OS IDOSOS E AS MORTES POR ACIDENTES DO TRABALHO EM SÃO PAULO



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Transcrição:

OS IDOSOS E AS MORTES POR ACIDENTES DO TRABALHO EM SÃO PAULO BERNADETTE CUNHA WALDVOGEL DANIEL WALDVOGEL THOMÉ DA SILVA Trabalho a ser apresentado no XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais Brasil 500 anos: mudanças e continuidades Caxambu 23 a 27 de outubro de 2020

OS IDOSOS E AS MORTES POR ACIDENTES DO TRABALHO EM SÃO PAULO Palavras-chave: Mortalidade, Trabalho, Acidente do Trabalho Bernadette Cunha Waldvogel * Daniel Waldvogel Thomé da Silva ** Apresentação As importantes mudanças que vêm ocorrendo no padrão etário da população brasileira, nas últimas décadas, associadas às perspectivas futuras de intensidade no processo de envelhecimento populacional, trazem consigo uma série de questões, além da necessidade de reestruturações em diversas dimensões da realidade e das estratégias de sobrevivência. No campo da saúde do trabalhador, o processo de envelhecimento populacional revela um contingente crescente de pessoas com mais de 60 anos de idade ainda na ativa e, consequentemente, ainda submetidas aos riscos de um acidente do trabalho. O envelhecimento humano afeta os sistemas vitais, com a diminuição gradativa de sua eficácia, o que leva a uma redução da habilidade funcional, podendo interferir no equilíbrio entre capacidade e demandas do trabalho. A constatação da relação entre a capacidade para o trabalho e o avançar da idade do trabalhador tem sido tema de vários estudos (Bellusci e Fischer, 1999; Ilmarinem, 1997; Setisamo e Klockars, 1997; Willians e Crumpton, 1997). As implicações entre ambiente de trabalho e ocorrência de agressões à saúde física e mental da população economicamente ativa têm sido objeto de análises no campo da saúde do trabalhador. Dentre as abordagens que envolvem esta questão, encontra-se a relacionada aos acidentes do trabalho, cuja consequência mais grave é a morte do trabalhador. * Analista Demógrafa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados SEADE - São Paulo (bvogel@seade.gov.br). ** Assistente de Análise da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados SEADE - São Paulo (dwtsilva@seade.gov.br). 1

Pelas leis brasileiras, considera-se acidente do trabalho o ocorrido pelo exercício do trabalho e, a partir de 1967, também o ocorrido no trajeto entre a residência e o local do trabalho ou nos horários das refeições, provocando lesão corporal ou pertubação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. De acordo com a legislação brasileira, os acidentes do trabalho podem ser classificados em três categorias: acidente-tipo; doença do trabalho; e acidente de trajeto. Como descreve Segre (1985), os acidentes-tipo são aqueles que ocorrem no exercício do trabalho, de forma concentrada no espaço e no tempo; as doenças profissionais são aquelas com relação direta e constante entre o trabalho que se exerce e o aparecimento de doenças; os de trajetos são aqueles que ocorrem no momento em que o trabalhador estiver se locomovendo do trabalho para a residência e vice-versa, e nos horários de refeição. O objetivo deste estudo é a análise das mortes por acidentes do trabalho ocorridas entre a população idosa ativa residente no Estado de São Paulo, tendo como parâmetro de comparação os acidentes fatais correspondentes à população adulta. A identificação e a mensuração dos casos fatais de acidentes do trabalho fornecem subsídios para o entendimento desta questão, que é tão carente de dados detalhados e de boa abertura que possibilitem o acompanhamento dos riscos fatais a que os trabalhadores estão expostos no exercício de sua profissão. Principais Fontes de Dados sobre os Acidentes do Trabalho Fatais A grande dificuldade nos estudos relativos à mortalidade por acidentes do trabalho é a inexistência de uma base de dados completa e contínua sobre os casos fatais. Os dados sobre estas mortes são provenientes de registros administrativos, cujas fontes principais são as declarações de óbito e os processos de acidentes do trabalho. A declaração de óbito constitui o instrumento formal para registrar todas as mortes ocorridas no Brasil. É um documento expedido pelo Ministério da Saúde e segue o mesmo padrão para todo o território nacional. A partir da declaração de óbito assinada por um médico, que atesta a causa da morte, o óbito é registrado no Cartório de Registro Civil. No Estado de São Paulo, os cartórios de cada município enviam mensalmente as declarações 2

