espaço abreme Editorial Ano XI Edição 106 Setembro 14 Roberto Varoto Diretor Colegiado Abreme - abreme@abreme.com.br Ano de eleição é impactante para o setor de material elétrico? Chegou mais um ano de eleição em nosso País e nós - representantes do mercado de distribuição de materiais elétricos e a sociedade - gostaríamos que os candidatos aos cargos políticos fossem mais claros e objetivos em seus programas econômicos a serem executados a partir dos próximos mandatos, pois até o momento os discursos são os mesmos do passado, onde as promessas de mudanças para a política industrial e demais áreas já são nossas conhecidas de campanhas anteriores e infelizmente nunca cumpridas. Se nossos candidatos melhorassem o conteúdo dos programas, firmassem compromissos verdadeiros com a sociedade e executassem o prometido caso eleitos, poderíamos ter esperanças e contar com uma nova perspectiva com relação ao nosso mercado, pois estamos caminhando para uma dependência quase total de importação dos produtos comercializados bem como o enfraquecimento do nosso parque industrial. Estudos mostram que 25% dos produtos consumidos no Brasil são importados. Mais uma vez, estamos na expectativa de que a carga de impostos e contribuições do País - extremamente alta para os padrões mundiais seja reduzida, pois, os setores produtivos são os mais taxados, chegando a 40% do faturamento. De nada adiantaram as desonerações concedidas nos últimos anos para estimular a economia, pois a nossa carga tributária é extremamente punitiva, com isso, o peso dos tributos faz com que as indústrias nacionais percam competitividade no mercado exterior e interno. De acordo com estudos feitos pelo IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a maior média de tributação fica por conta da energia elétrica, com 38,65%, o que agrava ainda mais o custo das cadeias produtivas. O transporte vem logo em seguida, com 29,65%, e por fim os combustíveis, com 32,74%. Com apenas estas três taxações o resultado médio impactante na indústria é de 35,47% e no nosso segmento, o comércio, é de 23,23%. Em ano eleitoral o governo vigente tem interesse de se manter no poder, então, do ponto de vista econômico, não vivenciamos em 2014 um cenário muito diferente de 2013, os prognósticos negativos para 2014 não se tornaram realidade, porque o governo vem segurando, maquiando contabilidades como, por exemplo, a questão dos combustíveis, que tiveram aumento no último momento para não estourar as metas de inflação. Vamos continuar convivendo com o controle inflacionário e com o não crescimento da economia, mesmo porque já sabemos - por parte das indústrias - que os investimentos não irão acontecer, posto que não temos infraestrutura para comportar um crescimento. A cada novo governo que se instala, sempre renovamos a esperança que ações mais justas serão adotadas de forma ampla e irrestrita como, por exemplo, a redução do IPI e do ICMS de todos os produtos, para os diversos segmentos de mercado - como forma de incentivo para o aumento do consumo e consequente fortalecimento do comércio entretanto, infelizmente, nunca vemos isso se concretizar. Já sabemos, na prática, que ações como redução do IPI e do ICMS são de grande incentivo para a população consumir mais a um preço mais justo e o governo, por sua vez, também arrecada mais, mesmo com os impostos reduzidos. Haja vista o resultado positivo que tivemos com tais reduções para a linha branca, automóveis e construção civil, então, porque não ampliar tais benefícios para todos os setores? É de primordial importância para o nosso segmento o fim da guerra fiscal existente entre os estados da união. O próximo governo terá de ser capaz de unir todas as lideranças num mesmo objetivo: o de promover e fixar o desenvolvimento no âmbito nacional, sem privilégios, e com justiça para quem trabalha e movimenta a máquina chamada Brasil, visando única e exclusivamente o desenvolvimento de todos os estados de forma uniforme e próspera, pois, somente assim, poderemos construir um mercado interno forte para enfrentar os fabricantes externos numa concorrência para futuras exportações. Finalizando, desejo que todos os brasileiros votem com muita consciência e responsabilidade, pois, ao elegerem os nossos representantes através do nosso voto, estamos assinando pelo bem-estar e crescimento tão esperados, de toda uma nação, já cansada de ser iludida por falsas promessas. 58 potência
