PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE ARROZ VERMELHO (Oriza sativa L.) Glediston Nepomuceno Costa Júnior 1 ; Ivano Alessandro Devilla 2 RESUMO

Documentos relacionados
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE QUINOA. Marianna Dias da Costa 1 ; Ivano Alessandro Devilla 2 RESUMO

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTE DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) VARIEDADE EMGOPA OURO

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DA MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR PARAGUAÇU

PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) VARIEDADE EMGOPA 201 OURO

Propriedades Físicas de Grãos de Feijão Carioca (Phaseolus vulgaris)

Propriedades Físicas de Cultivares de Feijão-Comum em Funcão De Diferentes Teores De Água

Determinação das Propriedades Físicas de Grãos de Girassol BRS G57.

Construção e Avaliação de um Aparelho de Baixo Custo para a Determinação da Porosidade de Grãos

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE GRÃOS DE FEIJÃO- CAUPI

Propriedades Físicas de Sementes de Girassol em Função do Teor de Água

DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE SEMENTES DE PINHÃO MANSO INTRODUÇÃO

Propriedades Físicas de Grãos de Aveia Branca Submetidos ao Processo de Secagem

PROPRIEDADES FÍSICAS DO AMENDOIM EM FUNÇÃO DOS TEORES DE ÁGUA DOS GRÃOS

INFLUÊNCIA DO TEOR DE ÁGUA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE ARROZ VERMELHO EM CASCA

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

PROPRIEDADES FÍSICAS, TÉRMICAS E AERODINÂMICAS DE GRÃOS DE MAMONA

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS AQUÊNIOS DE GIRASSOL COM DIFERENTES TEORES DE ÁGUA Madelon Rodrigues Sá Braz 1, Luiza Helena Nobre de Andrade 2,

DETERMINAÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE ARROZ AROMÁTICO

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE SEMENTES DE MAMONA: TAMANHO, PESO, VOLUME E UMIDADE

REVENG 09-18p. Recebido para publicação em 28/09/2012. Aprovado em 13/11/2012.

EFEITO DO GRAU DE UMIDADE DOS FRUTOS DE MAMONEIRA SOBRE A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE DESCASCAMENTO MECÂNICO

EFEITO DA RADIAÇÃO SOLAR DIRETA NA QUALIDADE DE GRÃOS DO MILHO

Propriedades Aerodinâmicas dos Grãos de Quinoa (Chenopodium quinoa Willd.)

Variação da Cor de Grãos de Girassol ao Longo da Secagem

XLVI Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola - CONBEA 2017 Hotel Ritz Lagoa da Anta - Maceió - AL 30 de julho a 03 de agosto de 2017

PALAVRAS-CHAVE: Armazenamento; Banco comunitário; Propriedades físicas; Variedades;

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DA MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR PARAGUAÇU

Propriedades Físicas de Diferentes Grãos de Milho

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E VIGOR DE SEMENTES EM PROGÊNIES DE CAMUCAMUZEIRO ESTABELECIDAS NO BAG DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

Arquitetura da Planta de Soja: Influência Sobre as Propriedades Físicas dos Grãos

DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO SUPLEMENTADOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE RACTOPAMINA NA DIETA

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

Propriedades físicas, térmicas e aerodinâmicas de grãos das cultivares de arroz BR IRGA 409 e BRS Primavera

AVALIAÇÃO PRODUTIVA DE LINHAGENS DE FEIJÃO-VAGEM EM CULTURA TUTORADA EM IPAMERI. Bolsista PBIC/UEG, graduanda do curso de Agronomia, UnU Ipameri-UEG.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

AJUSTE DA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO FEIJÃO

Comparação dos modelos de Gompertz e Verhulst no ajuste de dados de uma variedade de feijão

Caracterização agronômica e estimativas de parâmetros genético de Helicônias (Heliconia spp.)

Comparação entre Métodos Alternativos para Determinar Tamanho e Forma dos Grãos de Amendoim

Características biométricas de cafeeiro intercalado com diferentes sistemas de produção de abacaxizeiro para agricultura familiar do Projeto Jaíba

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS E VIDA ÚTIL DE BANANAS ARMAZENAEDAS SOB REFRIGERAÇÃO E SOB CONDIÇÃO AMBIENTE

em função da umidade e rotação de colheita

EFEITO DO ARMAZENAMENTO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE GENÓTIPOS FEIJÃO E MAMONA SOB CONSÓRCIO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

DESEMPENHO DO MÉTODO DAS PESAGENS EM GARRAFA PET PARA A DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS PARA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS, CICLO 2005/2006 1

Avaliação e Seleção de Híbridos e Variedades de Girassol

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

DIMENSIONAMENTO DE SILO VERTICAL EM SANTA HELENA DE GOIÁS

Secagem de Grãos de Arroz em Distintas Temperaturas e Utilizando Lenha com Diferentes Teores de Água

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

Efeito do tamanho e do peso específico na qualidade fisiológica de sementes de pinhão-manso (Jatropha curcas L.)

