será responsabilizado? Art. 12. 3 O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
ATENÇÃO! A culpa concorrente do consumidor atenua a responsabilidade, mas não a exclui.
Direito de Regresso O direito de regresso consiste no direito de cobrar, por meio de demanda judicial, o valor pago por X, que era de responsabilidade de Y. Art. 13. Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
Responsabilidade pelo FATO do Serviço - O serviço não oferece a SEGURANÇA esperada - O serviço não traz INFORMAÇÕES suficientes - Deve-se levar em consideração: o modo do fornecimento, resultado, risco que razoavelmente se espera à época que foi fornecido.
ATENÇÃO! O serviço não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas (art. 14, 2º do CDC).
Resp. entre os fornecedores: SOLIDÁRIA. Quando o fornecedor não será responsabilizado? - Se provar a inexistência de defeito na prestação do serviço ou - Culpa exclusiva do consumidor - Caso fortuito ou força maior (doutrina majoritária) Culpa concorrente apenas atenua a responsabilidade do fornecedor.
IMPORTANTE! A responsabilidade do profissional liberal é subjetiva, ou seja, depende de apuração de culpa, pois, em regra, as relações estabelecidas com os consumidores de seus serviços são intuitu personae. É diferente quando se trata de hospitais, grupos de saúde, empresas de consultoria e engenharia. Nestes há responsabilidade objetiva.
Responsabilidade por VÍCIO do Produto Vício = inadequação do produto para os fins que deve se esperava - Oculto ou Aparente
São impróprios ao uso e consumo: (Art. 18 6º - QUALIDADE) I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
1 Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias*, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional do preço.
IMPORTANTE: 1- Quando o produto for essencial ao consumidor não cabe a aplicação do prazo de 30 dias. 2- Se o mesmo vício surgir após o conserto, não se aplica mais o prazo de 30 dias, cabendo ao consumidor escolher umas 3 alternativas do CDC.
IMPORTANTE 3- O fornecedor tem o dever de indenizar os prejuízos sofridos pelo consumidor pela privação do uso do bem durante o prazo de conserto.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento proporcional do preço; II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios; IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
Responsabilidade por VÍCIO do Serviço São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. (Art. 20 2º)
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço. 1 A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
Atenção! Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. (Art. 22)
Atenção 2! É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. (Art. 25)
Responsabilidade quanto à Publicidade e Oferta: Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Princípio da Reparação Integral dos Danos (Art. 6º, VI) - Súmula 37 do STJ dano material e moral -*Súmula 387 do STJ dano estético + dano moral
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