REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ABACAXIZEIRO AO NEMATOIDE Pratylenchus brachyurus INTRODUÇÃO

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ABACAXIZEIRO AO NEMATOIDE Pratylenchus brachyurus DIMMY HERLLEN SILVEIRA GOMES BARBOSA 1, ANAILDE CAVALCANTE DOS SANTOS 2, DAVI THEODORO JUNGHANS 1, TULLIO RAFAEL PEREIRA DE PÁDUA 1 INTRODUÇÃO Os fitonematoides são considerados um dos principais fatores limitantes ao cultivo do abacaxizeiro. Estes patógenos causam danos consideráveis às raízes das plantas, diminuindo a eficiência das adubações pela redução da absorção de nutrientes. As plantas apresentam sistema radicular reduzido, folhas cloróticas, estreitas e de tamanho reduzido. Consequentemente, a produção é retardada e com frutos de baixo peso e valor comercial reduzido (Arieira et al., 2008). Há relatos de mais de 100 espécies de fitonematoides associadas ao sistema radicular do abacaxizeiro (SIPES et al., 2005), porém a patogenicidade da maioria das espécies encontradas é ainda pouco conhecida. Os nematoides mais danosos ao abacaxizeiro são Pratylenchus brachyurus, Meloidogyne javanica, M. incognita e Rotylenchulus reniformis (COSTA e MATOS, 2000; SIPES et al., 2005). No Brasil foi observada a presença de fitonematoides em várias regiões produtoras, sobretudo nos Estados de Minas Gerais, Paraíba, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Os sintomas gerais no campo de ataque por P. brachyurus são semelhantes aos causados por outros nematoides. Entre eles podem ser citados: sistema radicular necrosado e pobre, redução do crescimento das plantas provocando reboleiras, coloração amarelada e avermelhada das folhas e perda de turgescência da folha com murchamento das pontas, lembrando sintoma de deficiência nutricional ou estresse hídrico, prolongamento do estádio vegetativo, diminuição do peso de frutos, da produção, e em casos mais severos, a morte da planta (FERRAZ e ZEM, 1982). Das táticas de manejo de nematoides (cultural, químico, genético e biológico), poucas de mostram economicamente adequadas às práticas do produtor, havendo a necessidade de busca de 1 Embrapa Mandioca e Fruticultura, Rua Embrapa s/n, Chapadinha, Cruz das Almas/ BA, 44380-000, Brasil, dimmy.barbosa@embrapa.br 2 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Rua Rui Barbosa 710, Centro, Cruz das Almas/BA, 44380-000, Brasil

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 novas alternativas no controle em substituição aos nematicidas, por serem altamente tóxicos ao homem e ao meio ambiente. A identificação e o uso de fontes de resistência ou tolerância a nematoides são considerados altamente apropriados para a redução de problemas nematológicos (HARTMAN ET AL., 2010). Diante disso, existe uma grande necessidade de se obter variedades geneticamente melhoradas para a resistência ou tolerância a nematoides, garantindo uma produção sustentável e ambientalmente segura. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de diferentes genótipos de abacaxizeiro à Pratylenchus brachyurus. MATERIAL E MÉTODOS As mudas dos genótipos de abacaxizeiro foram produzidas no viveiro do setor de campos experimentais da Embrapa Mandioca e Fruticultura e, posteriormente, transplantadas para vasos de 3 litros de capacidade, com substrato na proporção de 3:1:1 de solo, areia e esterco, respectivamente. O inoculo foi obtido de raízes de abacaxizeiro previamente inoculadas com uma população de P. brachyurus que faz parte da coleção biológica do Laboratório de Nematologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Os nematoides foram extraídos das raízes de acordo com a metodologia proposta por Boneti e Ferraz (1981). O experimento foi instalado em um delineamento inteiramente casualizado com 16 tratamentos (genótipos) e 08 repetições. Após 60 dias do transplantio, as mudas foram inoculadas com 1.000 indivíduos (ovos + J2) de P. brachyurus, através de dois orifícios opostos abertos ao redor das mudas de modo a expor as raízes e a suspensão de nematoides (2 ml) depositada sobre as raízes. Após 120 dias da inoculação, procedeu-se a avaliação do desenvolvimento vegetativo e do comportamento dos genótipos de abacaxizeiro inoculados com P. brachyurus, sendo avaliadas as seguintes variáveis: peso da parte aérea, peso do sistema radicular, número de nematoides nas raízes (BONETI E FERRAZ, 1981), número de nematoides no solo (JENKINS, 1964), população final dos nematoides, fator de reprodução, redução do fator de reprodução e reação dos genótipos (tabela 1). O fator de reprodução (FR) foi calculado dividindo-se a população final por vaso pela população inicial inoculada (SEINHORST, 1967). O comportamento dos genótipos inoculados (C) foi estabelecido utilizando-se os critérios estabelecidos por Moura & Regis (1987).