Avaliação da distribuição de ar do sistema de aeração em armazém graneleiro

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE SOJA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM

ATRIBUTOS FÍSICOS DE VARIEDADES DE LARANJA DA MICRORREGIÃO DA BORBOREMA

INFLUÊNCIA DO FOTOPERÍODO NO DESENVOLVIMENTO DE ADUBOS VERDES EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NO SUDESTE GOIANO

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

POROSIDADE E MASSA ESPECÍFICA DE CINCO VARIEDADES DE CAFÉ CEREJA DESCASCADO 1

COMPORTAMENTO HIGROSCÓPICO DA SEMENTES DE LINHAÇA (Linum usitatissimum L.). G.Z. Campos e J.A.G. Vieira* RESUMO

EFEITO DO TEOR DE UMIDADE DAS SEMENTES DURANTE O ARMAZENAMENTO NA GERMINAÇÃO DE MILHO CRIOULO

CRIOCONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO. RESUMO

Palavras-chave: Jatropha curcas L., parâmetros de crescimento, nitrogênio, adubação mineral.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO PARA DESCASCAMENTO DE MAMONA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

EFEITO DO TRÁFEGO DE MÁQUINAS SOBRE ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E DESENVOLVIMENTO DA AVEIA PRETA. Instituto Federal Catarinense, Rio do Sul/SC

Avaliação da velocidade de reação do corretivo líquido na camada superficial de um Latossolo Vermelho distroférrico

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

Bolsista PIBIC/CNPq, aluno do curso de graduação de Engenharia Elétrica da UNIJUÍ. 3. Aluno do curso de doutorado em Modelagem Matemática da UNIJUÍ.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MA TO GRO S SO DO SUL

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

AJUSTE E AVALIAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO DE ACIONAMENTO MANUAL PARA DESCASCAMENTO DOS FRUTOS DE MAMONEIRA DA CULTIVAR BRS ENERGIA

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

AVALIAÇÃO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADA SOB DIFERENTES VAZÕES E COMPRIMENTO DE MICROTUBOS

Eficiência no Processo de Secagem de Sementes em Cooperativa Agroindustrial na Região do Planalto Paranaense

ALTERAÇÕES NA QUALIDADE FÍSICA EM GRÃOS DE MILHO DURANTE ARMAZENAMENTO EM AMBIENTE NATURAL E REFRIGERADO. Apresentado no

DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO DE REPOUSO DE FERTILIZANTES

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

Umedecimento de substratos na germinação de sementes de repolho

Características físicas de sementes de pinhãomanso em função do teor de água

Definição de Secagem. Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes. Importância da Secagem. Aula 05

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

CRESCIMENTO DO PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) EM FUNÇÃO DE NÍVEIS DE ÁGUA E ADUBAÇÃO NITROGENADA

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CÂMPUS DE BOTUCATU

Comunicado 17 Técnico ISSN ISSN

Uso de fertilizante na semente do trigo

EFEITO DA MISTURA DE PARTÍCULAS E CONCENTRAÇÃO NA IDENTIFICAÇÃO DOS REGIMES DE SEDIMENTAÇÃO: SUSPENSÃO DE CARBONATO DE CÁLCIO

CONCENTRAÇÃO DE CAPSACININA E DIHIDROCAPSAICINA EM PLANTAS DE PIMENTA TABASCO EM FUNÇÃO DE DOSES DE CO 2, APLICADAS VIA IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO.

Combinações genéticas e condições ambientais podem influenciar as características genéticas e fenotípicas do novo indivíduo (PARCIAK 2002).