de óbito à Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - Seade, que processa esta informação e organiza o Sistema de Estatísticas Vitais. A principal vantagem da declaração de óbito como fonte de dados para os estudos da mortalidade por acidentes do trabalho é a diversidade de informações sobre o trabalhador falecido, como sexo, idade, estado civil, ocupação, município de residência e outras, bem como sobre o tipo de causa externa de morte, além de constar um campo especial para notificar se a morte foi devida ou não a um acidente do trabalho, ou se este fato é ignorado. Outra vantagem é que abrange todos os trabalhadores, independentemente de seu vínculo empregatício (formal ou informal), ou de sua condição de contribuinte ou não do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A principal desvantagem da declaração de óbito, como fonte de dados para estes estudos, consiste na subnotificação importante do quesito específico sobre a circunstância da morte como resultante de um acidente do trabalho, interferindo na identificação e na quantificação dos casos fatais deste tipo de acidente, além de não detectar maiores detalhes sobre o acidente, como, por exemplo, se o local do acidente foi a empresa, se o acidentado estava ou não a serviço da empresa no momento do acidente, etc. O processo de acidente do trabalho constitui o processo aberto e liquidado (1) pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), por ocasião da entrada, pelos dependentes do segurado, da documentação relativa à ocorrência de uma morte devida a um acidente do trabalho. A partir da comunicação de acidente do trabalho (CAT), formulário expedido pelo INSS e preenchido pela empresa, são abertos os processos de acidente do trabalho para os casos em que se constate a necessidade de uma indenização, ou para os casos fatais. Esta fonte contém diversas informações sobre o acidentado, como sexo, idade, estado civil, ocupação, município de residência, etc., e sobre as circunstâncias do acidente, como local de ocorrência, o fato de o acidentado estar ou não a serviço da empresa, a data do acidente, entre outras. Entretanto, os dados dos processos de acidentes do trabalho referem-se apenas aos trabalhadores contribuintes do INSS, ficando excluídos aqueles cujos dependentes desconhecem se a morte foi devida a um acidente do trabalho, aqueles cujos dependentes (1)Um processo é considerado liquidado, quando sua avaliação se encerrar administrativa e tecnicamente. 3

residem em outro estado brasileiro, os trabalhadores rurais, os funcionários públicos e, principalmente, os trabalhadores não contribuintes do INSS. O sistema de informação sobre acidentes e doenças do trabalho, do INSS, objetiva principalmente o processamento dos benefícios aos acidentados, aos dependentes e àqueles acometidos por doenças do trabalho. Este sistema apresenta diversas limitações para as análises da mortalidade, pois registra apenas os totais dos casos fatais de acidentes do trabalho, sem nenhuma caracterização destes eventos. Este fato faz com que a construção de um banco de dados detalhados sobre os casos fatais só seja possível por intermédio de um levantamento específico, nas agências e postos do INSS espalhados em todo o território nacional. Os estudos que consideram apenas uma destas fontes, de forma isolada, apresentam-se incompletos devido aos pontos mencionados acima. Este fato dificulta uma análise mais detalhada sobre as características demográficas e epidemiológicas da questão acidentária, assim como a viabilidade de estimativas dos riscos de morte associados ao trabalho e à atividade exercida pelo trabalhador. Metodologia de Coleta e de Construção do Banco de Dados (2) A metodologia utilizada neste estudo, para a construção do banco de dados relativos aos casos fatais de acidentes do trabalho, adotou a técnica de vinculação entre duas fontes de dados: os processos de acidentes do trabalho do INSS e as declarações de óbito enviadas pelos Cartórios de Registro Civil à Fundação Seade. Desta forma, foi possível identificar e quantificar estes acidentes, caracterizá-los demográfica e epidemiologicamente e mensurar a respectiva mortalidade. Esta técnica pressupõe a existência de informações individualizadas e uma busca ativa de todos os casos fatais registrados em cada fonte, formando pares com os casos coincidentes. O procedimento permite complementar as informações disponíveis em cada fonte, enriquecendo o detalhamento dos dados coletados e permitindo ampliar o universo de casos fatais. (2) O banco de dados considerado neste estudo foi constituído na elaboração do trabalho de Waldvogel (1999). 4