2014 Prêmio ABREME FORNECEDORES A pesquisa relativa ao Prêmio Abreme Fornecedores 2014, realizada pela New Sense, foi encerrada. O resultado que apontará as empresas finalistas será divulgado no evento, a ser realizado no dia 04 de dezembro, no Esporte Clube Sírio, em São Paulo (SP). Revendedor A Diretoria da Abreme agradece a sua participação na pesquisa, de fundamental importância para a qualidade do trabalho. Realização Pesquisa Entidade Beneficiada Apoio de Divulgação
espaço abreme perfil do associado JMC Sinônimo de excelência e tradição Fundada em 1972, por seu atual diretor-presidente Sergio M. Camelo, a JMC está entre as maiores empresas de distribuição de materiais elétricos do País. Com 43 anos de existência, desde o início de suas atividades a JMC sempre acreditou no mercado brasileiro e enfrentou diversas dificuldades, passou por vários planos de governo, mudanças radicais na política monetária e fiscal, períodos inflacionários elevadíssimos, recessões e instabilidades. Entretanto, mesmo assim a empresa manteve o foco no aperfeiçoamento constante da qualidade no atendimento ao cliente. A trajetória de sucesso da JMC é compartilhada e comemorada no dia-a-dia da empresa, entre diretores e funcionários que reconhecem, mutuamente, a importância do trabalho em equipe e a harmonia no ambiente de trabalho como pontos chave para a superação das dificuldades. Trabalhar com produtos diversificados e certificados, atendimento de qualidade, pronta entrega, preços competitivos, estoque e logística adequados, são alguns dos fatores que contribuíram enormemente na conquista da fidelização de seus clientes e fornecedores nesses quarenta e três anos de atuação no mercado de material elétrico. Fotos: Divulgação Pioneira no aprimoramento do sistema de logística e atendimento - através de sistemas de gestão integrados - a JMC continua investindo maciçamente nesta área e, atualmente, todos os processos de negociação envolvendo clientes, fornecedores e colaboradores são informatizados. A empresa conta com duas lojas instaladas na região do centro de São Paulo. Uma de varejo, na Rua Santa Efigênia, 727; e outra interligada ao seu Centro de Distribuição, na Rua Aurora, 525, ambas com localização privilegiada, que favorece o acesso às principais vias que interligam as regiões de São Paulo, tais como marginais e Avenida do Estado. Os espaços para armazenagem, atendimento a clientes e área administrativa, somam mais de 6.000 metros quadrados, destacando-se com um diferencial na região: o estacionamento próprio para clientes. A proximidade entre as duas unidades constitui outro diferencial e contribui para a agilidade no atendimento aos 60 potência
Ano XI Edição 106 Setembro 14 Perfil do trabalho Com aproximadamente 110 colaboradores, a filosofia da JMC é colocar as relações humanas em primeiro plano. clientes, possuindo 18.000 itens em estoque à disposição para venda no balcão ou para entrega através de frota própria, composta por veículos leves e caminhões. Com aproximadamente 110 colaboradores, a filosofia da JMC é colocar as relações humanas em primeiro plano, acreditando que o reconhecimento das qualidades de cada um torna-se um fator multiplicador para que cada etapa ou ação realizada seja um sucesso e motivo de orgulho para seu autor. Tratando, ainda, das relações humanas, a JMC investe no treinamento constante de seus colaboradores, através de parcerias com as indústrias (fornecedores), e possui um auditório próprio para a realização destes eventos. Esta ação garante ao cliente que ao ser atendido por qualquer colaborador da JMC, será orientado sobre todas as especificações e principalmente das novidades que surgem constantemente no mercado. A JMC atua num mercado bastante amplo, pois sua diversidade de itens Foto: Divulgação assim o permite, tendo em sua carteira de clientes condomínios, construtoras, instaladoras, indústrias, bancos, hospitais e shoppings, além de consumidores em geral, como arquitetos, decoradores e eletricistas. Desta maneira, com o apoio de seus colaboradores e fabricantes parceiros, a empresa foi estabelecendo um importante posicionamento no mercado tornando-se uma referência em material elétrico no Brasil e um grande provedor das mais diversas soluções para a área elétrica. Dentre as soluções oferecidas aos clientes citamos: engenharia