PRÁTICAS DE PÓS COLHEITA PARA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE ALTA QUALIDADE. Prof. Francisco Villela

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

DETERMINAÇÃO DO PESO APARENTE EM TERMOS DA MASSA E DENSIDADE VIA REGRESSÃO MÚLTIPLA

ESTIMATIVA DA ÁREA FOLIAR EM UROCHLOA MOSAMBICENSIS POR DIMENSÕES FOLIARES E IMAGENS DIGITAIS. Apresentação: Pôster

ANÁLISE EXPERIMENTAL E DE CFD DO ESCOAMENTO DE DIFERENTES MATERIAIS EM TAMBOR ROTATÓRIO COM SUSPENSORES

Palavras Chaves: Comprimento radicular, pendimethalin, 2,4-D

Transcrição:

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS DE ARROZ VERMELHO (Oriza sativa L.) Glediston Nepomuceno Costa Júnior 1 ; Ivano Alessandro Devilla 2 1 Bolsista PIBIC/CNPq, graduando do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG. 2 Orientador, docente do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET UEG. RESUMO O conhecimento das propriedades físicas dos grãos é necessário para o dimensionamento de máquinas e equipamentos. Neste trabalho determinaram-se as propriedades físicas: tamanho, forma, massas específicas aparente e unitária, porosidade e massa de mil grãos de arroz vermelho (Oriza sativa L.) nos teores de água de 11,20; 12,22; 13,64; 16,93; 21,23% b.u. Os resultados obtidos permitiram concluir que: (a) ocorreu a diminuição dos eixos axiais (a, b e c) com a redução do teor de água; (b) a esfericidade, a circularidade, a massa específica real, a porosidade e a massa de mil grãos apresentam valores diretamente proporcionais ao teor de água; e (c) a massa específica aparente foi inversamente proporcional ao teor de água. Palavras chaves: massa específica, porosidade e teor de água. Introdução O arroz-vermelho é um dos principais componentes da dieta alimentar do nordestino e é cultivado principalmente nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Bahia e Alagoas. Segundo ALMEIDA (2005), a produção do arroz-vermelho está relacionada com o hábito alimentar das populações locais. Apesar de ser alvo de grande interesse para a agricultura familiar, esse arroz se encontra em franco processo de extinção, em razão da forte concorrência da indústria do arroz branco e do despovoamento do meio rural. Para viabilizar a conservação do produto por longo tempo, algumas práticas se tornam necessárias, entre elas têm importante destaque as operações de limpeza, secagem e aeração, em razão de sua eficiência e rapidez em atender ao fluxo da produção agrícola. O atraso na época de colheita, a alta temperatura de secagem e os danos mecânicos são, dentre 1

outros fatores, os principais responsáveis pela baixa qualidade da semente, insumo básico para produção dos produtos agrícolas (VIEIRA et al., 1993). De acordo com MOHSENIN (1986), informações concernentes ao tamanho e forma, ângulo de repouso e massa específica, dentre outras características físicas, são consideradas de grande importância para os estudos envolvendo transferência de calor e massa e movimentação de ar em massas granulares. O conhecimento das propriedades físicas de produtos agrícolas é de fundamental importância para uma correta conservação e para o dimensionamento e operação de equipamentos para as principais operações pós-colheita. Diante o exposto, o presente trabalho visou determinar as propriedades físicas (tamanho e forma, massa específica aparente, massa específica unitária, porosidade e massa de mil grãos) de grãos de arroz vermelho em função do teor de água. Materiais e Métodos O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Propriedades Físicas do curso de Engenharia Agrícola da Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual de Goiás em Anápolis GO. Foram utilizados grãos de arroz vermelho (Oriza sativa L.) fornecido pela Embrapa Arroz e Feijão. O teor de água do produto era de 11,20% b.u. e os grãos foram reumedecidos até atingirem 12,22; 13,64; 16,93; 21,23% b.u. No processo de reumedecimento, utilizou-se o papel germiteste saturado com água. A metodologia para determinação do teor de água sugerida por BRASIL (1992) foi utilizada neste trabalho. Na determinação da forma e tamanho dos grãos de arroz, utilizou-se 3 repetições de 50 grãos nos diferentes teores de água. O tamanho dos grãos foi determinado com o auxilio de um paquímetro digital de precisão de 0,01mm. Foram medidas as dimensões (comprimento, largura, espessura) dos grãos. A esfericidade (S) foi determinada utilizando-se a equação 1, para os 150 grãos medidos. Para a determinação da circularidade 150 grãos foram digitalizados, em posição de repouso natural, com o auxilio de um Scanner. As imagens foram transferidas para o software Image Tool 3.0, no qual foram determinados o diâmetro do maior círculo inscrito (d i ) e o diâmetro do menor círculo circunscrito (d c ). da imagem de cada grão. A circularidade (C) foi estimada utilizando-se a equação 2. 2