A metodologia de coleta dos dados procurou maximizar a utilização dos registros administrativos existentes, tendo sido realizada uma busca ativa dos casos fatais ocorridos em 1991 e 1992, relativos aos residentes no Estado de São Paulo, na duas fontes de dados: declaração de óbito e processos de acidentes do trabalho. Realizou-se, em uma primeira etapa, uma pesquisa junto a todas as agências e postos do INSS do Estado de São Paulo, tendo sido identificados os casos fatais nos autos dos processos liquidados de acidentes do trabalho, relativos ao período de referência. A partir deste levantamento, foram localizadas as respectivas declarações de óbito no acervo de documentos demográficos pertencente à Fundação Seade. Os pares resultantes desta etapa referem-se, basicamente, aos trabalhadores contribuintes do INSS. Em uma segunda etapa, foram identificados os óbitos por acidentes do trabalho notificados nas declarações de óbitos, existentes no acervo de documentos da Fundação Seade, e localizados os respectivos processos de acidentes do trabalho do INSS. Os casos fatais, que apesar de apresentarem declarações de óbito relativas a um acidente do trabalho devidamente notificado não corresponderam a um processo de acidente do trabalho junto ao INSS, referem-se de um modo geral à população trabalhadora não coberta pelo INSS. No presente estudo, foram considerados os casos fatais identificados na primeira etapa da pesquisa, que correspondem aos trabalhadores contribuintes do INSS. Foram objeto de análise os acidentes do trabalho tipo e os de trajeto. No banco de dados utilizado encontram-se 2.086 casos fatais de acidentes do trabalho de residentes no Estado de São Paulo, sendo: 78 casos correspondentes a menores de 18 anos; 1.906 casos correspondentes à população adulta, com idades entre 18 e 59 anos; e 102 casos correspondentes à população idosa, com mais de 60 anos. A vinculação entre as duas fontes de dados permite avaliar a subnotificação do campo específico existente nas declaração de óbitos para notificar se a morte foi devida ou não a um acidente do trabalho. Vale ressaltar que apenas 25,5% dos casos fatais identificados para a população idosa foram devidamente notificados como acidentes do trabalho. Para os trabalhadores adultos esta proporção foi de 30,9%. A reduzida notificação de acidentes do trabalho nas declarações de óbito fragilizam a sua utilização como fonte de dados única para os estudos de mortalidade por este tipo de morte, apesar da riqueza de suas informações e da continuidade e periodicidade desta fonte. 5

Por outro lado, os processos de acidentes do trabalho não contemplam todo o universo de trabalhadores, ao excluir os não contribuintes do INSS. Waldvogel (2000), ao analisar todos os casos fatais levantados para o Município de São Paulo, considerando a vinculação entre estas duas fontes de dados, encontrou um índice de 39,8% de subnumeração para as declarações de óbito e de 39,0% para os processos de acidentes do trabalho do INSS. Características dos Trabalhadores Acidentados A população trabalhadora acidentada, residente no Estado de São Paulo, é predominantemente masculina: 96% para os idosos e 95% para os adultos. % 20 18 Gráfico 1 - Distribuição dos Óbitos por Acidente do Trabalho,em Idade Simples acima de 60 anos. Estado de São Paulo - 1991 e 1992 16 14 12 10 8 6 4 2 0 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 82 Fonte: Fundação Seade / INSS Idades 6