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade com o uso do programa de análises estatísticas SISVAR (FERREIRA, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 16 genótipos avaliados, 01 comportou-se como altamente suscetível - S (Gold), 05 como pouco resistentes - PR (PA x PE01, Perola, Perolera, PE x SC60, SC48 x PRI02), 09 como moderadamente resistentes - MR (Smooth cayenne, PE x SC73, BRS Imperial, BAG 344, PE x SC52, BRS Vitória, BRS Ajubá, SC x PRI21, BAG194) e 01 como resistente - R (IAC Fantástico) à P. brachyurus (tabela 1). Tabela 1 Valores médios do desenvolvimento vegetativo das plantas e multiplicação de Pratylenchus brachyurus em diferentes genótipos de abacaxizeiro avaliados 120 dias após a inoculação sob condições de casa de vegetação, Cruz das Almas BA, 2014. Genótipo Peso da Parte aérea (g) Peso de Raízes (g) NP Raízes NP solo NP final (solo + raiz) FR %RFR C PA x PE01 385,0 a 14,4 b 680,0 b 150,0 b 830,0 c 0,83 65,4 PR GOLD 250,6 b 11,3 c 1899,4 a 500,0 a 2399,4 a 2,4 100,0 AS SC 197,5 b 8,1 c 413,1 b 212,5 b 625,6 c 0,62 73,9 MR BRS IMPERIAL 313,8 a 13,1 b 216,9 b 262,5 a 479,4 c 0,48 80,0 MR BAG344 334,4 a 15,0 b 117,1 b 162,5 b 265,0 c 0,26 89,0 MR PE x SC52 219,4 b 10,6 c 209,3 b 100,0 b 283,1 c 0,28 88,2 MR BRS VITÓRIA 184,4 b 6,3 c 146,7 b 62,5 b 172,5 c 0,17 92,8 MR PE x SC73 389,4 a 20,0 a 424,2 b 112,5 b 430,6 c 0,43 82,1 MR IAC 232,5 b 11,9 c 131,7 b 0,0 b 98,8 c 0,1 95,9 R FANTASTICO PEROLA 344,4 a 14,4 b 258,1 b 412,5 a 670,6 c 0,67 72,1 PR BRS AJUBA 176,3 b 6,9 c 179,0 b 37,5 b 149,4 c 0,15 93,8 MR SC x PRI21 362,5 a 16,9 b 527,9 b 50,0 b 511,9 c 0,51 78,7 MR BAG194 189,4 b 5,6 c 273,3 b 75,0 b 177,5 c 0,17 92,6 MR PEROLERA 329,4 a 21,3 a 424,4 b 362,5 a 786,9 b 0,78 67,2 PR PE x SC60 155,6 b 8,1 c 518,1 b 75,0 b 593,1 c 0,6 75,3 PR SC48 x PRI02 339,4 a 21,3 a 1022,5 a 337,5 a 1104,4 b 1,1 54,0 PR NP nível populacional; FR fator de reprodução; RFR redução do FR; C comportamento Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scoot & Knott ao nível de 5 % de probabilidade 72 73 74 75 76 Os genótipos (variedades e híbridos) apresentaram reações bem diferenciadas, desde altamente suscetível (Gold) a resistente (IAC Fantástico) à P. brachyurus. As variedades Smooth cayenne, BRS Imperial, BRS Vitória e BRS Ajubá comportaram-se como moderadamente resistente, enquanto Pérola e Perolera comportaram-se como pouco resistente à P. brachyurus.