A determinação da massa especifica aparente foi realizada, em seis repetições, utilizando um cilindro plástico de volume conhecido. O recipiente com os grãos foi pesado em balança de precisão de 0,01g e utilizou-se a equação 3 para estimar a massa específica aparente. A porosidade foi determinada pelo método direto (MOHSENIN, 1986), onde a mesma é obtida acrescentando-se um volume de líquido conhecido e necessário para complementação dos espaços vazios da massa granular. Foi utilizado um becker de 10 ml, uma bureta de 25 ml e o liquido utilizado foi o óleo de soja. A massa específica unitária foi estimada, utilizando a equação 4. A massa de mil grãos foi determinada pesando-os em balança digital com precisão de 0,01 gramas, em três repetições, para cada teor de água. No experimento utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, onde os tratamentos foram os cinco teores de água avaliados em três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e, posteriormente, ajuste de regressões. Na Tabela 1 encontram-se as fórmulas utilizadas para o cálculo das propriedades físicas dos grãos de arroz vermelho. Tabela 1. Fórmulas utilizadas para o cálculo das propriedades físicas dos grãos de arroz vermelho. ( a b. c) 1 3. Fórmulas S =.100 (1) a di C=.100 (2) dc m ρ ap= (3) V ρap ρu = (4) 1 ε Nomenclatura S = esfericidade, (%); a = medida do maior eixo do grão, (mm); b = medida do eixo normal ao eixo a, (mm); c = medida do eixo normal aos eixos a e b, (mm); C = circularidade, (%); d i = diâmetro do maior círculo inscrito, (mm); d c = diâmetro do menor círculo circunscrito, (mm); ρ ap = massa específica aparente, (kg m -3 ); m = massa do produto, (kg); V = volume do recipiente, (m 3 ); ρ u = massa específica unitária, (kg m -3 ); ρ ap = massa específica aparente, (kg m -3 ); ε = porosidade, (decimal). Resultados e Discussão Na Tabela 2 encontram-se os valores médios dos eixos axiais (comprimento, largura e espessura) para os grãos de arroz vermelho nos teores de água estudados. Nota-se que existe 3

uma redução do tamanho dos grãos com a redução do teor de água. A redução do tamanho deve-se ao processo de secagem, no qual ocorre a contração volumétrica dos grãos. Tabela 2. Valores médios dos eixos axiais em função do teor de água dos grãos de arroz vermelho. Teor de água Tamanho dos grãos % (b.u.) Comprimento (mm)* Largura (mm)* Espessura (mm)* 11,20 8,97 ± 0,45 3,37 ± 0,14 2,17 ± 0,14 12,22 9,08 ± 0,46 3,40 ± 0,11 2,17 ± 0,18 13,64 9,11 ± 0,43 3,41 ± 0,12 2,21 ± 0,16 16,93 9,12 ± 0,39 3,45 ± 0,14 2,24 ± 0,17 21,23 9,26 ± 0,47 3,52 ± 0,17 2,27 ± 0,19 * Valores médios de 150 grãos. Na Tabela 3 encontram-se os valores médios da esfericidade, da circularidade, das massas específicas aparente e real, da porosidade e da massa de mil grãos para os grãos de arroz vermelho nos diferentes teores de água. Nota-se a que a esfericidade e a circularidade aumentam com o acréscimo do teor de água. Verifica-se que a esfericidade é diretamente proporcional ao teor de água, conforme relatado por CAVALCANTI MATA (1997). Nota-se, ainda, que a esfericidade está distante do valor 1,0, o que indica que a forma dos grãos de arroz vermelho não se aproxima de uma esfera. Observa-se, também, que a circularidade tem o mesmo comportamento da esfericidade. Verifica-se que a massa específica aparente aumenta com o decréscimo do teor de água. Essa tendência também foi observada para o trigo estudado por CORRÊA et al. (2006) e para grãos de feijão estudado por RESENDE et al. (2008). Já a massa específica real aumentou com o acréscimo do teor de água dos grãos de arroz vermelho, tendência descrita por COUTO et al. (1999) e SOUZA (2001). Nota-se que a porosidade é diretamente proporcional ao teor de água. Observa-se que ocorre a tendência da porosidade aumentar com o acréscimo do teor de água no produto. Resultado semelhante foi obtido por HENRIQUES et al. (2005) e RIBEIRO et al. (2005). Verifica-se que a massa de mil grãos é diretamente proporcional ao teor de água. Pode-se notar que a massa de mil grãos aumenta com a elevação do teor de água, concordando com os resultados obtidos por LIMA (2005) e PENHA (2006). 4