A distribuição por idade da população acidentada idosa apresenta uma maior concentração no primeiro grupo quinquenal (68%) e uma redução na participação com o avançar da idade, sendo a maior idade registrada aos 82 anos. O gráfico 1 ilustra esta distribuição por idade simples do trabalhador idoso. Avaliando-se o estado civil do trabalhador, chama a atenção a grande participação de idosos solteiros entre os acidentados: 87% para os homens e 75% para as mulheres. Comparando-se com a população trabalhadora acidentada adulta, a distribuição difere bastante: 27,4% dos homens e 44,2% das mulheres. Considerando-se que o banco de dados de acidentes do trabalho foi elaborado a partir dos casos fatais extraídos dos autos dos processos do INSS, vale salientar que o Censo Demográfico de 1991 (Fundação IBGE, 1996) revelou que 6,2% dos trabalhadores idosos paulistas, que contribuíam para Institutos de Previdência Pública, eram solteiros, ou seja, uma proporção expressivamente menor do que a dos acidentados. Estas proporções tão diferentes podem levantar a hipótese de que os idosos solteiros devem permanecer na ativa por mais tempo, exercendo atividades com maiores riscos de acidentes do trabalho do que os trabalhadores idosos casados. A distribuição da população idosa acidentada, segundo os grupos ocupacionais, revela que 40,2% pertenciam às atividades ligadas ao serviço e comércio; 25,5% à construção civil, 21,6% às atividades ligadas ao transporte e comunicação, e 7,8% à indústria. Considerando a ocupação detalhada da população idosa que foi vítima de um acidente do trabalho, observa-se que 20,6% eram guardas de segurança; 17,7% condutores de automóveis, ônibus e caminhões, e 13,7% trabalhadores braçais. As demais ocupações aparecem fragmentados, sem uma maior concentração de casos fatais. Características dos Acidentes do Trabalho Fatais Os acidentes do trabalho fazem parte do grupo de causas externas de morte. Segundo a Nona Classificação Internacional de Doenças (OMS, 1985), que era a classificação vigente no período de referência deste estudo, encontram-se nesta seção os eventos ambientais, circunstanciais e condições consideradas como causa da lesão, envenenamento ou outros efeitos adversos que levem um indivíduo à morte. O grupo de causas externas de morte 7

representava 2,8% do total dos óbitos ocorridos entre a população idosa residente no Estado de São Paulo, entre 1991 e 1992, e 25,5% relativo à população adulta. Os acidentes do trabalho fatais representavam 2,2% do total dos óbitos por causas externas da população idosa, sendo 3,1% para o sexo masculino e 0,3% para o feminino. Já para a população adulta, estas proporções foram 5,1%; 5,6% e 2,0%, respectivamente. Outro aspecto importante é conhecer o quanto estes acidentes contribuem na mortalidade por causas externas da população, o que pode ser avaliado na Tabela 1, que apresenta as participações de cada tipo de morte relativo aos acidentes do trabalho, no total de óbitos por causas externas de morte, para a população idosa e a adulta. Vale ressaltar que os acidentes do trabalho com veículos a motor, os homicídios e os atropelamentos representaram, cada um destes tipos, pouco mais de 4% dos óbitos correspondentes para o total da população idosa. Para a população adulta, estas participações foram maiores, principalmente para os acidentes com veículos a motor (10,8%) e para os atropelamentos (9,61%). Tabela 1 - Participação dos óbitos por acidentes do trabalho no total dos óbitos por causas externas. Estado de São Paulo, 1991 e 1992 Adultos Idosos Tipo de Morte Homem Mulher Total Homem Mulher Total Acidente com Veículo a Motor 12,56 2,30 10,80 5,59-4,11 Homicídios 2,02 0,95 1,94 5,03-4,20 Atropelamento 9,81 8,70 9,61 5,54 1,36 4,21 Demais Acidentes 6,66 0,67 5,82 1,31-0,85 Total 5,58 2,04 5,14 3,06 0,28 2,21 Fonte: Fundação Seade / INSS O conhecimento dos principais tipos de morte associados aos acidentes do trabalho, considerando-se a classificação dos acidentes em tipo e de trajeto, constitui elemento fundamental para as questões relativas à segurança do trabalho. A informação sobre o momento do acidente permite classificar os acidentes em tipo e de trajeto. Observa-se, para a população trabalhadora idosa, que 56% dos casos fatais foram acidentes-tipo, ou seja, ocorreram a serviço da empresa. Para a população adulta, os acidentes-tipo representaram 72% dos casos fatais ocorridos no Estado de São Paulo. Estas 8