77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 No Brasil, as observações realizadas por intermédio de experiências indicam que a campo as populações de P. brachyurus ocorrem em maiores níveis populacionais na cultivar Pérola do que na Smooth Cayenne. Em trabalho realizado na Estação Experimental de Pindorama do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foi observado que as variedades Natal Queen e Pérola são mais suscetíveis à P. brachyurus do que Smooth Cayenne, reconhecidamente suscetível à espécie em questão (DINARDO-MIRANDA et al., 1996). Estudo realizado na Embrapa Mandioca e Fruticultura em casa de vegetação selecionou genótipos com resistência a P. brachyurus, destacando como pouco resistentes os genótipos H-3607, LBB-1396, Perolera, FRF-609 e Primavera (COSTA et al., 1999). Na Costa do Marfim, seis clones do grupo Queen e oito do grupo Pérola mostraram-se muito suscetíveis a P. brachyurus. Os resultados encontrados neste trabalho para os genótipos Perola e Perolera, concordam com Dinardo-Miranda et al. (1996) e Costa et al. (1999). CONCLUSÕES A variedade IAC Fantástico comportou-se como resistente, Smooth cayenne, BRS Imperial, BRS Vitória e BRS Ajubá comportaram-se como moderadamente resistente, enquanto Pérola e Perolera comportaram-se como pouco resistente e Gold como altamente suscetível à P. brachyurus. REFERÊNCIAS ARIEIRA, C. R. D.; MOLINA R. O.; ALESSANDRA T. C. Nematóides Causadores de Doenças em Frutíferas. Agroambiente On-line, Boa vista, v. 2, n. 1, p. 46-52, jan/jun 2008. COSTA, D. da C.; MATOS, A. P. Nematoses. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Cruz das Almas, Bahia, 2000. COSTA, D. da C.; CABRAL, J. R. S.; CALFA, C. H.; ROCHA, M. A. C. Seleção de genótipos de abacaxi para resistência a Meloidogyne javanica e Pratylenchus brachyurus. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 29, n. 1, p. 57-60, 1999. DINARDO-MIRANDA, L. L.; SPIRONELLO, A.; MARTINS, A. L. M. Reação de variedades de abacaxizeiro a Pratylenchus brachyurus. Nematologia Brasileira, Piracicaba, v. 20, n.1, p. 1-7. 1996. FERRAZ, L. C. C. B.; ZEM, A. C. Nematóides parasitos do abacaxizeiro. In: RUGIERO, C. Simpósio Brasileiro sobre Abacaxicultura, 1, Jaboticabal, SP. Anais... Jaboticabal, SP: FCAV, 1982, v. 1, p.179-191.

107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 GUÉROUT, R. Competition Pratylenchus brachyurus-meloidogyne sp. dans les cultures d ananas de Côte d Ivore. In: Brill, L.J. (ed.). Proceedings of 8th International Nematology Symposium. The Netherlands, p. 64-69.1965 KEETCH, D. P. Nematodes pests of pineapple. In: Keetch, D.P.; Heyns, J. (EDS) Nematology in South Africa. Department of Agriculture and Fisheries, Pretoria, South Africa, p. 9-29, 1982. MANSO, E.C., TENENTE, R.C.V., FERRAZ, L.C.B., OLIVEIRA, R.S.O., MESQUITA, R. (1994) Catálogo de Nematoides Fitoparasitos Encontrados associados a Diferentes Tipos de Plantas no Brasil. Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia. EMBRAPA-SPI. Brasília, p. 354-355. PLOETZ, R. C.; ZENTMYER, G. A.; NISHIJIMA, W. T.; ROHRBACH, K. G.; OHR, H. D. Compendium of tropical fruit diseases. Saint Paul: APS Press, 1994. 88p. ROHRBACH, K. G.; APTO, W. J. Nematodes and disease problems of pineapple. Plant disease, v. 70, p. 81-87, 1986. SARAH, J. L. Influence of Pratylenchus brachyurus on the growth of development of pineapple in the Ivory Coast. XVIII International Symposium E.S.N., Antibes. Revue de Nematologie, v. 9, p. 308-309, 1986. SEINHORST, J.W. Review of methods for measuring damage caused by nematodes. FAO Symposium on crop losses, 2-6 oct., Rome, 1967. SIPES, B. S.; CASWELL-CHEN, E. P.; SARAH, J. L.; APT, W. J. Nematode parasites of pineapple. In: LUC, M.; SIKORA, R. A.; BRIDGE, J. (EDS). Plant Parasitic Nematodes in Subtropical and Tropical Agriculture. 2nd edition. Wallingford: CABI Publishing, 2005, p. 709-731. SIPES, B. S.; SCHMITT, D. P. Rotylenchulus reniformis damage thresholds on pineapple. Acta Horticulturae, v. 529, p. 239-245, 2000. SIPES, B. S.; SCHMITT, D. P. Evaluation of pineapple, Ananas comosus, for host-plant resistance and tolerance to Rotylenchulus reniformis and Meloidogyne Javanica. Nematropica, v. 24, p. 113-121, 1994. TIHOHOD, D. Guia prático de identificação de fitonematóides. Jaboticabal: FCAV, FAPESP, 1997, 246p.