Tabela 3. Valores médios da esfericidade, circularidade, massa específica aparente, massa específica real, porosidade e massa de mil grãos em função do teor de água dos grãos de arroz vermelho. Teor de água Esfericidade* Circularidade* Massa específica aparente Massa específica real Porosidade Massa de mil grãos % (b.u.) (decimal) (decimal) (kg m -3 ) (kg m -3 ) (%) (g) 11,20 0,4496 0,3757 558,55 915,66 39,00 29,42 12,22 0,4473 0,3744 552,41 920,68 40,00 29,85 13,64 0,4495 0,3743 548,19 939,81 41,67 30,16 16,93 0,4529 0,3783 539,50 969,10 44,33 31,44 21,23 0,4534 0,3801 530,17 981,80 46,00 32,85 * Valores médios de 150 grãos. Conclusões Considerando as condições em que foi desenvolvido este trabalho, conclui-se que: (a) ocorreu a diminuição dos eixos axiais (a, b e c) com a redução do teor de água; (b) a esfericidade, a circularidade, a massa específica real, a porosidade e a massa de mil grãos apresentam valores diretamente proporcionais ao teor de água; e (c) a massa específica aparente foi inversamente proporcional ao teor de água. Referências Bibliográficas ALMEIDA, J.P. O Arroz-Vermelho Cultivado no Brasil. Disponível em: <http://www.embrapa.br/noticias/banco_de_noticias/2005/folder.2005-08- 15.1209214647/foldernoticia.2005-11-03.1633002266/noticia.2005-12- 07.5615381392/mostra_noticia>. Acesso em 17/03/2007. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes, Brasília, DF, 1992. 365p. CAVALCANTI MATA, M.E.R.M. Efeitos da secagem em altas temperaturas por curtos períodos de tempo, em camada estacionária, sobre a armazenabilidade de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.), variedade Carioca : avaliação experimental, modelagem e simulação. Campinas: UNICAMP, 1997. 229p. (Tese de Doutorado). CORRÊA, P.C.; RIBEIRO, D.M.; RESENDE, O.; BOTELHO, F.M. Determinação e modelagem das propriedades físicas e da contração volumétrica do trigo, durante a secagem. 5

Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.3, p. 665-670, 2006. COUTO, S.M.; MAGALHÃES, A.C.; QUEIROZ, D.M.; BASTOS, I.T. Massa específica aparente e real e porosidade de grãos de café em função do teor de água. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.3, n.1, p. 61-68, 1999. HENRIQUES, D.R.; CORRÊA, P.C.; GONELI, A.L.D.; RIBEIRO, D.M. Efeito de secagem na contração volumétrica dos grãos e na porosidade da massa de grãos de soja. IV Seminário Nacional de Armazenagem, Uberlândia MG, 2005. LIMA, A. P. Propriedades Físicas dos Grãos de Girassol (Helianthus Annuus L.). Trabalho de conclusão de curso. Universidade Estadual de Goiás, Anápolis GO, 2005, 42p. MOHSENIN, N.N. Physical properties of plant and animal materials. New York: Gordon and Breach science publishers Inc., 1986. 734p. PENHA, W. F. Propriedades Físicas dos Grãos de QUINOA (Chenopodium quinoa Willd). Trabalho de conclusão de curso. Universidade Estadual de Goiás, Anápolis GO, 2006, 32p. RESENDE, O.; CORRÊA, P.C.; GONELI, A.L.D.; RIBEIRO, D.M. Propriedades físicas do feijão durante a secagem: determinação e modelagem. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 32, n. 1, p. 225-230, 2008. RIBEIRO, D.M.; CORRÊA, P.C.; RODRIGUES, D.H.; GONELI, A.L.D. Análise da variação das propriedades físicas dos graos de soja durante o processo de secagem. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.25, n.3, p. 611-617, 2005. SOUZA, L.V.S. Propriedades físicas de grãos de girassol relacionadas a armazenagem. Campinas: FEAGRI/UNICAMP. 2001. 142p. (Dissertação de Mestrado). VIEIRA, R. F.; VIEIRA, C.; RAMOS, J. A. O. Produção de sementes de feijão. Viçosa, MG: EPAMIG, 1993. 131p. 6