proporções são indicativas do maior risco de morte por acidentes de trajeto a que estão expostos os trabalhadores idosos, quando comparado ao risco dos trabalhadores adultos. A Tabela 2 apresenta a distribuição dos tipos de morte observados entre a população acidentada idosa, segundo a classificação dos acidentes. Tabela 2 Óbitos por acidentes do trabalho, tipo e de trajeto, segundo os tipos de morte Estado de São Paulo, 1991 e 1992 Tipos de Morte Tipo Trajeto Total Atropelamento 4 35 39 Acidente com veículo a motor 23 6 29 Homicídios 13 2 15 Quedas 11 1 12 Esmagamentos 2 0 2 Acidente com instrumento de trabalho 2 0 2 Acidente de trem 0 1 1 Indeterminado 2 0 2 Total 57 45 102 Fonte: Fundação Seade / INSS. Os atropelamentos responderam por 78% dos acidentes de trajeto para os trabalhadores idosos, enquanto para os trabalhadores adultos esta participação foi de 39%. Para o total da população, independentemente de sua condição de trabalhadora ou não, os atropelamentos também vitimam mais a população idosa. Quanto aos acidentes-tipo, os acidentes com veículos a motor responderam por 40,4% dos casos: fatais entre os trabalhadores idosos. Em segundo lugar, apareceram os homicídios com 22,8%, seguidos das quedas com 19,3%. Do total de acidentes-tipo, 46% das mortes ocorridas entre a população trabalhadora idosa aconteceram dentro da empresa. Detalhando-se os tipos de morte correspondentes a estes acidentes, observa-se que 42% ocorreram em consequência de quedas e 35% de 9

homicídios. A ocorrência de acidentes fatais dentro da empresa acarreta efeitos devastadores na organização empresarial, entre os colegas e para a família do trabalhador acidentado, como lembra Lee (1995). Por outro lado, a grande participação dos acidentes do trabalho tipo ocorridos na via pública (49%) é indicativo da transferência do local de trabalho para o espaço da rua, de diversas atividades profissionais exercidas em serviços urbanos. Este fato acrescenta a violência urbana aos riscos inerentes aos processos produtivos. Para os trabalhadores idosos, a categoria profissional mais atingida pelos acidentes-tipo ocorridos em via pública foram os condutores de automóveis, ônibus e caminhões. A Mortalidade dos Idosos por Acidentes do Trabalho A análise da mortalidade por acidentes do trabalho revela os riscos de morrer no exercício cotidiano do trabalho. Os coeficientes de mortalidade foram calculados dividindo-se o número médio de óbitos por acidentes do trabalho identificados entre 1991 e 1992, pela população trabalhadora contribuinte de Institutos da Previdência Pública, com idades entre 60 e 82 anos, última idade em que houve registro de caso fatal. A população adotada como denominador foi estimada a partir do Censo Demográfico de 1991 (Fundação IBGE, 1996). Em primeiro lugar, observa-se que o coeficiente de mortalidade por acidentes do trabalho, estimado para a população idosa, foi superior ao da população adulta: 17,56 óbitos por cem mil e 10,75 óbitos por cem mil, respectivamente, indicando um risco 63% maior de um evento fatal decorrente de um acidente do trabalho para os idosos. Dado que o número de casos fatais identificados para a população idosa feminina foi muito reduzido, a análise da mortalidade considerando-se as dimensões estado civil e ocupação do trabalhador contempla apenas a população idosa masculina. O coeficiente de mortalidade para os idosos solteiros superou muito o correspondente coeficiente dos adultos: 460,12 óbitos por acidentes do trabalho por cem mil trabalhadores idosos e 15,36 por cem mil trabalhadores adultos. A alta mortalidade dos idosos solteiros é resultado da grande proporção de solteiros idosos que foram vítimas de acidentes do trabalho, comparada à participação de idosos solteiros 10

dentre os idosos ocupados e contribuintes recenseados em 1991: 86,7% e 3,81%, respectivamente. Mais uma vez é possível levantar a hipótese de que os trabalhadores idosos solteiros estejam exercendo atividades com maiores riscos de acidentes, além de estarem expostas continuamente aos acidentes de trajeto. A terceira dimensão considerada no estudo da mortalidade foi avaliar os diferenciais segundo os grupos ocupacionais do trabalhador. O maior coeficiente de mortalidade foi observado no grupo de transporte e comunicação: 64,07 óbitos por cem mil trabalhadores idosos. Este coeficiente foi praticamente o dobro do correspondente aos trabalhadores idosos ligados às atividades da indústria e construção civil (33,80 óbitos por cem mil) e àqueles ligados ao serviço e comércio (31,17 óbitos por cem mil). Os demais grupos ocupacionais não apresentaram coeficientes de mortalidade expressivos. O Gráfico 2 mostra que os coeficientes de mortalidade para os idosos, segundo os grupos ocupacionais, foram superiores aos respectivos coeficientes dos adultos. por 100.000 trabalhadores 70 Gráfico 2 - Coeficientes de Mortalidade Masculina por Acidentes do Trabalho, para Idosos e Adultos, segundo os Grandes Grupos Ocupacionais. Estado de São Paulo - 1991 e 1992 60 50 40 30 20 Adulto 10 Idoso 0 Transporte e Comunicação Serviço e Comércio Indústria e Construção Civil Total Grupos Ocupacionais Fonte: Fundação Seade / INSS / Fundação IBGE. 11