de automação, projetos luminotécnicos, conectividade, quadros e painéis, contratos de fornecimento e suporte técnico para automação e iluminação, inclusive, com visitas técnicas identificando as necessidades e propondo alternativas adequadas para aplicações em áreas comerciais e industriais, reduzindo custos, aumentando a eficiência das instalações e preservando o meio ambiente. Outros diferenciais da empresa são as ações de marketing direcionado, com constantes campanhas em mala direta, revistas, rádio, TV, entre outros, pois a JMC tem certeza que sua marca está consolidada no mercado, porém, a manutenção da mesma aliada ao aprimoramento de suas ações é fator primordial para que seja sempre lembrada como a melhor distribuidora de material elétrico. O amplo estoque de mercadorias também facilita e permite o atendimento nas diversas regiões do País e o planejamento logístico garante que as mesmas cheguem ao destino certo e no tempo combinado com total transparência e acompanhamento do cliente. Esse é o perfil da JMC: uma empresa sólida, que valoriza o material humano, dinâmica e inovadora, comprometida com os princípios da ética e qualidade total - o que caracteriza a filosofia de trabalho do seu fundador - objetivando manter-se, sempre, como referência comercial e técnica para seus clientes. FUNDADA EM 07/06/1988 Rua Oscar Bressane, 283 - Jd. da Saúde 04151-040 - São Paulo - SP Telefone: (11) 5077-4140 Fax: (11) 5077-1817 e-mail: abreme@abreme.com.br site: www.abreme.com.br Membros do Colegiado Francisco Simon Portal Comercial Elétrica Ltda. José Jorge Felismino Parente Bertel Elétrica Comercial Ltda. José Luiz Pantaleo Everest Eletricidade Ltda. Roberto Varoto Fecva Com. de Mat. Elétricos e Ferragens Ltda. Paulo Roberto de Campos Meta Materiais Elétricos Ltda. Marcos Augusto de Angelieri Sutiro Comercial Elétrica PJ Ltda. Conselho do Colegiado Nemias de Souza Nóia Elétrica Itaipu Ltda. Carlos Soares Peixinho Ladder Automação Industria Ltda. Daniel Tatini Sonepar Secretária Executiva Nellifer Obradovic potência 61
espaço abreme ao leitor Foto: Divulgação Luiz Henrique Cabanellos Schuh Advogado e sócio-fundador do Escritório Cabanellos Schuh / Advogados Associados A lei anticorrupção e os seus impactos no ambiente corporativo - a necessidade do compliance Está em vigência, desde fevereiro do corrente ano, a Lei nº 12.846, de 01 de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, além de outras providências contempladas naquele texto. Dita norma legal, de recente convívio e ainda não consolidada, especialmente no âmbito da atividade privada empresarial, passou a ser conhecida como Lei Anticorrupção, notadamente pelo conteúdo legislativo chancelado nos seus artigos, que tratam, fundamentalmente, da responsabilização objetiva administrativa e civil das pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos à administração pública. É importante que se diga que esta lei não criou condutas novas, nunca antes tipificadas pelo Código Penal ou por legislação especial, haja vista que, fraudar licitações, oferecer ou dar vantagem indevida a agente público, utilizar-se de interposta pessoa ( laranja ) para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade do beneficiário, já eram condutas consideradas ilícitas pelo Código Penal, pela Lei de Improbidade e pela Lei de Licitações. A novidade, e aqui o destaque, trazida pela Lei nº 12.486 é, de fato, a mudança de perspectiva dada pelo legislador no combate aos crimes contra a administração pública, substituindo o direito penal e a persecução do agente pessoa física, pelo direito administrativo sancionador, que visa a pessoa jurídica, ainda que continue a se valer de conceitos e instrumentos oriundos do direito criminal. Em realidade, o que se quer atingir agora é a empresa favorável a quem atuou como corruptor. Sabemos que viver honestamente, não lesar outrem e dar a cada um o que é seu, numa síntese das exigências da convivência humana, antes traduzida de forma semelhante em diversas doutrinas religiosas, seguramente, até hoje, anima o comportamento da maioria das pessoas. 62 potência