Os maiores níveis de mortalidade da população idosa revelam uma situação preocupante para estes trabalhadores. Bellusci e Fischer (1999) salientam que as soluções, para incrementar o equilíbrio entre a capacidade do trabalhador e as demandas do trabalho e para minimizar os riscos de acidentes do trabalho, baseiam-se em estudos entre o ambiente do trabalho, as alterações fisiológicas, as mudanças na capacidade para o trabalho e, em especial, na influência da organização dos aspectos físicos e ergonômicos do trabalho. Considerações Finais A vinculação entre as duas fontes de dados consideradas neste estudo - processos de acidentes do trabalho e declarações de óbito - mostrou-se um importante instrumento para o estudo dos casos fatais de acidentes do trabalho. O banco de dados, resultante desta vinculação de registros administrativos, representa um valioso material para as análises das ocorrências de acidentes do trabalho que levam à consequência mais grave na saúde do trabalhador, que é a perda de sua vida. A identificação das populações expostas aos riscos destes acidentes fatais, segundo o sexo, a idade, o estado civil e a ocupação, permite a estimativa dos coeficientes específicos de mortalidade e dos diferenciais de graus de riscos. Esta informação é útil, também, para nortear as políticas e as medidas que visem a diminuição destas mortes. É importante ressaltar que este fenômeno é muito difícil de ser captado em uma pesquisa amostral. Desta forma, a metodologia proposta para a coleta dos casos fatais, a organização do banco de dados, a construção e a análise dos indicadores constituem uma alternativa viável e factível de renovação periódica, representando, ao mesmo tempo, uma atividade de baixo custo monetário e de alto benefício social. Este tipo de estudo pode fornecer relevantes subsídios para o entendimento da questão acidentária e para a orientação de políticas e medidas de segurança no trabalho, visando minimizar ou reduzir os riscos a que os trabalhadores estão expostos no exercício cotidiano de sua profissão. 12

Com o processo de envelhecimento populacional e o contingente crescente de idosos que deverão permanecer na ativa no futuro próximo, a questão da saúde do trabalhador assume uma nova dimensão e necessita de um tratamento especial. As estimativas dos riscos de morrer, em consequência de um acidente do trabalho, revelam a superioridade dos níveis de mortalidade para a população com mais de 60 anos. Os homicídios apareceram, junto com os acidentes com veículos a motor e os atropelamentos, como os principais tipos de morte relativos aos acidentes do trabalho, sinalizando a expansão do local de trabalho para o espaço da rua. Este fato aumenta os riscos potenciais de acidentes do trabalho, em consequência da violência crescente nos centros urbanos, do trânsito caótico das grandes cidades e rodovias, além da má conservação dos veículos que nelas circulam, acrescentando estes riscos àqueles inerentes aos processos de trabalho. Estas reflexões inserem a questão dos acidentes do trabalho fatais para os trabalhadores idosos dentro de um contexto maior de convulsão social, em que as medidas mais tradicionais de segurança no trabalho não são suficientes para prevenir ou reduzir estes acidentes fatais. Por outro lado, ainda são importantes os acidentes ocorridos dentro das empresas, o que exige melhores medidas de segurança e uma atenção especial aos trabalhadores com idades mais avançadas, no sentido de intensificar o equilíbrio entre a capacidade do trabalhador e as demandas do trabalho. Referências Bibliográficas BELLUSCI, S.M. e FISCHER, F.M. Envelhecimento funcional e condições de trabalho em servidores forenses. Revista da Saúde Pública. São Paulo; 1999 dez, (no prelo). CAMARGO, A.B.M. A mortalidade por acidentes de transporte em São Paulo. Informe Demográfico GEPOP. São Paulo, n. 2, 1999, p. 1-9. 13

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