Ano XI Edição 106 Setembro 14 No entanto, a luta pelo poder e por sua manutenção ao longo dos tempos é uma guerra sem quartel e sem regras, muitas vezes se confundindo com a história do crime. Assim, o que se vê é que a honestidade convive com a valorização política da corrupção, criando uma cultura, se não de incentivo, pelo menos de tolerância a atitudes ilícitas. Nesses momentos, a sociedade tende a reagir, exigindo normas mais duras contra o crime, seja ele de corrupção ou outro. Inovação relevante trazida pela Lei Anticorrupção, que merece atenção, refere-se à questão da responsabilidade objetiva atribuída à pessoa jurídica, conforme texto do seu artigo 2º. Por meio desse dispositivo, a nova lei permite a punição da pessoa jurídica, independentemente da comprovação de dolo ou culpa por parte da companhia. Agora, na vigência desta Lei, a pessoa jurídica poderá ser punida independentemente da sua efetiva concordância com a infração. No tocante às punições, a Lei Anticorrupção prevê pesadas sanções às condutas ilícitas, não mais se limitando à figura do administrador ou do representante legal. A lei dispõe de uma série de mecanismos para recuperação do patrimônio público, uma vez que a maior parte das sanções é de natureza pecuniária, com caráter punitivo indenizatório. As sanções se dividem em administrativas e judiciais. As primeiras abrangem as multas, no valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, que nunca poderão ser inferiores à vantagem auferida, e a publicação extraordinária da decisão condenatória. Na hipótese de não ser possível calcular o montante referente ao valor do faturamento bruto, a lei prevê a aplicação de multa no valor de R$ 6 mil a R$ 60 milhões. Com relação às sanções judiciais, a lei prevê a possibilidade de perdimento de bens, direitos ou valores, suspensão ou interdição parcial das atividades da empresa, dissolução compulsória da pessoa jurídica ou proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de entidades financeiras públicas ou controladas pelo poder público. Outrossim, a pena de dissolução compulsória da pessoa jurídica, por tratar-se de punição irreversível, merece cautela em sua análise. Uma vez que a lei estabelece a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica, haverá a necessidade de o juiz seguir critérios rigorosos para não ensejar abusos no momento da aplicação da pena. Importante referir ainda, o acordo de leniência, previsto na lei. Por este mecanismo, que segue a mesma linha da Lei de Defesa da Concorrência, a pessoa jurídica poderá celebrar acordos de leniência, que efetiva colaboração da pessoa jurídica responsável pela prática da infração, ou parte dela, nas investigações. Cumpridas as exigências previstas na referida norma, o acordo No tocante às punições, a Lei Anticorrupção prevê pesadas sanções às condutas ilícitas, não mais se limitando à figura do administrador ou do representante legal. de leniência isentará a pessoa jurídica da sanção de publicação extraordinária da decisão condenatória, bem como de proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas. Ademais, reduzirá em até 2/3 o valor da multa aplicável. A nova lei cria, ainda, o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), que reunirá e dará publicidade às punições aplicadas segundo a Lei 12.846, facilitando, assim, a consulta de informações sobre instituições empresariais. Por fim, é fundamental que as empresas privadas atentem para as mudanças trazidas pela Lei Anticorrupção. O conceito de compliance, importado do direito americano, é um procedimento a ser implantado por pessoas jurídicas para garantir a conformidade de suas condutas às exigências de determinada jurisdição ou setor. Trata-se, em outras palavras, de ato de cumprir, de estar em conformidade e executar regulamentos internos e externos, impostos às atividades da instituição, buscando mitigar o risco atrelado à reputação e ao regulatório/legal. O principal objetivo de um programa de compliance é o planejamento de atividades, tais como a revisão de políticas internas, código de ética e conduta e gestão de risco, para obter uma difusão da cultura da integridade no ambiente da empresa. O momento propõe aos empresários uma tarefa intrasferível: adaptarem-se às inovações trazidas pela Lei Anticorrupção, implantando suas ferramentas e mecanismos de prevenção e planejamento estratégico, para, assim, monitorarem seu relacionamento com a Administração Pública. Ademais, o mecanismo ligado à integridade permitirá alçar um novo patamar de cultura cidadã e empresarial de transparência e honestidade, que reforçará o conceito de cidadania e sociedade. potência 63